José Ribamar Smolka Ramos
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Outubro 2010               Índice Geral


01/10/10

• José Smolka comenta mensagem de Flávia Lefèvre: "Finalmente...Definiram o Backhaul"

de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br, Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 1 de outubro de 2010 10:24
assunto Re: [wireless.br] Msg de Flávia Lefèvre: Finalmente...Definiram o Backhaul

Pessoal,

Concordo com a Dra. Flávia que a nova definição é melhor (muito melhor) que a anterior, porém... (sempre tem um porém)

Por partes:

a Telebrás diz que o backhaul "realiza a distribuição da capacidade de trânsito de dados aos municípios vizinhos ao backbone" e "poderá ser de dois tipos: rádio enlace, usando rádios ponto-a-ponto de alta velocidade, ou óptica em anéis metropolitanos para atendimento a grandes cidades e capitais".

A primeira parte da definição está corretíssima. Já a segunda poderia ser simplesmente omitida, porque faz um elenco (incompleto) das tecnologias usadas no backhaul e abre a possibilidade de eliminar novas opções tecnológicas, mesmo que adequadas para a solução do problema, por não estarem elencadas. Podiam ter ido dormir sem essa.

Essa história está ficando muuuito interessante! Primeiro a Telefonica defende publicamente, na audiência pública do PGMU III, que o backhaul é suporte do serviço de comunicação de dados. E agora a Telebrás confirma.

E ninguém nunca disse nada diferente! Basta repassar as primeiras mensagens trocadas aqui nos grupos, quando ainda rolava a pergunta do que é, afinal, esse tal de backhaul? Que dará para ver que, sempre, foi dito que esta parte da rede serve, sim, de suporte a serviços de comunicação de dados, e já era assim dede a época pré-privatização.

Sendo assim, como se pode admitir como meta de universalização do STFC a implantação de uma rede que não servirá de suporte para este serviço?

E aqui a beleza da falácia desta argumentação. O backhaul suporta serviços de dados? Sim. O trânsito de dados de voz e sinalização do STFC (porque estes, quando chegam ao backhaul, usado para interconexão de centrais e dos PTS SS7, já estão todos digitalizados) também é suportado por este mesmo backhaul! Não são estruturas separadas. Apenas existe alocação lógica, administrativa, de mais capacidade de transporte para um ou outro tipo de tráfego.

Quando isto começou a ser feito (repito, desde muito antes da privatização) o principal "cliente" da capacidade de trânsito do backhaul e do backbone era o hoje chamado STFC, e a comunicação de dados (então, basicamente, redes X.25 e circuitos alocados para serviços LPCD) usava penas a capacidade residual. Hoje, principalmente devido aos serviços de acesso à Internet em banda larga, a situação está se invertendo, com a capacidade de trânsito alocada à comunicação de dados começando a superar a do STFC. E esta é uma tendência que, dificilmente, irá se reverter.

O que não quer dizer que as pessoas deixarão de se falar ao telefone (fixo ou móvel). Apenas aquele tão familiar aparelho estará usando uma tecnologia orientada a pacotes fim a fim, e não mais a comutação de circuitos que caracteriza o STFC tradicional. E é por este motivo que eu defendo a remodelação urgente do marco regulatório.

[ ]'s

J. R. Smolka

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30/09/10

• Msg de Flávia Lefèvre: Finalmente...Definiram o Backhaul + Comentário de José Smolka

Blog da Flávia Lefèvre

de    Flávia Lefèvre <flavialefevre@yahoo.com.br>
para    Comunidade WirelessBRASIL
data    30 de setembro de 2010 18:36
assunto    FINALMENTE ... DEFINIRAM O BACKHAUL
   
Olá Grupos

Finalmente definiram o backhaul. A Telebrás, ao licitar a compra de elementos de rede para implementar o Plano Nacional de Banda Larga, deixou claro o que a ANATEL ilegalmente deixou de fazer por mais de dois anos, desde a edição do Decreto 6.424/2008, por meio do qual as metas de universalização foram alteradas, trocando-se os Postos de Serviços de Telecomunicações - PSTs para backhaul.

Vejam esta matéria do Teletime, transcrita mais abaixo:
[30/09/10]   Telebrás estabelece conceito técnico do backhaul

O Decreto 6.424/2008 diz que backhaul é "infraestrutura de rede de suporte do STFC para conexão em banda larga, interligando as redes de acesso ao backbone da operadora".

Mas a Telebrás diz que o backhaul  "realiza a distribuição da capacidade de trânsito de dados aos municípios vizinhos ao backbone" e "poderá ser de dois tipos: rádio enlace, usando rádios ponto-a-ponto de alta velocidade, ou óptica em anéis metropolitanos para atendimento a grandes cidades e capitais".

Essa história está ficando muuuito interessante! Primeiro a Telefonica defende publicamente, na audiência pública do PGMU III, que o backhaul é suporte do serviço de comunicação de dados. E agora a Telebrás confirma.

Sendo assim, como se pode admitir como meta de universalização do STFC a implantação de uma rede que não servirá de suporte para este serviço?

Gosto de repetir a transcrição da doutrina do Marçal Justen Filho sobre modicidade tarifária:

“A modicidade tarifária significa a menor tarifa possível, em vista dos custos necessários à oferta do serviço. A  modicidade tarifária pode afetar a própria decisão quanto à  concepção do serviço público.
Não terá cabimento conceber um serviço tão sofisticado que  o custo torne inviável aos usuários fruir dos serviços”.
(Curso de Direito Administrativo, Editora Saraiva, São Paulo,  2005 pág. 491/492)

É deste princípio que deflui a ilegalidade do Decreto  6.424/2008, bem como do que estabelecem os arts. 63, 64, 85, 86 de 103, § 2°, da LGT.

Abraço a todos.
Flávia Lefèvre

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Fonte: Teletime
[30/09/10]   Telebrás estabelece conceito técnico do backhaul

A Telebrás divulgou nesta quinta-feira, 30, três termos de referência que balizarão a compra dos equipamentos para a construção da rede pública de telecomunicações do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Uma grande inovação presente nos termos é o estabelecimento de uma definição técnica para o backhaul. Desde que o termo surgiu na regulamentação do setor de telecomunicações brasileiro, com o decreto presidencial de 2008 que incluiu a expansão dessa rede como meta de universalização, as autoridades do setor jamais fixaram um parâmetro mínino sobre quais equipamentos compõem o famoso backhaul.

A Telebrás, então, fez sua interpretação do que pretende comprar para construir essa infraestrutura. Pela definição da estatal, o backhaul "realiza a distribuição da capacidade de trânsito de dados aos municípios vizinhos ao backbone" e "poderá ser de dois tipos: rádio enlace, usando rádios ponto-a-ponto de alta velocidade, ou óptica em anéis metropolitanos para atendimento a grandes cidades e capitais".

O conceito técnico estabelecido pela estatal, como se pode notar, não discrimina claramente qual será o parâmetro para que se considere um link "de alta velocidade". Ainda assim, a descrição é um avanço em comparação com a definição pré-estabelecida no decreto nº 6.424/2008, onde o backhaul é descrito apenas como a "infraestrutura de rede de suporte do STFC para conexão em banda larga, interligando as redes de acesso ao backbone da operadora".


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