José Ribamar Smolka Ramos
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Maio 2009 Índice Geral
27/05/09
• O que é "efeito long tail" - Smolka comenta mensagem de Corbera
----- Original Message -----
From: J. R. Smolka
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, May 27, 2009 10:32 AM
Subject: RE: [wireless.br] O que é "efeito long tail" + O que é SEO (Search
Engine Optimization)
Oi Rodrigo,
Pessoalmente não sou muito fã do modelo "e-mail tripão", onde, depois da minha
mensagem, segue todo a (geralmente muito longa, e frequentemente desnecessária)
história passada desde a mensagem inicial até aqui. Mas este meu estilo de
quoting seletivo pode ser fonte de confusão (como parece ser o caso), então vou
ser mais convencional nesta mensagem.
Realmente eu não citei o link que está no início da sua mensagem. Estou sem
acesso agora ao texto dela, mas lembro-me que vc mencionou que o Hélio havia
pegado uma boa definição para o efeito long tail, e colocou um link. Eu segui
este link, e juro a vc que a página que aparecu não era do artigo da Teletime,
mas de um artigo (em português) explicando o efeito long tail e citando (sem
links) o artigo original do Chris Anderson na Wired.
Foi por causa disto que comentei daquela forma a sua mensagem. Posso não ter
percebido a referência ao artigo da Teletime (que, creio, é este aqui), portanto
desculpe-me.
Concordo com vc que, em um mercado onde a pirataria é dominante, falar em
rentabilização das aplicações fica complicado. Mas fico pensando... Até porque
este é um dos pontos que anda por trás das argumentações sobre a universalização
do STFC...
Porque o usuário prefere a cópia pirata da aplicação? Um argumento óbvio e
batido é dizer que ele não tem condição econômica. Mas será mesmo verdade?
Considerada a disponibilidade da infra-estrutura, o STFC já está universalizado,
porém (como já foi observado) o verdadeiro serviço de trelecomunicações
universal no Brasil de hoje é o celular pré-pago. Porquê é assim, se (mesmo
considerando a assinatura básica) o preço do minuto falado no STFC é menor que
no celular pré-pago?
Minha avaliação é que quase ninguém está considerando a percepção de valor do
ponto de vista do assinante das classes C, D e E. Para a maioria deles o
aparelho celular em si é percebido como mais valioso que o serviço (aplicações
ou chamadas de voz) que pode ser usufruido através dele.
Tenho visto pessoalmente diversos casos de pessoas que moram em condições,
digamos, sub-ótimas. Mas tem TV de 29", DVD player, forno de microondas... E
estas mesmas pessoas ficam procupadíssimas em não gastar um tostão além do
estritamente necessário com serviços de telecom. Eles "dão toque", chamam a
cobrar, etc. etc.
O mistério para rentabilizar este mercado passa, me parece, por novas formas de
capturar a percepção de valor destes assinantes.
[ ]'s
J. R. Smolka
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----- Original Message -----
From: Rodrigo Garcia Corbera
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, May 26, 2009 9:50 PM
Subject: RE: [wireless.br] O que é "efeito long tail" + O que é SEO (Search
Engine Optimization)
Olá Smolka,
Creio que falamos de coisas diferentes. Vc faz referência ao artigo do Chris
Andersen ao apontar a vantagem do long tail para o digital retailer.
Eu me referi ao artigo da TeleTime assinado pela Letícia Cordeiro sobre o
assunto comentado na entrevista dada pelo Carlos Camolesi da Pinuts Studius,
conforme escrito na primeira linha do meu e-mail (que por sinal não aparece
abaixo em sua mensagem...).
O Carlos fala sobre o mercado brasileiro, em especial aos desenvolvedores de
aplicações e às empresas que as encomendam, e esse é o foco de meus comentários.
Talvez essa seja a confusão/discordância a que você se refere abaixo.
O custo de desenvolvimento de aplicativos é alto, principalmente no que diz
respeito ao porting para diversos modelos de aparelhos e tecnologias. Por sinal,
esse é o negócio da Pinuts: fazer porting e desenvolvimento de aplicações.
O resultado do retorno financeiro para os desenvolvedores, no Brasil, para uma
estratégia long-tail é baixo, principalmente para aplicações sem apelo
Hollywoodiano, ou mesmo, sub-expostas em decks e app stores. Isso ocorre
principalmente pela falta de meios não tradicionais de venda dos mesmos (99,9%
dos aplicativos VENDIDOS o são feito por intermédio das operadoras). Portanto a
realidade tupiniquim é muito distante da de outros mercados (EUA/Europa/Ásia).
Além de que 70% dos aplicativos instalados em aparelhos celulares no Brasil são
de origem pirata, logo isso indica que a vasta maioria não quer pagar se quer um
centavo por um jogo, vídeo, imagem ou ringtone. Quem se arriscaria a,
literalmente, tentar a sorte ao custear desenvolvimento de uma vasta variedade
de aplicativos numa estratégia de long-tail em um mercado tão dilacerado?
Como o Carlos resalta o longtail no Brasil pode ser interessante para aplicações
fornecidas gratuitamente pois gozam do marketing boca-a-boca, porém como
indicado, o modelo de rentabilização é muito restrito.
Abraços,
Rodrigo Garcia Corbera.