----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, July 17, 2008 3:50 AM
Subject: [wireless.br] Re: NGN e Internet

Prezado Prof. Smolka,

Parabéns pelo artigo!!! Uma das análises mais lúcidas e didáticas que eu já li sobre os futuros últimos suspiros do império das empresas de telefonia fixa:

Fonte: e-Thesis
[21/07/08]  NGN, IMS e SDP. Será suficiente? por José R. Smolka (mensagem transformada em artigo)
Se depender apenas do noticiário, especializado ou não, a indústria de telecomunicações (operadoras e seus fornecedores) vai muito bem, obrigado. Sob a batuta sábia e segura da dupla dinâmica TISPAN e 3GPP, as redes fixas e móveis estão em processo de migração para um ambiente all-IP quadruple-play, de acordo com o modelo NGN e IMS, e a oferta de banda larga fixa e móvel está em franco desenvolvimento, o que permitirá que serviços, classicamente considerados fora do escopo das redes de telefonia, tais como TV por assinatura ou broadcasting de TV e rádio, sejm incorporados ao portfólio, e ocorra uma explosão de oferta de novos serviços, que serão integrados à rede pelo SDP. Se tudo está tão bem, porque eu continuo a sentir, como Shakespeare, que "existe algo de podre no reino da Dinamarca"? Ler mais...


Creio que a picada fatal no modelo de negócio das operadoras do STFC no Brasil ocorreu por volta de 1995, quando a Telebrás passou a implantar as redes SDH e a rede internet foi aberta à exploração comercial pois, até então, todo e qualquer bit de informação tinha de passar obrigatoriamente pelas redes PDH (inclusive nos acessos) 100% dominadas pelas subsidiárias de telefonia estatais.

A partir do momento em que as redes IP puderam se conectar diretamente aos tributários SDH de qualquer ordem e passaram a ter vida própria, o velho conceito de "operadora de telecom", que sempre esteve intimamente associado à telefonia, teria de ser revisto, para contemplar também a comunicação de dados que, com a explosão da rede internet, viria a se tornar uma modalidade de serviço de telecom tão ou mais relevante que o próprio STFC.

Daí, no contexto das redes IP da comunicação de dados, que detesta oligopólios, onde todo dia surge uma nova forma de acesso e os programas de computador reinam absolutos no fornecimento de serviços, a introdução do IMS/SDP me parece uma tentativa, muito doida, de trazer para o ambiente da internet, em nome da segurança e do QoS, uma versão requentada dos velhos protocolos da família X, com seus circuitos virtuais comutados, tarifação por ocupação de circuitos e de repente, quem sabe, até a cobrança por octetos trafegados.

Sinceramente não vejo futuro algum nesse negócio de empresas de telecom tornaram-se fornecedoras de plataformas para desenvolvimento de aplicações de TI, oferecendo como principal atrativo apenas a autenticação, segurança e billing. Também não consigo vislumbrar como as NGNs das empresas de telefonia, mesmo com o ainda futuro e talvez maravilhoso IMS/SDP (depois de consertados todos os inevitáveis bugs das versões iniciais), poderia ter a pretensão de concorrer o
jeitão "internet like" de fazer as coisas pois, considerando que qualquer empresa especializada em serviços de comunicação de dados também poderá implementar NGNs, certamente a simples associação do termo "IMS" com "concessionárias de telefonia" já seria motivo mais que suficiente para que os usuários, desenvolvedores, comunidades acadêmicas e outras tribos, alérgicas a monopólios, em nome da liberdade de escolha da prestadora do meio físico, permanecessem fiéis ao modo "internet like" pois, no fim das contas, o que interessa mesmo a todo mundo é pagar barato por uma tomada RJ45 para poder ligar seu computador à rede internet (de preferência sem apagões...).

Assim Professor, aproveitando e agradecendo a oportunidade do debate que os seus artigos sempre nos proporcionam, só tenho a dizer que, em minha modesta opinião, o tempo já passou e a vaca das concessionárias de telefonia já foi pro brejo com NGN, IMS e tudo.

Um abraço
Rogério