José Ribamar Smolka Ramos
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WirelessBrasil
Maio 2008 Índice Geral
07/05/08
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Original Message -----
From: J. R. Smolka
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, May 07, 2008
11:33 AM
Subject: Re: [wireless.br] Fw: Ajuda sobre redes IMS...
Boa Noite! Sou aluno do curso de Ciência da Computação da
Universidade do Triângulo (UNITRI), estou no último período
do curso e o meu tema de monografia é sobre as redes IMS (
comparação do IMS em diferentes tecnologia de acesso: DLS,
3G/UMTS WIMAX)... Estou precsinado muito da sua ajuda para
que posso concluir esse trabalho, com algumas informações,
como: gráficos, como é o serviço, se vai contiunar por muito
tempo, se tem alguma outra tecnologia para substituir, QoS,
Segurança, quantidade de aplicativos, base instalada,
tráfego, confiabilidade, custos,... Tudo sobre o ims em
diferentes tecnologias.
Não estou achando nada, nenhum artigo quem contenha esses
tipos de informação..
Peso humildemente a sua ajuda para que esse trabalho seja
realizado.
Acho que todo mundo já notou que perguntas deste tipo atiçam
a minha vontade de "dar pitacos" :-)
Primeiro: acho que o Adriano escolheu um bom tema para a sua
monografia. O IMS (IP multimedia subsystem) é uma - entre
tantas - das coisas mal compreendidas que surgem nas redes
de telecomunicações no processo de conversão para um
ambiente all-IP. Segundo: antes de entrar muito fundo no
desenvolvimento do assunto da monografia, é bom compreender
bem quais as motivações que levaram à existência de algo
como o IMS.
Para entender bem meu weltanschauung a respeito deste
assunto (não entendeu? Tente http://pt.wikipedia.org/wiki/Weltanschauung),
convém dar uma olhada no primeiro artigo da série VoIP
(http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/jose_smolka/voip/serie_voip_01.html),
que escrevi cerca de dois anos atrás, quando o Hélio lançou
a campanha "maio sobre IP". Na verdade ele vem me cutucando
para retomar o assunto. Confesso que estou tentado, mas não
vou fazer promessas agora :-)
Mas, vamos ao assunto... O IMS tem alguns aspectos do seu
funcionamento que tem a ver com o tipo (ou tipos) de rede de
acesso que o usuário está usando (ou tem possibilidade de se
conectar), mas este não é o motivo principal para a sua
existência. Ele é, acima de tudo, a resposta técnica que o
3GPP (3rd Generation Partnership Project) encontrou para
compatibilizar o modelo de negócios tradicional de telecom
com a evolução das redes para um modelo tecnológico all-IP -
que convencionou-se chamar de NGN (next-generation network).
Este modelo, que fica completo no release 8 das
especificações do 3GPP, é, em princípio, agnóstico para os
vários tipos de rede de acesso utilizados (HSPA, LTE, WiMAX,
xDSL, cable modem, etc.).
Porque isto foi necessário? Porque o modo como um usuário
interage com a rede para ter acesso a um serviço (aplicação)
é fundamentamente diferente nos casos telecom e Internet.
Em redes telecom, toda vez que um usuário solicita acesso a
um serviço ele deve passar, primeiro, por um admission
control. Em redes IP (estilo Internet), o estilo é baseado
no end-to-end principle: o usuário negocia as condições de
uso do serviço diretamente com o provedor (paradigma
client-server).
Se as NGNs fossem arquitetadas em torno do end-to-end
principle, as operadoras veriam toda sua infra-estrutura de
rede (acesso, backhaul e backbone) reduzida ao papel de dumb
pipes, ou - no máximo - idiot savant pipes (signigficado em
http://wordnet.princeton.edu/perl/webwn?s=idiot%20savant). E
todo o valor percebido pelo usuário estaria nas mãos da
Google e assemelhados. Este cenário é o fim da picada para
as operadoras de telecom.
Qual a alternativa, então? Criar um "ecossistema" que
ofereça aos desenvolvedores a possibilidade de facilmente
integrar suas aplicações para delivery através das redes de
telecom, especialmente naqueles aspectos que são peculiares
a elas (ex.: SMS). Neste modelo a operadora ainda oferece ao
desenvolvedor o valor adicionado de desobrigá-lo de manter
toda a estrutura de comercialização (especialmente o billing)
da sua aplicação, porque a operadora faz isto em nome dele -
por uma modesta quantia, claro :-)
Outro fator interessante em criar esta intermediação do
acesso às aplicações é manter, nas mãos da operadora, as
informações detalhadas sobre os hábitos de navegação dos
usuários. Porque? Ora, o mercado de publicidade vai mudar
muito no futuro próximo, e estes dados são críticos (e muito
valiosos) para permitir a montagem de campanhas
publicitárias mais focadas e personalizadas.
Só que a criação deste "ecossistema" tem de andar rápido,
senão perde o bonde da história. E isto depende de uma outra
criatura, ainda mais esotérica que o IMS, que atende pela
sigla SDP (service delivery platform). Mas isto é assunto
para outro post.
[ ]'s
J. R. Smolka