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-
A INTERNET EM CAMADAS
Fonte:
Baboo
-
Verizon destaca desvantagens de neutralidade na Internet
Mensagens
10/07/06
----- Original Message -----
Sent: Monday, July 10, 2006
10:57 AM
Subject: [wireless.br] Ameaças do futuro: Net neutrality
(By Silvio Meira)
Fonte:
Blog.Meira.com
Ameaças do futuro: Net neutrality
apenas nesta última semana, pelo menos
4.000 entradas que mencionam “net neutrality” foram postadas
em blogs varridos por sphere,
meu buscador predileto -e bem completo- pra achar coisas em
blogs. vai ser muito difícil definir
net
neutrality [o link sob a expressão anterior leva à
wikipedia] e a
controvérsia sobre o assunto é grande -tanto quanto o interesse
das partes envolvidas- e pode durar anos ou décadas. eu não
acredito muito em qualquer coisa que tenha uma definição vaga
demais ou complexa demais. no primeiro caso, todo mundo pode ser
contra ou a favor [e mudar de lado] sem precisar saber [ou
explicar] porque; no segundo, as pessoas têm lados e não
conseguem saber porque… a discussão sobre net neutrality caminha
perigosamente para a complexidade e
tim
berners-lee tá ajudando a por ordem na casa, dando uma
definição simples do que é neutralidade da rede,
usando um exemplo: If I pay to connect to the Net with a
certain quality of service, and you pay to connect with that or
greater quality of service, then we can communicate at that
level… se eu pago para me conectar à rede com
uma certa qualidade de serviço e você paga para se conectar com
uma qualidade igual ou maior à minha, nós podemos nos comunicar
na minha qualidade [pelo menos].
em suma, se eu estou a 600kbps com uma perda de pacotes de
10% e você está a 1mbps com uma perda de 5%, nós temos que poder
nos comunicar a 600kbps com 10% de perda, ou algo entre isso e
sua qualidade, se a rede tiver como prover. simples. fica pior
do que o seu, pra você; mas tem que ser pelo menos tão bom, para
nós dois, quanto o meu. todo o resto da conversa é conversa e
não ajuda, em nada, a estabelecer regras de operação para as
próximas gerações de rede. para elas, neutralidade significa,
claramente, que os assinantes individuais têm que receber aquilo
pelo que estão pagando. e não que os programadores centrais das
redes de comunicação do passado, como rádios, jornais, TVs…
terão prioridade pra seu conteúdo, à frente dos usuários, as
pontas da rede.
este quesito -de neutralidade- será objeto de uma gigantesca
tentativa de manipulação, nos próximos anos, por todo tipo de
agente de grande porte, centralizador, que tem interesse em
inserir de volta, na internet, o modelo do programador central,
que “sincroniza” a sociedade ao seu redor. o impacto da internet
na mídia [e nas empresas] clássica[s] vem do seu poder de
conectar as pontas, as beiras, em velocidade e qualidades que só
estavam disponíveis, em passado bem recente, para o centro.
a discussão sobre net neutrality no congresso americano
demonstra duas coisas: 1] as teles não morreram e 2] o centro tá
mais vivo do que nunca. e os dois conspiram pra ter de volta o
mundo calmo e consolidado que dominavam antes da internet. o
preço da nossa liberdade será a nossa eterna vigilância. em
rede. senão a minoria [poderosa] vencerá [como sempre] a maioria
[dispersa e desarticulada].
05/07/06
----- Original Message -----
From: cwguimaraes
To: wirelessbr
Sent: Wednesday, July 05, 2006 4:27 PM
Subject: [wireless.br] Google: lei de neutralidade da web pode
gerar processos antitrust
Google: lei de neutralidade da web pode gerar processos antitruste
Por Al Sacco, para o IDG Now!*
Publicada em 05 de julho de 2006 às 15h35
Framingham - Google avalia iniciar processos antitruste contra
provedores de acesso banda larga, que tentem se aproveitar da nova
legislação.
O Google declarou, na terça-feira (04/07), que não pensará duas vezes
para iniciar processos antitruste nos Estados Unidos contra provedores
de acesso banda larga, caso estas empresas tentem se aproveitar da
nova legislação que poderá dar a elas a habilidade de cobrar mais caro
por tratamento de tráfego online diferenciado, segundo notícia da
agência Reuters.
Apenas na semana passada, o comitê do Senado dos Estados Unidos negou
uma proposta que forçaria provedores de internet por banda larga, como
ComCast e AT&T, a oferecer as mesmas velocidades de navegação e acesso
para seus competidores assim como oferecem para parceiros ou para uso
próprio, em uma derrota para os defensores da neutralidade da internet,
sem qualquer tipo de regulação.
"Se não formos bem-sucedidos em nossos argumentos, então simplesmente
teremos de esperar até que algo ruim aconteça e aí levaremos nosso
caso para conhecimento da divisão antitriste do Departamento de
Justiça [norte-americano]", declarou Vint Cerf, vice-presidente do
Google e pioneiro da internet, à Reuters.
Em relação ao lobby feito pelas empresas de telecomunicações, ainda
não está certo que uma legislação sobre a neutralidade da web seja
aprovada este ano, em parte por conta das eleições marcadas para
novembro, o que resulta em um número menor de dias de votação no
Congresso norte-americano.
"Minha empresa, assim como muitas outras, acredota que a internet
deveria permanecer aberta e acessível a qualquer um de forma
igualitária", concluiu Cerf.
*Al Sacco é editor do blog CIO News Alerts, em Framingham
Courtnay Guimarães Jr
Professor & Consultant - Technology Innovation
Busines School São Paulo - The brazilian school for
international management
courtnay@uol.com.br
29/06/06
----- Original Message -----
Sent: Thursday, June 29, 2006 7:54 AM
Subject: [wireless.br] ASSUNTO
IMPORTANTISSIMO - Defensores da neutralidade na web perdem
votação no Senado dos EUA
Defensores da neutralidade na web perdem votação no Senado dos EUA
Por Grant Gross, para o IDG Now!
Publicada em 28 de junho de 2006 às 20h25
Washington - Empresas que defendem tratamento igual na internet sofrem
revés nos EUA e podem ver luta adiada em até um ano.
O Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado dos Estados
Unidos rejeitou a proposta que requeria que os provedores de banda
larga de internet dessem para seus competidores a mesma velocidade e
qualidade de serviços que dão para seus parceiros de negócios.
A votação, que ficou empatada em 11 a 11, significa que a emenda
proposta pelos defensores da "neutralidade na web" não irá ser
considerada no plenário.
Esta emenda, que faz parte de uma legislação mais ampla sobre banda
larga, impedia empresas de telecomunicações, como a AT&T e a Comcast,
de cobrar uma taxa extra baseada no tipo de conteúdo transmitido pelas
companhias de internet.
As companhias de comércio eletrônico que defendem as regras de
neutralidade na web são empresas que têm um enorme lucro entregando
conteúdo multimídia sobre as redes de provedores de banda larga,
afirmou o senador republicano pelo Alasca, Ted Stevens, responsável
pelo comitê do Senado.
A rejeição da proposta pelo Comitê de Senado dos Estados Unidos
significa que a briga pela "neutralidade na web" pode ser adiada em um
ano. No começo deste mês, o Congresso norte-americano aprovou sua
própria versão da legislação de banda larga por 269 a 152, rejeitando
a emenda sobre a neutralidade da web.
O conceito de neutralidade na web, que tem o apoio de políticos do
Partido Democrata e de empresas como Google, eBay, Amazon e Microsoft,
é simples: todos os sites devem ser tratados de forma igual.
Eles argumentam que sem uma legislação específica, os grandes
provedores de banda larga vão bloquear ou degradar o conteúdo de seus
competidores, criando estradas mais lentas para os concorrentes e mais
rápidas para os seus parceiros de negócios.
Porta-vozes da AT&T e da BellSouth já informaram que têm planos de
negócios que permitiriam a eles cobrar taxas extras para entregar
preferencialmente o conteúdo web de certas empresas.
Grupos de consumidores criticam a rejeição da emenda pelo Senado
norte-americano. "A votação apertada, no entanto, diz que a questão
está ganhando atenção", disse Ben Scott, diretor da Free Press, um
grupo que apóia a diversidade da mídia.
"A Comissão do Senado dos EUA deu o controle da internet para as
empresas de telefonia e cabo", declarou Gigi Sohn, presidente do grupo
de direitos ao consumidor Public Knowledge.
Grant Gross é editor do IDG News Service, em Washington.
Courtnay Guimarães Jr
23/06/06
----- Original Message -----
Sent: Friday,
June 23, 2006 6:16 PM
Subject: [wireless.br]
Pressões
sobre lei de neutralidade da internet se intensificam
Pressões sobre lei de neutralidade da internet se intensificam
Por Grant Gross, para o IDG Now!*
Publicada em 23 de junho de 2006 às 17h30
Washington - A uma semana de votação, argumentos entre provedores e
grupos de liberdades na web, apoiados por Berners-Lee, se acirram.
Advogados em ambos os lados do debate no Congresso dos Estados Unidos
pela neutralidade da internet intensificaram suas pressões no final
desta semana, mesmo com um comitê do Senado atuando atrasado na
questão.
O Comitê de Comércio, Ciência e Transportes do Senado, programado para
discutir emendas à lei de banda larga que já conta com mais de 150
páginas, se encontrou por cerca de duas horas antes do cancelamento da
reunião para permitir que senadores votem em outras legislações.
O comitê passou por 10 entre mais de 210 emendas propostas para a lei
antes que o presidente do comitê Ted Stevens, senador republicano pelo
Alaska, reprogramasse a audiência para a próxima terça-feira (27/06).
O atraso permite que companhias de tecnologia e grupos de consumo
pressionando o Congresso pela proibição do bloqueio de conteúdo por
provedores continuem seus esforços para assegurar a neutralidade da
internet em questões integradas à lei.
O comitê na quinta-feira (23/06) não deu qualquer provisão sobre o
documento, que forçaria a Comissão Federal de Comunicações (FCC) a
criar um plano de tecnologia para proteger arquivos de áudio e vídeo.
Companhias de entretenimento vêm pressionando o comitê por regras de
transmissão, dizendo que o Congresso deveria proteger seus direitos
autorais. Mas alguns consumidores e grupos de tecnologia protestaram
pela provisão, dizendo que a ação restringiria reproduções domésticas
de arquivos de áudio e vídeo.
A maioria do debate sobre a lei, no entanto, se concentra na
neutralidade. A versão mais recente da lei, apoiada por Stevens,
permitiria que clientes de banda larga rodassem aplicações de internet
de sua própria escolha, o que não proibiria os provedores de web de
oferecerem seus serviços preferencialmente em relação aos
competidores. Uma versão anterior da lei exigia que a o FCC fizesse
relatórios anuais para o Congresso sobre o fluxo livre das informações
na internet.
Uma lei aprovada pela instituição neste mês permite que o FCC
investigue reclamações sobre bloqueio de conteúdo após o fato. Tanto
as leis do Congresso como as do Senado imporiam restrições de
marketing para companhias de telecomunicações para que serviços de
televisão pela internet (IPTV) não concorresse com a TV a cabo.
Provedores de internet, como a AT&T, disseram que não têm planos de
bloquear conteúdo online de competidores, mas querem explorar planos
de negócios que permitam a cobrança de novas taxas para dar ao
conteúdo online direcionamento prioritário pela web.
Apoiadores da neutralidade da web protestaram que tais planos criariam
uma rede de dois pontos, com conteúdo de provedores de internet e de
seus parceiros trafegando em uma pista rápida e todos os outros, em
uma pista lenta.
Nesta semana, Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, gravou um
vídeo dentro do seu blog suportando a lei de neutralidade da internet.
"Quando eu inventei a web, não tinha que pedir a permissão de
ninguém", escreveu Berners-Lee no seu blog. "Agora, centenas de
milhões de pessoas estão a usando gratuitamente. Estou preocupado que
este será o fim nos Estados Unidos".
Enquanto isto, a AT&T e outros provedores de banda larga continuaram a
pressionar o Congresso para permitir o controle de seus sinais de
internet sem a regulação do governo. A AT&T rejeitou a proposta feita
por grupos de liberdades civis no Centro de Democracia e Tecnologia,
que permitiria que provedores de banda larga oferecessem serviços
especiais em redes privativas separadas da web, mas faria com que as
empresas tratassem todo o tráfego da web da mesma maneira.
"Quando você coloca batom em um porco, ele ainda é um porco", falou a
porta-voz da AT&T Claudia Jones. "A proposta do Centro é um esforço
transparente para colocar batom em uma série de propostas para regular
a internet. Esta sugestão, porém, resulta em consumidores pagando
todos os custos da construção de uma internet melhor, enquanto os
Golias da web, como o Google, recebem sanções corporativas do governo
para que não paguem suas partes".
*Grant Gross é editor do IDG News Service, em Washington.
Courtnay Guimarães Jr
Professor & Consultant - Technology Innovation
Busines School São Paulo - The brazilian school for
international management
courtnay@uol.com.br
"Practice takes to the hole-in-one"
http://groups.yahoo.com/group/golfraria/ or
golfraria@yahoogroups.com
"High potential talents accomplish targets no one can
do; geniouses accomplish targets no one can even see"
Artur Schopenhauer
19/06/06
----- Original Message -----
Sent: Monday, June
19, 2006 9:59 AM
Subject: Re:[wireless.br]
Neutralidade da Internet - "Net Neutrality" (2)
Caros,
Nesse debate existem várias coisas que precisam ser colocado à parte
dos debates ideológicos:
1 - O modelo econômico de níveis de serviço diferentes pelo meio de
transporte (a rede);
Vejam, é ingenuidade imaginar que uma provedora de serviço não pode
cobrar diferenciadamente por um serviço de qualidade melhor! Não
pagamos o mesmo preço por um hambúrguer do McDonalds e por outro do
Fifties (sp). O mesmo deve (e é o correto) de acontecer com as
aplicações de altíssima disponibilidade em redes de fibras, em
especial Vídeo On Demand.
Atualmente, para distribuir conteúdo, as grandes empresas JÁ se
utilizam de recursos de valor diferenciado, como a rede Akamai.
2 - Os mecanismos de controle e segurança nacionais (coisas como o
Carnivore, etc);
Além das mudanças de modelos de serviços, talvez a questão mais
controversa é o controle governamental EXPLICITO (a la China), os
problemas mais locais (como as recentes rusgas do governo nacional com
o Google) e muito mais profundamente os problemas implícitos como os
vários serviços "ocultos" do governo americano de filtragem,
mapeamento e investigação do tráfego da internet.
3 - Os modelos de negócio dos novos serviços (em especial mídia
broadcast);
Independente da forma "bruta", ou de "baixo nível" dos controles de
serviços (alto e baixo valor), muitas coisas ainda estão completamente
em aberto, como os modelos de publicidade, merchandising, ou mesmo a
cobrança pelos serviços. Essa copa, por exemplo, é um excelente
laboratório, mas, até agora, só o YouTube é quem está fazendo escola.
4 - As diferentes normas regulatórias de serviços sociais e serviços
comerciais;
Finalmente, a maior arenga, que é a famosa estória do que é um
produtor de "conteúdo social" atualmente. O Terra, que é da Telefonica,
e produz vídeos, é conteúdo social ou não?
Dentro dessas 4 linhas (ops, vício de copa) é que devemos de delinear
os raciocínios da net Neutrality, sempre tendo em vista que "NET" não
é só serviço em forma de acesso físico da rede, mas também todos os
seus serviços mais "soft".
E vamos aos debates, porque a água tem que rolar...
Courtnay Guimarães Jr
Professor & Consultant - Technology Innovation
Busines School São Paulo - The brazilian school for
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Artur Schopenhauer
17/06/06
Olá,
ComUnidade WirelessBRASIL
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Helio Rosa
escrevendo.
Nesta
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interagimos e compartilhamos conhecimentos com muita cordialidade,
cortesia, tolerância e paz - sempre fazendo novos amigos!
Continuamos com o tema Neutralidade da Internet - "Net
Neutrality" patrocinado pelo nosso Courtnay
Guimarães. :-)
Quem perdeu as referências anteriores ou está se interessando agora,
por favor, visite o novo blog comunitário " Neutralidade
da Internet".
Há alguns dias postamos aqui uma mensagem como o Assunto:
Vint Cerf: "Pai da Internet" e "Evangelista do Google".
O Editorial do Estadão (abaixo transcrito) sobre a
Neutralidade da Internet cita Vinton "Vint" Cerf.
Eis um recorte, como aperitivo: :-)
(...) Contra a possível apropriação da internet pelas gigantes da
telefonia e da TV a cabo - aprofundando o processo liberticida de
concentração da mídia global, principalmente nos Estados Unidos, de
que já participam -, uma das vozes mais eloqüentes que se fizeram
ouvir no Senado americano foi a do matemático e cientista de
computação Vinton Cerf, de 62 anos, um dos
principais criadores, se não o principal, da internet. "As telecoms
querem nos impor um modelo do século 19 no mundo do século 21", diz
ele, citado pela revista The Economist. No modelo velho, o usuário
pagava por chamada telefônica ou por correspondência despachada. No
modelo novo, os usuários, sejam colossos multinacionais ou pessoas
modestas, apenas pagam pelo acesso à rede. O preço varia conforme a
velocidade da banda utilizada. Não há despesas de transporte ou de
entrega. (...)
No ano passado, coerentemente com a política do governo de Bush de colocar
os interesses do Big Business em primeiro lugar, a Comissão Federal de
Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês) cometeu uma
enormidade que passou algo despercebida do grande público - no país e no
exterior. O órgão que regula a indústria da comunicação americana, em
sentido amplo, simplesmente pôs abaixo o princípio graças ao qual a
internet se tornou o que é: o espaço mais livre já concebido pelo homem
para a disseminação instantânea de informações, idéias, expressões
culturais, facilidades de comércio e formas de entretenimento.
O princípio que surgiu com a internet e a FCC implodiu é o da chamada
"neutralidade na rede", que obriga as empresas de telefonia e televisão a
cabo, que abrem aos interessados as portas do sistema (via provedores de
acesso) e administram o tráfego no seu interior, a dar a todas e quaisquer
mensagens que por ele circulem, geradas por provedores de conteúdo (sites
e blogs) e usuários de correio eletrônico, tratamento técnico
rigorosamente igual. Ou seja, além de manter o livre fluxo da comunicação
online, provedores e teles devem garantir que tudo na internet trafegue
com a mesma rapidez, sem privilégios de espécie alguma.
A mudança aprovada pelos fundamentalistas de mercado da FCC permitirá a
tais empresas criar pistas de alta velocidade para as mensagens de quem
lhes pague o equivalente aos pedágios nas estradas físicas. A questão foi
parar no Capitólio. A Comissão de Comércio do Senado americano está para
decidir se acaba, ou não, com "a tecnologia livre e aberta que fomenta a
inovação, o crescimento econômico e a comunicação democrática", conforme a
apropriada caracterização dos professores Lawrence Lessig, de Stanford, e
Robert McChesney, de Illinois, em artigo para o Washington Post,
transcrito segunda-feira neste jornal (e abaixo
transcrito) sob o título "Nada de pedágio na internet".
Considerando o pantagruélico apetite por lucros das megacorporações do
setor, como AT&T, Verizon e Comcast, e a influência desmesurada dos seus
lobbies em Washington, não será surpresa se o pior acontecer - a menos que
o clamor da "sociedade em rede", para usar o termo cunhado pelo sociólogo
catalão Manuel Castells, impeça os congressistas, neste ano eleitoral nos
Estados Unidos, de tomar uma decisão funesta que repercutirá no mundo
inteiro. "Sem a neutralidade da rede, a internet começaria a ficar
parecida com a TV a cabo", comparam os professores Lessig e McChesney.
"Meia dúzia de grandes empresas controlarão o acesso ao conteúdo e sua
distribuição (grifo nosso), decidindo o que você vai ver e quanto vai
pagar por isso."
Contra a possível apropriação da internet pelas gigantes da telefonia e da
TV a cabo - aprofundando o processo liberticida de concentração da mídia
global, principalmente nos Estados Unidos, de que já participam -, uma das
vozes mais eloqüentes que se fizeram ouvir no Senado americano foi a do
matemático e cientista de computação Vinton Cerf, de 62 anos, um dos
principais criadores, se não o principal, da internet. "As telecoms querem
nos impor um modelo do século 19 no mundo do século 21", diz ele, citado
pela revista The Economist. No modelo velho, o usuário pagava por chamada
telefônica ou por correspondência despachada. No modelo novo, os usuários,
sejam colossos multinacionais ou pessoas modestas, apenas pagam pelo
acesso à rede. O preço varia conforme a velocidade da banda utilizada. Não
há despesas de transporte ou de entrega.
Se prevalecer a lógica do Big Business, adverte Cerf, "cada vez que eu
passar um e-mail, terei de pagar por isso". E não é que as operadoras de
telefonia ou cabo estejam propriamente passando necessidades com o atual
sistema de assinaturas, o pagamento de um fixo mensal aos provedores de
acesso, que garante a preciosa "arquitetura aberta" da rede. Se esse
sistema desaparecer, não apenas estancará ou se reverterá a tendência de
diminuição da exclusão digital no mundo, mas também estarão criadas as
condições para o controle político-econômico da internet.
Instalados nos postos de pedágio da rede, os magnatas do setor poderão
discriminar financeiramente sites e blogs, valendo-se dessa inédita
modalidade de poder de polícia sobre o que circula na quase sempre livre
autopista da informação.
Fonte:
http://www.assprevisite.com.br/PagNovidades.html que transcreveu do
Estadão
[12/06/06] Nada
de pedágio na internet
O Congresso americano está prestes a realizar uma votação histórica sobre
o futuro da internet. Decidirá se a internet vai permanecer uma tecnologia
livre e aberta que fomenta a inovação, o crescimento econômico e a
comunicação democrática ou se será transformada em propriedade de empresas
a cabo e companhias telefônicas, que poderão colocar cabines de pedágio em
todos os acessos e saídas da auto-estrada da informação.
No centro deste debate está a mais importante política pública da qual
provavelmente você nunca ouviu falar - a "neutralidade na rede".
Neutralidade na rede significa simplesmente que todo o conteúdo na
internet deve ser tratado da mesma forma e movimentado pela rede à mesma
velocidade. Os proprietários da fiação da internet não podem fazer
discriminação. Este é o projeto simples, mas brilhante, "de ponta a ponta"
da internet que fez dela uma força tão poderosa para o bem econômico e
social - todas as informações e o controle são detidos pelos produtores e
usuários, e não pelas redes que os conectam.
As proteções que garantiam a neutralidade da rede foram uma lei desde o
nascimento da internet - vigorando até o ano passado, quando a Federal
Communications Commission (Comissão Federal de Comunicações) eliminou as
normas que impediam as empresas a cabo e de telefonia de discriminar
provedores de conteúdo. Isso desencadeou uma onda de anúncios da parte de
diretores-presidentes de empresas telefônicas dizendo que planejam fazer
exatamente isso.
Agora o Congresso está diante de uma decisão. Vamos devolver a
neutralidade à rede e manter a internet livre? Ou vamos deixar que ela
morra nas mãos dos proprietários de redes que estão ansiosos para se
transformarem em guarda-cancelas do conteúdo? As implicações de se perder
para sempre a neutralidade da rede não poderiam ser mais graves.
A atual legislação, que conta com o respaldo de empresas como AT&T,
Verizon e Comcast, permitirá que as firmas criem diferentes camadas de
serviços online. Elas poderão vender acesso à via expressa para grandes
empresas e relegar todos os demais ao equivalente digital a uma tortuosa
estrada de terra. Pior ainda: esses guardiães determinarão quem vai ter
tratamento especial e quem não vai.
A idéia deles é se postar entre o provedor de conteúdo e o consumidor,
exigindo um pedágio para garantir um serviço de qualidade. É o que Timothy
Wu, um especialista em política da internet da Columbia University, chama
de "modelo de negócios Tony Soprano (personagem que é chefe da máfia da
série de televisão Família Soprano)". Ou seja, extorquindo dinheiro para
proteção de todos os sites na web - desde o menor dos blogueiros até o
Google -, os proprietários de rede terão imensos lucros.
Sem a neutralidade da rede, a internet começaria a ficar parecida com a TV
a cabo. Uma meia dúzia de grandes empresas controlarão o acesso ao
conteúdo e sua distribuição, decidindo o que você vai ver e quanto vai
pagar por isso. Os grandes setores como os de assistência médica,
finanças, varejo e jogo vão se defrontar com enormes tarifas para o uso
rápido e seguro da web - todos sujeitos a negociações discriminatórias e
exclusivas com as gigantes da telefonia e da telefonia a cabo.
Perderemos a oportunidade de expandir vastamente o acesso e a distribuição
de notícias independentes e de informações comunitárias por meio da
televisão de banda larga. Mais de 60% do conteúdo da web é criado por
pessoas comuns, e não por empresas. Como essa inovação e produção vão
progredir se seus criadores vão precisar pedir permissão a um cartel de
proprietários de rede?
O cheiro dos lucros caídos do céu paira no ar em Washington. As empresas
de telefonia estão fazendo o máximo possível para legislar para si mesmas
o poder do monopólio. Estão gastando milhões em dólares em propaganda nos
círculos do poder em Washington, em lobistas muito bem pagos, em firmas de
pesquisa e consultoria que podem ser "compradas" e em operações de falsas
bases populares com nomes Orwellianos como Hands Off the Internet e
NetCompetition.org.
A elas se opõem uma coalizão de verdadeiras bases populares de mais de 700
grupos, 5 mil blogueiros e 750 mil americanos que se arregimentaram para
apoiar a neutralidade da rede no site
www.savetheinternet.com. A
coalizão é de esquerda e de direita, comercial e não comercial, pública e
privada. Conta com o apoio de instituições das mais diversas áreas. Inclui
também os fundadores da internet, as marcas famosas do Vale do Silício e
um bloco de varejistas, inovadores e empreendedores. Coalizão de tais
amplitude, profundidade e determinação são raras na política
contemporânea.
A maioria dos grandes inovadores da história da internet começou na
garagem de suas casas, com grandes idéias e um pequeno capital. Isso não é
por acaso. As proteções à neutralidade da rede minimizaram o controle
pelos proprietários de rede, maximizaram a competição e convidaram
forasteiros a inovar. A neutralidade da rede garantiu um mercado livre e
competitivo para o conteúdo da internet. Os benefícios são extraordinários
e inegáveis.
O Congresso está decidindo o futuro da internet. A questão que se
apresenta é simples: deve a internet ser entregue à meia dúzia de empresas
a cabo e de telefonia que controlam o acesso online de 98% do mercado de
banda larga? Somente um Congresso cercado por lobistas de telecomunicações
de alto preço e recheado com contribuições para campanha poderá
possivelmente considerar um tal ato absurdo.
As pessoas estão acordando para o que está em jogo, e suas vozes estão
ficando cada vez mais altas a cada dia que passa. À medida que milhões de
cidadãos forem se dando conta dos fatos, a mensagem para o Congresso será
clara: Salvem a internet.
(Lawrence Lessig e Robert W. McChesney - O Estado de S.Paulo)
----- Original Message -----
Sent: Friday, June 16, 2006 5:28 PM
Subject: [Celld-group] Neutralidade da Internet - "Net Neutrality"
(1)
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL !
Helio Rosa
escrevendo.
Nesta
ComUnidade
(Portal em
www.wirelessbrasil.org)
interagimos e compartilhamos conhecimentos com muita cordialidade,
cortesia, tolerância e paz - sempre fazendo novos amigos!
O nosso Courtnay Guimarães está trazendo para o
debate o tema "Net Neutrality".
Valeu, Courtnay! O assunto é polêmico e instigante!
Anoto e transcrevo lá embaixo, no final deste e-mail, os dois textos
em inglês, já encaminhados.
Na primeira mensagem o Courtnay escreveu esta introdução:
"Caros,
Vale a pena acompanhar de perto o desenrolar dessa arenga, que
acontece neste momento, em especial, nos tribunais e congresso
americano.
O resumo é que as empresas de telefonia querem mudar o jogo,
cobrando coisas diferentes para os serviços "especiais" (dados,
vídeo, etc), que hoje rolam soltos no mundo IP.
É uma mudança enorme no atual modelo de internet, e é, de certa
forma, algo esperado (Que as operadoras de telecomunicações
queiram dominar serviços de conteúdo).
Vamos acompanhar e imaginar as conseqüências na terra
brasillis.
Courtnay Guimarães"
Como ambientação e nivelamento, transcrevo logo abaixo alguns textos
em português:
Este assunto está "pedindo" um blog
comunitário...
Boa leitura! Boa ambientação... no feriadão! :-)
Ao debate!!! :-)
10/06/2006
Neutralidade da internet em xeque
O Congresso norte-americano barrou, na última
5ª feira, um projeto que buscava oficializar por meio de uma lei a
"neutralidade da internet", um acordo meio implícito que existe desde o
ínicio da rede e que garante que os provedores tratem igualmente todos os
sites.
Com a rejeição do projeto, provedores de acesso, como as operadoras AT&T e
Telefônica, podem oferecer conexões mais rápidas a quem interessar ou pagar
mais. Ou pior, podem ainda bloquear o acesso a certos "sites considerados
indesejáveis".
A decisão deixou especialistas e empresas produtoras de conteúdo e serviços
web, como a Amazon e a Google, de cabelo em pé. Muitas temem pagar valores a
mais para assegurar que seus serviços cheguem até os usuários.
O assunto é levado à sério - o CEO da Google, Eric Schmidt, escreveu uma
carta pública alertando do perigo. E Tim Berners-Lee já deu várias
declarações a favor do projeto.
Segundo Mariano, do blog de tecnologia Denken Über, com essa decisão a
Telefônica, por exemplo, poderia bloquear o concorrente Skype, por "motivos
de segurança e qualidade".
[enviada por Tiago Dória]
Blog da traça de Carmen Meneses
Net Neutrality
Um debate muito (muito mesmo!) importante anda tomando
conta da Net, ou ao menos daquela parte mais consciente dos assuntos
técnicos, econômicos, políticos e culturais que a envolvem. Trata-se da
tentativa, por parte das grandes empresas de telecomunicações, de criar uma
“Internet de dois andares”. A idéia maligna é dividir o tráfego em uma
categoria preferencial (o “andar de cima”) e uma grande vala comum (o “andar
de baixo”). A categoria preferencial seria definida pelas empresas de
telecomunicações, carregando o tráfego delas próprias e de quem mais se
dispusesse a pagar tarifas mais elevadas. Estas teriam seus “pacotes de
informação” entregues rapidamente, ganhando prioridade e “ultrapassando” os
pobres coitados dos pacotes do “andar de baixo”, que ficariam esperando o
tráfego preferencial passar antes de chegarem a seus destinos. Dependendo de
como estas categorias fossem hierarquizadas, o conceito de “tempo real” para
os usuários comuns teria de ser revisto – talvez para “tempo realmente
lento”. As tarifas para o “andar de cima” seriam arbitradas, naturalmente,
pelas próprias telecoms e provavelmente permitiriam que apenas as grandes
empresas o habitassem. As pequenas empresas, blogs, sites pessoais, grupos,
sites de compartilhamento de conteúdo e tudo o mais que faz a Internet o
instrumento democrático e revolucionário que é hoje ficariam de fora. Seria
o fim de mais um sonho...
O assunto, conhecido como Net Neutrality (Neutralidade da Rede), é tão
importante que mesmo algumas grandes empresas estão se posicionando contra
tal pretensão. Google, desta vez honrando seu slogan (don't be evil!), criou
até uma página conclamando à luta contra os bárbaros monopolizadores. Vejam
o link abaixo:
http://www.google.com/help/netneutrality.html
Além de um texto assinado por seu presidente, traz manifestações de duas das
mais importantes personagens da história da Internet – Vint Cerf e Tim
Berners-Lee. Aí vão partes dos textos, em tradução livre:
“Permitir que as empresas fornecedoras de banda-larga controlem o que as
pessoas vêem e fazem online solaparia fundamentalmente os princípios que têm
feito da Internet um tal sucesso...Muitas justificativas têm sido criadas
para defender o controle destas empresas sobre as escolhas feitas online
pelos consumidores; nenhuma delas resiste a escrutínio.” Vint Cerf Co-criador do IP (protocolo de Internet)
“O meio de comunicações neutro é essencial para nossa sociedade. É a base
justa de uma economia de mercado competitiva. É a base da democracia,
através da qual a comunidade decide o que fazer. É a base da ciência,
através da qual a humanidade decide o que é verdadeiro. Vamos proteger a
neutralidade da rede.” Tim Berners-Lee Criador da World Wide Web
“Hoje a Internet é uma supervia de informação onde todos – não interessa se
grande ou pequeno, se tradicional ou não-convencional – têm acesso igual.
Mas os monopólios da telefonia e da TV a cabo, que controlam quase todo
acesso à Internet, querem o poder de escolher quem tem acesso à pista de
alta velocidade e qual conteúdo deve ser visto antes e mais rapidamente.
Eles querem construir um sistema de dois andares e bloquear o acesso rápido
àqueles que não podem pagar. Criatividade, inovação e um mercado aberto e livre estão em jogo...”
Eric Schidt Presidente-Executivo do Google
Por enquanto, a batalha se dá nos Estados Unidos, em torno de um projeto de
lei que deve regular o assunto. Não há muito que possamos fazer agora. Mas
alguém quer apostar comigo que esta discussão logo vai aparecer por aqui,
especialmente se aprovada a infeliz regulamentação proposta no grande irmão
do norte?
Fonte: Yahoo Tecnolgia
Fundador do Google em campanha por neutralidade da Internet Por Joel Rothstein
WASHINGTON (Reuters) - O co-fundador e presidente do
Google, Sergey Brin, reuniu-se com congressistas dos Estados Unidos na
terça-feira para pressionar por uma legislação que impeça os provedores de
acesso à Internet de cobrarem mais dos sites por uma distribuição mais
rápida de seu conteúdo.
"A única maneira possível de criar uma via rápida que
seja útil -ou seja, pela qual as pessoas estejam dispostas a pagar- é que
existam vias lentas", disse Brin a jornalistas depois de uma reunião com o
senador John McCain, membro do comitê do Senado que supervisiona as questões
de telecomunicações.
O Google, a Microsoft e outros grandes operadores de
sites de Internet se uniram a proprietários de pequenos sites a fim de
combater os esforços de provedores de acesso em banda larga como a AT&T e a
Verizon Communications que querem oferecer redes de desempenho mais rápido a
empresas que paguem mais.
A questão foi designada como "neutralidade da Internet"
por aqueles que se opõem a um sistema duplo de acesso e preços.
Brin reconheceu que grandes empresas como o Google
provavelmente seriam capazes de fechar acordos com os proprietários de redes
para garantir a distribuição de seu conteúdo. Mas acrescentou que o serviço
de buscas do Google só tem valor se os consumidores obtiverem acesso rápido
aos sites que os resultados mencionam.
"A tese é que alguns fornecedores de conteúdo pagariam
por serviços mais rápidos. Por que eles pagariam? Simplesmente porque se
sentem generosos com relação às empresas de telecomunicações e provedores de
acesso?", questionou Brin. "Presumo que estariam pagando porque de outra
maneira teriam desempenho pior, ou talvez seus sites não funcionassem."
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos poderá votar
ainda esta semana um projeto de lei de telecomunicações que não inclui a
proteção à neutralidade da Internet solicitada pelo Google.
Mas o projeto de lei determinaria que a Comissão Federal
de Comunicações dos Estados Unidos fizesse cumprir a declaração de política
que a agência divulgou em 2005 quanto à banda larga, na qual os consumidores
têm direito de acesso ao conteúdo e aos aplicativos que preferirem.
Críticos como Brin dizem que essas provisões não bastam,
e querem que a versão do Senado para a nova lei de telecomunicações empregue
linguagem mais vigorosa. Brin disse que não sabia "como McCain se
posicionará sobre o tema".
Fonte: Consultor Jurídico
http://conjur.estadao.com.br/static/text/35272,1
Internet em estado de sítio Web não deve ser limitada ao poder de um dono por Lawrence Lessig
A internet pertence a quem? Até recentemente, a ninguém.
Isto porque, muito embora a internet fosse “made in the U.S.A.”, a sua
estrutura única transformou-a em uma fonte de inovação que qualquer pessoa
no mundo poderia utilizar. Atualmente, entretanto, tribunais e corporações
vêm tentando cercar porções do ciberespaço. Assim procedendo, eles estarão
destruindo o potencial da internet para fomentar a democracia e o
crescimento econômico global.
A revolução da internet terminou tão surpreendentemente
quanto começara. Ninguém esperava a explosão de criatividade que a rede
produziu; e poucos esperavam que esta explosão fosse entrar em colapso tão
rápida e profundamente como se sucedeu. O fenômeno assemelha-se a uma
estrela cadente, riscando sem anunciação o céu da noite, para depois
desaparecer inesperadamente. Sob o pretexto de proteger a propriedade
privada, uma série de novas leis e regulamentos está desmantelando a mesma
arquitetura responsável por tornar a internet um modelo para a inovação
global.
Nem o surgimento, nem o fim dessa revolução são difíceis
de compreender. A dificuldade está em aceitar as lições trazidas pela
evolução da internet. A internet foi criada nos Estados Unidos, mas o seu
sucesso transcendeu os modernos ideais americanos de propriedade e de
mercado. Os americanos, conforme explica a Professora Carol Rose, da Yale
Law School, são fascinados pela idéia de que o mundo é mais bem administrado
“quando dividido entre proprietários privados” e quando o mercado regula
perfeitamente os recursos divididos. A internet, porém, tomou impulso
exatamente porque os recursos centrais não foram “divididos entre
proprietários privados”. Pelo contrário, permitiu-se que os recursos
centrais da internet fossem destinados ao "bem comum". Foi esse
compartilhamento que gerou a extraordinária inovação verificada na internet.
A restrição a esse bem comum é que acabará acarretando o fim da internet.
Esse compartilhamento foi instituído na própria estrutura
arquitetônica da rede original. Foi o seu propósito que garantiu o direito à
inovação descentralizada. Foi essa “inovação compartilhada” que produziu
toda a diversidade criativa manifestada pela rede nos Estados Unidos e, de
forma ainda mais acentuada, no exterior. Muitas das inovações da internet
que nós hoje consideramos banais (das quais a World Wide Web não é a menos
importante) foram criadas por “pessoas de fora” — inventores estrangeiros
que contribuíram espontaneamente para o bem comum da internet. O governo, em
suas instâncias decisórias e legislativas, precisa compreender a importância
desta arquitetura para a inovação e a criatividade previstas na rede
original. O potencial da internet está apenas começando a ser percebido,
especialmente nos países em desenvolvimento, onde muitas das alternativas do
“mundo real” para o comércio e a inovação não são livres ou não estão
disponíveis.
Entretanto, antigos pontos de vista estão se reafirmando
nos Estados Unidos e querem modificar essa arquitetura. Mudanças no núcleo
original da internet ameaçam o potencial da rede no mundo todo — limitando
as oportunidades de inovação e criatividade. Assim, no momento em que esta
transformação poderia ter efeitos significativos, uma contra-revolução está
conseguindo minar o potencial dessa rede de comunicações.
A motivação para esta contra-revolução é tão antiga
quanto as próprias revoluções. Conforme Niccolò Machiavelli descreveu muito
antes da internet, “a inovação faz inimigos de todos aqueles que prosperaram
no antigo regime, e apenas um apoio tímido virá daqueles que poderiam
prosperar no novo”. E assim se dá conosco no presente. Aqueles que
prosperaram sob o antigo regime sentem-se ameaçados pela internet. Aqueles
que poderiam prosperar nas novas circunstâncias não estão se levantando para
defendê-la contra os velhos paradigmas; se eles ainda o farão permanece sem
resposta. Até agora, tudo indica que não.
A Zona Neutra
Um bem comum (1) é um recurso acessível a todos aqueles
que pertencem a uma comunidade. Trata-se de um recurso que não é, num
aspecto importante, “controlado”. A propriedade privada ou pública é um
recurso controlado; ela pode ser utilizada apenas da maneira especificada
pelo seu proprietário. Uma área comum, por sua vez, não se submete a esse
tipo de controle. Restrições neutras ou igualitárias podem ser aplicáveis a
ela (como um ingresso para um parque, por exemplo), mas não às restrições de
um proprietário. Uma área comum, nesse sentido, deixa os seus recursos
“livres”.
Bens comuns são atributos de todas as culturas. Eles
foram especialmente importantes para culturas de fora dos Estados Unidos —
desde posses comunais na Suíça e no Japão até comunidades de irrigação nas
Filipinas. No entanto, dentro da cultura intelectual americana, os bens
comuns são considerados recursos imperfeitos. Eles são resultantes de uma
“tragédia”, como descreveu o ecologista Garrett Hardin. Sempre que há uma
área comum, o objetivo passa a ser o de confiná-la. Na psiquê americana,
bens comuns são vestígios desnecessários do passado que, na melhor das
hipóteses, devem se possível ser removidos.
O preconceito contra o bem comum faz sentido para a
maioria dos recursos, na maior parte do tempo. Quando os recursos são
destinados à coletividade, os indivíduos tendem a consumi-los rapidamente e,
por conseqüência, a esgotá-los. Para outras espécies de recursos, no
entanto, o preconceito contra o bem comum pode ser ofuscante. Alguns
recursos não estão sujeitos à “tragédia do bem comum”(2), porque não são
esgotáveis. (Não importa quantas vezes utilizarmos as teorias da
relatividade de Einstein ou copiarmos o poema “New Hampshire” de Robert
Frost, estas fontes não irão se esgotar.) Para esses recursos, o desafio é
induzir o fornecimento, e não evitar o esgotamento. Os problemas de
fornecimento são muito diferentes dos problemas de exaurimento — confundir
os dois nos levará apenas a políticas inadequadas.
Esta confusão é particularmente acentuada ao se levar em
consideração a internet. No núcleo da internet há um design (escolhido sem
que houvesse uma noção clara das conseqüências) que era novidade nas redes
de comunicação e informática de larga escala. Denominado “argumento
end-to-end”(3) pelos teóricos da rede Jerome Saltzer, David Clark e David
Reed em 1984, este design exerce influência sobre os locais onde a
“inteligência” é inserida na rede. Sistemas computadorizados de comunicação
tradicionais situaram a inteligência e, por conseguinte, o controle dentro
da própria rede. As redes eram “sábias”, elas foram projetadas por pessoas
que acreditavam que sabiam exatamente para quais fins a rede seria
utilizada.
Mas a internet surgiu no momento em que uma filosofia
diferente estava tomando forma dentro da ciência da computação. Essa
filosofia priorizava a humildade acima da onisciência e afirmava que os
programadores da rede não tinham uma idéia clara sobre todos as
possibilidades de utilização da rede. Ela aconselhava, portanto, um design
que acrescesse pouco à rede em si, deixando-a livre para se desenvolver
conforme as extremidades (os aplicativos) necessitassem.
A motivação para este novo design era a flexibilidade. A
conseqüência era a inovação. Como os inovadores não precisavam de permissão
anterior do dono da rede para que diferentes aplicativos ou conteúdos fossem
disponibilizados, eles estavam livres para desenvolver novos modos de
conexão. Tecnicamente, a rede alcançou este design simplesmente por enfocar
a entrega de pacotes de dados, esquecendo-se tanto dos conteúdos dos pacotes
quanto de seus donos. A rede também não se preocupou se todos os pacotes
iriam encontrar o caminho para o outro lado. A rede é pelo “melhor esforço”,
qualquer algo mais é propiciado pelos aplicativos em ambas as extremidades.
Como um correio eficiente (imagine!), o sistema simplesmente transfere
adiante os dados.
Como a rede não foi otimizada para um aplicativo ou
serviço específico, a internet permaneceu aberta a inovações. A World Wide
Web é talvez o melhor exemplo. A Web foi criada pelo cientista da computação
Tim Berners-Lee no laboratório da Organização Européia para a Pesquisa
Nuclear (4), em Genebra, no final de 1990. Berners-Lee queria possibilitar
aos usuários de uma rede o acesso rápido a documentos localizados em
qualquer outro lugar da rede. Ele desenvolveu, assim, um conjunto de
protocolos que propiciava links de hipertexto entre um documento e outro na
rede. Por serem “end-to-end”, esses protocolos podiam ser acomodados por
sobre os protocolos iniciais da internet. Isto significava que a internet
poderia crescer para abarcar a Web. Se a rede tivesse aberto mão de seu
compromisso com o “end-to-end” — se o seu design tivesse sido aperfeiçoado,
por exemplo, em favor da telefonia, como muitos desejavam na década de 80 —
aí a Web não teria sido possível.
O design “end-to-end” é o “núcleo” da internet. Se
considerarmos que a rede é construída em camadas, então podemos dizer que o
design “end-to-end” foi criado por um conjunto de protocolos implementados
na camada intermediária — aquela que chamaremos de camada lógica, ou de
código (5), da internet. Abaixo da camada de código encontra-se uma camada
física (os computadores e a fiação utilizados na conexão). Acima da camada
de código está uma camada de conteúdo (o material que é disponibilizado na
rede). Nem todas essas camadas foram organizadas como se fossem bens comuns.
Na camada física, os computadores são propriedades privadas, não são
“livres” no sentido de públicos. Uma boa parte do conteúdo disponibilizado
na rede é protegida por direitos autorais. O conteúdo, também, não é
“livre”(6).
Na camada de código, entretanto, a internet é um bem
comum. Em razão do seu design, ninguém controla os recursos à inovação que
são disponibilizados nessa camada. Indivíduos controlam a camada física,
decidindo se a máquina ou rede irá se conectar a internet. Mas, uma vez
conectada, os recursos de inovação para a rede permanecem livres, pelo menos
sob o design original da internet.
Nenhuma outra rede de grande escala havia deixado a
camada do código livre desta maneira. Na maior parte das histórias sobre os
monopólios das telecomunicações no mundo, a permissão para inovar na
plataforma telefônica era controlada energicamente. Nos Estados Unidos, em
1956, a AT&T conseguiu persuadir a Comissão Federal de Comunicações dos
Estados Unidos (7) a impedir a utilização de um recipiente plástico nos
receptores dos telefones, que era destinado ao bloqueio dos ruídos do
microfone do telefone, sob o argumento de que a apenas a AT&T possuía o
direito exclusivo sobre as inovações na rede telefônica.
A internet poderia ter permanecido uma ferramenta obscura
dos pesquisadores apoiados pelo governo, se a companhia telefônica tivesse
mantido esse controle. A internet jamais teria se propagado, se os
indivíduos comuns não tivessem a possibilidade de se conectar a rede por
intermédio dos Provedores de Serviço internet — PSI (8), e por meio das
linhas telefônicas já existentes.
No entanto, este direito de se conectar não foi
predeterminado. Um acidente na história da regulamentação teve aqui um papel
importante. Exatamente no momento em que a internet estava surgindo, o
monopólio das telecomunicações movia-se para um paradigma diferente de
regulamentação. Antes, o monopólio das telecomunicações tinha, praticamente,
total liberdade para controlar seus cabos ao seu bel-prazer. No início da
década de 60 e depois mais acentuadamente no decurso dos anos 80, o governo
começou a exigir que a indústria de telecomunicações se comportasse de forma
neutra — primeiramente insistindo que as companhias telefônicas
possibilitassem aos seus clientes a conexão dos equipamentos (como os modems)
à rede; depois, exigindo que as companhias telefônicas permitissem o acesso
de terceiros ao seu cabeamento.
Este tipo de regulamentação era raro entre os monopólios
das telecomunicações em todo o mundo. Na Europa e por todo o globo, era
permitido que os monopólios de telecomunicações controlassem o uso de suas
redes. Não havia requisitos de acesso que permitissem a concorrência. Assim,
nenhum sistema de competição se desenvolveu em torno desses monopólios.
Mas, quando os Estados Unidos desmantelaram a AT&T em
1984, as companhias resultantes não tinham mais a liberdade de impedir
outros métodos de utilização de suas redes. E quando os provedores de
serviço à internet buscaram acessar as linhas nativas da Bell (9) para
capacitar seus clientes a se conectarem à internet, exigiu-se nessas linhas
a concessão de igual acesso. Isto possibilitou uma forte concorrência no
acesso à internet, e desta concorrência resultou que a rede não poderia mais
se posicionar estrategicamente contra a nova tecnologia. De fato, por meio
de um mercado competitivo, o design “end-to-end” pôde ser criado na camada
física da rede telefônica, o que significou que um design “end-to-end”
poderia ser construído sobre toda ela.
Este direito comum de inovação foi então construído sobre
a camada de infra-estrutura física que, por meio da regulamentação, adquiriu
importantes características típicas dos bens comuns. A regulamentação do
método de transporte público do sistema de telefonia assegurou que o sistema
não tivesse êxito em criar obstáculos a uma competidora emergente, a
internet. E a própria internet foi criada, por meio de seu design “end-to-end”,
para garantir que nenhum aplicativo particular ou utilização pudesse
obstaculizar quaisquer outras inovações. Existia neutralidade na camada
física e na camada de código da internet.
Uma importante neutralidade também existia na camada de
conteúdo da internet. Essa camada inclui todo o conteúdo em trânsito na rede
— páginas da Web, MP3s, e-mail, vídeo streaming — bem como os programas de
aplicativos que são executados na rede ou que a alimentam. Estes programas
são diferentes dos protocolos da camada de código, coletivamente referidos
como TCP/IP (incluindo os protocolos da World Wide Web). O TCP/IP foi
destinado ao domínio público.
Mas o código acima desses protocolos não é de domínio
público. Ele é, ao invés disso, de dois tipos: proprietário e
não-proprietário. O proprietário inclui os conhecidos sistemas operacionais
da Microsoft, servidores Web e programas de outras companhias de software. O
não-proprietário inclui o software livre e o open source (10), especialmente
o sistema operacional Linux (ou GNU/Linux), o servidor Apache, bem como um
host (11) de outro código de interconexão (12) que permita o funcionamento
da rede.
O código não-proprietário cria uma área de utilização
pública na camada de conteúdo. O bem comum aqui não é apenas o recurso que
um programa em particular poderia oferecer — por exemplo, a funcionalidade
de um sistema operacional ou de um servidor (i)Web. O bem comum também
inclui o código-fonte do software que pode ser extraído e modificado por
outras pessoas.
A fonte aberta e o software livre (“código aberto”, para
abreviar) devem ser distribuídos com o código-fonte. O código-fonte deve ser
liberado a todos com a finalidade de ser adotado e modificado. Este bem
comum na camada de conteúdo significa que outros podem ter acesso, bem como
implementar a fonte aberta e o software livre. Significa também que o código
aberto não pode ser aprisionado e direcionado contra nenhum concorrente em
particular. O código aberto sempre poderá ser modificado por usuários
subseqüentes. Ele está, assim, licenciado para que permaneça neutro nas
utilizações ulteriores. Não há um “proprietário” do projeto de código
aberto.
Desta forma, e mais uma vez, comparável ao princípio "end-to-end"
na camada de código, o código aberto descentraliza a inovação. Ele mantém a
plataforma neutra. Esta neutralidade, por sua vez, inspira os inovadores a
construir em favor da plataforma, pois eles não precisam temer que a
plataforma possa se voltar contra eles. O código aberto constrói um bem
comum que propicia a inovação na camada de conteúdo. Assim como se dá com a
área comum na camada de código, o código aberto preserva a oportunidade para
a inovação e protege a inovação contra a conduta estratégica de
concorrentes. Recursos livres induzem às inovações.
Um mecanismo de inovações
A internet original, assim entendida quando foi
disponibilizada à sociedade em geral, havia misturado recursos livres e
controlados em cada uma das camadas da rede. Na camada central de código, a
rede era livre. O design “end-to-end” assegurava que nenhum dono de rede
pudesse exercer controle sobre a rede. Na camada física, os recursos eram
essencialmente controlados, mas, mesmo aqui, aspectos importantes
permaneciam livres.
A pessoa tinha o direito de conectar uma máquina à rede
ou não, mas as companhias telefônicas não tinham o direito de impedir esta
utilização em particular. E, finalmente, na camada de conteúdo, muitos dos
recursos disponibilizados por meio da internet eram controlados. Mas uma
crucial variedade de softwares habilitando serviços essenciais na internet
permaneceu livre. Quer seja por meio do código aberto ou pela licença do
software livre, estes recursos não poderiam ser controlados.
Este equilíbrio entre controle e liberdade acabou por
gerar uma explosão de inovação sem precedentes. O poder, e conseqüentemente
o direito à inovação foram descentralizados. A internet pode ter sido uma
invenção americana, mas criadores de todo o mundo puderam acrescer suas
contribuições a esta plataforma da rede. De modo significativo, algumas das
mais importantes inovações para a internet vieram de “pessoas de fora”.
Conforme já apontado, a tecnologia mais importante para o
acesso e a navegação na internet (a World Wide Web) não foi inventada por
companhias especializadas em prover acesso à rede. Não foi a America Online
(AOL) ou a Compuserve. A Web foi desenvolvida por um pesquisador, em um
laboratório suíço, que foi o primeiro a visualizar o seu potencial e então
lutar para trazê-la à fruição. Da mesma forma, não foram os provedores de
e-mail existentes que trouxeram a idéia do e-mail baseado na Web. Este foi
co-criação de um imigrante indiano nos Estados Unidos, Sabeer Bhatia, e
acabou originando uma das comunidades com maior índice de crescimento na
história — o Hotmail.
E também não foram os provedores de rede tradicionais ou
as companhias telefônicas que inventaram os aplicativos que possibilitam a
propagação das conversas online. O serviço original de conversação em
comunidades (ICQ) foi invenção de um israelense, longe das trincheiras do
design da rede. O seu serviço pôde se expandir (e ser então adquirido pela
AOL por 400 milhões de dólares) apenas e tão somente porque a rede foi
deixada aberta para este tipo de inovação.
De modo parecido, a revolução na venda de livros iniciada
pela Amazon.com (por meio da utilização de tecnologias que “comparavam
preferências” dos clientes) foi dissimulada ao largo das tradicionais
associações de editores. Pelo acúmulo de uma grande quantidade de
informações sobre compras feitas por clientes, a Amazon — utilizando-se de
uma tecnologia desenvolvida primeiramente no MIT e na Universidade de
Minnesota, destinada a filtrar notícias na Usenet — consegue prever o que um
cliente provavelmente irá querer. Essas recomendações orientam as vendas,
mas sem os altos custos de publicidade e promoção. Conseqüentemente,
livrarias como a Amazon puderam superar comerciantes tradicionais de livros,
o que pode ser uma das razões para a rápida expansão da Amazon na Ásia e na
Europa.
Essas inovações ocorrem no nível de serviços da internet.
Ainda mais profundas têm sido as inovações no nível do conteúdo. A internet
não apenas inspirou a invenção, mas também a publicação de uma maneira que
nunca seria possível no mundo dos editores tradicionais. A criação de
arquivos online de letras de música, seqüências de acordes e bancos de dados
colaborativos coletando informações sobre CDs e filmes demonstra o tipo de
criatividade que só foi possível porque o direito de criar não havia sido
controlado.
Mais uma vez, as inovações não se limitaram aos Estados
Unidos. A OpenDemocracy.org, por exemplo, é um fórum estabelecido em Londres
e centralizado na Web, que se destina aos debates e intercâmbios sobre
democracia e governabilidade por todo o mundo. Tais fóruns apenas são
viáveis porque não é necessária nenhuma coordenação entre os ativistas
internacionais. E ele prospera porque pode gerar debates a baixos custos.
Esta história deveria servir de lição. Toda inovação
relevante na internet surgiu fora dos provedores tradicionais. O novo cresce
para longe do antigo. Esta tendência ensina a importância de se deixar à
plataforma aberta às inovações. Infelizmente, essa plataforma encontra-se em
estado de sítio. Toda ruptura tecnológica cria vencedores e perdedores.
Os perdedores têm interesse em evitar a ruptura, se
puderem. Essa foi à lição ensinada por Machiavelli, e é a experiência com
toda alteração tecnológica importante que ocorre. E é, também, o que nós
estamos hoje vislumbrando com a internet. O bem comum da inovação da
internet ameaça interesses importantes e poderosos, que já existiam antes da
internet. Durante os últimos cinco anos, esses interesses se mobilizaram
para lançar uma contra-revolução que está agora tendo um impacto global.
Este movimento é engrandecido por meio da pressão, tanto
na camada física quanto na de conteúdo da rede. Essas alterações, por sua
vez, acabam por pressionar a liberdade da camada de código. Essas mudanças
irão gerar um efeito na oportunidade de crescimento e inovação que a
internet apresenta. Os responsáveis pelas decisões que estiverem dispostos a
proteger esse crescimento devem ser céticos a respeito das mudanças capazes
de ameaçá-lo. A inovação em larga escala pode colocar em risco os lucros de
alguns interessados, mas as vantagens sociais desse crescimento imprevisível
irão superar em muito as perdas particulares, especialmente nas nações que
estão apenas começando a se incluir digitalmente.
Protegendo o Espaço Comum
A internet tomou impulso por meio das linhas telefônicas.
Serviços discados que se utilizam de modems acústicos possibilitaram a
milhões de computadores a conexão através de milhares de PSIs. Os provedores
de serviços de telefonia locais tiveram que propiciar aos PSIs o acesso ao
cabeamento local, não tendo permissão para criar impedimentos ao serviço de
internet. Assim, a plataforma física sobre a qual a internet surgiu foi
regulamentada para permanecer neutra. A regulamentação teve um importante
efeito. Uma indústria embrionária pôde emergir nos cabos telefônicos,
independentemente da vontade das companhias telefônicas.
Mas, à medida que a internet caminha da banda estreita
para a banda larga, o ambiente de regulamentação se modifica. A tecnologia
de banda larga dominante nos Estados Unidos atualmente é o cabo. Os cabos
são submetidos a um regime de regulamentação diferenciado. Os provedores a
cabo em geral não têm a obrigação de garantir acesso às suas instalações. E
o cabo garantiu a possibilidade de controle sobre a utilização do serviço
prestado na internet.
Conseqüentemente, os provedores a cabo começaram a
pressionar em direção a um diferente conjunto de princípios na camada de
código da rede. As empresas a cabo desenvolveram tecnologias que permitem
utilizá-las como forma de controle do serviço que é disponibilizado. A
Cisco, por exemplo, desenvolveu dispositivos com base em políticas
pré-estabelecidas que permitem às empresas a cabo escolher qual conteúdo
flui rapidamente e qual flui gradativamente. Com essas e outras tecnologias,
as companhias a cabo ficaram em posição de exercer poder sobre o conteúdo e
os aplicativos que são operacionalizados em suas redes.
Esse controle já começou nos Estados Unidos. Os PSIs que
prestam serviços via cabo utilizam esse poder para banir certos tipos de
aplicativos (especificamente, aqueles que possibilitam serviços peer-to-peer).
Eles bloqueiam determinados conteúdos em particular (publicidade de
concorrentes, por exemplo) quando não são compatíveis com o seu modelo de
negócio. O modelo para estes provedores é geralmente o modelo da TV a cabo —
o controle do acesso e conteúdo é realizado na extremidade do provedor.
Revista Consultor Jurídico, 6 de junho de 2005
----- Original Message ----- From: cwguimaraes To: wirelessbr
Sent: Friday, June 02, 2006 11:42 AM Subject: [wireless.br] A batalha do século - Net Neutrality
Caros, Vale a pena acompanhar de perto o desenrrolar dessa arrenga, que acontece
neste momento, em especial, nos tribunais e congresso americano. O resumo é que as empresas de telefonia querem mudar o jogo, cobrando coisas
diferentes para os servicos "especiais" (dados, video, etc), que hoje rolam
soltos no mundo ip. É uma mudança enorme no atual modelo de internet, e é, de certa forma, algo
esperado (Que as operadoras de telecomunicacoes queiram dominar servicos de
conteúdo). Vamos acompanhar e imaginar as consequências na terra brasillis.
A batalha do século - Net Neutrality
http://news.com.com/2009-1028_3-6055133.html?part=rss&tag=6055133&subj=news Network operators want to charge Internet content providers for enhanced IP
services, while Net neutrality proponents say regulations are needed to
prevent abuse by the Net's gatekeepers. eBay tries e-mail in Net neutrality fight
By Declan McCullagh
http://news.com.com/eBay+tries+e-mail+in+Net+neutrality+fight/2100-1028_3-6079291.html
Story last modified Fri Jun 02 05:06:09 PDT 2006
SAN JOSE, Calif.--eBay this week unleashed a political
machine that should make politicians envious: a national e-mail blast over
Net neutrality. Meg Whitman, chief executive of the Internet auctioneer, called on more than
a million eBay members to get involved in the debate over telecommunications
laws and "send a message to your representatives in Congress before it is
too late."
"The telephone and cable companies in control of Internet
access are trying to use their enormous political muscle to dramatically
change the Internet," Whitman wrote. "It might be hard to believe, but
lawmakers in Washington are seriously debating whether consumers should be
free to use the Internet as they want in the future."
This is the first time that eBay has used e-mail to urge
its members to weigh in on a national issue and the first time Whitman has
sent an e-mail to members under her own name, the company said Thursday.
eBay--which has been active in a pro-Net neutrality
coalition for years--confirmed that more than a million e-mails have been
sent out so far, but declined to offer a more specific number. The campaign
is ongoing.
Net neutrality's crowded field Bill number Lead sponsor(s) What It Proposes Status
S.2360 Wyden (D) No two-tier Internet Still in Senate committee S.2917 Snowe (R) and Dorgan (D) No two-tier Internet Just introduced
HR5417 Sensenbrenner (R) and Conyers (D) Antitrust extended to Net
neutrality Awaiting House floor vote HR5273 Markey (D) No two-tier Internet Still in House committee *
HR5252 Barton (R) and Rush (D) FCC can police complaints Awaiting House
floor vote S.2686 Stevens (R) and Inouye (D) FCC will do a study Senate committee vote
expected in June
* Republicans have defeated similar language twice as an
amendment to a telecommunications bill.
Source: CNET News.com research
The concept of Net neutrality, which generally means that
all Internet sites must be treated equally, has drawn a list of high-profile
backers, from pop music star Moby and actress Alyssa Milano to Vint Cerf,
one of the technical pioneers of the Internet. It's also led to a political
rift between big Internet companies such as Google and Yahoo that back it--and
telecom companies that argue federal legislation will curb their ability to
manage their own networks.
"Meg has been following the issue, and with legislation
moving through the House and the Senate, felt that this was an appropriate
time to reach out to the community to make sure Congress heard what the
community thought about the telecommunications reform bill," said Tod Cohen,
eBay's associate general counsel for global policy.
Other tech companies have tried e-mail outreach efforts
before, though this week's campaign ranks among the largest. Microsoft, for
instance, distributed a "Freedom to Innovate" newsletter during its
antitrust trial that ended with the exhortation: "Now is the time to let
your elected officials know how you feel about the case."
eBay's e-mail campaign comes as the political debate over
Net neutrality is growing more pointed in Washington, D.C. On May 25, one
House of Representatives panel voted in favor of formal Net neutrality
regulations bitterly opposed by AT&T, Verizon Communications and other
broadband providers--while another House panel rejected such regulations on
April 5.
For their part, network operators from the telephone and
cable industries, now allied with some of the nation's largest hardware
makers, have said repeatedly that they have no intention of blocking,
degrading or impairing content. They say they're protecting their right to
manage their networks as they see fit, which could mean charging extra to
heavy bandwidth users, such as video providers, that expect to have their
content shuttled at priority speeds.
Also on Thursday, the American Electronics Association,
or AEA, cautiously embraced Net neutrality.
In a statement, the trade association said its board of
directors' executive committee endorsed a set of principles asking Congress
to protect consumers and Internet companies "from anticompetitive and
unreasonably discriminatory conduct by broadband network providers."
That's a careful statement that falls short of endorsing
some of the more aggressive Net neutrality proposals--such as the one
approved by the House Judiciary Committee on May 25--that would go further
and block what's being called a "high speed" lane for certain services such
as video.
AEA's board includes representatives of dozens of
companies including Microsoft, Sun Microsystems, Nanoventions, Intel, Adobe
Systems, Qualcomm and eDiets.com.
A Cisco Systems representative responded to AEA's
announcement with this statement: "Some of the groups who are most public in
this debate focus on one part of the network stack or another. We actually
care about the entire network--from core to end-user. No new regulations are
needed in order to support the FCC's connectivity principles."
Watch out we don't neuter the Net
By Randolph J. May
http://news.com.com/Watch+out+we+dont+neuter+the+Net/2010-1028_3-6079016.html
Story last modified Fri Jun 02 04:50:06 PDT 2006
The war raging over so-called Net neutrality has jumped
from inside the Beltway to the nation's mass media, if not its consciousness.
Not surprisingly, the Internet--especially the
blogosphere--is full of discussions on the fracas. Google the term "Net
neutrality" and you'll get something on the order of 21 million entries.
Include "blog" in the search request and nearly 6 million entries come back.
With all this back and forth, it's too bad so much of the
discourse is uninformed and misleading. As I have explained here before,
imposing broad regulatory mandates on broadband Internet service providers
as urged by the Net neutrality advocates is a bad idea that will ultimately
harm consumers. Rendering broadband providers perfectly neutral by dictating
that they be nothing more than dumb pipes, unable to treat any applications
or content that use their network facilities in any way differently, would,
in fact, neuter the Net.
Take away the freedom to differentiate and the basis for
effective competition is undermined. The nub of the issue is not that
complicated. Let me explain.
Broadband Internet access is not currently subject to the
type of public utility regulation which, for most of the 20th century,
characterized the old Ma Bell and its offspring. Because telephone companies
were classified as traditional common carriers, their rates and terms of
service were regulated by the Federal Communications Commission. This was
appropriate in a narrowband era when the telephone service providers faced
minimal or no competition.
But the Internet access marketplace in the broadband era
is much different. It's been four years since the FCC determined that the
broadband market is sufficiently competitive that it should not be subject
to public utility-style regulatory mandates. That's why it is misleading for
Net neutrality proponents to sloganeer that neutrality mandates need to be
imposed to "save the Internet as we know it." Presently, absent such
regulatory intervention, the number and variety of services and applications
available on the Net grow exponentially each week.
Indeed, although overlooked by most observers, a full
decade ago in the Telecommunications Act of 1996, Congress explicitly stated:
"It is the policy of the United States to preserve the vibrant and
competitive free market that presently exists for the Internet and other
interactive computer services, unfettered by federal or state regulation."
Without doubt, the broadband Internet access market is
even more competitive today than when the FCC and Congress issued these
pronouncements. Granted, the market may not replicate the classical model of
perfect competition--say, the wheat market taught in Economics 101 texts.
Few markets do, and certainly no "network" industry requiring huge
infrastructure investments running in the billions of dollars ever will.
Today, the cable and telephone companies still have dominant market
positions. But wireless and satellite companies continue to become stronger
competitors. And large electric power companies lurk on the sidelines
exerting competitive pressure, already testing delivery of broadband over
powerlines.
In this increasingly competitive and technological
dynamic marketplace, pleas from Net giants like Google, Yahoo and Microsoft
for imposition of strict nondiscrimination obligations and rate regulation
of facilities owners are particularly misplaced. Most of the proposals
purport to prohibit any network operator from taking any action to "block,
impair or degrade" consumers from reaching any lawful Web site. Yet there
are no instances today in which consumers are complaining about being
blocked from accessing a Web site, and it is difficult to imagine any
service provider blocking access to a lawful site. The marketplace reaction
likely would be swift and adverse.
As for the "impairing" and "degrading" strictures, there
are two very important problems with prohibitions cast this way. First,
there will be years of costly litigation over the meaning of these
inherently plastic terms as myriad claims of alleged violations are
adjudicated and readjudicated as services are rejiggered to try to pass
regulatory muster. Second, and more fundamentally, the notion that network
facilities owners must treat all applications and content providers alike--that
is, neutrally--is at odds with the way we want a competitive marketplace to
function. It is through the trial-and-error process of differentiation in
the marketplace that new products and services valued by consumers are
developed. Take away the freedom to differentiate and the basis for
effective competition is undermined.
Strict Net neutrality mandates also mean ordinary
Internet users must pay equally for the increased investment required to
support some very resource-intensive activities, such as downloading movies
or gaming. In effect, this is akin to imposing a retrogressive tax on those
less resource-intensive consumers to subsidize sites, such as Google and
Yahoo, which are responsible for generating the increased investment
necessary to support high-traffic, high-capacity applications.
At bottom, in a world of mandated neutrality, the
uncertainty and expense of ongoing litigation, coupled with the inability of
network operators to enter into business arrangements that enhance demand by
differentiating their offerings, will stifle innovation and investment. The
Net will be neutered at the same time it is rendered neutral.
In that vein, henceforth, I suggest use of the term "Net
Neut*" in the ongoing debate. That way, at least, the superficial appeal of
the "neutrality" label will not be hijacked in the service of imposing a new
regulatory regime likely to stall continued development of the Internet for
years to come.
Berners-Lee calls for Net neutrality
By Jonathan Bennett
http://news.com.com/Berners-Lee+calls+for+Net+neutrality/2100-1036_3-6075472.html
Story last modified Tue May 23 06:16:41 PDT 2006
Tim Berners-Lee, inventor of the Web, has called for
clear separation between Internet access and Internet content. Speaking at the World Wide Web conference in Edinburgh on Tuesday morning,
Berners-Lee gave his views on the growing battle over Net neutrality.
"It's better and more efficient for us all if we have a
separate market where we get our connectivity, and a separate market where
we get our content. Information is what I use to make all my decisions. Not
just what to buy, but how to vote," Berners-Lee told journalists.
"There is an effort by some companies in the U.S. to
change this. There's an attempt to get to a situation where if I want to
watch a TV station across the Internet, that TV station must have paid to
transmit to me."
Net neutrality is the concept that all Internet content
should be treated equally by broadband providers without any kind of
discrimination. It has become a hot political topic this year, especially in
the U.S., amid fears that telephone companies may start blocking some Web
sites or charge users extra to access them.
Companies such as Google, Microsoft and Yahoo have been
lobbying U.S. politicians to introduce laws that would make Net neutrality
mandatory. These moves have been opposed by broadband providers and some
hardware manufacturers.
Berners-Lee characterized the issue as a U.S.-only
problem at present. "In Europe, Net neutrality is the rule," he said.
Although Berners-Lee offered his support for Net
neutrality, he does not support a completely unregulated telecoms and
Internet market.
"The fact is that the openness of the Internet, which is
such a wonderful thing, does depend on a certain amount of regulation. We've
had in Britain the fact that if you put a stamp on a letter it gets there,"
Berners-Lee said.
The World Wide Web conference will run until Thursday. It
was opened by Scotland First Minister Jack McConnell, who hailed the great
progress made in the 15 years since Berners-Lee created the Web's underlying
protocols.
"The Web has brought so many possibilities that it's hard
to believe it's such a short time since Sir Tim and those pioneers created
it," said McConnell.
Jonathan Bennett of Builder UK reported from London.
Courtnay Guimarães Jr Professor & Consultant - Technology Innovation
Busines School São Paulo - The brazilian school for international management
courtnay@uol.com.br "Practice takes to the hole-in-one"
http://groups.yahoo.com/group/golfraria/ or
golfraria@yahoogroups.com "High potential talents accomplish targets no one can
do; geniouses accomplish targets no one can even see" Artur Schopenhauer
----- Original Message ----- From: cwguimaraes To: wirelessbr
Sent: Friday, June 16, 2006 1:54 PM Subject: [wireless.br] EXCELENTE - Mais alguns posts sobre Net Neutrality.
Telecommunications Company Pressures Employees To Lobby
Against Net Neutrality Monday, June 12, 2006
If you'll forgive me I'm going to spend some time
providing context and some thoughts of my own before I get into the email
that provoked the headline (one of the nice and potentially dangerous things
about a blog is that there are no editors to tell me this is a terrible idea;
all you online editors can just scroll down if you think so).
The House passed a telecommunications bill late last week
without net neutrality protection. That's a victory for the
telecommunications companies. The battle now moves to the Senate where
things will become more interesting (if you are a policy wonk who enjoys
legislative minutia; otherwise it will get real boring). I've heard that
there will be a hearing this week, but I've also heard that there is a
chance that the Senate won't even consider the bill before the fall. As best
I can tell there is more bi-partisan support for a net neutrality amendment
in the Senate, but I'm not going to make a prediction one way or the other.
I've now written a feature story and about ten blog posts
on net neutrality. I've tried my best to present the facts as I see them, to
cut to the chase about what is really going on, and generally give peope the
information they need to make up their own minds. The vast majority of
readers have decided that I am a proponent of net neutrality, although some
people have come to the opposite conclusion.
In reality my opinion in a little more nuanced. One on
hand I think what the telecommunications companies are trying to do is both
inevitable and logical. In general, I think a much bigger battle for control
over the Internet is just getting started and it would be irresponsible of
the telecommunications companies to not try to exploit their biggest
advantage - the fact that they are the middlemen for everything that happens
online. I also don't think that just because the Internet has always worked
on a best effort basis that it needs to indefinitely. I'm open to the idea
that there could be a better way to do things. That said, there are a few
things I don't like about the current effort. First, I'm afraid that the
telecommunications companies lack the imagination necessary for the kind of
innovation that would result in a better Internet. I guess this is my own
version of the "they just want to preserve their current business model for
as long as they can instead of figuring out how to reinvent themselves"
argument. Secondly, I don't like the way that the whole net neutrality issue
is being played out. I would like changes in the way the Internet operates
to be a part of a broader Internet strategy, which right now the U.S.
doesn't really have. On a related note, the Assistant Secretary of Commerce
for Communications and Information position, supposedly the President's top
advisor on telecommunications issues, has been open since Mike Gallagher
left last winter (you can apply for the position and any other open spot at
Commerce requiring a Presidential appointment by following this link).
Thirdly, as fascinating as I find politics, at the end of the day I often
don't like it.
I got my most recent reminder of this last night, when I
received an email from a frustrated and confused employee at one of the
major telecommunications companies. (FYI, if you were scrolling you shoudl
stop here.) Her story makes one side look bad, which is why I wanted to give
it some context. I talked to the sender this morning and verified her
employment status and that she did in fact send me the email. It's too long
to reprint in its entirety, but the short version is that she has worked for
her company for over twenty years, and recently the company circulated a
mass email asking all employees to contact their Congressman and urge him or
her to pass the telecommunications bill without the net neutrality amendment.
The email included a link to a website that had a form letter ready to go -
all you had to do was enter your zip code to make sure the letter went to
the right representative. (The Internet makes this sort of letter writing
campaign easy and it is becoming a standard practice for both sides of just
about every issue.) Here's where the email gets interesting:
"I sent the form letter on. After reading all this info
about net neutrality, I realize that because I was not completely informed
about both sides of the coin, only [my company]'s interests, I was led to
believe that I was agreeing with the net neutrality issue, not just what [my
company] wanted. Basically we were given info on only one side. I believe
this is also the case with many of the responses sent out. Some employees
even looked at it as a requirement that they had to do, feeling that the
company would know if you answered or not."
Pressuring employees to take a certain political position
is as old as jobs and democracy. But it isn't pretty. It goes without saying
that the emailer subsequently learned that she doesn't agree with her
company's position. Anyway, I'm sharing this with you all just to illustrate
that an important Internet policy issue is becoming increasingly political.
Telecom an me? Where is the high speed access promised? Do you have broadband?
Wasn't there just something about fiber optic cabling and every home with
fat internet pipes to our computers and televisions? Wasn't there just something about the missing last mile of cable between
those fat Internet pipes and our homes, and companies losing billions of
dollars because of mismanagement, and who eventually paid for those lost
billions? I bet you can guess if you look at your rates. You have to ask yourself: how is lack of net neutrality going to benefit me
today. And, what is it going to cost me or benefit me in five, ten, and
beyond years. Telling me how I am going to have all those, on demand,
multimedia benefits if I subscribe to this supposed 'other' internet, and
isn't this the same story I was told when companies were burying fiber optic
cables in the ground.
Telecom companies want me to have all the media on demand
I can stand, or all the media I can afford, right, like 500 channels and
nothing to watch. If you want the truth of the matter you had better look elsewhere.
Beginnings of the great debate Your recent Blog on the issues surrounding the net neutrality debate brought
to the forefront some new perspectives and highlighted some critical issues
important to the debate. What was missing is a perspective on where we have
all been at the beginning of the internet services business and why this is
such an issue today.
The internet is a pipeline of services built on the basic
capability to transport bits from one place to another. Some of the services
to be transported were well defined in the beginning, such as email
capability, and some were left for later innovation, such as instant
messaging and the "web". Some services were born through a commercial
innovation process, such as Voice over IP. Digitized voice has been around
for a very long time but the application of some of those principles to a
commercial need, namely the efficient and more cost effective transport of
those voice calls for the consumer, has lead to competition for the carriers.
It is important to note that the carriers have the capability to know and
understand what data is traversing the internet backbones and access links
they provide. They know where the traffic originates, where it terminates
and how much of it there is at any point in time. It was not until
competition for their basic services, those that are threatening their
greatest cash generators, arose that they began to lobby for the right to
change the business model for commercial services across the internet. The
carriers have fought business forces to see to it that they are fully
engaged in the wireless services business, the first and largest threat to
their basic services (read cash generators). They had every right to create
a wireless service business for themselves, some more frequently than others
(read AT&T). At the same time they had every right to create the same
businesses that Google, Yahoo, and Amazon created. What they lacked was the
innovation to do so.
Now we are presented with the thought that the very basic
promise of the internet, the creation of services free of anticompetitive
forces from the providers that carry the traffic, has now been legislated
away. In fact, the carriers have lobbied for and received the endorsement
from Congress to be granted the anticompetitive tool to charge any business
for the right to be treated fairly in the transport of its product across
the internet. They chose not to create the same products and services that
Google and Yahoo and Amazon provide even though their position of backbone
provider afforded them the opportunity to know more about those services
than anyone else on the planet. Their lack of forward thinking is now being
rewarded by backward thinking. Send your lobbying crew to Washington with
truckloads of dollars (from your diminishing cash cow) and ask for and
receive the right to tax successful businesses or else you will choke their
business models. Sounds anticompetitive to me, just the behavior the
anti-trust folks look for.
The carriers were granted the public trust when they
accepted the responsibility for the care of the internet backbone. Now they
have found that they are playing catch up for their lack of innovation. They
have asked for the tools to stop such innovation by others. What is mind
boggling is that they have receive it.
If you are looking for indications of anticompetitive
behavior on the part of the carriers, look no further than the present. It
has already started. Want a solution? Go back to the carriers and tell them
to stop crying because they did not think of more innovative ways of making
money using the internet. The carriers have some of the best technical minds
on earth at their disposal. What is missing is good business horse sense.
Respectfully,
Bill Trussell
Managing Director-Networking
TheInfoPro
By Bill Trussell () at June 15, 2006 - 7:57am
MESH The Internet revolution isnt over yet. Right now the technology is available
for all Internet users to provide their own TELCO base station right in
their own homes. This hardware is available at places like BestBuy and
Walmart... wireless routers. MESH software is now available from many online
including Microsoft (http://research.microsoft.com/mesh/).
I see no reason the telcos should be allowed to stop their demise at the
hands of innovation. Did we let the switch board operators put tollboths up
on the phone system to preserve their jobs? Nope we let the new computer
systems replaces them. MESH networking can give us all faster than LAN
speeds (100x DSL or cable) and it is FREE because each Internet user hosts
their own telco base station that MESHES with their neighbors .. and their
neighbors.. and their towns mesh ... and the next towns mesh ... telcos
should become a thing of the past. A 100 MB network is plenty good enough
for what we need the Internet for and no storms can knock down the lines
because there isnt any! ... and its FREE once you have the wireless router
and mesh software. One more push like during the 1990s but this time on
wireless mesh and this issue about telcos taking over the Internet can be
gone ... along with the switchboard operators... which really is all the
Telcos are are anymore anyways.
By Gerald Gibson () at June 14, 2006 - 8:28am
Wiretapping v. Net Neutrality: Contradictions at the FCC
Wednesday, May 10, 2006
I was talking to a CIO this afternoon about the
Communications Assistance for Law Enforcement Act. CALEA is the 1994 law
that requires telecommunications carriers to build and operate their
networks in a way that is easy for law enforcement officials to wiretap.
Last week the FCC ruled that CALEA applies to anyone who operates a
broadband internet service, which includes this CIO (he works for a
university that has its own fiber). The CIO was upset because it meant that
he was probably going to have to spend millions of dollars making changes to
his network. I was curious because, on the surface at least, the FCC is
contradicting itself about what it does and does not consider a
telecommunications carrier.
Yes, I'm talking about net neutrality again. The cable
and phone companies want the right to treat traffic on the Internet
differently, depending on the file type, sender or recipient. But the
telecommunications law that governed them required that they treat every
piece of data the same. Last summer the Supreme Court ruled in the Brand X
case that cable companies offered an Internet service, not a
telecommunications service, and hence weren't covered by the
telecommunications law. Actually that's not quite right. Technically the
Supreme Court ruled that the FCC had the power to classify cable Internet as
an information service. This is a little more nuanced, and it doesn't change
the outcome, but ends up mattering for the point I'm going to try to make.
In order to level the playing field between cable and DSL, the FCC then
ruled that the DSL providers also sold an Internet service, and hence
weren't covered by the telecommunications law either.
So when it comes to the treatment of data on the Internet
- the whole heart of the net neutrality debate - the FCC decided that anyone
who sells an Internet service is outside the reach of laws that apply to
telecommunications carriers. That's why I was surprised to hear that the FCC
decided that the telecommunications laws concerning wiretapping do apply to
Internet service providers. I called the FCC but it was after 5 pm and no
one in the press office answered the phone. I snooped around a little and
the best explanation I found was this line from a 2004 regulatory proposal:
"We tentatively conclude that: (1) Congress intended the
scope of CALEA's definition of 'telecommunications carrier' to be more
inclusive than that of the Communications Act;"
Just so we're straight, the Communications Act is the
same law that we were talking about in the paragraph about net neutrality.
From a political standpoint I understand why the FCC had to do this. Law
enforcement needs to have the capability to tap a network. And if the FCC
came out and said that CALEA didn't apply to calls handled by a cable
operator because it is an Internet service and hence not covered by the
Telecommunications Act you can bet that Congress would pass a law saying
that Internet services are indeed covered by the Telecommunications Act. But
there seems to be an awful lot of definition massaging going on.
I don't know if there is anything that those who disagree
with the FCC's interpretation of either net neutrality or CALEA can do about
this seemingly contradictory interpretation of the law. If the FCC wants to
have two different readings of "telecommunications carrier" it is probably
allowed to. But it looks to me at least like it is making rules based on its
desired outcome instead of the law.
Someone else sees a connection with CALEA I just got an email from Art Bordsky at Public Knowledge, one of the groups
leading the fight for net neutrality protection. He points out that Rep.
Sensenbrenner made a connection to CALEA in a letter he wrote trying to get
jurisdiction of the issue for the judiciary committee. It isn't as explicit
as I made it sound, but it is a connection. I'm including a link to the
letter. It's 35 pages long and CALEA is mentioned on page 22.
http://static.publicknowledge.org/pdf/hr5252-jud-req-20060501.pdf
Courtnay Guimarães Jr Professor & Consultant - Technology Innovation
Busines School São Paulo - The brazilian school for international management
courtnay@uol.com.br "Practice takes to the hole-in-one"
http://groups.yahoo.com/group/golfraria/ or
golfraria@yahoogroups.com "High potential talents accomplish targets no one can
do; geniouses accomplish targets no one can even see" Artur Schopenhauer
Vinton G. Cerf - "Vin" Cerf
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, June 14, 2006 9:13 PM
Subject: [wireless.br] Vint Cerf: "Pai da Internet" e
"Evangelista do Google"
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL
! Helio Rosa
escrevendo. Nesta ComUnidade
(Portal em www.wirelessbrasil.org)
interagimos e compartilhamos conhecimentos com muita cordialidade,
cortesia, tolerância e paz - sempre fazendo novos amigos!
Vint Cerf é o "pai da Internet" e
"vice-presidente e evangelista" do Google!!! Não dá pra não conhecê-lo... :-))
Vamos à uma "ambientação"? :-)
Abaixo, em seqüência, temos: - uma notícia do AdNews:
"Pai da internet" prevê explosão de serviços disponíveis on-line
9/6/2006 - um artigo de Michael Stanton: Vint Cerf e
a Internet Abril 2005
Fonte: AdNews
"Pai da internet" prevê explosão de serviços disponíveis
on-line. 9/6/2006 O norte-americano Vinton Cerf, 62, atraiu a atenção de diversos
representantes do setor de tecnologia nesta semana, em visita ao
Brasil. Seu currículo justifica o interesse: considerado um dos
pais da internet, o atual vice-presidente do Google e presidente
da Icann (sigla em inglês para Corporação da Internet para Nomes e
Números Designados) tem bagagem para falar sobre o histórico da
rede e também os rumos que ela deve tomar nos próximos anos. O especialista prevê uma explosão na oferta de serviços
disponíveis on-line. "Já estamos vivendo uma fase de transição, em
que a internet deixa de ser uma rede de conexão de dados e pessoas
para tornar-se uma "rede de todas as coisas", afirma.
Sua afirmação pode ser exemplificada com a disponibilidade, em um
futuro próximo, de diversos produtos compatíveis com a internet.
Uma máquina de lavar roupas hi-tech, por exemplo, poderá decidir o
melhor ciclo de lavagens e quantidade de sabão para aquela peça de
roupa manchada, quando o usuário especificar seu problema no site
do fabricante.
Considerado um visionário, o cientista reforça a necessidade da
inovação para que empresas consigam "formatar" modelos de negócio
tirando melhor proveito da tecnologia. Como casos de sucesso, ele
cita o iTunes (loja virtual da Apple que fornece conteúdo para o
toca-MP3 iPod) e também a Netflex (locadora de DVDs em que os
filmes escolhidos via internet são enviados pelo correio).
Vint Cerf e a Internet
Michael
Stanton
Vinton G. Cerf
ou, simplesmente, Vint é uma pessoa cuja biografia corre em paralelo com a
história da Internet. Como pesquisador do projeto ARPANET, publicou em
1974 uma artigo com Bob Kahn que definiu a arquitetura fundamental do que
viria a ser a Internet. Neste artigo seminal eles propuseram estruturar
grandes redes de computadores como uma coleção de sub-redes menores, onde
cada sub-rede usaria uma tecnologia específica para comunicação interna,
por exemplo Ethernet ou ATM. O grande pulo dado por Cerf e Kahn era nas
interconexões entre as sub-redes, que seriam feitas através de
equipamentos hoje conhecidos como roteadores, que têm a função de receber
mensagens chegando em uma sub-rede e reenviá-las por outra. São os
roteadores que suportam a heterogeneidade das redes, possibilitando a
interconexão de sub-redes de tecnologias diversas. Hoje chamamos de
inter-rede uma coleção de redes interligadas por roteadores, e a maior de
todas é escrita em inglês com letra maiúscula - a Internet. A tecnologia
que habilita esta costura é também conhecido pelo nome de um dos seus
padrões técnicos - o Internet Protocol, ou IP.
Cerf acompanha até hoje a evolução da sua
criança. Depois da Internet virar negócio no início dos anos 1990,
tornou-se executivo da MCI, originalmente uma operadora de telefonia de
longa distância dos EUA que optou vigorosamente pelo caminho de redes de
dados, quando isto ainda não era tão comum. (A MCI também chegou a comprar
a Embratel na época da desestatização do setor de telecomunicações
nacionais, mas já a vendeu para a Telmex.) Cerf também vem participando
ativamente em atividades mais públicas: ajudou a criar e foi presidente da
Internet Society (www.isoc.org),
uma organização dedicada à cultura e à tecnologia da Internet, e hoje ele
é presidente da ICANN, organização civil que supervisiona a
infra-estrutura báscia da Internet - seus endereços e nomes de domínios (www.icann.org).
Em reconhecimento das suas contribuições
científicas Cerf e Kahn foram nomeados para o prêmio Turing da sociedade
profissional, a Association of Computing Machinery (ACM) (www.acm.org).
Este prêmio, que honra o matemático inglês, Alan Turing, um dos pioneiros
da computação digital, é dado anualmente desde 1965, e é considerado o
equivalente para a computação de um prêmio Nobel.
Cerf já esteve algumas vezes no Brasil,
mais recentemente como presidente da ICANN, que se reuniu no Rio de
Janeiro em 2003. Entretanto sua primeira visita foi a São Paulo em 1975,
para demonstrar o uso da ARPANET na USP. Há uma curta descrição desta
visita no seu sítio particular em
global.mci.com/us/enterprise/insight/cerfs_up/transitions/uncapher,
onde ele fala das dificuldades enfrentadas nesse período para estabelecer
uma conexão intercontinental de 300 bits por segundo para permitir usar um
terminal "teletipo". Esta seguramente deve ter sido a primeira vez que se
fez transmissão internacional para um computador a partir do Brasil. A
comunidade acadêmica nacional ainda teve que esperar mais 13 anos antes de
implantar uma rede de computadores aqui, que pudesse se comunicar com
outras redes congêneres no exterior, e mais 3 anos para realizar sua
primeira comunicação através da Internet.
Como Cerf se manteve ligado (em todos os
sentidos) aos assuntos da Internet, tem uma visão bastante ampla da
maneira que ela vem evoluindo para expandir seu alcance. Recentemente
esteve numa conferência em Washington sobre conectividade onde falou sobre
alguns dos seus pensamentos a respeito das tendências das comunicações no
mundo (v.
www.isp-planet.com/news/2005/cerf_f2c.html). Neste discurso fez várias
considerações interessantes sobre a tecnologia Internet e suas
conseqüências.
Uma era a ubiqüidade da Internet, que
hoje se estendeu para permitir a integração física de todo tipo de
tecnologia de comunicação ao nível das sub-redes componentes. Um exemplo
disto é a incorporação na teia mundial da Internet das novas redes que
utilizam comunicação sem fio: telefonia celular, WiFi, WiMax e Bluetooth.
Desta forma um equipamento que utilize qualquer uma destas tecnologias de
comunicação poderá fazer parte da Internet. O outro lado da moeda seria
garantir que este equipamento consiga usar todas as possibilidades
interessantes para a comunicação que a Internet abre.
Aqui a chave é o padrão de comunicação
entre pares (peer to peer, ou P2P), que é diferente da assimetria da
relação tradicional cliente-servidor, onde os papéis dos dois computadores
são fixos, sendo que um dos dois computadores (sempre o mesmo) pede algum
serviço do outro. No P2P os dois computadores em comunicação se tratam
como iguais ou pares. Em relações entre pares, qualquer um dos dois
computadores poderá servir ou ser servido, ou, juntos, eles podem
implementar um serviço simétrico, como é o caso em teleconferências, de
voz e de vídeo. O interessante deste tipo de aplicação é a grande
liberdade para criação que abre. Entre pares, não há necessidade de seguir
padrões existentes, e as novas aplicações poderão explorar criativamente
as oportunidades assim abertas. Por exemplo, o Skype (aplicação de
telefonia IP - v. a
coluna de 30 de novembro de 2003) procura brechas em paredes
corta-fogo que admitem passar tráfego WWW, simplesmente usando o mesmo
caminho, tornando difícil seu controle por administradores de rede.
Muitas das novas aplicações P2P são hoje
usadas para distribuição de conteúdo digital. Entre estas, a mais
importante hoje é o Bit Torrent, que já ultrapassou o KaZaA nas
preferências dos usuários. Um estudo realizado recentemente em vários
países, mencionado por Vint Cerf em seu discurso, mostra que dois terços
de todo o tráfego Internet hoje é de aplicações P2P, sendo uma boa parte
destas de transmissão de vídeo. Em redes de acesso, a proporção sobe para
80% de todo o tráfego (v.
www.isp-planet.com/research/2004/cachelogic_data.html).
Uma característica importante destas
novas aplicações P2P, enfatizada por Vint Cerf, é a simetria dos fluxos de
dados. Da mesma forma que uma relação P2P é simétrica entre o par de
computadores, o volume de tráfego também tende a ser igual nas duas
direções, com o volume de dados recebidos sendo parecido com o volume
transmitido. Isto ocorre porque cada nó combina as funções de cliente e
servidor. Por exemplo, além de receber conteúdo digital, os usuários de
Bit Torrent também o distribuem. Isto traz outro desconforto para a
tecnologia das redes de acesso hoje usadas. As mais comuns usam ADSL (como
Speedy ou Velox) ou sistemas de TV a cabo (como Virtua ou Ajato). Em ambos
estes casos, a rede de acesso é assimétrica, supondo-se que o volume de
informação entregue ao usuário (download) excede o que ele transmite (upload).
Isto simplesmente não vale hoje em dia, por causa das novas aplicações. De
certa forma esta tendência casa bem com novas redes de acesso baseadas em
canais ópticos, que começam ser usadas em alguns países, e onde a largura
de banda é simétrica entre os dois sentidos de transmissão. Isto ainda é
distante da nossa realidade atual, mas normalmente não ficamos com muitos
anos de atraso comparado com a situação de outros países. É bom que já
esteja sendo apontado o caminho da evolução futura!
Vint Cerf já fez muitas contribuições a
nossa mundo atual. É bom ver que continua bem ativo e pensante. Que sirva
de inspiração para nós outros que laboramos nesta seara.
Na década de 1970, Vinton Cerf ajudou a construir o que hoje conhecemos
como internet; agora está de volta à rede mundial como evangelista-chefe
do Google
Conhecido, mundialmente, como o “pai da internet” por ter atuado no
desenvolvimento da rede mundial, Vinton G. Cerf ingressou no Google em
setembro do ano passado para assumir o cargo de evangelista-chefe. Aos 62
anos, Cerf quis voltar a trabalhar com aplicações na internet e escolheu o
Google por ser, nas palavras dele, “uma das companhias mais inovadoras do
mundo”. Cerf confessa que seu interesse por ciência e tecnologia remonta
aos tempos de criança. “Tinha um minilabotarório de química aos 10 anos e
realmente amava aquilo”, lembra. O evangelista, leitor de ficção
científica, mistérios e biografias, além de apreciador de vinhos e da
culinária, será o keynote speaker do IT Conference, que ocorre dias 7 e 8
de junho em São Paulo. Confira entrevista exclusiva à InformationWeek
Brasil.
InformationWeek: O senhor é conhecido como o pai da internet. O senhor se
vê desta maneira? Vinton G Cerf: Eu acho justo dizer que sou um dos fundadores. Robert E
Kahn começou o projeto no fim de 1972, início de 1973, logo depois que ele
se juntou à US Defense Advanced Research Projects Agency. Nós trabalhamos
juntos durante três anos na Arpanet. Ele me visitou no meu laboratório na
Stanford University, na primavera de 1973, e descreveu um problema que
queria resolver usando o conceito rede aberta para interconectar três
redes de pacotes com switches, que a ARPA estava patrocinando.
Afortunadamente, Robert Metcalfe havia acabado de ser juntar à Xerox Parc
e tinha um laboratório algumas milhas distante de mim em Stanford. Quando
ele inventou a Ethernet, este era o quarto tipo de pacote de rede que
seria incorporado naquilo que Bob Kahn e eu vínhamos agregando ao desenho
da Internet. Em setembro de 1973, eu e Bob desenhamos um rascunho e
publicamos uma versão mais refinada em maio de 1974. Naquel época, eu
continuava trabalhando em Stanford no aperfeiçoamento do nível de
detalhamento do desenho da arquitetura e dos protocolos. Quando eu mudei
para DARPA e virei dias trabalhando no projeto da internet, havia pessoas
envolvidas neste trabalho em vários campi nos Estados Unidos e duas
universidades européias.
InformationWeek: Como o senhor analisa o crescimento da internet?
Correspondeu às expectativas? Cerf: Perto de 1988 me pareceu claro que a internet cresceria
dramaticamente, caso se tornasse um serviço comercial. Se você olhar o
histórico das estatísticas, verá que a rede vem dobrando de tamanho
anualmente. Hoje, é bem provável que este crescimento esteja em 40% por
ano em termos de usuários, hospedagem etc. Eu não previ o fluxo da
informação trafegada na rede, resultado da invenção de Tim Berners-Lee (World
Wide Web), nem mesmo tendo um protótipo do conceito disto na Arpanet nos
idos de 1970. O surgimento de dispositivos móveis, notebooks e os mais
recentes tipos de ferramentas foram previstos, mas o efeito que causariam
não era tão óbvio.
InformationWeek: Neste cenário, qual o futuro da internet? Cerf: Esta é uma boa pergunta. Existe em torno de um bilhão de usuários,
que estão compartilhando uma enorme quantidade de informação. A facilidade
do acesso à rede vem estimulando inúmeras novas aplicações, incluindo
streaming de áudio e vídeo, voz sobre IP, bem como uma variedade de
maneiras de trocar informações, como sistemas para facilitar a interação
entre grupos. Eu previ que a base de usuários iria crescer e que, cada vez
mais, devices iriam ser acoplados à rede. Previ também que,
geograficamente, o desenvolvimento da informação se tornaria muito
importante para suportar aplicações da rede, veja o Google Earth e o
Google Local. Tenho a expectativa de que aumentará a adoção de banda larga
residencial, a menos que as operadoras locais de telefonia interfiram
neste processo disponibilizando ferramentas de acesso que inibam a escolha
dos clientes ou os serviços inovadores. Algumas das mais bem-sucedidas
companhias na internet (Yahoo, Google, eBay, Amazon por exemplo)
conseguiram emplacar seus novos negócios sem antes ter conseguido algum
tipo de permissão ou licença. A internet também crescerá para suportar a
exploração espacial. Um backbone interplanetário está sendo desenhado e
testado no Jet Propulsion Laboratory em Pasadena, na Califórnia. Nós
veremos muitos sensores sendo incorporados ao ambiente internet e,
certamente, a maioria dos aparelhos móveis terá capacidades de internet.
InformationWeek: Como a internet será uma ferramenta para ajudar os
negócios nos próximos anos? Cerf: Serviços mais rápidos, facilidade de intercâmbio de processos
integrados entre corporações (pense em Service Oriented Architectures). Eu
acredito, inclusive, que isto servirá como um instrumento de propaganda,
uma vez que a mídia digital cresceu
InformationWeek: De que forma a internet contribui para o processo
inovador das companhias? Cerf: Se nos ao atemos no princípio de ‘Net Neutrality’ – no qual usuários
podem obter qualquer tipo de serviços por meio de qualquer meio de acesso
–, nós criamos um ambiente, no qual aplicações ponto a ponto poderão ser
introduzidas na internet sem a necessidade da intervenção do ISPs para
nada em especial. Há uma longa discussão a respeito da qualidade do
serviço e da necessidade de facilidades especiais para suportar a baixa
latência do tráfico. A internet permite que as companhias exportem
talentos sem exportar as pessoas – e isto permite a flexibilidade do link
para aplicações digitais entre elas. Outra importante oportunidade para a
inovação é a interconectividade dos processos de negócios entre as
corporações.
InformationWeek: Por que você decidiu trabalhar no Google? Cerf: Eu queria voltar a trabalhar com aplicações na internet e o Google é
uma das companhias mais inovadoras do mundo.
InformationWeek: Como é seu trabalho lá? O que você faz? Cerf: Na posição de Chief Internet Evangelist, eu dedico bastante tempo
para interagir com a mídia – esta entrevista, por exemplo – para encorajar
o desenvolvimento da internet e sua implementação. Eu visito escritórios
de engenharia ao redor do mundo fazendo um intercâmbio intelectual para
compartilhar idéias e produtos. Freqüentemente, me encontro com companhias
que tenham tecnologias ou serviços de interesse do Google. Eu trabalho com
pessoas que executam políticas públicas de questões que dizem respeito ao
Google e ajudo no recrutamento de “Googlers” (novos funcionários com o
perfil do Google) por todo o mundo.
InformationWeek: Qual o maior desafio do Google hoje? Cerf: Gerenciar o rápido crescimento da companhia e aumentar o escopo dos
produtos e serviços oferecidos.
InformationWeek: Na sua carreira, qual foi o desafio mais difícil que você
passou? Cerf: Os maiores desafios têm a ver com o convencimento de grande número
de pessoas para trabalhar juntas para um objetivo comum, mesmo quando há
desacordo sobre a maneira de se atingir o objetivo. A Internet foi uma das
atividades mais satisfatórias na minha carreira graças às milhares de
pessoas que dedicaram muito tempo e energia para fazê-la funcionar.
Transcrição de alguns artigos e
notícias
Fonte: Terra
[08/06/06]
Fundador do Google faz campanha por neutralidade da Internet
O co-fundador e presidente do Google, Sergey Brin, reuniu-se com
congressistas dos Estados Unidos nesta terça-feira para pressionar por
uma legislação que impeça os provedores de acesso à Internet de cobrarem
mais dos sites por uma distribuição mais rápida de seu conteúdo. O Google, a Microsoft e outros grandes operadores de sites de Internet
se uniram a proprietários de pequenos sites a fim de combater os
esforços de provedores de acesso em banda larga como a AT&T e a Verizon
Communications que querem oferecer redes de desempenho mais rápido a
empresas que paguem mais. A questão foi designada como "neutralidade da
Internet" por aqueles que se opõem a um sistema duplo de acesso e
preços.
"A única maneira possível de criar uma via rápida que seja útil, ou
seja, pela qual as pessoas estejam dispostas a pagar, é que existam vias
lentas", disse Brin a jornalistas depois de uma reunião com o senador
John McCain, membro do comitê do Senado que supervisiona as questões de
telecomunicações.
Brin reconheceu que grandes empresas como o Google provavelmente seriam
capazes de fechar acordos com os proprietários de redes para garantir a
distribuição de seu conteúdo. Mas acrescentou que o serviço de buscas do
Google só tem valor se os consumidores obtiverem acesso rápido aos sites
que os resultados mencionam. "A tese é que alguns fornecedores de
conteúdo pagariam por serviços mais rápidos. Por que eles pagariam?
Simplesmente porque se sentem generosos com relação às empresas de
telecomunicações e provedores de acesso?", questionou Brin. "Presumo que
estariam pagando porque de outra maneira teriam desempenho pior, ou
talvez seus sites não funcionassem."
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos poderá votar ainda esta semana
um projeto de lei de telecomunicações que não inclui a proteção à
neutralidade da Internet solicitada pelo Google. Mas o projeto de lei
determinaria que a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos
fizesse cumprir a declaração de política que a agência divulgou em 2005
quanto à banda larga, na qual os consumidores têm direito de acesso ao
conteúdo e aos aplicativos que preferirem.
Críticos como Brin dizem que essas provisões não bastam, e querem que a
versão do Senado para a nova lei de telecomunicações empregue linguagem
mais vigorosa. Brin disse que não sabia "como McCain se posicionará
sobre o tema". Reuters
Fonte: IDG Now! [09/06/06]
Neutralidade na web sofre revés nos EUA Por Redação do IDG Now!
São Paulo - Congresso barra tentativa de garantir tratamento igualitário
a todos os dados nas redes. O Congresso norte-americano barrou na quinta-feira (08/06) uma tentativa
de assegurar a neutralidade da internet por meio da legislação. Apoiado por empresas como Google, eBay e Amazon, o projeto visava a
impedir que os provedores de acesso controlassem quais sites podem ser
acessados por seus usuários, garantido tratamento igual a todos as
páginas. O debate surgiu durante a discussão do Ato de Ampliação, Promoção e
Oportunidades em Comunicações e a proposta era de uma emenda que
garantisse o tratamento igualitário a todos os dados transportados pelos
cabos das operadoras, oferecendo inclusive a mesma banda a sites
parceiros e concorrentes. Com a rejeição, as empresas de internet temem que as operadoras passem a
oferecer super-redes de serviços direcionadas a um propósito, como a
transmissão de vídeo, por exemplo, prejudicando a livre concorrência. As companhias de conteúdo online temem ainda que, sem o direito de
igualdade garantido, tenham que pagar valores adicionais para assegurar
que seus serviços cheguem até os usuários. Do lado oposto dos provedores de conteúdo estão provedores de acesso,
como as operadoras Verizon e AT&T, que se beneficiarão da nova lei que
permitirá que eles ofereçam seus serviços de IPTV em base nacional - sem
ter que negociar localmente - para concorrer com as empresas de TV a
cabo.
Fonte: Yahoo Notícias
[13/06/06]
Acordo sobre neutralidade da Internet será difícil nos EUAWASHINGTON (Reuters) - O Comitê de Comércio do Senado dos Estados Unidos
não conseguiu até agora chegar a um compromisso sobre a neutralidade da
rede na Internet, uma semana antes do fim do prazo para a votação da
questão, como parte de um projeto mais amplo de lei de reforma das
comunicações no país, informaram assessores da Casa
Empresas de Internet como o Google querem que os legisladores proíbam
provedores de serviços de banda larga como a Verizon Communication de
cobrar mais dos internautas em troca de garantia de acesso e qualidade
de serviço, uma questão que terminou designada como "neutralidade da
Internet".
Os provedores de banda larga contra-argumentam que não têm intenção de
bloquear o acesso dos usuários a sites, mas que desejam oferecer
serviços privados, com base na Internet, que permitiriam velocidades
maiores de download para conteúdo como filmes.
O senador Ted Stevens, republicano do Alasca que preside o comitê,
propôs estudar a questão, em 1o de maio. O líder dos democratas no
comitê, o senador Daniel Inouye, do Havaí, e outros legisladores
pressionaram por proteção mais abrangente.
Um possível compromisso quanto à neutralidade da Internet poderia ser
adotar uma emenda aprovada na semana passada ao projeto da Câmara dos
Deputados, de acordo com um dos assessores do comitê. A emenda concede à
Federal Communications Commission autoridade para aplicar os princípios
que a agência propôs no ano passado.
Os princípios determinam que os provedores de banda larga forneçam aos
usuários acesso irrestrito ao conteúdo da Internet, e permitam que
empreguem quaisquer aplicativos e serviços legítimos que estiverem
disponíveis.
"Creio que essa é a questão na qual teremos de trabalhar mais", disse
Lisa Sutherland, chefe de gabinete de Stevens, aos jornalistas. "Nós
trabalharemos com o maior afinco quanto à neutralidade da Internet, esta
semana."
"O que quer que o comitê decida sobre a neutralidade da Internet,
suponho que terá de ser debatido de novo em plenário", afirmou ela.
Quando se fala em Internet, sempre se lembra de liberdade de expressão.
Porém, nos EUA, país criador de tendências mundiais, sobretudo no que se
refere ao desenvolvimento da net, há um crescente medo de isso se torne
coisa do passado e que o acesso ao conteúdo seja controlado. Uma reforma
das leis de telecomunicações está em andamento e tem assustado grandes
empresas da “nova economia” e defensores da liberdade de expressão na
Internet pela possibilidade de criar uma Internet em camadas –uma paga e
rápida, outra gratuita e lenta.
O vilão da vez não é o governo, mas empresas de telefonia que dominam o
mercado norte-americano de banda larga junto a provedores de Internet a
cabo, principalmente a AT&T. As companhias, que não enfrentam muita
concorrência em suas áreas de atuação, têm dado indícios de que pretende
começar a cobrar pela transmissão de dados através de suas linhas –uma
espécie de pedágio para que sites disponibilizem conteúdo.
Quem concordar em pagar terá tratamento privilegiado. Ou seja, verá seu
site abrir mais rápido e terá vídeo e áudio de melhor qualidade. Já
aqueles que não aceitarem o preço serão colocados numa “via” mais lenta,
se comparada com o novo serviço. Existe o medo de que a livre
concorrência que caracteriza a rede seja desmanchada e também a
interferência das donas dos cabos de conexão nos negócios e até mesmo na
disponibilidade de conteúdo na rede.
Essas possibilidades têm assustado produtoras de conteúdo e serviços
como Google, Yahoo e Microsoft e gerado uma grande polêmica na política
norte-americana. As discussões interessam ao mundo inteiro, pois parte
do fluxo de dados da América Latina, por exemplo, está em servidores
norte-americanos e portanto dependem da conexões de lá para operarem
corretamente.
As empresas “ ponto com” temem que as telefônicas passem a cobrar um
percentual sobre o faturamento de serviços online, tirando-lhes uma
fonte de lucros cada vez maior, em troca de espaço na faixa de
transmissão de dados. Entre esses serviços poderia estar o ITunes,
serviço de venda de música online da Apple que abastece milhares de
Ipods em todo o mundo e faturou no ano passado quase meio bilhão de
dólares, com imensas projeções de crescimento. A Google, por sua vez,
acredita na hipótese de que outro buscador possa pagar mais para
oferecer resultados mais rápidos.
O grande temor é relacionado a um serviço ainda pouco explorado, mas com
grandes perspectivas de popularização, a encomenda de vídeos pela rede
ou mesmo a transmissão de eventos em tempo real. Receia-se ainda que não
seja possível concorrer com o conteúdo oferecido pela própria companhia
de telefone ou cabo, pois ele poderia ser privilegiado –algo como os
conteúdos “Premium” oferecidos pelas televisões a cabo. As empresas
inclusive criaram uma coalizão chamada “Não mexa com a Internet” ( www.dontmesswiththenet.com)
para chamar atenção para o problema.
Nova legislação
Por causa da possibilidade de perderem parte de sua receita e qualidade
no serviço –o que poderia afastar consumidores e conseqüentemente,
maiores lucros- as companhias da nova economia estão pressionando o
Congresso a tomar medidas que mantenham o princípio de “neutralidade de
rede”, segundo o qual nenhum dado pode ser discriminado sob risco de
desrespeitar a famosa primeira emenda da Constituição norte-americana,
que garante a liberdade de expressão, e também outro princípio caro ao
país do norte, a livre-concorrência. O esforço, porém, até agora não tem
surtido efeito. No dia 26 de abril, o Comitê de Energia e Comércio dos
EUA rejeitou uma emenda à nova lei de telecomunicações que está em
discussão no Congresso. A emenda dava à Comissão Federal de Comunicações
(FCC) poder de proibir qualquer tipo de discriminação sobre o tráfego de
dados na Internet. Uma proposta similar já havia sido derrubada no
Subcomitê de Telecomunicaçoes e Internet no dia 6 de abril.
A nova lei de telecomunicações pretende atualizar a legislação de
telecomunicações dos EUA para que haja regras sobre novos
acontecimentos, como a presença maciça de vídeo e áudio na Internet, a
instalação de redes wi-fi municipais entre outras. No que se refere à
regulamentação dos provedores, ela lhes dá total liberdade de ação,
deixando claro um assunto hoje um pouco nebuloso –o que as companhias
telefônicas e de cabo podem fazer com suas redes de dados.
Livre expressão
As conseqüências do novo Communications Act, porém, não desagradam
apenas as grandes empresas de serviços eletrônicos. Várias organizações
defensoras da livre expressão e da democratização da mídia iniciaram a
campanha “Salve a Internet”, que está recolhendo assinaturas nos EUA e
pedindo o envio de mensagens aos congressistas reclamando do fim da
neutralidade da Internet. “A Neutralidade de Rede permite a todos
competir no mesmo nível e por essa razão a Internet é uma força de
inovação econômica, participação cívica e livre expressão”, diz o
manifesto da coalizão de ONGs. “Se o público não se manifestar agora, o
Congresso cederá a uma campanha de lobby multimilionária feita pelas
empresas de telefonia e cabo que querem decidir o que você faz, aonde
você vai e o que você assiste online”.
A preocupação das organizações, diferente das pontocom, é com a
manutenção do espírito de liberdade da rede. Organizações políticas, por
exemplo, poderiam ter suas atividades na net prejudicadas quando
desagradassem os provedores. Outra conseqüência da cobrança pelo uso
privilegiado dos “dutos” da Internet seria o aumento de custos para
blogueiros –algo que impossibilitaria a existência de muitos sites
alternativos de notícias em todo o mundo. A oferta de serviços também
poderia diminuir, levando ao aumento de preços de Internet banking, por
exemplo.
“Isso não é mera especulação”, garantem. “Já vimos isso acontecer onde
os gatekeepers da Internet assumem muito controle”. Elas citam o caso do
bloqueio, por parte da telefônica canadense Telus, da página do
sindicato com o qual travava uma disputa trabalhista. Os usuários do
Telus não tinham como visitar a página da União dos Trabalhadores de
Telecomunicações, mas outros internautas, sim. Outro provedor, agora do
estado da Carolina do Norte, nos EUA, proibiu seus clientes de usar
serviços de voz sobre IP concorrentes do seu. O FCC multou a empresa em
US$ 15 mil por desrespeito à concorrência.
Até mesmo o New York Times manifestou seu desagravo ao fim da
“neutralidade de rede”. Em editorial publicado em 2 de maio, o jornal
afirma que, apesar de ser um princípio desconhecido para a maioria, o
tratamento equânime a todos os sites é o que faz da Internet um espaço
democrático. “Uma das maiores forças da internet é que um simples
blogueiro ou pequeno grupo político pode, a baixo custo, criar uma
página tão acessível quanto a página da Microsoft. Mas essa Internet
democrática correrá perigo se as companhias que provêem serviços mudarem
as regras”, escrevem os editorialistas.
Companhias: investimento deve ser remunerado
As empresas, porém, afirmam que a medida é necessária para manter a
qualidade do serviço e negam a possibilidade de sabotarem qualquer tipo
de conteúdo. “Esse esforço [a favor da neutralidade] é uma tentativa de
consertar um problema hipotético, que não existe. Essas novas
regulamentações de Internet não são só desnecessárias, elas se postam
como um perigo para o futuro dos serviços de banda larga nos EUA no
momento em que os investimentos estão se enraizando”, diz Tom Tauke,
vice-presidente de relações públicas e comunicação da Verizon em artigo
para a revista Business Week.
De acordo com a Associação Americana de Telecomunicações, só em 2006
serão investidos US$ 15 bilhões no aumento e melhoria da rede de banda
larga do país. Enquanto hoje as conexões mais populares dão acesso uma
velocidade de 1 a 2 megas por segundo (MBps), espera-se que a nova rede
de cabos permita se chegar a 30 Mbps. Tal largura de banda permitiria
assistir vídeos de alta definição em tempo real, ou seja, daria vazão ao
desenvolvimento da IPTV, uma das possibilidades de maior futuro na rede.
Todo esse investimento, afirmam as empresas, precisa ser remunerado.
“Todos os custos devem ser deixados para o consumidor?”, pergunta Walter
McCormick Jr, presidente da associação durante audiência no Senado.
“Nosso lado acredita que os negócios que buscam o lucro no uso de redes
da próxima geração não devem ser livres de custos associados ao aumento
da capacidade necessária para entregar serviços avançados e aplicações
que visam o mercado”.
Para ele, se há cada vez mais oferta de serviços de armazenamento de
dados online, vídeos em alta definição etc, é preciso regular também a
oferta por meio de cobrança para assegurar a qualidade do serviço
prestado pelas próprias companhias. Dados da associação garantem quem o
tráfego de Internet dobra a cada ano e, de acordo com previsões de
especialistas, pode crescer até mesmo em seis vezes ao ano na próxima
década devido ao aumento da oferta de vídeos. Por causa da necessidade
de controlar a oferta e lucrar com ela, às companhias não interessa
cobrar a mesma taxa de todos, pois a via continuaria “engarrafada”. O
representante das telecoms também nega qualquer possibilidade de
intervenção no conteúdo alheio e afirma que se a internet hoje é um
sucesso é porque o governo se manteve distante de intervenções, apesar
da vigilância.
O mercado norte-americano está em meio a um processo de concentração de
oferta de provedores. De acordo com o FCC, 19% dos cidadãos não possuem
acesso a serviços de banda larga, 53% podem escolher entre apenas uma
companhia de DSL (conexão via telefone) e outra de cabo e 28% apenas uma
dessas duas opções. Ou seja, os norte-americanos possuem no máximo duas
opções para contratar o serviço de Internet rápida. Ao mesmo tempo, as
empresas têm buscado barrar a entrada de concorrentes no mercado de
banda larga tanto da iniciativa privada quanto do Estado, estes por meio
do fornecimento de redes municipais wi-fi gratuitas ou subsidiadas
–fenômeno que se espalha pelo país. Para a comissão, os efeitos da
concorrência só são percebidos com ao menos três competidores.
Futuro da mídia
A nova lei de telecomunicações tem votação prevista para a segunda
semana de maio, mas pode ser adiada devido à polêmica e às eleições
presidenciais de novembro. Poucos congressistas querem se indispor com
grandes corporações de mídia e com ativistas sociais. Mas, se votada
hoje, ela seria aprovada sem nenhuma referência à manutenção da
neutralidade de rede. Contagem da campanha “Salve a Internet” mostra que
o número de congressistas favoráveis às telefônicas atualmente é 34,
contra 22 desfavoráveis. Por outro lado, mais políticos têm se filiado à
causa dos ativistas, apesar do lobby das telecoms e cable companies. No
início da campanha, apenas oito votariam pela manutenção da
neutralidade.
Ainda assim, teme-se pelo futuro da mídia. Afinal, por trás da aprovação
da lei há uma batalha pelo controle das vias de informação do amanhã.
Com o desenvolvimento de aplicações, os provedores foram criando
mecanismos mais eficientes de gerenciamento do tráfego de dados. Hoje em
dia já é possível dar prioridade a algum tipo de informação para
garantir a qualidade de um serviço. Por exemplo: se o usuário estiver
conversando no Skype e sua conexão começar a ficar lenta por ele estar
utilizando sua conexão com outro serviço, a rede pode priorizar o
bate-papo para que o áudio se mantenha com boa qualidade.
A diferença dessa realidade para a que se discute hoje no Senado
norte-americano é que atualmente a prioridade é dada ao tipo de dado e
não à sua origem. E a disseminação desse mecanismo também pode encarecer
o custo de conexão. Para Gary Bachula, vice-presidente para assuntos
exteriores do Internet2, grupo de universidade e empresas que pretende
construir uma rede muito mais rápida do que a atual, o preço não
compensa. Em audiência em Washington realizada em fevereiro, ele relatou
a experiência de construção da Internet2 e garante: “nossas pesquisas e
experiências práticas sustentam a conclusão de que é mais eficiente
simplesmente garantir mais faixa de transmissão”.
Para o professor de direito da Universidade de Stanford Lawrence Lessig,
autor do livro “Cultura Livre: como a grande mídia usa a tecnologia e a
lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade”, a questão
verdadeira é alguém dizer ao consumidor o que ele deve assistir e assim
minar o livre desenvolvimento de iniciativas. “Não há nada de errado com
donos de rede dizendo ‘garantimos vídeo rápido na sua conta de banda
larga’. Há algo de errado com donos de rede dizendo ‘nós garantimos
vídeo rápido da NBC [canal de televisão dos EUA] na sua conta de banda
larga’. E há algo de muito errado com donos de rede dizendo a provedores
de conteúdo ou serviços que eles não podem acessar uma rede
significativa de banda larga a não ser que paguem uma taxa de acesso”.
Lessig fez a declaração também no Senado, em fevereiro.
A maior preocupação dos ativistas é com a manutenção do espírito da net.
Ela foi criada nas universidades norte-americanas em total regime de
liberdade –o que todos acreditam ter sido seu principal motor de
desenvolvimento até hoje. Tanto que várias grandes empresas e movimentos
como o de software livre nasceram de pequenas idéias que cresceram
graças à falta de impedimentos e à livre colaboração, além de custos
relativamente baratos. Por isso o temor de que a Internet seja
controlada de qualquer forma. Ela não seria mais Internet.
A Verizon Communications afirmou que as indústrias de serviços
financeiros podem não ter as redes seguras necessárias se os políticos
americanos adotarem leis relacionadas às redes banda-larga de alta
velocidade na Internet, de acordo com um memorando da companhia.
As indústrias de serviços financeiros estão considerando entrar na luta
contra o projeto de lei de 'neutralidade na Internet'. A verizon teme
que sem a cobrança por acesso de rede, os custos para estas instituições
subam. A Verizon, segundo maior empresa de telefonia nos EUA, se opõe ao
projeto e enviou o memorando pedindo para que estas questões sejam
postas como argumentos contra o mesmo.
Segundo Peter Davidson, principal lobista da Verizon, a lei de
neutralidade da Internet cessaria os investimentos em novas redes,
prejudicando as instituições financeiras, setor que mais necessita de
redes seguranças (com maior investimento). A Verizon e a AT&T querem
começar a oferecer serviços pagos de conexão à Internet de acordo com a
confiabilidade e velocidade oferecida para os clientes.
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