José Ribamar Smolka Ramos
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Agosto 2014               Índice Geral


06/08/14

• Comentário sobre a notícia que informa a "oferta da Telefónica para compra da GVT"

Referência:
Leia na Fonte: Exame
[05/08/14]  Oferta da Telefónica inclui aumento de capital no Brasil - por Fernando Nakagawa

Para: Celld-group@yahoogrupos.com.br
data: 5 de agosto de 2014

Como um dos profetas menores do cenário de telecom no Brasil, acho que posso me orgulhar de acertar de vez em quando. Vou lembrar dois casos, um deles justamente ligado à notícia que você pediu para comentar.

No passado, e quem quiser pode pesquisar nos arquivos do site Wireless Brasil (alô Hélio, tá faltando ali uma ferramenta de busca!) eu disse que achava a antiga redação do artigo 86 da LGT, que restringia as concessionárias a prestar um único serviço de telecom, uma besteira, e que isto devia ser mudado. Bom, ele foi mudado na direção que eu propunha (embora pelos motivos errados) pela Lei 12.485 de 12/09/2011.

Por conta desta mesma discussão em torno da versão antiga do artigo 86 da LGT eu me lembro de ter dito que eu achava que, no futuro, o Brasil teria somente três ou quatro grandes grupos na área de telecom, todos operando nacionalmente e oferecendo todos os serviços fixos e móveis aos seus assinantes.

Este movimento anunciado agora, para mim, é apenas mais um passo na consolidação deste cenário que previ. Até agora despontam como candidatos a ocupar aquelas posições a Oi/PT, o grupo America Movil, e, mais claramente ainda caso a aquisição da GVT se concretize, a Telefônica Vivo. Destes três, quem tem a infraestrutura mais equilibrada, em função da herança do antigo sistema Telebrás que incorporou, é a Oi. A América Móvil, principalmente por causa do legado de presença nacional da Embratel, e pela aquisição da Net, também tem uma certa vantagem neste cenário. A Telefônica Vivo tem um dilema: presença forte de serviços fixos em São Paulo, mas pouca presença, e nenhuma rede de acesso (exceto celular), fora de lá. A aquisição da GVT cobre exatamente esta lacuna, e posiciona a Telefônica Vivo como competidor nacional sério da Oi/PT em serviços fixos, coisa que a GVT, por falta de fôlego/disposição do seu controlador (Vivendi) ameaçou mas ficou no meio do caminho. Eu não me surpreenderia se a Telefônica Vivo também fosse às compras na área de TV a cabo, com alvo principalmente naquelas operadoras que já tenham começado a colocar PON na last mile.

Haveria espaço para um quarto grupo? A grande incógnita é o que acontece com a TIM. Ou ela encontra uma forma de expandir suas operações para além da telefonia e Internet móveis, ou ficará fragilizada e vulnerável a ofertas de aquisição, amistosas ou hostis. O problema é que as oportunidades de crescimento via incorporação de outras empresas praticamente se esgotou, então só resta o caminho de expansão via construção de redes. Eles teriam o fôlego financeiro para esta empreitada? E se aparecesse um interessado em ser o novo controlador da TIM Brasil (norte-americano? asiático?), com vontade de agredir o mercado e financiamento à altura? Vamos ter que esperar para ver.

I hate to say I've told you so.

[ ]'s
J. R. Smolka

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Leia na Fonte: Exame
[05/08/14]  Oferta da Telefónica inclui aumento de capital no Brasil - por Fernando Nakagawa

Além de dinheiro, seriam entregues ações aos controladores da GVT; isso daria ao grupo francês Vivendi 12% da resultante da combinação entre Vivo e GVT
Segundo proposta, oferta de compra da GVT pela Telefónica soma R$ 20,1 bilhões

Londres - Se aceita, a proposta de compra da GVT feita pela Telefónica será paga com o aumento de capital da Telefónica Brasil, dona da Vivo, e da Telefónica Espanha.

A informação consta de comunicado do grupo espanhol enviado ao mercado nesta terça-feira, 05. No negócio, além do pagamento em dinheiro, seriam entregues ações aos controladores da GVT, o que daria ao grupo francês 12% da empresa resultante de eventual combinação entre a Vivo e a GVT.

"A transação se financiaria através de ampliações de capital tanto da Telefónica Brasil, como da Telefónica S.A. Esta última operação seria destinada a cobrir o desembolso por parte proporcional correspondente à participação de 74% que a Telefónica S.A. mantém na sua filial brasileira", informa o comunicado do grupo espanhol.

Segundo a proposta detalhada hoje, a oferta de compra da GVT soma R$ 20,1 bilhões (aproximadamente 6,7 bilhões de euros). A maior parte desse montante - R$ 11,962 bilhões, que representam cerca de 60% do valor - seria paga em dinheiro ao grupo francês Vivendi.

Haveria, ainda, a entrega de ações da Vivo em montante equivalente aos 40% restantes da proposta. Dessa forma, se a transação for concluída, o grupo francês Vivendi passaria a ser dono de 12% da combinação entre a Vivo e a GVT.
Além disso, a Telefónica deu a oportunidade à Vivendi de adquirir a participação que o grupo espanhol mantém na Telecom Italia, dona da TIM no Brasil.

Seriam oferecidas até 1,11 bilhão de ações ordinárias da Telecom Italia que representam 8,3% do capital com direito a voto da operadora italiana. Esse negócio seria realizado após o fechamento da transação entre a Vivo e a GVT. A proposta expira em 3 de setembro.


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