José Ribamar Smolka Ramos
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Maio 2006               Índice Geral


18/05/06

Celulares nos Presídios: Interferência via satélite

----- Original Message -----
From: José de Ribamar Smolka Ramos
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, May 18, 2006 10:53 AM
Subject: [wireless.br] Re: Celulares nos Presídios: Interferência via satélite

Perguntas:
- Não haveria possibilidade de utilizar-se, na composição da solução, RF emitida por satélites e estações terrenas, e, não, por ERBs (uploads/downolads de sinais de RF em bandas próprias da capacidade espectral-satelital - banda Ku, por ex.?) ??
(...)
- Não seria possível usar-se essa alternativa, e a banda de transmissão e sua infra-estrutura verticalizada, para "jogar-se",
diretamente nos pátios das penitenciárias (e deles, para a ionosfera), ondas de RF em bandas Ku e outra ??
- E com essas bandas de RF não se poderia causar ambiente de interferência direta nos sinais de RF emitidos pela ERB ou
micro-célula da telefonia móvel (bandas A, B, C, D, E) ali presentes ???
(...)
- O que vc acha dessa cogitação ? É absurda ?


Versão curta da resposta: é absurda sim.

Por uma série de motivos:

1. O próprio objetivo de separação de serviços em bandas de freqüência diferentes é evitar interferência. Portanto, sinais (por mais fortes que sejam) em uma banda não interferem no serviço em outra banda. Os satélites que já estão no espaço tem os seus "transponders" já sintonizados em determinadas bandas, distintas de outros serviços (ex: telefonia celular), e, como todo mundo sabe, fazer alterações de engenharia no satélite já em órbita é uma proposição, no mínimo, difícil. Salvo em casos excepcionais (como o do telescópio Hubble) isto nem sequer é cogitado.

2. Mesmo que o item 1 fosse superado, para conseguir uma potência de sinal de interferência efetiva na superfície da terra, qual deve ser a potência do transmissor do satélite? Lembre: a potência do sinal cai com o quadrado da distância percorrida. Levando-se em consideração a forma como o sinal na banda desejada penetra bem ou mal na atmosfera,
as condições climática variáveis, etc. etc., creio que a potência do transmissor embarcado no satélite seria proibitiva, mesmo para satélites de órbita baixa.

3. Se isto não fosse bastante, ainda tem a questão de "atingir o alvo" com precisão. Satélites geoestacionários/ geosíncronos orbitam a ~35786 Km de altitude. Como conseguir a "focalização" do sinal exatamente no segmento (pequeno) da superfície onde fica o presídio, sem atingir tambem uma grande área em volta? Não conheço nenhuma antena que consiga este efeito de "lente" de RF. Que eu saiba, este tipo de precisão exigiria algum tipo de laser de RF (que eu também
desconheço). E os satélites de órbita baixa? O problema é manter o foco enquanto o satélite percorre a órbita, alterando constantemente o ângulo de visada e a distância para o alvo. Neste caso, a "lente" de RF teria que ser variável. E teriam que haver vários satélites dedicados à tarefa, porque satélites de órbita baixa passam quase metade da órbita "invisíveis" para um determinado ponto do solo.
[ ]'s
J. R. Smolka

 


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