----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, September 25, 2008 2:29 AM
Subject: [wireless.br] Desabafo da Abin
Oi Hélio,
Como até os peixinhos do lago do STF já sabem que o único
objetivo dessa campanha de desmoralização da PF e da Abin,
movida pelo Gilmar Mendes, Nelson Jobim e outros zumbis da
era FHC é evitar a prisão das ratazanas que se locupletaram
no processo de privatização da Telebrás, de repente, em nome
do princípio do contraditório, achei oportuno compartilhar
com o pessoal aqui do grupo o desabafo do Fabio Rocha
Lustosa, Oficial de Inteligência da Abin, que foi publicado
hoje (24/09/08) no site do Luis Nassif (http://www.projetobr.com.br/web/blog/5):
Desabafo da ABIN
A Abin que alguns órgãos de imprensa não conseguem - ou não
querem - ver
Fabio Rocha Lustosa
Oficial de Inteligência da Abin *
Gostaria de manifestar meu mais veemente repúdio à campanha
de execração pública que vem sendo patrocinada
sistematicamente por vários órgãos de imprensa nas últimas
semanas contra a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) .
Não sei se tais veículos de comunicação já ouviram falar em
ética jornalística - ou mesmo ética, na acepção mais ampla
do termo - mas os acontecimentos recentes me fazem crer que
a única coisa que interessa a tais entes é, tão-somente,
subjugar o órgão de Inteligência Federal brasileiro, por
meio da humilhação e do escracho. Me pergunto, pois: Qual a
razão de tão infame blitzkrieg? A quem interessa a
desconstrução da Abin, e sua conseqüente desmoralização,
enquanto órgão de Estado essencial à preservação da
soberania de nosso País? À sociedade brasileira? Estou
convicto que não.
É inaceitável que alguns jornais e revistas, de forma
maliciosamente desconectada da realidade dos fatos, retratem
a Abin e seus servidores como um bando de renegados, patifes
e criminosos sem compromisso com o País, colocando em dúvida
a idoneidade moral, ética e o profissionalismo de nossa
instituição. Quem são eles para submeter-nos ao vexame e à
chacota públicas, sob o conveniente argumento de "busca da
verdade"? Quem são eles para mitigar a honradez de
profissionais de Inteligência que buscam dar o melhor de si
pelo País representando a Abin, no Brasil e no exterior, e
são hoje alvo de comentários depreciativos, desconfiança e
repulsa, até mesmo no seio de suas famílias? Quem são eles
para nos atacar? Arautos da moral social a serviço do
Brasil? Na minha opinião, definitivamente, não!
Nas últimas semanas, vem me causando particular preocupação
o esforço quase messiânico de alguns que, do alto de sua
soberba jornalística, buscam reduzir a Abin a uma espécie de
cancro apodrecido, que merece ser extirpado sumariamente,
pelo "bem do País". Profissionais (sic) que vangloriam-se de
haver combatido no passado regimes ditatoriais, perseguições
políticas e abusos de poder em nome da democracia, mas que
agora tentam massacrar impiedosamente uma instituição criada
no âmbito de um Estado Democrático de Direito, que existe e
funciona em estrita observância à Lei, e contra a qual
sequer há prova definitiva de erro de conduta por parte de
seus servidores; apenas acusações, suposições e
especulações, algumas comprovadamente levianas. Ignorando
convenientemente tal fato, pessoas que se dizem a "serviço
da verdade" ocupam-se em julgar, condenar, e submeter ao
escárnio popular a Abin, e por extensão, todos os seus
integrantes, em um atitude deplorável e irresponsável que
macula a imagem do órgão perante a sociedade brasileira e a
comunidade internacional.
Reputo especialmente perversa e insidiosa a associação
subliminar entre a Abin e o Serviço Nacional de Informações
(SNI), que muitos profissionais de imprensa tentam, sempre
que possível, manter viva no seio da sociedade, como se
estivéssemos todos fadados a carregar para sempre a pecha de
"inimigos da pátria", na forma de um fantasma que há muito
tempo não mais pertence à nossa realidade política e social.
Sob idêntico diapasão, seria razoável nos referirmos ao
atual serviço de Inteligência federal alemão como o
"sucessor" da Gestapo, a polícia política de Adolf Hitler?
Ou ao Papa Bento XVI, como o "sucedâneo" dos pontífices que
patrocinaram assassínios em massa em nome da Inquisição e
das Cruzadas?
Antes de tentar impor à Abin o papel de "Caixa de Pandora"
dos males da Administração Pública e da sociedade, a
imprensa que nos imputa tão descabido ônus deveria
reconhecer publicamente que os servidores que lá estão não
são criaturas das trevas desprovidas de moral e escrúpulos:
São profissionais profundamente comprometidos com a missão
de ajudar o Brasil a se tornar uma nação mais forte, justa e
democrática. Fazemos isso assessorando o Governo Federal,
analisando políticas públicas, prospectando oportunidades
para o desenvolvimento do País, e detectando ameaças à
segurança de nossa sociedade. Mas fazemos tudo isso cientes
- e atentos - às nossas limitações de natureza legal.
É importante ressaltar aqui que quando a Abin detecta erros
de conduta no seio da organização, estes são tratados com o
rigor que a legislação disciplinar, administrativa e penal
assim o exige. Aqui não se fala em impunidade, muito menos
em acobertamento de ilícitos. Nós obedecemos a Lei, e nos
orgulhamos disso. Contudo, e diferentemente de certas
revistas e jornais que difamam, ultrajam e caluniam sob o
argumento da "busca da verdade", procuramos observar sempre
os princípios jurídicos que regem o direito à ampla defesa,
ao contraditório, e à imagem dos acusados, sob os auspícios
da chamada presunção de inocência. Isso não é privilégio,
tampouco corporativismo. É conduta ética e observância de
uma garantia prevista na nossa Constituição Federal.
Garantia esta que, talvez por razões "jornalísticas" de
natureza inconfessável, vem sendo sonegada à Abin.
A Abin tem um compromisso com a verdade, com a sociedade e
com o Estado Brasileiro, e seus servidores são parte
integrante e indissociável de tal compromisso. Juntos,
trabalhamos para construir um País cada vez melhor. Mas
decerto não tememos os abutres e hienas que rondam nosso
caminho, pois eles se alimentam de matéria podre. E isso nós
não temos a oferecer.
Fabio Rocha Lustosa é Mestre em Estudos de Segurança
Estratégica pela National Defense University (NDU) -
Washington
Um abraço
Rogério