ROGÉRIO GONÇALVES
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20/03/08

O trambique da banda larga

----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, March 20, 2008 4:23 AM
Subject: [wireless.br] O trambique da banda larga
Alô Todos,
 
Vai aqui um Tele171 em edição extraordinária.
 
 
No link acima, encontra-se uma cópia da minuta do novo Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), que pretende trocar as metas de universalização dos PSTs pela implementação de backbones IP. Esta minuta, submetida à oitiva do conselho consultivo da Anatel, que deverá se manifestar sobre ela no próximo dia 28, confirma as previsões feitas por aqui, de que todo esse papo-furado do governo levar internet em banda larga às escolas, não passa de mais um trambique (o terceiro) para entregar os serviços de comunicação de dados (e a grana) do FUST às concessionárias do STFC.
 
O pulo-do-gato da maracutaia encontra-se no art. 4º, que altera o "caput" e inclui 5 parágrafos no art. 13 do decreto 4.769. Observem que nos parágrafos 1º e 2º, o Hélio Costa pretende realizar a apuração de eventuais despesas e receitas resultantes da implementação dos backbones IP somente em julho de 2009, segundo as regras estabelecidas por um "regulamento" fajuto, a ser "editado" pela Anatel. Ou seja, o cara está simplesmente querendo que as concessionárias universalizem a toque-de-caixa uma modalidade de serviço de telecom (comunicação de dados) que, por lei, elas não poderiam explorar, sem nenhum tipo de preocupação com custos ou perpectivas de retorno financeiro para, só depois que elas tiverem implementado os backbones em cerca de 4.000 localidades, fazer as contas de tudo, seguindo as regras de um "regulamento" que não vale porcaria nenhuma.
 
Obviamente, o resultado dessa mega-armação só poderá ser um mega-prejuízo, que colocará em risco o tão preocupante equilíbrio econômico-financeiro das meninas da Abrafix. Daí, como as pobrezinhas não poderão ficar no prejuízo por causa das metas de universalização que elas são obrigadas a cumprir devido à condição de concessionárias de serviços públicos, adivinhem de onde vai sair a grana para cobrir o prejú delas? Ganha a bala juquinha quem respondeu FUST!
 
O mais interessante nessa encrenca toda, é que nada disso constava no texto da consulta pública 842, que rolou em novembro de 2007 durante uma semana inteirinha, demonstrando que o Hélio Costa agiu com extrema ma-fé. Parece que agora está explicado o motivo dele ter se empenhado tanto para abafar aquela segunda CPI da Anatel em julho de 2007.
 
Pobre país que tem de engolir um governo sujo que nem esse, com casca e tudo.
 
Valeu?
Um abraço
Rogério

 

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