José Ribamar Smolka Ramos
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Outubro 2010 Índice Geral
02/10/10
• Troca de mensagens entre Flávia Lefèvre e José Smolka sobre o tema: "Finalmente...Definiram o Backhaul"
Ref:
01/10/10
•
José Smolka
comenta mensagem de Flávia Lefèvre: "Finalmente...Definiram o Backhaul"
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de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para
wirelessbr@yahoogrupos.com.br,
Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 2 de outubro de 2010 09:55
assunto Re: [wireless.br] Msg de Flávia Lefèvre: Finalmente...Definiram o
Backhaul
Em 01/10/2010 18:26, flavialefevre escreveu:
> Oi, Smolka
Oi Flávia.
> Só quero te fazer três perguntas:
Tudo bem, mas como discutir com advogados é sempre um pouco complicado, faço
logo um disclaimer: respondo seus questionamentos apenas de um ponto de vista
técnico e de negócio. Não faço ilações sobre a adequação ou não de qualquer
prática comercial ou regulatória ao framework legal em vigor ou se isto suporta
ou não qualquer argumentação (pró ou contra) em qualquer ação judicial em curso.
Dito isto, vamos lá...
> a) os PSTs ou esse backhaul das metas de universalização
do PGMU II (Decreto 6.424/2008) são ESSENCIAIS para a prestação da telefonia
fixa?
Os PSTs existem, creio eu, para permitir que a população tenha acesso a serviços
de comunicação mesmo onde a teledensidade seja muito pequena. Eu os vejo como um
híbrido entre o antigo posto telefônico e uma LAN house. Mas não me meto na
validade (ou não) da troca deles por mais capacidade de backhaul nas obrigações
de universalização do PGMU. Quanto ao backhaul, com certeza ele é necessário
para que o tráfego STFC da localidade seja escoado. Que proporção da capacidade
total deste backhaul será alocada para transporte do tráfego do STFC é, acho eu,
uma situação caso a caso.
> b) se são, por que já não constaram do primeiro PGMU?
Não faço idéia. Uma suspeita, porém: quem escreve estes documentos ainda tem a
mentalidade presa demais aos conceitos tradicionais de telefonia fixa. Estão
acordando para a nova realidade, mas aos poucos, e nem sempre com coerência.
> c) se as centrais telefônicas estão diminuindo, assim
como o número de orelhões e de acessos de telefonia fixa contratados e toda a
infraestrutura essencial para o STFC já foi instalada até dezembro de 2005, para
que novas metas que não são essenciais, que, de fato, estão justificando o alto
valor da assinatura básica?
Talvez a pergunta real seja outra. Se o modo tradicional de fazer telefonia está
diminuindo (os minutos totais de voz do STFC caem ano a ano), se a população
achou por bem preferir ter um "orelhão pessoal" na forma de um celular pré-pago,
e se o que realmente é estratégico em termos de universalização não é mais o que
usualmente conhecíamos como STFC, será que já não passou da hora de por o pé no
chão e redefinirmos os serviços de telecom (inclusive aqueles que antes eram
excluídos da conversa por serem "comunicação de dados" ou "radiodifusão" ou "TV
por assinatura") e entramos finalmente no caminho onde poderemos dar ao STFC o
benefício da
ortotanásia?
> A Telebras está fazendo implantação de backhaul por
causa do PNBL e não para prestar STFC; para isso as concessionárias já tem
infraestrutura.
Não vou entrar nesse "samba do ideólogo doido" (pedindo licença ao
Stanislaw Ponte Preta
pela parodia) que se tornou o PNBL e a ressureição da Telebrás. O que eu posso
dizer é que a Telebrás está no negócio de vender capacidade de trânsito no
atacado. Se vai fazer sentido alguma (ou todas) as concessionárias de serviços
de telecom serem clientes dela em algum momento depende dos planos de negócio de
cada um. Como não sei quais são estes planos, nem como a Telebrás pretende se
comportar na aceitação ou não de clientes, então... De um ponto de vista
puramente técnico, porém, nada impede que as concessionárias venham a usar a
Telebrás como complemento das suas necessidades de backbone/backhaul, qualquer
que seja o mix de serviços oferecidos (STFC incluído).
> Ou, outra pergunta: você acha que precisamos de mais
infraestrutura para o serviço de voz na telefonia fixa?
Acho que precisamos de mais infraestrutura para
transporte de dados no Brasil, especialmente no interior das regiões norte e
nordeste. Se estes bits virão da telefonia fixa convencional (STFC), VoIP,
acesso à Internet em banda larga (fixo ou móvel), distribuição de sinal de TV ou
o que quer que seja, não importa. Como já disse antes, o STFC, em particular,
tem um prognóstico sombrio quanto à sua sobrevivência na forma atual. Mas ainda
vai levar alguns anos para desaparecer completamente (veja o exemplo da
telefonia celular analógica).
[ ]'s
J. R. Smolka
P.S.: Não creio que você precise dos links explicativos que coloquei no texto.
Fiz isso em benefício dos demais leitores.