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Seção
Cell Planning
|
Nota do Coordenador
da ComUnidade
WirelessBrasil:
Algumas mensagens da Maria Melo veiculadas nos Grupos Wirelessbr e
Celld-group são verdadeiros "artigos", frutos do seu
conhecimento, experiência e de muita pesquisa.
São escritas de modo informal, sem maiores pretensões a não ser a de compartilhar conhecimentos.
Verdadeiras preciosidades. Obrigado, Maria! Helio Rosa
A
GRANDE FAMÍLIA CDMA
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, February 05, 2003 6:52 PM
Subject: Re: [wireless.br] "Grande_Família"_CDMA
Olá, Wirelessbr
Esta é a primeira tentativa de esclarecimento das solicitações do Hélio, em um "formato para gente" e não para os estudiosos da interface aérea... Digo primeira tentativa porque sei que dúvidas podem surgir da explicação desta sopa de letrinhas.
A Grande Família CDMA... São mais de 136 milhões de assinantes... O CDMA é uma tecnologia de acesso para a interface entre o terminal do usuário (celular, PDA, placa PCMCIA, etc) e a ERB - Estação de Rádio Base, também denominada de interface rádio ou interface aérea, ou ainda RF.
A Família do CDMA começou sua operação comercial em 1995/96 - Hong Kong.
O padrão que define esta tecnologia, basicamente projetada para transmissão de voz a 9.6kbps é o IS-95 (publicado em 1992) e melhorado com a Revisão A (IS-95-A, de 1995), que é implementada em mais de 230 redes no mundo (2G).
Sobre ele, foram construídos vários "remendos".
Por exemplo a Norma TSB 74 permitiu ao assinante uma considerável melhoria da qualidade de voz ao introduzir codificação de voz mais precisa, a 14,4kbps.
Ainda foram adicionados os standards para SMS (IS-637-A), transmissão de dados "circuit data" (IS-99) e dados em pacotes, na primeira versão do IS-707. Tudo isto, com taxa máxima de 14.4kbps (um luxo!) em uma largura de banda da portadora CDMA de 1.23MHz.
Para superar as limitações de 14.4kbps surgiu um "filhote semimorto" do IS-95-A, o IS-95-B (implementado apenas na Coréia, Japão, e Israel), que permitiria chegar a 115,2kbps com o custo de que cada usuário de dados a alta taxa iria tomar aproximadamente 10 canais de voz do IS-95-A.
Esta limitação fez com que se chegasse a um outro "filhote" do IS-95, que era o IS-95-C.
Este, por sua vez, nem chegou a ser publicado em revisão definitiva, morrendo antes de nascer.
Porém, os conceitos de modulação QPSK para espalhamento espectral, codificação de canal com capacidade de proteção contra erros de RF com maior precisão (os Turbo Codes) para transmissão de dados, deram origem a um documento que foi submetido ao ITU (International Telecomunication Union, órgão mundial que especificou os requerimentos de um sistema 3G)
Este documento é o TR45.5 RTT IMT 2000 Candidade Proposal (esta "siglinha" do final é familiar? Lembrem 1xRTT... RTT = Radio Transmission Technology).
E o que aconteceu?
O IMT 2000, que inicialmente visava definir um único padrão de terceira geração para a telefonia celular (acho que vai ficar para a próxima geração...) recebeu 9 propostas candidatas, das quais 4 eram baseadas em tecnologias CDMA na interface aérea.
- uma proposta americana (A TR45.5 mencionada acima, feita pelo mesmo grupo que padronizou o CDMA 2G),
- uma Européia, denominada UTRA (com banda de 5MHz para a portadora, que por ser bem mais larga que os 1.23MHz, foi denominada de Wideband CDMA ou WCDMA),
- uma coreana (que se juntou com a Americana) e
- uma Japonesa (que se juntou com a Européia e virou o FOMA da NTT DoCoMo. Esta implementação japonesa é um subconjunto modificado da tecnologia Européia e é o que é denominado na literatura de WCDMA).
Dizia a especificação do IMT 2000 que, para ser considerado um sistema de terceira geração, as seguintes premissas teriam que ser todas atendidas (ao todo são aproximadamente 14 premissas, mas há algumas que não se relacionam com o problema principal que é transmitir dados em alta velocidade):
1) Taxa de transmissão de dados máxima em ambiente móvel veicular de 144kbps.
2) Taxa de transmissão de dados máxima em ambiente móvel pedestre (eu não consegui uma tradução melhor para pedestrian) de 384kbps
3) Taxa de transmissão de dados para usuários celulares fixos de 2Mbps.
Em 1997, o ITU recebeu as propostas candidatas e homologou (em 2000) as duas tecnologias UTRA/UMTS e a TR45.5 RTT.
Homenageando o ano de sua homologação (após muitas revisões), o padrão TR45.5 RTT (proveniente do IS-95-C) passou a ser denominado cdma2000, pois o nome é bem mais amigável, e escreve-se em letras minúsculas.
Originalmente, este padrão possuía duas implementações,
- uma baseada em uma tecnologia semelhante à européia (com portadora de 4MHZ) e
- outra onde as taxas de dados mais altas eram obtidas através do uso de múltiplos canais de 1.23MHz.
Esta tecnologia, denominada MC-CDMA (multicarrier CDMA) permitiria uma migração suave para as operadoras de IS-95 (que mudou de nome para cdmaOne).
O MC-CDMA foi especificado pelo órgão americano em 2000, e o padrão (ex IS-95-C) recebeu a numeração especial IS-2000. A primeira abordagem (única portadora de banda larga morreu!), ficando apenas o padrão IS-2000.
Este padrão, por sua vez, para baratear os custos de implantação para as operadoras, seria desenvolvido em duas fases:
- a primeira com uma portadora, permitindo velocidades teóricas brutas de dados de até 614.4kbps (para os que entendem: Radio Configuration 4 no Downlink e 2 Supplemental Channels) e
- uma segunda fase onde a velocidade de dados seria aproximadamente 3.5 vezes este valor, onde o IMT 2000 seria atendido através da transmissão do sinal de um usuário em três portadoras.
Esta primeira fase foi denominada cdma2000 1xRTT (abreviada pela mídia para 1xRTT) pois seria implementada com uma portadora IS-2000 apenas e a segunda fase, cdma2000 3xRTT devido às três portadoras.
Este desdobramento foi modificado pelo fato da Qualcomm estar testando e desenvolvendo um padrão novo de CDMA, proprietário, em uma banda de 1.23MHz, denominado de CDMA HDR (High Data Rates) para transmissão de dados (voz não seria suportado).
Este padrão, através de técnicas de modulação e codificação, é capaz de alcançar taxas de 2.4Mbps, em ambiente fixo.
Então a galera do TR45.5 pensou: "Epa! Por que fazer com 3 portadoras, ocupando o espectro das operadoras ? A Qualcomm está fazendo com uma!".
Darwinismo digital: morre o 3xRTT, nasce o padrão (público) IS-856, mais conhecido como cdma2000 1xEVDO (abreviado para EVDO). Onde o EV significa Evolution e o DO Data Only...
Sendo bem práticos, hoje, existe funcionando em operação comercial sistemas cdma2000 1xRTT com taxas de transmissão de dados brutas de 307.2kbps e alguns sistemas cdma2000 1xEVDO. (PS: Caso alguém tenha algo mais novo, por favor: Sinta-se a vontade para agregar!).
E os Europeus e Japoneses? Acho que vão ficar em um outro e-mail, já estou sem conseguir lembrar direito, terei que consultar os universitários... (www.itu.int, www.etsi.fr, www.3gpp.org)
Eu espero que vocês tenham entendido e que se sintam a vontade para fazer seus comentários.
Boa noite,
Maria Luiza.
----- Original Message -----
Sent: Tuesday, May 06, 2003
12:07 PM
Subject: Novo!
Sobre segurança, códigos, escutas e autenticação...
O que é uma rede segura?
Uma rede segura é aquela onde o usuário é quem diz ser (autêntico), que as informações do usuários são entendidas apenas pelo destino correto (segura) sem escutas (privacidade), e que a informação transmitida é exatamente a mesma que a recebida (confiável).
Autenticação
Em redes celulares, a autenticação é relacionada com a clonagem dos aparelhos.
Além da identidade do terminal móvel na interface aérea (IMSI, MIN, TMSI, etc) e do número serial do aparelho (ESN) existem outras informações guardadas pelos terminais e pelos centros de autenticação AuC (maioria localizados no HLR) atualizadas de maneira dinâmica e que não são acessíveis para quem manipula os aparelhos. O algoritmo de autenticação dos sistemas CDMA e GSM é o mesmo, variam alguns parâmetros, mas a ETSI torna obrigatório que todos os fabricantes de elemento de rede e de terminais GSM/GPRS tenham a autenticação, cabendo a operadora utilizá-la ou não. Por que não utilizar? Pura performance! A autenticação torna o processamento de chamadas um pouco mais lento e isto pode influenciar negativamente os índices de desempenho da operadora. O resto é lucro.
Confiabilidade
A confiabilidade da informação é fornecida garantindo-se detecção e correção de erros e para isto existem dezenas de milhares de códigos conhecidos, cada qual com sua aplicação.
Qual o melhor código para um sistema? Depende!
Segundo Claude Shannon (1949/1950), para a máxima taxa de transmissão de um canal a transmissão sem erro é sempre possível, mas esta dependerá da complexidade computacional.
Resumindo ao básico, a complexidade computacional pode ser mapeada diretamente no tempo esperado para a resposta do decodificador. Se é possível espera, é possível corrigir-se mais erros e a informação é mais precisa.
Os serviços em tempo real (voz, videoconferência), não suportam este tipo de decodificação lenta e perfeccionista.
Todos os sistemas celulares utilizam a codificação convolucional com decodificação de Viterbi (o mesmo cara que "inventou o CDMA", junto com o Jacobs, CEO da Qualcomm) para voz. Variam um pouco os parâmetros de cada codificador e decodificador.
Aqueles abomináveis picotes que ouvimos ao falar no celular ocorrem quando o número de erros de transmissão excede a capacidade do código. Todo código tem um limite de correção de erros.
Além dos códigos convolucionais, todos os sistemas celulares utilizam uma maneira de detectar erros adicionais que é através da verificação de consistência, os chamados códigos CRC onde os mais simples são os códigos de verificação de paridade.
A regra é a seguinte, se houver erro detectado, apaga-se um pedaço da informação (voz), e aí vem o picote de voz. Os CRC tem uma capacidade de detecção e podem ocorrer erros que este código não detecte. Estes erros causam distorções na voz, como o famoso efeito de "falar de boca cheia", "serra elétrica"...
Quando trata-se de transmissão de dados, as soluções são muito variadas, pois tem-se uma variedade de algoritmos enorme, que inclusive podem ser residentes nas aplicações. Os erros podem causar aquele detestável X em sua página WEB.
Privacidade
Os métodos de proteção da informação acima não garantem que outro usuário possa ouvir a sua conversa e se este outro for "ruinzinho" pode ainda plantar informações falsas em sua transmissão de dados ou voz, como por exemplo usar o número do seu cartão de crédito. Quem lembra das linhas cruzadas nos telefones analógicos? Caso clássico de escuta. E para a rede ser totalmente segura, as informações trocadas entre origem e destino devem ser privadas. Há dois tipos de privacidade a ser considerado para estes casos. A privacidade inerente ao método de acesso e a privacidade inserida ou intencional, que é obtida através do uso de algoritmos de criptografia.
A privacidade inerente ao acesso depende do método utilizado. Os métodos de acesso mais comuns para sistemas sem fio são:
- por divisão em tempo, como por exemplo dos sistemas GSM, PDC e TIA/EIA136;
- por divisão em código onde citamos os sistemas TIA/EIA 95-B, que é o sistema CDMA padrão, IS-2000 (cdma 1xRTT), UMTS (3G) e
- os sistemas CSMA, (Carrier Sense Multiple Access) que são muito usados em redes de computadores, incluindo as WLAN IEEE 802.11.
Colocar escutas nestas redes é relativamente fácil, pois o algoritmo de acesso é de domínio público.
Portanto basta colocar um receptor e "treiná-lo" para ouvir o canal que todos eles são inseguros.
O grande problema é o "treinamento do receptor". Para cada usuário que deseja-se ouvir é necessário o treinamento. Como os sistemas são móveis, isto já é um problema.
Outro ponto é o quanto se demora para treinar o receptor, que pode levar segundos, dias ou anos. Neste ponto é que reside a grande vantagem de todos os sistemas CDMA, pois para treinar um receptor, ou seja um único telefone, o mínimo tempo necessário é da ordem de 40 dias. Os outros métodos levam apenas algumas horas, no máximo.
Assim se pode afirmar que os sistemas celulares com acesso baseado em códigos (CDMA) são menos invadidos que os demais.
Segurança
É sempre possível inserir-se privacidade no sistemas em níveis superiores. Lembrando do modelo OSI, a privacidade do método de acesso está na camada física, sobram seis camadas onde pode-se ainda atacar o problema da escuta, através de algoritmos de criptografia. Se estes não existissem, as comunicações de guerra não seriam seguras e não se fariam transações bancárias a distância. Todos os sistemas celulares têm padronizados algoritmos de criptografia para evitar a escuta, tanto para a transmissão de dados do usuários (denominados algoritmos de Voice Privacy ou User Privacy) como para as mensagens de controle que circulam na rede. Ao acessar via Wap o site de seu banco, você poderá notar o símbolo de um cadeado em seu aparelho ou semelhante, e isto indica que as informações trocadas entre as duas partes são seguras. Esta segurança é obtida porque antes de se iniciar as transmissões as duas partes "combinaram" como iriam decodificar as informações. Esta combinação é feita a través de operações matemáticas sobre a informação que têm uma propriedade muito especial, a operação é muito fácil de se fazer, mas para se desfazer é demasiadamente complexa se você não conhece alguns parâmetros que são específicos dos usuários autorizados (login, senha, confirmação de idade, frase secreta, letras e números de acesso, etc), ou armadilhas. Este ato de desfazer a operação é o truque. Existe uma maneira fácil de desfazer, mas esta maneira só os receptores autorizados pelo sistema conhecem, pois os parâmetros foram trocados para o início da transação. Quem escuta o sistema não consegue desfazer a operação e conseqüentemente, "ouve dados errados".
O pior problema de segurança é quando algumas pessoas mal intencionadas querem apenas bagunçar o sistema. Uma maneira fácil para celulares é inserir transmissores de alta potência (>100W) nas bandas de transmissão ou recepção. Isto irá tirar fora do ar as estações de rádio base da área. Em redes, os UDP Flows são famosos. Estes, porém são casos de polícia e não de tecnologia portanto os esforços modernos dirigem-se para identificar a criatura que produziu estes eventos
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, January 13, 2003 10:38 PM
Subject: Re: [wireless.br] O Engenheiro e o Mercado
Caros WirelessBR,
Concordo com vários comentários de ambos (Hélio e Marcelo Arakaki), porém o que mais questiono realmente é: "o que leva as pessoas a chegarem lá...". Ou seja, o que faz um engenheiro ser CEO? E o que faz que ele não seja um CEO e sim, exatamente o engenheiro sênior, respeitado na empresa, que ele deseja e sempre desejou ser? Certamente não são suas habilidades técnicas, e sim humanas, das quais gostaria de comentar principalmente o
auto conhecimento, técnicas de vendas (para vender as suas idéias ao menos...), muita, muita política e como diz a minha vó: "tem que ter jeito para a coisa". Acho que todos devemos retirar o significado pejorativo que por muitas vezes encontramos nas palavras acima e pensar um pouco mais em seu real sentido.
Jeito para coisa significa principalmente saber lidar com pessoas: Mobilizar as massas. Porém as grandes concentrações de capital humano das empresas não se movem apenas para gerar valor para os acionistas. Gente se mobiliza para agregar valor a comunidade, e é este o novo advento da engenharia. Concordo plenamente, quando se menciona que a tecnologia já é um commoditie. Empresas não servem primariamente para gerar dinheiro para uns poucos e sim para produzir o bem de muitos. O seu valor na bolsa é conseqüência.
Voltando ao capital humano, inicialmente há que se descobrir como separar o "bom dinheiro" do "dinheiro podre". E a boa grana, ou seja, o capital que presta mesmo, tem algo que dinheiro do mundo compra: Talento! Então, separar o joio do trigo (embora eu jamais tenha visto algo parecido com joio...) é fundamental. E não é este o processo de seleção natural que está ocorrendo, esta é a minha grande dúvida sobre o futuro. Quem tem talento, terá aos 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e até aos 100 anos, pois será capaz de se destruir e se criar novamente a cada geração tecnológica.
O que segue abaixo não é meu, mas achei que daria uma boa conclusão para o nosso debate de hoje:
1kg de farinha - R$0,50
1kg de carro - R$5,00
1kg de computador - R$50,00
1kg de avião - R$ 5000,00
1kg de satélite - R$50.000,00
1kg de seus sonhos... Não tem preço! Para o resto, existe...
Abraços a todos,
Maria Luiza
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br ; Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, January 17, 2003 8:00 PM
Subject: Re: [wireless.br] Atualização_em_CDMA
WirelessBR,
O link abaixo tem todos os standards de CDMA (1x, EV-DO, EV-DV), Incluindo todos os servicos de usuarios, RF, dados, SIM Card (muito usado na China), Interfaces entre MSC/BSC/BTS/PCF/PDSN/etc...
http://www.3gpp2.org/Public_html/specs/index.cfm
Divirtam-se.
Maria Luiza.
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, January 27, 2003 7:11 PM
Subject: Re: [wireless.br] uma noticia pra quem nao acredita no Brasil como exportador de tecnologia
Amigos,
Só para discorrer um pouco mais sobre o tema, visitem:
http://www.cesar.org.br/
PS: O Cesar é uma organização não governamental que foi criada a partir do Departamento de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tendo como objetivo integrar a Comunidade à Ciência. Hoje é um dos maiores polos de incubação de empresas de Tecnologia do Brasil. Seu idealizador, o Prof. Sílvio Meira, o criou com um único objetivo: SER O MELHOR! E está conseguindo...
Maria Luiza.
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, February 05, 2003 2:03 PM
Subject: Re:_RE:_[wireless.br]_mais_no_CDMA_-_Decisão_da_Anatel_compromete_futuro_da_Vésper_
Arnobio e Christophe...
Assim como na época da licitação do SMC não foi imposta tecnologia alguma, acho que a tecnologia deve ser escolhida única e exclusivamente pela operadora, que estudará sua viabilidade de implementação ou não.
O que ocorreu aqui foi uma mudança de regras durante o jogo. Você acha que a Vésper e a BrT comprariam licensas se fosse proibido o uso do 1.9GHz? Eu não creio. O fato de reservar a banda para 3G é uma desculpa muito esfarrapada, em muitos países inclusive da Europa esta banda já está ocupada.
Eu gostaria de frisar que não há necessidade de se alocar a banda de 1.9GHz (UPLINK) e 2.1GHz (DOWNLINK) para 3G. A Lucent já está testando UMTS na banda do PCS Americano e o FCC designou outras bandas, como vcs podem ver a seguir.
Washington — The Federal Communications Commission moved on Thursday (Jan. 30) to free up 30 MHz of spectrum for new wireless services.
The spectrum would be used for third-generation wireless services also known as “IMT-2000.” The spectrum was reallocated from the 2 GHZ Mobile Satellite Services band and shifted to what the agency classifies as fixed and mobile services.
The FCC also said it was seeking comment on the possible uses of an additional 15 MHz of spectrum previously identified as possible frequencies for new wireless services.
“These actions will facilitate more efficient use of existing spectrum and enable an expanded array of innovative products and services for consumers,” the commission said.
Fixed and mobile services will be assigned to the 1990-2000 MHz, 2020-2025 MHz and 2165-2180 MHz bands. Additional frequencies that could also be targeted for 3G services include the 1910-1920 and 2155-2160 MHz bands.
The FCC had been under stiff international pressure to free up spectrum for 3G wireless services, but the global telecommunications meltdown allowed it more time to identify and reallocate spectrum bands. The process also was slowed by Defense Department opposition to proposed spectrum reallocations.
Separately, the FCC denied a petition to reallocate the entire 2 GHz mobile satellite band for terrestrial wireless services.
from: http://www.siliconstrategies.com/story/OEG20030130S0048
Maria Luiza
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, February 12, 2003 7:06 PM
Subject: Re:[wireless.br] "A Anatel contra o CDMA"
Caros Amigos,
Basta olhar alguns dos documentos da Anatel, para se notar a confusão em torno deste tema. Seguem abaixo informações retiradas de Editais (SMP e STFC), Portarias e do Diario Oficial da União.
1) Concessão do STFC:
1.1) Empresas Autorizadas ( ESPELHO e ESPELHINHOS): Será concedido para operação em "caráter secundário" (este termo merece três parágrafos de definição, vou omitir...) 5MHz para Tx e 5MHz para Rx da Banda superior da faixa de 1.9GHz, podendo estes serem expandidos para 10MHz de TX e 10MHz de Rx caso a operadora demonstre esgotamento do espectro.
1.2) As Empresas Concessionárias, (Telefónica na área 3, Brasil Telecom na Área 2 e Telemar na área 1) terão direito a 5MHz para Tx e 5MHz para Rx da Banda inferior da faixa de 1.9GHz, podendo estes serem expandidos para 10MHz de TX e 10MHz de Rx caso a operadora demonstre esgotamento do espectro.
1.3) Isto significa que a TELEMAR, para prestação do STFC utilizando WLL teria direito a operar na banda de 1.9GHz. A Telefónica e a BrT operam sistemas WLL - CDMA/ cdma2000 nesta faixa em cidades cuja população é inferior a 25.000 habitantes.
2) Dúvidas:
2.1) Como a Telemar atingiu as metas utilizando 1.8GHz? Houve flexibilização por parte da ANATEL? Sim! Como? Através da permissão para uso da banda de 1.8GHz para o acesso fixo sem fio, através da Resolução 278 de 2001. Por que????
2.2) O pacote do SMP inclui concessão da banda, e as concessões de exploração de telefonia de longa distância nacional e internacional. Vários artigos, em setembro e outubro do ano passado mencionaram que a TIM não tem interesse de explorar os serviços de LDN e LDI. Agora a dúvida, se a banda é obrigatória, não deveriam ser os serviços de longa distância também?
3) O PDFF - Alocação de serviços nas Bandas
A banda de 1.8GHz tem algumas "partes" onde a mesma freqüência é designada para serviço móvel pessoal e para serviço de acesso fixo sem fio. É só vocês consultarem o PDFF (Plano de Destinação de Faixas de Freqüênciada ANATEL, no link: http://sistemas.anatel.gov.br/pdff ).
Então deixo para o grupo a conclusão...
Em caso de dúvidas, por favor, consultar as referências abaixo:
http://www.anatel.gov.br/Tools/frame.asp?link=/biblioteca/editais/spv/edital_lc02_2002.pdf
http://www.anatel.gov.br/Tools/frame.asp?link=
/biblioteca/termos/autorizacao/modelo/espelho/termo_modelo_esp_local.pdf
Resolução 167/1999 (Não consigo achar no site).
Resolução 278/2001(Não consigo achar no site).
http://sistemas.anatel.gov.br/pdff
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, March 12, 2003 5:45 PM
Subject: [wireless.br] 1,9GHz, Pendanga e ANATEL
Comentando o e-mail do David abaixo, muito bem colocado, as opiniões são da pessoa Maria Luiza, tirando o crachá, e desvinculada da empresa onde trabalho.
Existe um problema na definição do papel de "Agência Regulamentadora" que deveria criar regras técnicas, políticas, sociais e econômicas para o bom funcionamento do modelo adotado. Tem-se como exemplo destas regras as metas de desempenho das operadoras, políticas de preços dos serviços, resolução de conflitos de interesse entre empresas que já possuem concessão ou autorização de exploração de um dado serviço. A criação do modelo de exploração de um dado serviço e os fatores políticos, sociais e econômicos que o envolvem é Atribuição do Ministério das Telecomunicações.
É obvio que o problema não é técnico e não existe tecnologia melhor ou pior. Cada uma delas possui uma série de vantagens e desvantagens. O problema é a série de contradições que são vistas com esta "pendanga" do 1.9GHz. Inincialmente, vamos voltar a 1988 (caso alguém conheça algo diferente do que vou contar, por favor, se pronuncie). Definiu-se o espectro para o Sistema Móvel Celular para o Brasil como 850MHz, fazendo-se a obrigatoriedade de adoção para a tecnologia norte americana. O GSM estava em fase final de padronização e testes. O sistema era TELEBRAS, ou seja todo público. Como o AMPS no Brasil em alguns estados começou muito tarde, poderia ter sido tudo mudado para GSM, mas havia algumas estações de TV em UHF ocupando o espectro e o AMPS ficou.
Ocorreram as licitações da banda B com e as digitalizações e desta vez, nada ficou amarrado a tecnologia. Havia uma regra de obrigatoriedade de prover roaming nacional (que a ANATEL matou com o SMP!!! Que desastre!). Houve o edital das empresas espelhos que permitiria o uso da freqüência de 1.9GHz para serviços fixos de telefonia pública comutada e eu gostaria de lembrar que há uma outra empresa que não usa GSM nem CDMA nesta banda, que é a GVT. Surgiu a licitação das bandas C,D e E. A banda C virou "anexo do espectro" para as operadoras existentes. As bandas D e E foram compradas por TIM e Telemar e quase DOIS anos depois as "sobras" (peço perdão pelas aspas, mas acho este termo muito pejorativo e infeliz) foram compradas pela Vésper e Telecom Americas. E como se denomina alguém que vende "sobras"? E quem comprou os tais restos que ninguém quis, porque o fez?
Nós (WirelessBR), com raras exceções, não conhecemos os acordos de bastidores que foram feitos por trás destas licitações, porque em meus quase 10 anos na área as minhas maiores lições foram:
Nem tudo está escrito, nem nos editais, nem nos contratos de concessão e principalmente publicados em jornais e revistas.
Quando algo é publicado é porque é do interesse de alguém.
Quem precisava mesmo saber destas informações para decidir algo, já sabe há muito tempo.
A conclusão sobre tudo isto é que: Dado que o mundo é dos ricos e espertos, que o Brasil é visto como inexperiente e manipulável em termos tecnológicos pelos defensores das duas tecnologias em questão e que a ANATEL e que o Ministério das Telecomunicações estão misturando os seus papéis, uma pisada de bola a mais ou uma a menos é indiferente. E quem pagar ou levar os nossos órgãos supremos na conversa ganha.
Eu tive oportunidade de trabalhar com vários gringos. Uma das frases que ouvi de um figurão do alto escalão da empresa (e que me levou até a sair da empresa onde eu estava) foi:
" Se você me diz que há um problema no Brasil e eu não vejo este problema em meu país então ele não existe." (Isto se chama lógica!)
E o Brasil não está fazendo por merecer uma destas?
Maria Luiza.
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, April 04, 2003 8:58 PM
Subject: Re: [wireless.br] Re:_Brasil_e_México_são_prioridades_para_Telefónica_Móviles
A opinião que tenho é que a operadora em questão está analisando o retorno sobre o investimento a ser feito e em ambos os casos existem variáveis mercadológicas e tecnológicas, que se aplicam de maneiras completamente distintas aos dois paises em questão. Vale salientar que no Peru (onde a Telefónica tb é líder de mercado) a tecnologia de evolução para 2.5G é CDMA.
Existem outros fatores também na análise de migração, por exemplo, as condições da tecnologia legada, o fornecimento e fabricação local de equipamentos de rede, terminais, existência local de suporte técnico, custo da operação de cada uma das tecnologias, alinhamento com as decisões governamentais, facilidade de financiamento... e principalmente o preço praticado pelos fornecedores, após a importação.
E na hora de se fazer qualquer decisão deste tipo, que envolve investimentos na ordem de centenas de milhões de dólares o que conta é grana e não partidarismos técnicos.
Abraços a todos.
Maria Luiza.
No México a Telefónica tem rede CDMA e pretende colocar GSM. Aqui
(Brasil) ela tem CDMA e pretende evoluir com ela. Não há incoerência entre as duas posições quando se considera que aqui ela é líder de
mercado e pretende preservar sua base de clientes, principalmente os
de alto uso, e lá ela não é o maior player (a líder é a Telcel, GSM)
e precisa ganhar market share, para tanto é fundamental terminal barato e que os assinantes da líder que queiram fazer churn não
precisem de um handset novo.
WT
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, May 14, 2003 5:11 PM
Subject: RE: [Celld-group] Compartilhar infra - GSM
Olá a todos.
O NW Sharing tem sido muito estudado para UMTS, como uma solução das operadoras para viabilizar a implementação da tecnologia, após haverem pago altas cifras pelas licensas européias. A solução para GSM é bem similar;
O site abaixo tem muitas notícias sobre operadoras que estão adotando a solução e um pouco sobre a implementação. É necessário "fuçar" um pouco, pois o site muda muito de layout.
http://www.3gnewsroom.com/index.shtml
Boa sorte, Maria Luiza Melo.
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, May 14, 2003 6:58 PM
Subject: [Celld-group] GSM x CDMA (melhor ou mais apropriado??)
Caros,
Não esquecer quem são os "pais da VIVO". Portugal Telecom e Telefónica Mobiles.
Eu gostaria de falar um pouco sobre o GSM, e a importância da padronização das redes celulares...
Imagine que você vai comprar um sistema de Home Theater. Você quer Receiver da Marantz, DVD da Nakamishi, Projetor da JVC e caixas da Sony. E se você comprar e instalar tudo isto, funciona. Esta é a grande vantagem do sistema GSM, que permitirá as operadoras mesclar equipamentos de diversos fornecedores e assim minimizar seus investimentos em rede, resultando em melhor uso do dinheiro dos acionistas.
A capacidade da interface aérea, e a velocidade máxima de transmissão de dados são fatores importantes na decisão tecnológica, porém a facilidade e a rapidez da implementação de serviços novos é mais importante para a operadora, porque está diretamente relacionada ao prazo de retorno do investimento. Esta é, sem sombra de dúvidas, a grande vantagem do GSM. Um exemplo deste fato é a implementação de MMS, que no CDMA é muito mais complicada. Isto se dá pelo fato do GSM ser uma tecnologia aberta (PC versus Mac, VHS versus Beta...) e o CDMA ainda possui muitas implementações proprietárias.
A grande diferença é que o GSM é um padrão com diversas tecnologias e o CDMA é uma tecnologia com diversos padrões (tanto que o nome "CDMA" vem da tecnologia de acesso da interface aérea). Voltando ao dinheiro, é mais barato para uma operadora em termos de despesas operacionais ter uma rede GSM. A quantidade de testes de interfaces, de integração com plataformas, compatibilidade de terminais com a rede e aceitação sistêmica que um sistema CDMA requer é muito maior que para um sistema GSM.
As intenções do 3G (IMT 2000), em 1995 eram constituir um padrão único, mas tal não se deu, exatamente por esta diferença de cultura. Será que teremos no 4G? Ou ainda esperaremos o 5G?
Os Estados Unidos possui market share de AMPS muito maior que o Brasil. E este é um fenômeno muito relevante, porque lá as redes analógicas são de boa qualidade. Talvez a nossa noção de passado, presente e futuro esteja um pouco equivocada. Precisamos revê-las, pois estamos pressupondo que haverá ruptura completa e isto não é verdade.
Cada situação de mercado requer uma abordagem tecnológica diferente e portanto, a melhor tecnologia é aquela que é mais apropriada aos interesses da operadora;
Abraços a todos.
Maria Luiza Melo.
----- Original Message -----
From: Maria Melo
To: Helio Rosa ; webesalexandre@yahoo.com.br
Sent: Thursday, June 05, 2003 9:21 PM
Subject: Re: Fw: cell planning
Webes,
Grande iniciativa. Pode enviar o material para mim, por favor. Acho que estec conceitos são importantissimos, adorei sua decisão de divulgá-los. Mais importante ainda é o que fazer com eles. Noto que existe muito desconhecimento sobre a atividade da engenharia de RF em si. Pensam que é só visitar um lugar, olhar para o horizonte, escolher o local das antenas e FINITO!
O processo de projeto de RF em sistemas celulares requer muito conhecimento de teoria das probabilidades (devido aos efeitos de fading), análise de confiabilidade, propagação, teoria de antenas, amplificadores e circuitos. Além disto requer conhecimento do equipamento rádio que vai ser colocado no site, a BTS (nomenclatura adotada pelo ITU) ou ERB (nomenclatura brasileira), e da parametrização do mesmo (limiares máximo e mínimos de potência, níveis de handoff, fatores de histerese de handoff, fatores de contenção de colisão no acesso, algoritmos de designação de canais, controle de potência, listas ou relação de células vizinhas, etc...)
Agradeço mesmo a colaboração. Estou um pouco atolada de serviço aqui na empresa e tenho sido super relapsa com a minha seção (des) coordenada...
Abraços grandes,
Maria Luiza
Helio Rosa <helyr@uol.com.br> wrote:
Olá, Webes!
Enorme prazer neste contato!
Se fóssemos irmãos não estaríamos tão sintonizados em nossa idéias.
Você vai adorar a Maria Luiza, outra idealista com os pés no chão!.
Isto é uma apresentação!
Olá, Maria Luiza!
Olha quem chegou no pedaço!
Bons contatos em "pvt".
E muito agito no fórum da ComUnidade.
Obrigado!
Um grande abraço
Helio
----- Original Message -----
From: Webes
To: helyomobile@uol.com.br
Sent: Sunday, June 01, 2003 3:41 PM
Subject: cell planning
Helio,
Estou traduzindo um pequeno material sobre cell planning, envolvendo conceitos sobre link budget. Ainda estou um pouco lento neste material devido ao meu tempo, mas se interessar a Maria Luiza (coordenadora desta secao) saber mais detalhes ou ter o material em ingles mesmo pode entrar em contato.
Estou oferecendo este material devido a escassez de material sobre este assunto gratuitamente na internet. Embora, hoje em dia, informacao custe muito, vide os cursos, nao sou adepto desta teoria. Informacao sem saber como utiliza-la nao tem valor.
Enfim como acho que informacao tem de ser gratuita, estou oferecendo este material como colaboracao.
Nao posso deixar de dizer que aprecio muito este grupo.
Abraco,
Webes Pacheco.
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