José Ribamar Smolka Ramos
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Agosto 2010 Índice Geral
29/08/10
• Celulares a bordo - "Não subestimem a demanda de tráfego de dados"
Referências:
26/08/10
• Celulares
a bordo - "Sintonia" das antenas e "gaiolas de Faraday"
24/08/10
•
Celulares a
bordo - Explicações técnicas
de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br, celld-group@yahoogrupos.com.br
data 30 de agosto de 2010 15:11
assunto [wireless.br] Celulares voadores
Oi pessoal,
Tudo entendido, fiquei apenas com uma proverbial "pulga" atrás da orelha. O
Emanuel disse que: "concordo que edge nao seja lá
grande coisa. mas os aviões também oferecem wi-fi". E o R. A. Martins
falou: "a informação de voz e dados de baixa capacidade
exigirá de pronto um canal apenas estreito".
Sendo oferecido serviço de dados WiFi ou alguma versão celular decente (HSPA,
pelo menos) isto não muda o fato que o backhaul via satélite tem que ser
dimensionado para a demanda esperada do serviço. A questão é: que demanda seria
esta? Vou abstrair, por enquanto, a discussão da elasticidade da demanda em
relação ao preço do serviço.
A segunda frase me parece o erro clássico cometido pelos planejadores das redes
3G no mundo afora (e aqui também). Imaginou-se que a demanda por serviços de
dados seria pequena porque a demanda no EDGE era pequena. Só que não é bem
assim. Quem tivesse tido a oportunidade (eu tive) de olhar os perfis de tráfego
de dados em redes CDMA 2000 1xRTT e EV-DO saberia que não era assim. E, nesta
época, ainda não haviam smartphones nem iPads.
Onde todos erraram foi em subestimar grosseiramente a banda necessária para o
backhaul dos Node-Bs. Quando viram o tamanho do CapEx necessário para atualizar
e capacitar corretamente o backhaul o jeito foi tentar soluções paliativas. Daí
todo este nhen nhen nhen de limitação da banda máxima por usuário,
bandwidth throttling de tráfegos indesejáveis, etc. etc.
Então, seja lá quem for que estiver planejando a capacidade deste serviço,
cuidado para não repetir o erro! Não subestimem a demanda de tráfego de dados,
porque ela existirá, e não será pequena. Existe até mesmo a chance de, neste
público em particular, o tráfego de dados superar em muito o tráfego de voz.
[ ]'s
J. R. Smolka
----------------------
de Rubens Kuhl <rubensk@gmail.com>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
cc celld-group@yahoogrupos.com.br
data 30 de agosto de 2010 16:15
assunto Re: [wireless.br] Celulares voadores
> Onde todos erraram foi em subestimar grosseiramente a
banda necessária para o backhaul dos Node-Bs. Quando viram o tamanho do CapEx
necessário para atualizar e capacitar corretamente o backhaul o jeito foi tentar
soluções paliativas. Daí todo este nhen nhen nhen de limitação da banda máxima
por usuário, bandwidth throttling de tráfegos indesejáveis, etc. etc.
>
> Então, seja lá quem for que estiver planejando a capacidade deste serviço,
cuidado para não repetir o erro! Não subestimem a demanda de tráfego de dados,
porque ela existirá, e não será pequena. Existe até mesmo a chance de, neste
público em particular, o tráfego de dados superar em muito o tráfego de voz.
Smolka e grupos,
Em um evento de LTE este ano em que fiz uma palestra, notei um quase consenso
entre os operadores lá presentes de levar fibra apagada até as ERBs. Assim,
tenho a sensação de que esse problema de capacitação do back-haul deixará de
existir... não sera nem já nem ano que vem, mas deixará.
O que nos deixa de volta à limitação mais natural do mundo wireless, a interface
aérea.
Rubens Kühl
rubensk@rubensk.net
---------------------------------
de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 30 de agosto de 2010 21:58
assunto Re: [wireless.br] Celulares voadores
Em 30/08/2010 16:15, Rubens Kuhl escreveu:
> Smolka e grupos,
> Em um evento de LTE este ano em que fiz uma palestra, notei um quase consenso
entre os operadores lá presentes de levar fibra apagada até as ERBs. Assim,
tenho a sensação de que esse problema de capacitação do back-haul deixará de
existir... não sera nem já nem ano que vem, mas deixará
Oi Rubens,
Sem dúvida, a solução para os problemas de capacidade será com o uso de fibra,
onde isto for possível, ou packet radios onde não der. Metro Ethernet deve
passar a ser a tecnologia dominante do backhaul, com o tráfego TDM legado
suportado via pseudo-wires, e sincronismo baseado no protocolo PTPv2 (IEEE
1588-2008). A única dúvida que eu tenho é se a tecnologia de packet-optical
transport vai baratear o suficiente para descer até o estrato de concentração da
rede (hoje este é o reino do MPLS), ou vai ficar confinada ao backbone DWDM.
Dois fatores principais para definir o ritmo de cada operadora no processo de
transição: como espera-se que ocorra a transição de tráfego entre redes legadas
e novas redes (GSM/GPRS/EDGE --> UMTS/HSPA/HSPA+ --> LTE), considerando as
estratégias de incentivo (ou não) à migração e o comportamento vegetativo do
parque; e qual o tamanho do CapEx que pode ser alavancado para este processo.
> O que nos deixa de volta à limitação mais natural do
mundo wireless, a interface aérea.
É... Todo um novo conjunto de problemas aqui. Mas eu não me preocupo muito com a
capacidade (desde que o RF planning seja decente - mais CapEx), e sim com as
idiossincrasias do 3GPP para conviver com outros modelos de suporte a, por
exemplo, QoS e multicasting.
[ ]'s
J. R. Smolka