José Ribamar Smolka Ramos
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Junho 2014 Índice Geral
26/06/14
• Mensagem de José Smolka: "Vale a pena
continuar brigando por TUPs?"
Pessoal
Esta notícia veiculada pelo TeleSintese não me surpreende, dado o lead:
Proteste rejeita plano da Anatel para reduzir numero de orelhões no país.
Cabe a pergunta: ainda vale a pena continuar brigando por TUPs e incluí-los nas
metas de qualidade, universalização ou o que quer que seja? Em minha humilde
opinião: não.
A telefonia fixa convencional é um serviço que está enfrentando dificuldades no
mundo inteiro. Para rentabilizar a malha de acesso fixa (cobre, coaxial ou
fibra), é necessário que múltiplos serviços se utilizem daquele suporte. Caso
contrário aquela infraestrutura não se paga. Ponto.
Para o bem ou para o mal (aposto que, na visão dos tovarishchi da
Proteste, é para o mal) a disseminação e popularização do serviço de telefonia
móvel, especialmente na sua versão pré-paga, matou a demanda reprimida que
existia pelo STFC. Eu até peço a vocês que façam uma pequena pesquisa de campo:
perguntem a seus amigos, conhecidos, amigos dos seus amigos, colegas, etc.,
quando foi a última vez que eles estiveram em uma situação onde um TUP seria a
solução. Aproveitem, e estendam a pesquisa às suas empregadas domésticas, aos
porteiros e serventes dos condomínios onde moram, aos atendentes das lojas onde
fazem compras, aos garçons que os atendem nos restaurantes e lanchonetes, e até
mesmo aos catadores que separam material reciclável no lixo. Dá na mesma: estas
ocasiões são raras, e bem espaçadas no tempo.
Sejamos realistas: o TUP, como o conhecíamos, muór-reu.
Mais curioso ainda, para mim, é o subtítulo da matéria: "Queda na procura e no
faturamento dos TUPs se deve a negligência da agência reguladora, que deveria
propor novos usos para aparelhos, como oferta de conexões WiFi, diz coordenadora
da associação."
Na boa: WiFi público é um produto muito diferente de TUP. Se a Proteste acha que
um serviço de acesso WiFi público é desejável (e talvez seja, mas, também,
talvez já exista na prática) seja honesta e não misture as coisas indevidamente.
O serviço TUP morreu. Que descanse em paz.
[ ]'s
J. R. Smolka
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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[24/06/14]
Proteste rejeita plano da Anatel para reduzir número de orelhões no país -
por Rafael Bucco
Queda na procura e no faturamento dos TUPs se deve a negligência da agência
reguladora, que deveria propor novos usos para aparelhos, como oferta de
conexões WiFi, diz coordenadora da associação.
A coordenadora institucional da Proteste, associação de consumidores, Maria Inês
Dulci, diz que a organização vai trabalhar para que a Anatel retire do próximo
PGMU – STFC (2016-2020) a
proposta
de redução do número de orelhões instalados no país em troca de construção
de infraestrutura em fibra óptica.
Segundo ela, os terminais de uso público (TUPs) foram negligenciados por agência
e operadoras nos últimos anos. “Por isso houve queda na procura e no
faturamento. Está havendo descumprimento, pelo Estado, das obrigações
estabelecidas na Constituição Federal e no Código de Defesa do Consumidor”, diz.
A Proteste, inclusive, defende aumento na instalação de TUPs, obedecendo cotas
de terminais adaptados para deficientes, e em locais públicos, como escolas e
hospitais. “Entendemos que é responsabilidade das concessionárias fazer isso,
independentemente de cobranças”, diz.
A queda na procura dos terminais públicos poderia ser revertida com oferta de
outros serviços, como conexão de dados, sugere. “O Brasil deveria seguir o
exemplo de Nova York, que passou a oferecer WiFi pelos orelhões”, observa.
O PGMU que vai vigorar no próximo quinquênio será colocado em breve em consulta
pública pela Anatel, quando poderá receber comentários por 180 dias. A agência
pretende realizar, também, audiências públicas, em diferentes cidades, para
dialogar com empresas e população. A agência também aprovou, na última
quarta-feira (18), adoção de novos serviços nos TUPs, como chamadas precedidas
por publicidade.