ROGÉRIO GONÇALVES
Telecomunicações - Artigos e Mensagens
ComUnidade
WirelessBrasil
Julho 2007
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10/07/07
• Solidarnosc já!
----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To:
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, July 10, 2007 12:26 AM
Subject: [wireless.br] Re: Solidarnosc já!
Alô Jana e demais participantes deste papo,
Me parece que há controvérsias quanto a falta de
impedimentos jurídicos que impossibilitem a aquisição de frequências Wimax
pelas concessionárias de telefonia fixa, haja vista que os artigos 86
(proibição expressa de exploração de serviços diferentes do STFC) e 103
(proibição da prática de subsídio cruzado) da LGT continuam em pleno vigor.
No caso específico da travada que o Hélio Costa
deu na licitação, basta ligar os pontinhos abaixo para descobrir que tudo não
passa de uma briga de cachorros grandes, que coloca de um lado o Carlos Slim e
a Anatel e de outro, o Minicom e as três meninas do STFC:
Na licitação de frequências de 2003, a Embratel
adquiriu licenças para explorar a frequência de 3.5 Ghz em todo país, assim
como a Brasil Telecom, através da Vant (que foi usada como laranja), também
garantiu presença nos principais centros. No início de 2004, o Carlos Slim
comprou a Embratel, acabando com o sonho de monopólio total das redes IP
públicas alimentado pelas outras três meninas.
Em setembro de 2006, com o pré-Wimax começando a
bombar, a Anatel, utilizando as mesmas regras de 2003 que proibiam as
concessionárias de telefonia fixa locais de apresentarem propostas, licitou os
blocos de frequências que haviam ficado encalhados na licitação anterior,
obrigando que a Telefonica e a Telemar, à exemplo do que fizera a BR Telecom
com a Vant, tivessem de usar empresas-laranjas para arrematarem as frequências.
Porém, como mesmo assim a Embratel
continuaria mantendo uma posição dominante sobre as redes Wimax nas áreas de
concessões das três meninas e a Anatel, talvez influenciada pelo poder de fogo
do Carlos Slim, não amarelou diante das ameaças públicas do Hélio Costa, não
restou alternativa ao nosso prezado ministro, senão arrumar um jeito do TCU
melar o negócio, assim como inventar rapidinho um projeto de "inclusão
digital", que utilizasse parte das frequências de 3.5 Gigas para "fins
sociais".
Logo em outubro de 2006, o ministro global deu o
pontapé inicial no tresloucado "projeto de inclusão digital" dele, com a
publicação da chamada pública 1/2006, na qual o Minicom propõe doar
computadores à todas as prefeituras do país para equipar telecentros, exigindo
como contrapartida que as prefeituras, além dos prédios, também disponibilizem
"provedores de acesso à Internet em banda larga" (ítem 4.3.3 do documento).
Mais ou menos como o açougueiro propor fazer um
churrasco ao dono do bar, estabelecendo porém que ao invés das bebidas, o dono
do bar é quem deverá fornecer a carne. O teor desta sandice pode ser
encontrado em:
(http://www.mc.gov.br/sites/600/695/00001930.pdf).
Após ter esticado várias vezes o prazo inicial
de 30 dias estabelecido na chamada pública (para poder reunir um número maior
de prefeituras), no dia 08.06.2007 o site do Minicom publicou uma notícia
dizendo que havia fechado um acordo inédito com as concessionárias de
telefonia para levar a internet em alta velocidade
à todas as escolas públicas e municípios do Brasil, colocando inicialmente na
parada R$ 1,4 bi de grana do FUST. Ou seja, um "flash back" daquela licitação
esquisitona que rolou em 2001 e foi devidamente detonada na época pelo TCU, só
que dessa vez, sem a licitação, já que o ministro está entregando tudo de
mão-beijada mesmo (troca de PSTs por links IP). A notícia desta maracutaia
ministerial pode ser conferido em:
http://www.mc.gov.br/003/00301099.asp?ttCD_CHAVE=19081
Juntando então os pontinhos desta mega-armação,
digna de um Marcos Valério, temos então que o objetivo da chamada pública
1/2006 era apenas criar uma demanda artificial para o fornecimento de links IP,
deixando milhares de prefeitos com os cabos de rede na mão à espera dos
roteadores onde possam enfiá-los. Com isso, essa legião de prefeitos vai ficar
buzinando no ouvido dos governadores para que eles "mexam os pauzinhos" em
Brasília e façam a rede IP pública
chegar logo aos municípios deles.
Aí o Hélio Costa, "preocupado" em atender os
prefeitos, faz pressão em cima do Lula para que o presidente emita logo um
decreto oficializando a maracutaia que o ministro armou com as concessionárias
de telefonia fixa locais.
Pronto. Daí é só as três meninas comprarem um
monte de equipamentos Wimax com dinheiro do Fust e utilizarem as frequências
de 3.5 gigas das prefeituras, supostamente destinadas aos "fins sociais", para
espalharem as redes IP públicas prá tudo que é lado, deixando o Carlos Slim e
a Anatel com cara de bobos.
E quanto aos leilões das frequências? É só
sentar e esperar pelo dia de São Nunca.
Será que todo aquele empenho em abafar a CPI da
Anatel, demonstrado recentemente pelo ministro, teria alguma relação com o que
está sendo dito aqui ou seria mera coincidência?
Valeu?
Um abraço
Rogério Gonçalves
ComUnidade
WirelessBrasil
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