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[04/11/05]   Campanha explicará Computador para Todos

[27/10/05]   Com aprovação de MP do Bem, preço do micro volta a cair

[14/10/05]   Queda da MP do Bem inviabiliza PC de R$ 1,4 mil

[11/10/05]   Ministério detalha como deve ser o PC Conectado

[06/10/05]  
Governo libera cadastro para PC Popular

[28/09/05]   BB financia computador popular

[26/09/05]   Lula dá sinal verde para PC Conectado

[03/06/06]   Governo: preços de PCs devem cair esta semana

[08/06/06]   BNDES aprova linhas de crédito para PC popular

[03/06/06]   Governo libera R$ 250 mi para PC Conectado

[20/05/05]   Governo define suporte para PC Conectado

[20/05/05]   Grupo de software livre apóia PC Conectado

[13/05/05]   PC popular: MS diz que liberdade foi preservada

[13/05/05]   Abinee pede vantagem no suporte ao PC popular

[13/05/05]   Isenção de PCs estimula empregos e mercado

[13/05/05]   PC popular incentiva competição, diz Sérgio Amadeu

[13/05/05]   PC Conectado alavanca vendas, diz Positivo

[12/05/05]   BNDES só financia PC Conectado com Linux

[12/05/05]   Como um carro popular

[09/05/05]   Lula apresenta seu PC na quinta

[09/05/05]   Por uma tributação mais justa

[09/05/05]   Iniciativa já baixou os preços

[04/05/05]   PC conectado sai no dia 12 de maio

[02/05/05]   "A iniciativa de um PC mais barato virá do povo" - Opinião de Tânia Limeira 

[27/04/05]   Lula quer PC Conectado aprovado com urgência

[18/04/05]   PC popular e a novela da inclusão

[18/04/05]   Os pecados do computador de Lula

[15/04/05]   PC popular pode ter desconto em folha

[08/04/05]   Governo federal adia anúncio do PC Conectado

[08/04/05]   MS formaliza proposta para o PC Conectado


[07/04/05]  
Extra lança PC de baixo custo com Linux

[05/04/05]   Sun quer propor thin clients para PC Conectado

[31/03/05]   Governo não vai tabelar juros do PC Conectado

[30/03/05]   Governo pede subsídio do BNDES ao PC Conectado

[29/03/05]   CEO da AMD lança projeto de inclusão no Brasil

[23/03/05]   Ministérios, CEF e BB discutem PC Conectado

[22/03/05]   Ponto Frio lança PC de R$ 1,3 mil

[21/03/05]   Abinee elogia redução de impostos para PCs

[19/03/05]   Imposto para PCs deve ser reduzido

[18/03/05]
   Governo altera projeto do PC Conectado

[17/03/05]   MIT apóia Linux no PC Conectado   
                                    
[13/03/05]   Windows popular não será melhor que Linux   
                       

[09/03/05]   Positivo lança PC com Windows popular

[07/03/05]   MS estuda adaptar Windows para PC Conectado    
               
[01/03/05]   Governo adia PC Conectado para abril      
                           
[28/02/05]   Provedores criticam modelo do PC Conectado     
                  
[28/02/05]   Freedows tem versão aberta para PC Conectado   
                
[24/02/05]   Olhos de Cobra 
                                                              
[28/01/05]   PC não basta para inclusão, diz sindicalista   
                       
[26/01/05]   Entrevista: conheça detalhes do PC Conectado      
                 
[24/01/05]   PC popular vai beneficiar 1 milhão de pessoas 
                      
[24/01/05]   Cobra fatura R$ 500 milhões abaixo do previsto 

[20/12/04]   Cadê o PC popular?

[29/09/04]   Que inclusão digital é esta? - Artigo de Alice Ramos               
 



[04/11/05]   Campanha explicará Computador para Todos

IDG Now!
Os organizadores do programa Computador para Todos pretendem lançar uma campanha para informar como participar do programa.

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (03/11), em reunião com representantes do Ministério de Ciência e Tecnologia, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
A campanha, ainda sem data definida para começar, vai esclarecer aos consumidores como adquirir o computador popular. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal serão as instituições responsáveis por disponibilizar um crédito de até 1,2 mil reais para aquisição do computador a juros de no máximo 2% ao mês.
Os recursos repassados vêm do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que somam 250 milhões de reais para as duas instituições. O computador popular deve ter o preço máximo de 1,4 mil reais.
O BNDES também vai disponibilizar recursos no valor de 300 milhões de reais para os varejistas adquirirem computadores dos fabricantes que obtiverem aprovação do Ministério de Ciência e Tecnologia para produzirem os micros.
O assessor especial da Presidência da República e coordenador do programa, Cezar Alvarez, explica que, embora o financiamento vá ser oferecido apenas para os correntistas das duas instituições financeiras, todos os brasileiros serão beneficiados.
"O crédito para quem é correntista de outros bancos ou do crediário desta ou daquela loja chegará depois que a loja for ao BNDES e buscar o crédito".
Aumento de crédito
Segundo Cezar Alvarez, tanto o conselho do FAT quanto a diretoria do BNDES asseguram que se a procura pelos recursos for grande os valores disponibilizados podem aumentar. "Nós podemos duplicar esse crédito e chegar a 1 bilhão de reais para financiar esse computador", afirma.
De acordo com o diretor do Serpro, Sérgio Rosa, as operadoras de telefonia estão negociando com o governo para oferecer conexão à internet por 7,50 reais mensais para uma navegação de 15 horas/mês para todo usuário que entrar na rede a partir de um computador popular.
A expectativa é de os computadores estejam disponíveis nas lojas a partir da sanção da Medida Provisória 255 a ser assinada pelo presidente da República.
O Computador para Todos integra o programa de inclusão digital do Governo Federal e é destinado à família com renda entre três e dez salários mínimos. O programa consiste em isenção fiscal para a indústria e em crédito diferenciado para o consumidor. Todos os computadores do programa terão como plataforma software livres.

 

Com aprovação de MP do Bem, preço do micro volta a cair
Quinta-feira, 27 outubro de 2005 - 19:33
Ralphe Manzoni Jr., do IDG Now!

Com a aprovação da MP 255/05, conhecida como a nova MP do Bem, os preços dos computadores de até 2.500 reais vão cair 9,25%.

A expectativa é do diretor de informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Hugo Valério, em entrevista há pouco para o IDG Now!.

A MP dá um desconto 9,25% referentes aos impostos PIS e Cofins na venda das máquinas ao consumidor e já era aplicado pelos fabricantes de PCs, quando a medida 252/05 perdeu a validade.(saiba mais)

Valério acredita, citando pesquisas do governo federal, que a isenção fiscal e as linhas de financiamento para a compra do computador vão significar um acréscimo de vendas anual 1 milhão de máquinas.

Como escolher seu computador

O executivo não soube informar os investimentos para aumento da capacidade de fabricação em razão do aumento da demanda, mas disse que há muita capacidade instalada ociosa em razão do tamanho do mercado cinza no Brasil.

Mercado cinza
Em setembro, pesquisa da consultoria de tecnologia IDC mostrou que a participação do mercado cinza nas vendas de computadores encolheu no Brasil pela primeira vez em 10 anos: passou de 74% em dezembro de 2004, para 65% em agosto.

Entre os fatores que levaram à redução da pirataria estão a atuação da Receita Federal na apreensão de componentes contrabandeados e a MP do Bem, que enquanto estive em vigor proporcionou uma redução de 9,25% no tributos - referentes à isenção de PIS e Cofins - para computadores de até 2,5 mil reais, as alternativas de sistemas operacionais - distribuições Linux e Windows Starter Edition - e o câmbio favorável.

A previsão da IDC é que o mercado brasileiro venda 5,2 milhões de computadores pessoais em 2005, 28,1% a mais do que o ano passado.


INFO
Queda da MP do Bem inviabiliza PC de R$ 1,4 mil

 
Sexta-feira, 14 de outubro de 2005
SÃO PAULO – Com a queda da Medida Provisória 252, que ficou conhecida como MP do Bem, representantes da indústria de informática tentam uma saída para recuperar o investimento que fizeram para fabricação de PC popular.
 
Eles deverão tentar na próxima semana um encontro com representantes do governo para incluir os itens que incentivam a produção local de micros e exportação de software na MP 255, que ressuscitará algumas partes da 252.
 
A MP do Bem trazia uma redução de 9,25% em impostos do PIS/Cofins na venda de micros para o usuário final. A medida caiu na última terça-feira, dia 11, porque não entrou em votação dentro do prazo.
 
Muitos fabricantes investiram em linhas de produção para fabricar computadores de baixo custo dentro das exigências do programa de inclusão do governo “Cidadão Conectado – Computadores para Todos”. Com a queda da MP do Bem, a indústria deverá elevar os preços das máquinas baratas.
 
Ruy de Salles Cunha, presidente da Abinee, afirma em nota, que “o poder executivo tem que se movimentar urgentemente para corrigir este problema para que não sofra mais um desgaste em sua imagem perante a comunidade empresarial brasileira”.
 
Cunha afirma que a não aprovação da MP do Bem causa um grande mal ao setor eletroeletrônico, pois prejudica todo o trabalho que vinha sendo desenvolvido para a implementação do programa de incentivo às exportações de software e serviços.
 
Antonio Hugo Valério, diretor de informática da Abinee, completa que as indústrias já fizeram investimentos para a fabricação de PC barato. Ele observa que as vendas dessas máquinas já trazem reflexo no mercado, com a queda de participação do gray market que reduziu de 76% para 65%. A indústria esperava que os incentivos do governo ajudassem a diminuir essa taxa para 60% até o final de 2005.
 
Valério diz que a queda da MP do Bem também aborta o programa de financiamento autorizado pelo governo com juros de 2,5% ao mês na venda de máquinas a prazo. O financiamento seria oferecido pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Sem a redução de 9,25% da taxa de impostos, as máquinas não poderão ser comercializadas por 1,4 mil reais.
Edileuza Soares, do Plantão INFO
 

 

O programa Cidadão Conectado – Computador para Todos – também conhecido como PC Conectado – andou mais um pouco na semana passada, mas ainda não virou realidade. Na quinta-feira, duas portarias do Ministério da Ciência e Tecnologia, publicadas no Diário Oficial da União, definiram a configuração dos micros e os critérios para a participação dos fabricantes no projeto.
 
Agora, as empresas que quiserem vender o PC Conectado têm de procurar a Secretaria de Política de Informática do ministério para se inscrever. Só depois disso os computadores começarão a chegar às lojas. Os micros vão custar no máximo R$ 1.400 à vista, valor que poderá ser dividido em até 24 vezes, com juros de 2% ao mês.
 
A configuração dos PCs, que já havia sido antecipada pelo governo, inclui processador de 1,5 GHz, disco rígido de 40 gigabytes, 128 megabytes de memória RAM, monitor de 15 polegadas, modem de 56 kbps e 26 aplicativos de software livre.
 
Os computadores contarão ainda com 15 horas mensais de conexão à internet a um custo de R$ 7,50 – sem considerar os impostos. O financiamento dos micros poderá ser feito pelo Banco do Brasil ou pela Caixa Econômica Federal. Com o programa, o governo federal quer aumentar o acesso da população à tecnologia. M.M.S.
 

Governo libera cadastro para PC Popular
Quinta-feira, 6 outubro de 2005 - 17:09
IDG Now!
Fabricantes de desktops já podem credenciar micros populares no programa  "Cidadão Conectado - Computador para Todos" de inclusão digital do governo.
O início do programa foi anunciado nesta quinta-feira (06/10), pelo secretário de Política de Informática, Marcelo de Carvalho Lopes, durante um workshop no Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA), em Campinas (SP).
O "Computador para Todos" contará com 250 milhões de reais, provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para subsidiar o financiamento de máquinas com valor de até 1.400 reais.
Inicialmente, o financiamento será oferecido pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal em até 24 vezes com juros de 2% ao mês.
Com a publicação das portarias 624 e 625 do Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje no Diário Oficial da União, podem ser cadastrados no programa micros com a seguinte configuração mínima: microprocessador de 1,5 GHz, 40 Megabytes (MB) de disco rígido, memória RAM de 128 MB, monitor de 15 polegadas e 26 aplicativos de software livre.
A iniciativa ainda prevê que os consumidores que adquirirem o computador podem ter direito a 15 horas mensais de conexão discada à internet, ao custo médio de 7,50 reais por mês.
Outra medida de incentivo às vendas de desktops no Brasil foi a MP do Bem, aprovada em 15 de junho. Pela MP desktops  avaliados em até 2.500 reais contam com uma redução dos impostos PIS/Cofins de 9,25% na venda.
 


BB financia computador popular  [28/09/05]

IDG Now!
O Banco do Brasil aguarda apenas que o Ministério da Ciência e Tecnologia conclua o processo de certificação dos computadores populares para colocar em prática uma linha de crédito para financiar a compra desses equipamentos. A linha BB Crediário PC Conectado foi lançada pelo Banco do Brasil para atender a compra de computadores populares, prevista no projeto Cidadão Conectado - Computador para Todos.

Com o lançamento antecipado, o banco não terá de aguardar o prazo legal de 30 dias para entrar em ação, depois da publicação da homologação no Diário Oficial da União. O BB Crediário PC Conectado começará a funcionar imediatamente, financiando microcomputadores até R$ 1,2 mil, com taxa de juros de 2% ao mês e prazo de até 24 meses para pagar.

A prestação mínima admitida será de R$ 20,00 e o cliente pagará tarifa de 3% do valor do contrato na abertura de crédito. A primeira parcela vence 59 dias depois da liberação do financiamento, feito com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Basta o cliente ter cartão de crédito ou débito do Banco do Brasil, com a bandeira Visa, pois o crédito será contratado nas lojas afiliadas à Visanet, que tenham o selo "Computador para Todos
(Agência Brasil)


Caderno Link do Estadão
Lula dá sinal verde para PC Conectado  [26/09/05]

Com vários meses de atraso, presidente assina decreto que cria oficialmente o programa; micros populares vão custar R$ 1.400

Maurício Moraes e Silva

Alguém se lembra do PC Conectado? Aquela história de fornecer micros mais baratos para a população de baixa renda, prometida pelo governo federal há muito tempo e noticiada várias vezes pelo Link? Meses e meses depois de uma série de idas e vindas, o nó parece finalmente ter se desatado. Na quarta-feira da semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria oficialmente o programa. Com isso, espera-se que um número maior de brasileiros tenha acesso à tecnologia, aumentando a inclusão digital no País.

Isso não significa, contudo, que os micros já estão à venda nas lojas. O decreto define um prazo de 30 dias para o Ministério da Ciência e Tecnologia estabelecer a configuração mínima destas máquinas, a contar da data da publicação do texto no Diário Oficial da União, que ocorreu no dia 21. Depois, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal terão mais um mês para criar as linhas de financiamento para a compra dos PCs populares. Com tanta burocracia, a idéia pode sair do papel só depois de 21 de novembro.

Rebatizado com o nome de Projeto Cidadão Conectado - Computador para Todos, o programa determina um preço máximo para os micros de R$ 1.400, para pagamento à vista. Os equipamentos poderão ser financiados em até 24 vezes, com juros de no máximo 2% ao mês. Apesar de o Ministério da Ciência e Tecnologia ainda não ter definido oficialmente as características das máquinas, o governo federal chegou a anunciar que teriam sistema Linux, processador com 1,5 GHz de velocidade, memória RAM de 128 megabytes, disco rígido de 40 gigabytes, monitor de 15 polegadas, unidades de disquete e CD-ROM e modem de 56 kbps.

Existe a expectativa de que as prestações não passem de R$ 70 por mês e que os equipamentos possam ser adquiridos por famílias com renda entre 3 e 7 salários mínimos. Ainda falta fechar um acordo com as operadoras de telefonia fixa para garantir o acesso mais barato à internet para os compradores desses PCs. A promessa era assegurar um preço de R$ 7,50 para 15 horas mensais de conexão.

O Computador para Todos chegou a ser lançado oficialmente no começo de maio, mas o atraso é bem maior: a intenção de levar um projeto desse tipo adiante começou ainda no governo FHC. Para chegar ao valor prometido de R$ 1.400, Lula editou em junho uma medida provisória, a MP do Bem, que garantiu isenção de alguns impostos para equipamentos de até R$ 2.500.

Recentemente, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) aprovou uma linha de financiamento de R$ 250 milhões para a compra de micros populares, batizada de FAT/Inclusão Digital. O dinheiro poderá ser usado por quem tiver conta no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Os correntistas de outras instituições financeiras contarão com R$ 300 milhões oferecidos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Governo: preços de PCs devem cair esta semana

Quinta-feira, 16 junho de 2005 - 08:53
Camila Fusco - IDG Now!
O assessor especial da Presidência da República e coordenador do programa PC Conectado, Cezar Alvarez, estima que os consumidores já devem sentir o efeito da "MP do Bem" essa semana, com a redução do preço dos computadores nas lojas.

Em entrevista ao IDG Now!, Alvarez informou que a partir do momento da assinatura da medida provisória - na quarta-feira (15/06) - e da publicação no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira (16/06), os varejistas e comerciantes já podem reduzir os preços para os computadores vendidos até 2.500 reais.

"Na prática, a partir da publicação no Diário Oficial, eles não precisam mais pagar 9,25% de PIS e Cofins. Com isso, acredito que os preços já devem começar a baixar esta semana", disse.

Alvarez ressaltou também que apesar de a medida ainda precisar ser aprovada pelo Congresso, suas determinações já estão valendo. "O trâmite vai levar o tempo necessário para aprovação. Caso eventualmente não seja aprovada, PIS e Cofins voltam a ser cobrados como antes".

O coordenador do programa PC Conectado declarou também que junto com a medida provisória foi emitido um decreto que regulamenta o teto de isenção tributária para os computadores. Dessa forma, caso seja necessário um reajuste posterior nesse limite de 2.500 reais decorrente de fatores econômicos como a alta do dólar, por exemplo, uma nova medida provisória não precisa ser editada. "Simplesmente emite-se um novo decreto", declarou.

Quanto à redução do preço dos equipamentos, Alvarez informou ainda que algumas redes de varejo já manifestaram a intenção de realizar promoções no próximo final de semana.

A medida provisória deve representar neste ano uma isenção fiscal de cerca de 1,5 bilhão de reais, enquanto que, para o ano que vem, a previsão é de mais de 3 bilhões de reais.

Expectativa da indústria

Para Hugo Valério, diretor da área de Informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), as previsões de redução nos preços dos computadores são mais cautelosas.

A redução, segundo ele, deverá ser vista entre 45 e 60 dias, já que algumas lojas devem esperar a aprovação da medida provisória pelo Congresso.

Valério informou também que a redução tributária ajudará na competitividade das fabricantes, e afirmou acreditar que a meta de venda de um milhão de computadores no programa PC Conectado em 12 meses deve ser atingida.

Veja as principais medidas que beneficiam o setor de TI:

* Criação do Programa de Inclusão Digital, mediante a redução a zero das alíquotas de PIS/PASEP e COFINS incidentes sobre a comercialização, no varejo, de equipamentos de informática. O benefício aplica-se a equipamentos com valor inferior a 2.500 reais.

* Criação do REPES - regime especial de tributação que permite às empresas de software ou de Tecnologia da Informação (TI), preponderantemente exportadoras, adquirir bens serviços com suspensão do PIS/PASEP e da COFINS.

* Criação do RECAP - regime especial de tributação que suspende a incidência do PIS/PASEP e da COFINS nas vendas e na importação de máquinas e equipamentos novos, quando adquiridos por pessoas jurídicas preponderantemente exportadoras (exportação igual ou superior a 80% da receita).

* Reduzir a zero as alíquotas de IPI incidentes sobre bens de capital. O compromisso assumido para zeragem dessas alíquotas até o final de 2006 está sendo antecipado em 18 meses.

* Permitir a dedução, até o dobro, das despesas com pesquisa e desenvolvimento. Dedução como despesa operacional das transferências destinadas à execução de atividade de inovação, feitas às micro e pequenas empresas e inventores independentes. Subvenção pública, de até 50%, da remuneração de pesquisadores exercendo atividades de inovação tecnológica.


BNDES aprova linhas de crédito para PC popular

Quarta-feira, 8 junho de 2005 - 17:12
Camila Fusco - IDG Now!

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou na terça-feira (07/06) duas linhas de crédito especiais para os comerciantes que vão vender o PC Conectado.

A primeira modalidade prevê linhas de crédito para comerciantes com faturamento até 60 milhões de reais por ano com incidência da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 1% ao ano.

Nesse modelo, os juros do financiamento para o consumidor final não deverão ultrapassar 2% ao mês, segundo informou ao IDG Now! o coordenador do projeto PC Conectado e assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez.

A segunda linha de crédito é destinada aos grandes varejistas e será concedida com TJLP mais 4% de juros ao ano. Nesta forma, o limite de repasse ao consumidor é de 3% ao mês.

"Esse modelo é melhor do que nós discutíamos. Ele dá flexibilidade para o varejo atuar da mesma maneira que favorece o consumidor. Geralmente a taxa de juros ao mês praticada para equipamentos eletrônicos giraria em torno de 5% ao mês no varejo tradicional no parcelamento em 24 vezes. Estabelecendo teto de 3% ao mês para o PC Conectado, o produto fica mais acessível", declarou.

Alvarez classificou ainda o modelo de financiamento como uma "novidade nas políticas públicas de inclusão digital".

A assinatura da Medida Provisória que regulamenta o formato do PC Conectado, juntamente com a isenção de PIS/Cofins para os computadores até 2.500 reais, que estava prevista para esta quinta-feira (09/06) foi cancelada. Segundo informações do cerimonial do Palácio do Planalto, uma nova data ainda não foi definida. O governo também não informou o motivo do cancelamento.


Governo libera R$ 250 mi para PC Conectado

Sexta-feira, 3 junho de 2005
Camila Fusco - IDG Now!

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) aprovou na quinta-feira (02/06) a liberação de 250 milhões de reais para o chamado fundo de inclusão digital, que permitirá aos correntistas de bancos públicos financiarem o PC Conectado.

Segundo informou ao IDG Now! o coordenador do projeto e assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, serão beneficiados correntistas do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste do Brasil.

"Correntistas dos bancos públicos terão crédito pré-aprovado online de 1.200 reais para a compra do computador. Os juros serão de 2% ao mês", declarou.

De acordo com Alvarez, o consumidor interessado em adquirir com computador popular poderá ir até o varejista e apresentar, por exemplo, seu cartão de débito. Aprovado o crédito online, o comprador pode optar pelas diversas formas de financiamento.

Na próxima terça-feira (07/06) está agendada a discussão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o FAT Constituicional, que prevê a linha de crédito para os varejistas e comerciantes que pretendem participar do projeto. Os juros máximos ao mês nesta modalidade devem ser de 3%.

O coordenador do PC Conectado informou também que a Medida Provisória que regulamenta a isenção de PIS/Cofins para os computadores até 2.500 reais está prevista para ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 9 de junho.

No entanto, uma eventual viagem na agenda do presidente poderá adiar a assinatura para a semana seguinte. "O que temos certeza é que a MP deve ser assinada em até duas semanas", declarou.

Cezar Alvarez participou esta semana do 6º Fórum Internacional Software Livre, em Porto Alegre, e declarou otimismo frente aos efeitos do projeto PC Conectado na contratação de empresas para a prestação de suporte.

"Várias distribuidoras de software livre me disseram que as fabricantes já estão fechando contratos para a prestação de suporte. Isso é muito positivo", declarou.

O assessor informou ainda que os juros do financiamento bancário para o PC popular para os demais consumidores, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), não devem passar de 3%. "Os bancos se comprometeram a não passar disso".

O projeto PC Conectado foi anunciado no dia 12 de maio e prevê a venda de computadores com condições especiais, direcionados principalmente à população da classe C.

O governo federal concedeu incentivos especiais - como a utilização dos recursos do FAT e linha de crédito especial do BNDES para os varejistas - para as máquinas que executem software de código aberto. O valor não deve ultrapassar 1.400 reais.

Na ocasião também foi anunciada a isenção de PIS/Cofins para todos os computadores até 2.500 reais. A isenção deverá baratear o custo das máquinas em 9,25%, segundo Alvarez.


Governo define suporte para PC Conectado

Sexta-feira, 20 maio de 2005
IDG Now!
A coordenação do programa de inclusão digital PC Conectado definiu na quinta-feira (19/05) uma especificação básica de suporte que será oferecido aos usuários.

Em nota publicada na página do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a coordenação explica que foi definida uma solução de suporte sem custo adicional para o consumidor, que engloba tanto os problemas relacionados à disponibilidade de serviços quanto aos relacionados à falta de conhecimento para a operação dos equipamentos.

Serão oferecidas duas categorias de suporte. A primeira prevê atendimento via telefone que auxiliará o usuário nas instalações, configurações e customizações de todos os aplicativos descritos no programa.

O segundo modelo oferece atendimento por correio eletrônico ou a critério do fabricante, por telefone, que compreenderá apoio ao usuário nas atividades básicas de operação de microinformática.

Não será foco deste suporte, tarefas de fins profissionais como compilação de kernel, programação de macros, mala direta, edição de áudio, desenhos vetoriais e jogos.

Além desse serviço também será oferecida assistência técnica para problemas de hardware. A solução de suporte será oferecida pelo prazo mínimo de um ano, contado a partir da data da compra.

Em entrevista ao IDG Now!, o coordenador do programa Cezar Alvarez, afirmou que o pacote de suporte ficou abaixo daquilo que o governo pretendia em virtude dos custos.

"O governo queria estabelecer um pacote com um telefone 0800 para tirar dúvidas dos usuários, 24 horas por dia e capaz de resolver questões sobre instalação e configurações. Porém, precisou ser inferior ao pensado em virtude dos custos que aquilo iria representar para os fabricantes", afirmou.

Alvarez destacou também que o pacote, no entanto, é superior às exigências previstas na lei geral do consumidor, uma vez que oferece até mesmo uma certa capacitação ao usuário."Era a briga qualidade versus preços", disse.

O modelo final definido na quinta-feira, foi acertado com participação dos fabricantes e ficará sob supervisão do próprio Serpro.


Grupo de software livre apóia PC Conectado

Sexta-feira, 20 maio de 2005
Camila Fusco - IDG Now!
Representantes do Projeto Software Livre Brasil, que reúne desenvolvedores de programas de código aberto, terão na próxima segunda-feira (23/05) uma audiência com o assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, para discutir o apoio ao projeto PC Conectado.

De acordo com Alvarez, a intenção do grupo é discutir as formas de capacitação do usuário para o uso das aplicações de código aberto, que serão padrão no computador de baixo custo incentivado pelo governo.

"O grupo me pediu uma audiência para discutir de que maneira poderá colaborar para educar o usuário. A iniciativa é positiva porque, entre outras coisas, vai contribuir para desmitificar a questão de que software livre é de baixa qualidade. O usuário iniciante não conhece nem um nem outro [software livre ou proprietário] e a capacitação será muito positiva", declara.

Na opinião de João Pereira Júnior, Diretor de Negócios Estratégicos da Insigne Software, o grupo pretende, na verdade, contribuir para quebrar o paradigma de que os programas de código aberto são difíceis de utilizar e não são convenientes para os usuários iniciantes.

"Empresas de software livre vêm tomando iniciativas para educar o usuário e estamos tentando quebrar o paradigma que existe contra o Linux. A proposta do Linux não é ser um Windows de graça. É ser uma alternativa factível, dentro das necessidades do usuário, com funções para navegação à internet, acesso a e-mails, elaboração de planilhas e documentos", afirma.

Em entrevista ao IDG Now!, Cezar Alvarez informou também que a "Medida Provisória do Bem", conforme está sendo classificada a Medida Provisória que oficializa a criação do projeto PC Conectado, deve ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo após o retorno da viagem ao Japão e Coréia, o que deve acontecer na primeira quinzena de junho.


PC popular: MS diz que liberdade foi preservada
Sexta-feira, 13 maio de 2005 - 18:24
IDG Now!

A Microsoft Brasil afirmou, em nota oficial, que considera a isenção de impostos (PIS e Confis) na venda de PCs de até 2.500 reais "permitirá ao usuário manter seu direito de escolha pelo sistema operacional que melhor atende às suas necessidades".

 
Na quinta-feira (12/05), a estrutura do PC Conectado, projeto de inclusão digital do governo federal, foi apresentada aos envolvidos no projeto. Segundo o governo, a versão mais barata do micro - que tem preço sugerido de 1.400 reais e financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - foi aprovada apenas com software de código aberto.
 
Embora a configuração básica do PC Conectado não compreenda o Windows XP Starter Edition - versão enxuta do Windows XP - em um comunicado emitido nesta sexta-feira (13/05), a Microsoft não se deu por derrotada e refroçou as vantagens da isenção fiscal contra a pirataria de software.
 
Sobre a escolha do Linux para o PC Conectado básico, a Microsoft preferiu não fazer comentários. "Como os detalhes a respeito da comercialização e do financiamento para as máquinas até 1.400 mil reais ainda estão em fase de conclusão, aguardamos os detalhes finais projeto, que serão anunciados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês de junho", conclui no comunicado.
 

 
Abinee pede vantagem no suporte ao PC popular
Sexta-feira, 13 maio de 2005
Camila Fusco - IDG Now!
 
Os fabricantes de computadores que participarão do projeto PC Conectado apresentaram uma proposta para os coordenadores do programa que sugere a substituição dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) pela criação de serviços de suporte.
 
A Lei de Informática atual prevê benefícios fiscais - como redução ou isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - às empresas que investem 5% de seu faturamento com produtos incentivados em pesquisa e desenvolvimento.
 
Segundo Antonio Hugo Valério, diretor da área de Informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, a sugestão, na verdade, prevê o entendimento dos serviços de suporte aos compradores do PC popular como uma forma de incentivo a P&D.
 
"As empresas que forem participar do PC Conectado deverão estabelecer serviços de suporte ao comprador. Diante disso, uma sugestão dos fabricantes é o governo interpretar esses serviços como uma espécie de investimento, já que será necessário capacitar técnicos em hardware para criar esse sistema de suporte", afirma.
 
Segundo Valério, os fabricantes mantiveram conversas com o grupo coordenado por Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República, na quarta e quinta-feira (11 e 12 de maio), mas nenhuma posição foi definida.
 
"Algumas pessoas acham que a substituição faz sentido, enquanto outras não consideram correto o modelo", diz.
 
O executivo da Abinee declara que não houve nenhuma conclusão a respeito do assunto em Brasília, mas afirma que o grupo deverá voltar a conversar a respeito logo após o projeto ser implementado. "Queremos primeiro ver o programa implantado", declara.
 
O governo anunciou na quinta-feira (12/05) isenção de PIS/Cofins para computadores até 2.500 reais. Segundo Cezar Alvarez, a estimativa é que o benefício fiscal reduza o preço final dos computadores em 9,25%.
 


Isenção de PCs estimula empregos e mercado
Sexta-feira, 13 maio de 2005
Camila Fusco - IDG Now!
 
A isenção fiscal de PIS/Cofins anunciada na quinta-feira (12/05) para computadores até 2.500 reais poderá significar, inicialmente, uma perda de receita para o governo, mas será refletida em benefícios a médio e longo prazo para a indústria e para o País.
 
Essa é a opinião de Ivair Rodrigues gerente de pesquisas de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da consultoria de tecnologia International Data Corporation (IDC).
 
"O governo pode perder um pouco de dinheiro no curto prazo, mas ganhará em médio e longo prazo. A isenção beneficiará toda a cadeia produtiva, vai alavancar a geração de empregos e, principalmente, vai contribuir para reduzir o mercado cinza de PCs", afirma.
 
Segundo o executivo, os equipamentos contrabandeados respondem hoje por 75% do mercado brasileiro.
 
Rodrigues afirmou também que o projeto de isenção pode incentivar também novas empresas para o Brasil, que até então apresentavam restrições em investir no País em virtude do vasto mercado de produtos contrabandeados.
 
"O Brasil já chegou a ter 25 fabricantes de gabinetes no Brasil, hoje só tem duas. O mercado legal compete diretamente com os produtos procedentes do Paraguai, o que muitas vezes desestimula as empresas. Com a isenção, os produtos ficarão mais baratos e a tendência é que o mercado cinza diminua, apresentando o país como atrativo", diz.
 
As medidas também devem fortalecer as empresas legais, estimulando as vendas legais e a contratação formal de funcionários - com carteira assinada - na visão do executivo.
 
No entanto, para Ivair Rodrigues, a iniciativa de vender computadores de baixo custo não deve ser suficiente para incluir digitalmente boa parte da população brasileira.
 
"O computador está, principalmente, nas mãos da população das classes A e B. Com a estratégia, vai ampliar a base de pessoas da classe B e vai atingir parte da classe C. No entanto, os cidadãos das classes D e E continuarão excluídos", declara.
 
Uma das alternativas, segundo ele, seria ampliar programas de inclusão em escolas públicas, para capacitar os estudantes dentro do ambiente de ensino, primeiramente.
 
A isenção de PIS/Cofins anunciada pelo coordenador do programa PC Conectado, Cezar Alvarez, na quinta-feira deverá reduzir em cerca de 9,25% o preço dos computadores. Para o gerente da IDC, os consumidores devem sentir a diferença no preço dos equipamentos cerca de 30 dias depois da isenção enquadrada na legislação.

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PC popular incentiva competição, diz Sérgio Amadeu
Quinta-feira, 12 maio de 2005
Daniela Braun - IDG Now!
 
Redução da pirataria e concorrência no mercado brasileiro de software serão os principais benefícios da versão do PC Conectado com software livre, ressalta Sérgio Amadeu, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e defensor do uso de sistemas de código aberto no projeto de inclusão digital do governo federal.
 
"O programa vai assegurar que, além da concorrência em hardware, também exista competição na área de software já que hoje há uma situação de monopólio", declara Amadeu, que participou da apresentação do projeto pelo governo nesta quinta-feira (12/05) , em Brasília (DF)
 
O presidente do ITI, que foi um dos idealizadores do PC Conectado, avalia como positivo do projeto apresentado hoje, especialmente em relação ao financiamento. Para a versão com software livre, o governo garantiu financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
 
"O projeto vai cumprir seu objetivo principal, que é dar acesso a um computador com conexão e um conjunto de aplicações de ótima qualidade à classe média/baixa. E isso não seria possível sem o financiamento", observa Amadeu.
 
Além de aquecer o mercado de desenvolvimento de software, Amadeu destacou que o PC Conectado com software livre é, de fato, uma solução para a pirataria no País. "Hoje as pessoas compram PCs e instalam softwares piratas porque não têm dinheiro para comprar um original", afirma.
 

PC Conectado alavanca vendas, diz Positivo
Sexta-feira, 13 maio de 2005
Camila Fusco - IDG Now!

 
O projeto do PC Conectado apresentado nesta quinta-feira (12/05) pelo governo federal vai alavancar as vendas e ajudar no combate ao mercado cinza de equipamentos de informática.
 
Isso é o que diz Hélio Rotemberg, diretor da Positivo Informática, ao comentar detalhes do programa, que prevê a isenção de PIS Cofins para computadores vendidos até 2.500 reais.
 
"A isenção será dada para as vendas destinadas ao governo e à pessoa física. Se a venda for para o governo, o próprio fabricante será beneficiado com a isenção. No caso de pessoa física, é o varejista que terá o desconto, mas os fabricantes serão beneficiados com o volume de vendas", declarou.
 
Na opinião do executivo, porém, o governo deveria ter agido de forma diferente no que diz respeito ao financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pelos termos atuais, o BNDES só oferecerá financiamento especial aos varejistas que comercializarem equipamentos com código aberto.
 
"Eu só não concordo com a restrição do Windows no projeto do BNDES. Acredito que os usuários gostariam muito mais de ver um computador com esses incentivos rodando Windows XP Starter Edition", afirmou.
 
A Positivo anunciou em 13 de abril a venda de seus computadores com o sistema operacional compacto da Microsoft. No entanto, antes mesmo desse prazo, a empresa já colocava à venda um computador de baixo custo no mercado com as mesmas configurações previstas para o PC Conectado com sistema operacional Linux.
 
"Acredito que o fato de termos lançado um computador com Linux antes mesmo do PC Conectado vai trazer grandes benefícios para a empresa", afirmou.
 
O computador popular da Positivo com Linux tem o preço sugerido de 1.300 reais. Já o equipamento com Windows XP Starter Edition está nas lojas por 1.599 reais.
 
 

BNDES só financia PC Conectado com Linux
Quinta-feira, 12 maio de 2005
Camila Fusco - IDG Now!

 
O governo federal confirmou na tarde desta quinta-feira (12/05) que o financiamento dos computadores do programa PC Conectado só será feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para equipamentos com software livre.
 
O PC Conectado é um projeto de inclusão digital do governo federal. Entre outras medidas, o governo decidiu que vai isentar os computadores com preços até 2.500 reais de impostos (PIS Cofins). (Leia nota abaixo).
 
A isenção fiscal de PIS Cofins será para todos os equipamentos nessa faixa de preço, mas a linha de crédito do BNDES para os varejistas só será concedida para a venda dos equipamentos de código aberto.
 
Segundo Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o BNDES vai conceder a linha de financiamento aos varejistas com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). O financiamento para o consumidor final dependerá do próprio varejista.
 
"Os juros devem variar entre 1% e 4,5%, dependendo da negociação do vendedor com o cliente. O vendedor fará a prestação final ao consumidor", afirma.
 
De acordo com fontes próximas ao governo, a decisão pelo software livre só foi tomada na manhã desta quinta-feira (12/05) em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora tenham ocorrido divergências com o ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que defendia o financiamento do BNDES para todos os modelos de licenciamento.
 
A decisão do governo de atribuir ao BNDES o financiamento apenas das versões com sistema operacional aberto pode ser interpretada como uma derrota para a Microsoft, que lançou uma versão de baixo custo do Windows XP Starter Edition há um mês. Na ocasião, a empresa informou que não venderia o software no varejo, mas só integrado as máquinas de fabricantes de PCs.
 
Na visão de Sérgio Rosa, porém, o modelo do PC Conectado beneficia tanto os defensores do software livre quanto os de código proprietário.
 
"Considero uma vitória de todos. Os defensores do código proprietário poderão participar do projeto, assim como os de software livre. No entanto, o grande beneficiado será o consumidor, que poderá aproveitar a concorrência entre as empresas", diz.
 
Os equipamentos que integram o programa terão preços a partir de 1.400 reais e a conexão à internet será opção do comprador, segundo as primeiras informações. O pacote de conectividade com 15 horas de acesso à internet custará 7,50 reais e deverá ser definido ainda com as operadoras.
 
Conforme anunciado anteriormente, as configurações para o equipamento subsidiado pelo BNDES incluem memória RAM de 128 Megabytes (MB), disco rígido de 40 Gigabytes (GB), fax modem de 56 Kilobits por segundo (kbps), placas de rede, som e vídeo e monitor de 15 polegadas.
 
Entre os aplicativos estão sistema operacional, editor de texto, planilha eletrônica, softwares de apresentação, navegador de internet, antivírus, entre outros. No total, está prevista a inclusão de 26 aplicativos.
 
Medida Provisória ou Projeto de Lei
 
Ainda de acordo com o diretor do Serpro, a questão da isenção de PIS Cofins precisa ser enquadrada na legislação, por Medida Provisória ou Projeto de Lei.
 
No entanto, o governo está mais inclinado a um Projeto de Lei, segundo Sérgio Rosa, do que a uma Medida Provisória.
 
"As próximas ações do governo prevêem a preparação de um projeto de lei e o envio de um pedido ao Conselho Monetário Nacional para linha de crédito para abrir linha de financiamento pelo FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]", declara.
 
O anúncio do PC Conectado realizado nesta quinta-feira (12/05) aconteceu após ser adiado por quatro vezes.
 


Como um carro popular
 
Mário Nagano, PC World
12/05/2005
 
Enquanto o governo federal faz reuniões para definir a proposta do computador de baixo custo para seu projeto de inclusão digital – o chamado PC Conectado – algumas empresas não perderam tempo e desenvolveram versões “inspiradas” na iniciativa governamental. É o caso do equipamento Positivo Celeron D 315 Starter Edition, da Positivo Informática, equipado com o Windows XP Starter Edition, sistema operacional anunciado em abril pela Microsoft.
 
O equipamento lembra a proposta dos primeiros carros populares com motor 1.0: acabamento simples, preço relativamente acessível e desempenho modesto.
Ou seja, nada que empolgue o consumidor mais exigente, mas um apelo para aqueles que sempre andaram a pé – neste caso, quem nunca teve um computador.
O Positivo Celeron D 315 Starter Edition, de 1.599 reais, vem com
- monitor de 15 polegadas,
- chip de 2,26 GHz, 128 MB de memória SDRAM DDR 266,
- disco rígido de 40 GB,
- gravador de CD-RW,
- placa de rede e
- caixas de som.
 
Para ficar nessa faixa de preço, o computador combina algumas recursos atuais com outros mais antigas.
O processador Celeron D315, por exemplo, é um produto recente que utiliza a mesma tecnologia de 90 nanômetros dos chips Pentium 4 Prescott.
 
Em contrapartida, as memórias do tipo DDR 266 são um tanto ultrapassadas, e o disco rígido é um Seagate Barracuda ST340015A de 5.400 rpm (os modelos mais novos são de 7.200 rpm).
O conjunto de software inclui o pacote de aplicativos de escritório Open Office 1.1 e o Adobe Reader 7, entre outros programas – um software antivírus cairia bem.
 
Devido às limitações impostas pelo Windows Starter Edition, não foi possível executar testes de aplicativos como o PC WorldBench e o Sysmark.
Mas realizamos algumas análises sintéticas. Foi possível levantar números de desempenho em processamento (2.898 pontos), memória (1.936 pontos) e disco (2.417 pontos).
 
No 3Dmark 2001 SE, o PC da Positivo bateu 929 pontos e 30,9 qps (quadros por segundo) no Quake III no seu modo mais simples (640 por 480 em Hi-Color).
Se comparado com o Dimension 2400, da Dell, equipado com Celeron de 2,4 GHz, analisado em setembro de 2004, ganhou apenas no desempenho do processador.
 
Esses números mostram que o equipamento da Positivo não está preparado, por exemplo, para executar jogos atuais, que pedem no mínimo 256 MB de RAM, placa 3D compatível com DirectX 9 e, em alguns casos, drive de DVD-ROM.
Preço: R$ 1.599
Onde encontrar: Casas Bahia e Ponto Frio

 

Lula apresenta seu PC na quinta
09/05/2005

 
Enquanto não sai o anúncio do governo, fizemos orçamentos de computadores populares em diversos tipos de fornecedores
 
Renata Mesquita
 
O governo federal marcou a apresentação oficial do projeto PC Conectado, que já foi adiada quatro vezes desde o ano passado, para a próxima quinta-feira, dia 12.
 
Na data, o assessor especial da Presidência, Cezar Alvarez, e demais coordenadores do programa, pretendem dizer a fabricantes de hardware e software, varejistas, operadoras de telefonia, bancos e outros ministérios envolvidos como esperam que o mercado participe do projeto. O micro deve custar R$ 1.300, divididos em 24 prestações, com juros de 2% ao mês.
 
Como ainda não existe uma data para o PC Conectado chegar às lojas, o Link foi às compras para descobrir quanto custa hoje um computador com as mesmas características que o governo espera – ou algo muito perto disso. Máquinas completas, com monitor, caixas acústicas, leitor de CD, teclado e mouse.
 
A Rua Santa Ifigênia, que fica no centro de São Paulo, é o paraíso para quem quer montar seu próprio computador – mesmo para quem procura equipamentos legalizados, com nota fiscal e software “quente”.
 
Em uma das lojas visitadas, consegui montar o computador por R$ 1.390. Se quisesse colocar um gravador de CDs no lugar do drive de CD-ROM normal, o lojista só cobraria R$ 10 a mais. Ele não viria com nenhum programa instalado. Mas, se o pagamento fosse feito à vista, o valor baixaria para R$ 1.358.
 
Na internet, montar o PC foi bem mais rápido. Em poucos cliques encontrei um modelo da Itautec com drive de DVD no lugar do CD-ROM, e sistema operacional Linux, por R$ 1.499, mais R$ 33 de frete (valor para São Paulo, capital). O processador também era diferente do pesquisado na Santa Ifigênia. Se aquele vinha com o AMD Semprom 2400, de 2,4 GHz, o modelo da Itautec trazia um Intel Celeron de 2,4 GHz, um pouco mais caro que o concorrente.
 
Não dava para ignorar os “montadores de bairro” na pesquisa. Geralmente, conhecidos dos conhecidos, que acabam sendo abastecedores e consultores da classe média que não tem conhecimentos aprimorados em informática.
 
Pedi um orçamento: R$ 1.425 por um computador com mais memória que o PC Conectado. De quebra, poderia ganhar vários programas já instalados. Claro que equipamento e programas não têm nota. Mas esse amigo dá seis meses de garantia, sem discussão. Quebrou, ele troca.
 
Se o preço por aí anda tentador e bastante próximo do que deseja o governo, o mesmo não se pode dizer das condições de pagamento. Aliás, o próprio governo diz que considera esse um dos pontos primordiais – e ainda não resolvidos – de seu programa de inclusão digital.
 
O montador do bairro me financiaria o equipamento em até seis cheques, com uma taxa de juros determinada por ele e que varia de acordo com o número de parcelas.
 
Na Santa Ifigênia, a maioria das lojas pode dividir a quantia em duas vezes, também no cheque, sem problema. Claro, cada uma com suas regras com relação ao valor dessas parcelas.Uma delas tem um acordo com uma financeira, que parcela o computador em até 12 vezes com os juros tradicionais desse tipo de estabelecimento. Já a loja virtual da Itautec, por contar com o respaldo da marca, oferece diversas formas de pagamento que vão desde 3 vezes sem juros no cartão de crédito até 24 parcelas, via financeira.
 

 
 
Fenando Loureiro
*Fernando Loureiro é diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos da Dell
 
 
Durante muito tempo, a população olhou para aqueles que vendiam produtos contrabandeados ou pirateados pelas ruas das grandes cidades como fruto das desigualdades sociais. Pobres coitados que não têm outra maneira de sobreviver.
 
Mas também temos visto diversas reportagens sobre a apreensão de mercadorias contrabandeadas avaliadas em milhões de reais e descobertas de depósitos clandestinos em São Paulo. São fatos que mostram que, na verdade, o mercado informal é estruturado e organizado, tem ramificações nas mais variadas atividades ilícitas e movimenta verdadeiras fortunas.
 
Enquanto isso, empresas que se mantêm dentro da legalidade precisam pagar impostos, taxas, contribuições e encargos sociais. Como resultado, os produtos legalizados não conseguem competir com os contrabandeados.
 
O resultado também é desastroso para o Brasil, que acaba arrecadando menos impostos, além de uma elevada taxa de desemprego. Por outro lado, o governo não tem recursos suficientes para investir em escolas, hospitais, segurança pública, etc. As empresas deixam de contratar e investir. Uma cadeia sem-fim.
 
No mercado de informática, essa realidade é bastante clara. De acordo com estimativas das empresas do setor, 75% do mercado de computadores pessoais, 61% do mercado de software e 60% das câmeras digitais e de auto-rádios estão na informalidade – o conhecido mercado cinza.
 
Por meio de importações ilegais ou irregulares de peças e componentes, e utilização de softwares sem as devidas licenças de utilização, um PC doméstico “montado” chega a ser 40% mais barato que um computador “de marca”.
 
Apesar da aparente vantagem inicial no preço, o consumidor final é o principal prejudicado. Ao comprar um equipamento “montado”, o usuário não tem certeza da procedência e da compatibilidade das peças, utiliza softwares piratas e pode não ter assistência técnica ou garantia quando precisar.
 
Para competir em igualdade, a indústria legal de PCs está trabalhando com o governo federal no desenvolvimento e implementação de uma política tributária mais justa. Uma medida mais imediata que está sendo discutida é a isenção do PIS/Cofins na cadeia produtiva.
 
O próximo passo seria zerar o Imposto de Importação de componentes que não tenham produção local – que pode ser aumentado logo após a indústria começar a produzir em escala no País, com qualidade e preços compatíveis globalmente. No âmbito estadual, a desoneração do ICMS deveria seguir a mesma proporção, incentivando a produção local.
 
Com uma nova política tributária, empresas legalizadas poderão competir com o mercado cinza em condições justas. Os usuários terão a oportunidade de escolher produtos pela qualidade e serviços agregados. A competição fará os preços caírem e a inclusão digital deixará de ser um sonho.
 
A indústria de PC crescerá. Fornecedores mundiais poderão considerar o Brasil com potencial para investimentos, gerando mais empregos, arrecadação de impostos e desenvolvimento para o País.
 
Talvez, um dia, possamos nos tornar um mercado globalmente competitivo.
Utopia? Sinceramente, acredito que não. Para que isso aconteça, basta que as mudanças comecem a ocorrer. Agora.
 

 

Hélio Bruck Rotenberg
*Hélio Bruck Rotenberg é diretor-geral da Positivo Informática
 
O governo federal lançou há alguns meses o Programa do PC Conectado, que visa fundamentalmente a dar acesso ao computador a quem hoje não consegue adquiri-lo.
 
O lançamento do programa, mesmo sem as definições finais de como será operacionalizado, já cumpriu um importante papel: fomentou a discussão sobre o tema entre toda a cadeia produtiva envolvida.
 
Os fabricantes de computador, as empresas de telecomunicações, os fornecedores de componentes e de sistemas operacionais, os varejistas, enfim, todos se mobilizaram com o intuito de viabilizar computadores mais baratos.
 
Os resultados são visíveis com a redução significativa dos preços na ponta do varejo. Realmente, hoje, é possível comprar um computador por bem menos do que se comprava, com configurações iniciais chegando a custar R$ 400 mais barato do que as mesmas configurações custavam há três meses.
 
Pela primeira vez, os preços chegam a estar abaixo dos preços do chamado “grey market”. O mercado cinza se caracteriza por ter alguma espécie de ilegalidade, seja pela entrada ilegal de componentes, seja pela sonegação de algum imposto. O IPI, por exemplo, não se vê destacado em nenhuma nota desses montadores alternativos.
 
A significância deste mercado deixou de ser desprezível: segundo a International Data Corporation (IDC), ele é responsável por 74% dos computadores vendidos no Brasil.
 
Para baixar ainda mais os preços dos computadores legais, não há como deixar de entrar na área dos tributos. E as boas notícias são os comentários que temos ouvido por parte do governo federal em relação ao PC Conectado.
 
Hoje, o PIS e a Cofins somados representam 9,25% do preço dos computadores, e a grande novidade é que o governo pretende isentar uma boa parte destes tributos dos computadores de baixo preço. Se isso acontecer, teremos muito mais que um PC Conectado, teremos uma política industrial indutora de um mercado legal de computadores.
 
Com muita chance de sucesso, essa medida baixará significativamente o tamanho do mercado cinza, além de proporcionar uma ampla inclusão digital.
 
Essa grande inclusão depende ainda da viabilização de financiamento apropriado, e parece que, também nessa área, teremos boas novas. Ainda não está definido como, mas o governo dá sinais de que poderemos ter alternativas de taxas de juros melhores para a compra desses micros mais baratos.
 
Estamos muito animados e agora torcendo para que a isenção do PIS/Cofins chegue perto dos 100% e possa, de alguma maneira, beneficiar toda a cadeia produtiva. Torcendo para que tenhamos viabilizado taxas melhores. Desta maneira, teremos uma revolução em nosso mercado, com todos os fabricantes aumentando sua produção, gerando mais empregos formais, baixando a ilegalidade e, o que é mais importante, com mais gente tendo acesso ao seu primeiro computador.
 

PC conectado sai no dia 12 de maio 
Quarta-feira, 4 maio de 2005 - 19:50 

IDG Now! 
No dia 12 de maio, o governo federal finalmente apresentará o projeto de inclusão digital, PC Conectado, informou o assessor especial da presidência da República e coordenador do programa, Cezar Alvarez, nesta quarta-feira (04/05). A apresentação do projeto já foi adiada quatro vezes pelo governo federal desde janeiro deste ano.

"A idéia é chamar todos os parceiros do projeto - fabricantes, varejistas, operadoras, provedores, empresas de suporte etc. - e formalizar o projeto, além de receber críticas e opiniões dos envolvidos", explica Alvarez em entrevista ao IDG Now!.

O prazo para que o PC Conectado esteja nas lojas também deve ser definido na reunião. "Esta é a pergunta que vou fazer na reunião e o mercado é que vai dizer", declara Alvarez, que estima que a máquina popular vire realidade menos de um mês após o encontro do dia 12.

Até a próxima quinta-feira, no entanto, Alvarez ainda deve definir os critérios de isenção fiscal para os fabricantes do PC Conectado, bem como os benefícios de financiamento aos compradores do micro popular junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O preço sugerido para o PC Conectado está entre 1.300 e 1.400 reais. "Não daremos vantagens se a máquina custar mais de 1.400 reais", frisa Alvarez. 


02/05/2005
"A iniciativa de um PC mais barato virá do povo"
Caderno Link do Estadão

Especialista em baixa renda da GV diz que os grandes bancos não têm interesse em financiar PCs - ou qualquer outra coisa que seja - para a população carente

Renata Mesquita

A falta de crédito na praça para a população de baixa renda é apontada pelo governo como um dos vilões que ainda impedem o PC Conectado - aquele projeto de vender computadores em parcelas de cerca de R$ 50 mensais - de sair do papel.

Os articuladores do programa também querem que os bancos baixem as taxas de juros para 2% ao mês, bem abaixo dos praticados no varejo, exclusivamente para a venda de computadores para esse público específico.

A Febraban, associação que agrega os bancos do País, diz que recebeu o pedido do governo. E que a questão ainda será repassada às instituições para avaliação.

A questão dos juros não seria exatamente um problema para o projeto, acredita a professora Tania Limeira, coordenadora acadêmica do Fórum de Baixa Renda da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.

Não é por acaso que o antigo slogan de uma grande rede varejista do País perguntava quanto o consumidor queria pagar. Segundo especialistas do setor, o brasileiro das classes D e E olha muito mais o valor da prestação do que quanto vai pagar de juros por um produto que ele considera indispensável.

"Programas como esse não dão certo não por serem inviáveis, mas porque as grandes instituições bancárias simplesmente não têm interesse nesse mercado", defende Tania, que é uma das palestrantes do seminário Varejo Baixa Renda: Oportunidades e Desafios, que a FGV promove no dia 5 de maio em São Paulo.

A professora declarou ao Link que a ampliação do crédito ajudaria na inclusão digital de milhões de brasileiros. 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Faz sentido criar uma linha de crédito específica para colocar o computador nas residências de baixa renda do País?

Claro. O PC não é um bem secundário. Ele será, para as novas gerações, o que a TV foi para as gerações anteriores. É pelo PC que a criança vai aprender a ler, a ter autonomia. Todo o entretenimento tende a convergir para o computador. Além disso, os jovens sentem hoje que precisam dominar o PC se não quiserem estar fora do mercado de trabalho.

Um PC mais barato e em suaves prestações vai promover a inclusão mesmo de quem nunca viu um computador?

Sim, porque as escolas já têm programas de inclusão, estão instalando laboratórios de informática. As crianças aprendem na escola e usam em casa. Vender computador mais barato faz parte de uma política ampla, que envolve outras iniciativas públicas. Faz todo o sentido se pensarmos dentro de uma visão macro de inclusão.

Hoje essas pessoas não têm acesso a crédito para comprar um computador?

A indisponibilidade de crédito sempre foi um problema na economia brasileira. Para as classes D e E, com renda de dois a cinco salários mínimos, o crédito é praticamente impossível. Boa parte nem consegue ter conta em banco. De uns dois anos para cá, surgiram boas iniciativas para facilitar as coisas, como o Banco Popular do Brasil. Ou o empréstimo vinculado ao débito em folha de pagamento, que foi uma idéia extremamente feliz. Na prática, o limitador de crédito não é a condição sócioeconômica da pessoa, mas o desinteresse das empresas que ganham muito mais tendo como clientes o governo e outras camadas da população. A história que o risco da operação aumenta os juros é ficção, isso não existe. Esse panorama está mudando devagar, mas a tendência é que cresça muito.

Alguns varejistas alegam que o PC é um bem de curta duração, que deve ser substituído em pouco tempo. E que, por isso, os riscos de financiá-lo a longo prazo como quer o governo (em pelo menos 24 meses) são altos.

Não dá para generalizar dizendo que o computador é um produto que gera inadimplência. Essa idéia de que um PC não dura é um conceito da classe média, portanto não tem nada a ver para quem vai dar a ele um uso apenas doméstico, escrever um texto, navegar na internet. Essa relação inadimplência/baixa durabilidade é totalmente questionável.

Existe um jeito de viabilizar o sonho do governo de vender 1 milhão de computadores à população carente?

Já podemos ver o mercado se mexendo, e é isso que deve acontecer. Se for esperar que os grandes bancos criem mecanismos para facilitar a venda, talvez esse projeto nunca saia. Geralmente, os empreendedores têm as idéias, e as instituições aderem depois, atrasadas. Se o governo tivesse força para aprovar uma portaria, uma medida provisória para criar essas linhas de crédito especiais, aí poderíamos falar em volumes muito maiores. Poderíamos falar em 5, 10 milhões de computadores e não apenas 1 milhão. Se o governo não toma iniciativa, a população não vai ficar parada. Mas o processo será mais demorado. É por isso que as políticas públicas são importantes. Para acelerar processos como este.

[Transcrito de http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=3589


Lula quer PC Conectado aprovado com urgência 
Quarta-feira, 27 abril de 2005 - 08:10 
IDG Now! 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o projeto de lei que vai criar o programa PC Conectado seja aprovado com rapidez no Congresso Nacional. O programa tem como objetivo financiar a compra de computadores com acesso a Internet para a população carente.

Segundo Lula, o governo definiu que o projeto será encaminhado em caráter de urgência ao Legislativo. "Um projeto dessa magnitude não pode ficar três, quatro, cinco, dez, doze, quinze anos tramitando. Essa tem que ser uma coisa de poucos dias", disse ao participar de um evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).

O presidente destacou que o PC Conectado irá oferecer a população mais pobre oportunidade de aprender utilizando o computador. "Para a gente garantir que a nossa gente mais humilde tenha acesso às informações para poder trabalhar a partir da sua própria casa e, quem sabe, a gente esteja formando novos e melhores profissionais no nosso País", disse.

Lula afirmou que o governo vai conversar com os deputados e senadores para agilizar a apreciação do programa.

O projeto já foi adiado várias vezes por não chegar a uma conclusão a respeito de diversos fatores, como financiamento, incentivos tributários e sistema operacional. 

Em entrevista recente ao IDG Now!, Cezar Alvarez declarou que o PC Conectado não seria lançado em 15 de abril - conforme sinalizado anteriormente pelo ministro das Comunicações Eunício Oliveira - principalmente em virtude de questões relativas ao financiamento do equipamento. 
Redação, com informações da Agência Brasil 


Caderno LINK do Estadão
18/04/2005
PC popular e a novela da inclusão

Depois de vários adiamentos, governo diz que, agora, quem decide é o mercado; especialistas questionam eficácia do projeto

Renata Mesquita

O projeto do PC Conectado virou uma novela. Desde o seu anúncio, já teve o lançamento adiado três vezes. E, mesmo sem ter saído do papel, começa a ser criticado por especialistas que não vêem nele um caminho para a população de baixa renda ser integrada à sociedade da informação.

Vender um computador mais barato é suficiente para criar uma nação de incluídos digitais? Entidades da sociedade civil envolvidas em projetos na área acham que não. E que o governo deveria cuidar também da cidadania virtual das pessoas.

Elas dizem que ter condições de comprar um PC é ótimo. Mas que são os centros de acesso comunitário que acabam ajudando a população a resolver seus anseios sociais e econômicos ligados ao uso de um computador. Coisas como pagar contas, matricular o filho na escola ou encontrar fornecedores para seu micronegócio.

QUARTO CAPÍTULO

O pedido do presidente Lula por um computador para a população carente veio em meados do ano passado. A primeira reunião com representantes de diversos setores do governo - Ministério da Ciência e Tecnologia, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), entre outros - aconteceu em agosto.

A princípio, o PC Conectado sairia em dezembro. Mas o lançamento foi adiado para o começo do ano escolar, em março. Na época, o governo não havia definido como seria o equipamento, nem com quais programas viria.

Em março, foi anunciada uma nova data: 15 de abril.

Agora, depois de um novo adiamento, o governo não fala em datas. Ou melhor, fala, mas diz que quem vai lançar o produto é o mercado, e não ele. Esse novo prazo - ou expectativa, como prefere um dos responsáveis pelo programa, Cezar Alvarez - pode ser meados de maio.

"O PC Conectado será adiado quantas vezes forem necessárias para sair direitinho. É um projeto que envolve a indústria, o varejo, várias áreas do governo, o Conselho Monetário Nacional, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social", enumera Alvarez, que é assessor especial da Presidência da República.

A informação é que falta resolver a isenção - parcial ou total - de impostos sobre a importação de componentes. E o financiamento à população a juros de 2% ao mês, mais baixos do que os praticados no comércio. A idéia, diz Alvarez, ainda não recebeu o apoio total do setor bancário.

TERRA DE EXCLUÍDOS

Um estudo divulgado pelo próprio governo diz que 79% dos brasileiros nunca mexeram num computador, e que 89% nunca navegaram pela internet. E que apenas 14,4% da população tem acesso regular a um PC.

Mas a idéia de que um computador mais barato servirá para inserir a comunidade carente na chamada Sociedade da Informação é vista com ressalva por entidades que promovem ações de inclusão.

"Não adianta só dar um PC. As pessoas têm que fortalecer sua participação cidadã, ter acesso ao CPF eletrônico, usar os serviços do governo na internet, fazer um blog", diz Paulo Lima, diretor da Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS). "Sem orientação, elas não saberão onde encontrar as informações".

O historiador defende que o programa inclua também projetos culturais, de educação e de cidadania. "O PC mais barato é uma linha auxiliar de inclusão. Mas deveria existir uma política mais bem definida para as escolas, para que o aluno fizesse um bom uso em aula e depois ensinasse os pais a fazer um bom uso em casa", diz.

Rodrigo Alvarez, do Comitê para Democratização da Informática (CDI-SP), critica a falta de conversa entre o PC Conectado e outros programas de inclusão social. "Não existe uma linha de trabalho comum", diz.

Segundo Rodrigo, o modelo ideal é o que trata a tecnologia como um meio, e não um fim. "A proposta político-pedagógica não deveria ser ensinar informática", acredita. "A idéia do PC Conectado é interessante, mas investir em centros de acesso comunitário teria um alcance mais abrangente", defende o coordenador regional do CDI.


Caderno LINK do Estadão
18/04/2005
Os pecados do computador de Lula

Projeto de PC popular continua no reino da realidade virtual, enquanto adoção de software livre vira bandeira de marketing

Ricardo Anderáos

É um computador barato, com acesso garantido à internet e recheado de programas. Pode ser comprado em 24 prestações de R$ 50. Graças a ele, milhões de famílias de baixa renda têm acesso à tecnologia em casa. Parece bom demais para ser verdade? Talvez seja mesmo.

Mais de seis meses após seu anúncio, o PC Conectado, principal bandeira do governo Lula para promover a inclusão digital, continua no reino da realidade virtual. Por quê?

Tecnologia é um instrumento indispensável para que o Brasil deixe de ser o eterno país do futuro. Através dela, Coréia, Irlanda e Índia, para citar alguns exemplos, estão tentando dar seu salto para o século 21.

Para seguir esse caminho, o governo promete acesso público a computadores para a população carente, em milhares de infocentros com a marca Casa Brasil. Também fala em adotar o software livre na administração federal, incentivar a produção e exportação de software nacional, além de lançar o tal PC Conectado.

Essas medidas não são suficientes para transformar o Brasil numa Coréia. Mas já seriam um primeiro passo. Por isso é tão preocupante ver o anúncio do computador popular ser novamente adiado, pelo quinto mês consecutivo.

O principal pecado do governo na área é a demora em implementar uma política nacional de tecnologia. Em julho do ano passado, numa viagem à África, falando a chefes de Estado de países de língua portuguesa, Lula declarou: "Temos urgência em promover a inclusão digital." Seu mandato já passou da metade, mas, até agora, nada de concreto aconteceu.

Outro problema na estratégia do governo é não integrar a política de tecnologia com a política educacional. Especialistas afirmam que não basta facilitar o acesso da população de baixa renda aos computadores. Analfabetos funcionais só poderão usar os PCs para jogar videogames ou baixar pornografia da internet.

Problema adicional é fazer do software livre uma bandeira de marketing, falar disso a toda hora, mas não adotar medidas efetivas para formar técnicos e desenvolvedores que saibam trabalhar nessa plataforma. Faltam programadores realmente qualificados para isso no Brasil. A maioria só sabe desenvolver em cima de softwares proprietários, sejam da Microsoft ou de outras empresas, como a Oracle, por exemplo.

Também há hesitação em acabar com os pesados tributos cobrados na importação dos componentes de computador. E um dos problemas centrais para viabilizar o projeto do PC popular, que é o crédito para a população de baixa renda, ainda não foi equacionado
pelo governo.


PC popular pode ter desconto em folha
Sexta-feira, 15 abril de 2005 - 17:10
Camila Fusco - IDG Now!

A consultoria Faed estabeleceu um acordo com a Cobra Tecnologia para fornecer computadores de baixo custo, impressoras e estabilizadores a funcionários de empresas por meio de um financiamento de 49 vezes de 29,90 reais (valor total de 1.465,10 reais).

Trata-se de um projeto que prevê um convênio com as companhias do País para que seus funcionários possam utilizar um meio alternativo para o parcelamento dos PCs. Pelo modelo, a empresa firma um convênio com a Faed e desconta diretamente na folha de pagamento o valor para ser repassado à fabricante, sem a interferência de bancos.

"Essa foi uma proposta da Faed para promover a inclusão digital dos trabalhadores brasileiros. A empresa interessada preenche uma proposta, envia a Faed e seus funcionários poderão comprar o computador com desconto diretamente no salário", declara Fábio Abdalla, diretor geral da companhia.

De acordo com o executivo, os equipamentos são procedentes de vários fabricantes, entre eles a First International Computer (FIC). A Cobra ficará responsável por homologar os produtos e vai garantir o desempenho e a qualidade dos equipamentos.

Configuração

A configuração dos equipamentos é semelhante à detalhada pelo governo federal para o projeto do PC Conectado, com disco rígido de 40 Gigabytes, processadores Intel (Celeron) ou AMD (Sempron) e monitor de 15 polegadas. A memória RAM, porém, é superior à da proposta governamental e tem 256 Megabytes (MB).

Os softwares utilizados são de código aberto. Entre eles estão o Freedows, da Cobra, e o Metasys, criado pelo Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que oferecem softwares de produtividade, jogos, entre outros aplicativos.

As impressoras utilizadas serão da marca Lexmark e os estabilizadores, de fabricantes diversos. "Os compradores receberão os equipamentos pelo Correio. Junto com o computador e a impressora, o cliente também receberá um cupom para retirar o estabilizador em algum dos revendedores credenciados das marcas", declara.

O equipamento também incluirá um pacote para conexão à internet ao custo de 7,50 reais. "Operadoras telefônicas já estão em negociação conosco para oferecer o serviço, inicialmente nas capitais", informa Abdalla.

Parcerias

Segundo Abdalla, o processo desde o cadastramento da companhia até a entrega do equipamento dura cerca de 60 dias. Não há um volume mínimo de pedidos por empresa, o que beneficia principalmente as micro e pequenas companhias. No entanto, a Faed está bastante otimista em relação aos convênios e espera vender cerca de um milhão de PCs no primeiro ano do programa em vigor.

"Conseguiremos inicialmente atender uma demanda de 50 mil PCs por mês, mas a intenção é ampliar esse número", afirma.

A Faed já mantém conversas sobre o sistema com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Força Sindical, entre outras entidades para firmar convênios. Empresas privadas de vários Estados também estão em fase final de negociações, de acordo com Abdalla, embora ainda não seja possível divulgar os nomes.

A Faed levou cerca de dois anos para formalizar a parceria com a Cobra e será a única empresa do Brasil a comercializar os equipamentos por esse modelo. Os interessados em firmar convênios com a companhia devem acessar o site www.faedcomp.com.br , que estará disponível a partir da próxima terça-feira (19/04).


Governo federal adia anúncio do PC Conectado

Sexta-feira, 8 abril de 2005 - 19:09
Camila Fusco, do IDG Now!

O governo federal não vai mais anunciar o projeto de inclusão digital PC Conectado no dia 15 de abril, conforme o planejado, informou Cezar Alvarez, assessor especial da presidência da República, em entrevista ao IDG Now!, nesta sexta-feira (08/04).

Alvarez não informou qual a nova data para o anúncio do projeto de PC Conectado. "Não temos previsões", afirmou. De acordo com ele, o atraso não está relacionado à definição do sistema operacional, mas sim a questões relativas ao financiamento do equipamento. Nas próximas duas semanas, a equipe do projeto terá reuniões com outros órgãos do governo.

No final de março, Alvarez se reuniu com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pleitear novas linhas de crédito às empresas de hardware e software envolvidas na produção do micro popular criado pelo governo, além de abordar detalhes sobre a proposta de repasse do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o sistema financeiro privado como suporte ao financiamento do PC Conectado.

O responsável pelo projeto PC Conectado disse também que iniciou conversas com operadoras de telecomunicações para incluir a oferta de acesso em banda larga aos clientes do PC Conectado, mas explicou que elas ainda estão em fase preliminar.

Sobre a apresentação da Microsoft, que mostrou pela primeira vez ao governo federal uma versão do Windows XP Starter Edition, Alvarez acrescenta que se trata de um software com algumas alterações em relação à proposta inicial da empresa de Bill Gates.

Essa é a quarta vez que o governo federal adia o anúncio do projeto PC Conectado. A primeira previsão era janeiro. Depois, ficou para março e, durante a feira de telecomunicações Telexpo, em 1º de março, o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, anunciou 15 de abril como nova data.


MS formaliza proposta para o PC Conectado

Sexta-feira, 8 abril de 2005 - 15:19
Camila Fusco - IDG Now!
Até a próxima segunda-feira (11/04), a Microsoft apresenta a proposta formalizada do Windows XP Starter Edition para o governo federal, com a intenção de participar do projeto de inclusão digital PC Conectado.

Anteriormente, a empresa de software havia apresentado uma proposta preliminar de sistema operacional para o programa, que foi considerada inconsistente pelo grupo de software conduzido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).

Esta semana, a Microsoft apresentou testes do Starter Edition para representantes do governo. Segundo o diretor do Serpro, Sérgio Rosa, participaram do encontro integrantes dos Ministérios da Ciência e Tecnologia; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Educação; da Fazenda; das Comunicações e da Casa Civil.

"Essa foi a primeira demonstração da Microsoft do Starter Edition. Até o momento a empresa tinha apresentado uma proposta em papel, e dessa vez, eles demonstraram o software", declarou o diretor do Serpro.

O executivo não detalhou qual foi a opinião dos representantes do governo frente ao teste do sistema, apenas declarou que o Starter Edition é, conforme já era sabido, um software "mais restrito".

A próxima semana deve ser decisiva para o PC Conectado, uma vez que o governo trabalha com a data de 15 de abril para lançar as diretrizes do programa.


Extra lança PC de baixo custo com Linux
Quinta-feira, 7 abril de 2005 - 17:45
Camila Fusco - IDG Now!

 
A rede de hipermercados Extra também está reforçando sua estratégia de vendas de computadores de baixo custo.
 
O estabelecimento - pertencente ao Grupo Pão de Açúcar - apresenta nesta quinta-feira (07/04) seu computador fornecido pela Novadata com preço de 1.394 reais.
 
O equipamento traz processador Intel Celeron D315, tem 128 Megabytes (MB) de memória e disco rígido com 40 Gigabytes (GB). Além disso, fazem parte da configuração um gravador de CD e sistema operacional de código aberto ZINO 3.0 (da Insigne Software), com pacote de produtividade Star Office.
 
Segundo Marcelo Bazzali, diretor da categoria de Eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar, o equipamento está sendo lançado na mesma data do início da 6ª Feira de Informática Extra - que acontece até o dia 17 de abril em todo o País - e a intenção é mantê-lo após o término do período promocional. O produto estará disponível nas lojas Extra, Extra Eletro e no site Extra.com.
 
"Porém, vamos monitorar o retorno dos nossos clientes para verificar se existem necessidades de alterações [de configuração e sistemas]", declarou.
 
Bazzali afirmou também - sem dar detalhes - que a rede varejista mantém negociações com o governo federal para participar da venda do PC Conectado. "Podemos dizer neste momento que o Extra já esteve com o governo federal e está no processo de negociação".
 
A iniciativa do Extra de vender PCs de baixo custo com sistema operacional Linux é anunciada dias depois do lançamento da estratégia da rede varejista Ponto Frio para inclusão digital. No dia 22 de março, o Ponto Frio lançou um computador de 1.300 reais, em parceria com a Positivo Informática.
 
Com a Feira de Informática, o Extra espera vendas 40% superiores à edição do ano passado e 25% maiores do que nos meses convencionais. O valor de faturamento da divisão de eletroeletrônicos não foi divulgado.
 


Sun quer propor thin clients para PC Conectado

Terça-feira, 5 abril de 2005 - 14:12
IDG Now! com a colaboração de Guilherme Bantel

A Sun Microsystems deu sinal de que pretende participar ativamente do programa de inclusão digital promovido pelo governo federal, o PC Conectado. Nesta terça-feira (05/04), durante a conferência Sun Tech Days em São Paulo, a companhia afirmou que irá propor a utilização de terminais thin client (Sun Ray) na segunda fase do programa, em vez de PCs equipados com sistemas Windows ou Linux.
 
Segundo o diretor de marketing da companhia no Brasil, André Echeverria, se o governo demonstrar interesse na proposta, fabricantes de computadores serão contatados para que façam as equações financeiras e comparem os valores entre o projeto atual e a proposta da Sun.
 
Baseado em sistemas centrais, com um único servidor que alimenta os clientes ligados em rede, o thin client chega a custar 300 dólares para instalação, disse Echeverria. Segundo ele, a vantagem em relação ao PC é o gerenciamento centralizado, com máquinas simples e baratas nos terminais de usuários. Com um cartão equipado com chip, o usuário ainda pode acessar o seu ambiente personalizado a partir de qualquer máquina da rede.
 
Na proposta atual de software livre para o PC Conectado, a Sun participa com a suíte de produtividade OpenOffice - uma versão em código aberto do StarOffice, pacote similar ao Microsoft Office. Já a companhia de Bill Gates propõe o uso de uma versão limitada do sistema Windows, o Starter Edition.
 

Governo não vai tabelar juros do PC Conectado

Quinta-feira, 31 março de 2005 - 17:35
Camila Fusco - IDG Now!
O governo federal não deverá tabelar os juros do financiamento dos computadores vendidos no programa PC Conectado.

De acordo com o assessor especial da Presidência da República e coordenador do projeto, Cezar Alvarez, os juros terão um teto estabelecido pelo governo, mas a taxa aplicada vai depender do perfil de cada comprador.

"Não vamos tabelar os juros. Quem assume o risco é a financeira, nós não podemos garantir um número", declarou.

O formato hoje do microcrédito - possibilidade considerada para financiar o PC Conectado - estabelece crédito de até 600 reais e juros de 2%. Para que o modelo fosse utilizado, haveria necessidade de ampliar esse limite de financiamento e adequar os juros.

"Estamos discutindo quais juros máximos poderão ser praticados para o público de médio risco. Mas esse juro deve ser variável. Quanto ao FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], existe uma grande preocupação que esse dinheiro incida na baixa renda e estamos analisando com os bancos públicos federais os limites mínimos que poderiam ser feitos tanto para correntistas quanto para não correntistas dessa classe de baixa renda", disse.

Alvarez afirmou também que até o final da próxima semana deverá ser realizada uma reunião com os fabricantes de hardware para discutir a redução tributária.
 


Governo pede subsídio do BNDES ao PC Conectado

Quarta-feira, 30 março de 2005 - 10:40
Daniela Braun - IDG Now!

Nesta quarta-feira (30/03), Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República e coordenador do projeto do PC Conectado, se reúne com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pleitear novas linhas de crédito às empresas de hardware e software envolvidas na produção do micro popular criado pelo governo.

"Como a proposta é oferecer 1 milhão de PCs no primeiro ano do projeto, algumas empresas [de tecnologia] precisam de mais capital para investir em equipamentos e pessoal para antender a essa demanda", explicou Alvarez.

Na reunião, segundo Alvarez, também serão abordados detalhes sobre a proposta de repasse do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o sistema financeiro privado como suporte ao financiamento do PC Conectado.

O coordenador do projeto também deve procurar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para tratar da ampliação do crédito do PC Conectado ao consumidor entre bancos e financiadoras de varejo, além dos bancos do governo.

Conforme informado pelo Ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, no início de março, o projeto do PC Conectado deve ser finalizado no dia 15 de abril. Entretanto, a oferta do produto em prateleira ainda não tem data marcada.

Segundo Alvarez, as definições do desconto tributário e da configuração - de hardware e software - do PC Conectado ainda não foram finalizadas

 


CEO da AMD lança projeto de inclusão no Brasil
Terça-feira, 29 março de 2005 - 12:36
Camila Fusco - IDG Now!

Até 2015, a fabricante de microprocessadores Advanced Micro Devices (AMD) espera que 50% da população mundial tenha acesso à internet. Esta é premissa da estratégia 50x15 anunciada nesta terça-feira (29/03) no Brasil pelo próprio Chief Executive Officer (CEO) da companhia, Hector Ruiz.

Para atingir seu objetivo, a AMD se baseia no Personal Internet Communicator (PIC), que será lançado no mercado brasileiro até o final deste semestre.

Conforme antecipou a PC World, o PIC é um dispositivo destinado a usuários iniciantes de computadores que fornece acesso à internet e recursos básicos de informática, como navegador de internet, e-mail, ferramentas de produtividade e execução de arquivos multimídia.

Segundo Ruiz, a AMD já estuda parcerias mundiais com outras empresas para o desenvolvimento e a fabricação do PIC como Seagate, Solectron, Samsung e Macromedia.

Em relação ao sistema operacional utilizado pelo PIC, Ruiz declarou que o equipamento é compatível com sistemas proprietários e também de código aberto.

O PIC já está a venda na Índia desde outubro de 2004 e atualmente a empresa negocia sua oferta no México e em alguns países do Caribe. No exterior, a máquina é vendida por 185 dólares sem monitor e 250 dólares com monitor.

"Aqui no Brasil a carga tributária elevaria entre 20% e 30% o preço original do produto", informa José Escodiero, presidente da AMD Brasil. Segundo ele, estratégia de redução tributária do PC Conectado pode diminuir este valor.

Ruiz chegou ao Brasil no domingo (27/03) e fica por aqui até amanhã (30/03), mas informou que pretende voltar em breve para se reunir com membros do governo federal e definir a contribuição do PIC ao projeto de inclusão digital do governo.

Temos planos de visitar os ministérios em Brasília e ajudar o governo Lula a realizar as oportunidades para a inclusão digital", declarou.

Estratégias diferenciadas

Questionado se o PIC poderia vir a fazer parte do projeto PC Conectado, o líder da AMD no Brasil declarou que a companhia tem uma visão diferenciada do equipamento frente a estratégia de inclusão digital no País.

"Entendemos o PC Conectado e o PIC como dois momentos distintos. O primeiro diz respeito à estratégia para promover a disseminação de PCs à população de baixa renda. Por outro lado, entendemos o PIC como uma estratégia diferente, que virá em um segundo momento para completar a iniciativa", declarou Scodiero.

A AMD não revela as expectativas de vendas para o PIC no mercado brasileiro, mas segundo Scodiero, as cerca de 3,5 milhões de pessoas pertencentes à classe C no Estado de São Paulo são um público potencial.
 


Ministérios, CEF e BB discutem PC Conectado
Quarta-feira, 23 março de 2005 - 16:15
Camila Fusco - IDG Now!

O governo federal reúne, até o final desta semana, representantes dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para acertar os últimos detalhes da redução tributária aos fabricantes de equipamentos de informática que participarão do projeto de inclusão digital PC Conectado.

Participarão também do encontro integrantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, conforme declarou Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República e coordenador do projeto.

"Esperamos resolver a questão até amanhã, para convocarmos uma reunião com os fabricantes na semana que vem", declarou ao IDG Now!, destacando também o tema financiamento estará na pauta.

Segundo Alvarez, ainda não estão definidos quais impostos serão reduzidos. "As possibilidades são reduzir o PIS/Cofins, o II (Imposto de Importação) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), mas ainda não há nada resolvido", disse.

Na semana passada, o governo resolveu definitivamente eliminar o modelo de bônus de até 250 reais que seria repassado ao consumidor a fim de reduzir o preço do equipamento. A iniciativa havia sido apontada como possibilidade logo que surgiram as primeiras diretrizes do programa. Em troca, ficou decidido que haveria um corte na carga tributária paga pelos fabricantes.

Cézar Alvarez também sinalizou a possibilidade de utilização de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no PC Conectado e de financiamento de equipamentos do programa por meio do microcrédito. Nessa última alternativa, seria necessário elevar o limite de financiamento, hoje estabelecido em 600 reais.

Efeitos no mercado

O coordenador acredita também que a estratégia do PC Popular, que é permitir o acesso da população de baixa renda a computadores, já teve repercussão no mercado.

Um exemplo disso foi a iniciativa da Positivo Informática, em parceria com a rede varejista Ponto Frio, para o lançamento de um computador popular a 1.299 reais.

"Esta iniciativa mostra que o PC Conectado já conseguiu incentivar os fabricantes a oferecer equipamentos de qualidade e com preço reduzido", declarou.

A parceria entre Positivo e Ponto Frio foi anunciada na terça-feira (22/03), e prevê a venda do computador POS AT Series L, com processador AMD Sempron 2200, 128 Megabytes (MB) de memória RAM, disco rígido de 30 GB, fax modem de 56 kbps, drive de CD ROM, mouse, teclado, caixa e placa de som embutidas. O sistema operacional é Linux e a suíte de escritório, Open Office.

O projeto final do PC Conectado deve ser apresentado até a segunda quizena de abril, prazo com o qual trabalha o Ministro das Comunicações, Eunício Oliveira.
 


Ponto Frio lança PC de R$ 1,3 mil
Terça-feira, 22 março de 2005 - 12:30
IDG Now!

A rede varejista Ponto Frio inicia nesta terça-feira (22/03) as vendas de seu computador de baixo custo, que chega ao mercado por 1.299 reais.

O equipamento é fruto da parceria com a marca Positivo Informática, e leva processador AMD Sempron 2200, 128 Megabytes (MB) de memória RAM, disco rígido de 30 Gigabytes (GB), drive de CD-ROM de 56x, placa de fax modem de 56 kbps, placas de som e rede, caixa de som, teclado e mouse. O sistema operacional é de código aberto e a suíte de escritório, Star Office.

O Ponto Frio declarou que o equipamento poderá ser financiado em até 25 vezes, com parcelas de 79,90 reais.

A estratégia da rede varejista para o computador de baixo custo vem ao mesmo tempo em que o governo federal estabelece as últimas diretrizes para o programa de inclusão digital PC Conectado.

Na realidade, o preço do equipamento lançado pelo Ponto Frio em parceria com a Positivo consegue até mesmo ficar abaixo do teto pretendido pelo programa, em torno de 1.400 reais.

No início do mês, o próprio diretor da Positivo, Hélio Rotemberg, sinalizou a estratégia da companhia para lançar um computador de baixo custo. Na ocasião, o executivo declarou que os equipamentos deveriam ter faixa de preço a partir de 1.399, com o sistema operacional de código aberto. A empresa também trabalha no lançamento de um PC com o Windows XP Starter Edition, sistema operacional compacto da Microsoft, por um preço abaixo de 1.799.

As mais recentes discussões envolvendo o PC Conectado no governo federal dizem respeito à redução da carga tributária. Em entrevista ao IDG Now! na semana passada, o coordenador do programa e assessor especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, afirmou que o governo descartou a utilização do bônus que seria oferecido ao consumidor para baixar o preço da máquina. Ao invés disso, um corte deverá ser feito nos impostos pagos pelos fabricantes, a fim de promover a redução no preço final.

Nos próximos dias, o governo deverá marcar reuniões com os fabricantes e com os ministérios para definir qual o valor da redução e sobre quais produtos que ela vai incidir.
 


Abinee elogia redução de impostos para PCs
Segunda-feira, 21 março de 2005 - 10:07
Camila Fusco - IDG Now!

A redução tributária prevista para o programa de inclusão digital PC Conectado beneficiará toda a cadeia produtiva, mas o governo federal precisará fiscalizar atentamente as fabricantes para garantir produtos de qualidade no mercado.

Essa é a opinião de Hugo Valério, diretor do grupo de Informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), ao comentar as modificações no projeto do computador popular.

Pelas alterações no projeto, o bônus de até 250 reais destinado ao consumidor será substituído pela redução tributária aos fabricantes de equipamentos. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) também pode ser utilizado.

"Tratar todo o programa com isenção tributária, não só para uma ou outra empresa, faz a toda a cadeia [de fornecimento] trabalhar melhor. Porém, é necessária uma seleção criteriosa de fabricantes para que sejam cumpridas algumas regras, como o PPB [Processo Produtivo Básico] e a idoneidade trabalhista", destaca.

Segundo Valério, caso estes critérios sejam cumpridos, existe uma grande possibilidade de o governo conseguir valorizar as fabricantes, chegando até a abocanhar uma fatia do mercado cinza de PCs.

"Se você analisar o mercado atualmente, verá que grande parte da diferença dos preços dos computadores cinza e dos regularizados acontece em virtude da carga tributária. Os fabricantes dizem que é possível chegar a um preço entre 1.400 e 1.500 com a redução, dependendo dos componentes utilizados", afirma.

Valério também aponta que a Abinee defende um programa PC Conectado que dê ao consumidor uma opção de financiamento, mas também uma oportunidade de escolha do produto a ser adquirido.

"A posição da Abinee é que o governo precisa estabelecer um modelo de financiamento. Por exemplo, nos programas de financiamento habitacional, não são especificados a metragem e o tipo da casa. É estabelecido o valor de financiamento e, com isso, o comprador pode determinar o imóvel que quer comprar. Esse processo deveria ser feito também para os PCs".

O diretor da Abinee acredita também que o valor financiado poderia receber um complemento por parte do consumidor que quiser adquirir um equipamento de maior desempenho. Por exemplo, se o limite do financiamento do PC Conectado for 1.500, os usuários que quiserem adquirir equipamentos além desse valor, poderão adicionar recursos, ao mesmo tempo em que usufruem do benefício.

"O ideal seria estabelecer uma faixa de preço para qual o produto teria isenção. Passando desse valor, o equipamento deveria pagar imposto. Assim, é possível ter certeza de que o programa vai atingir quem precisa comprar um PC barato", diz.

As decisões finais sobre a faixa de isenção tributária que será oferecida aos fabricantes serão definidas entre esta e a próxima semana, segundo informou ao IDG Now!, Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República e coordenador do PC Conectado, na sexta-feira (18/03).
 


Imposto para PCs deve ser reduzido

Estadão  19/03/05

Governo estuda oferecer incentivo para toda a indústria de microcomputadores de mesa como parte do programa PC Conectado

Renato Cruz

O grupo de trabalho do programa PC Conectado, que colocará no mercado microcomputadores subsidiados, recebeu uma tarefa urgente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: na semana que vem eles vão entregar ao governo dois ou três cenários de redução de impostos para tornar o programa viável. A hipótese inicial, de oferecer um bônus ao consumidor, foi praticamente descartada. Na quinta-feira, houve uma reunião ministerial, da qual participaram o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para discutir o assunto. "Não está descartada a hipótese de a isenção tributária pegar a linha mais ampla dos desktops", afirmou Cézar Alvarez, coordenador do PC Conectado. Segundo ele, o programa deve ser anunciado na próxima semana, mesmo com o feriado. Na semana seguinte, deve haver uma reunião com representantes da indústria para que em 15 de abril as máquinas já estejam nas prateleiras.

Sem o subsídio, os PCs devem sair por cerca de R$ 1,4 mil, financiados em 24 vezes. O preço final ainda depende de como será a isenção. Quanto ao financiamento, o governo tende a adaptar os programas de microcrédito, oferecendo juros de 2% ao mês.

Outra opção seria usar recursos do Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT), o que reduziria ainda mais a taxa.

Uma questão ainda irresolvida é a do software que será usado nos PCs. "Quem vai definir é o presidente Lula", afirmou Sérgio Amadeu da Silveira, diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil. Para auxiliar a decisão, Amadeu fez uma consulta ao Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), sobre a adoção de software livre, como o sistema operacional Linux, no programa. "O Media Lab pesquisa tendências e perguntamos se, com o software livre, estaríamos na contramão do futuro", explicou Amadeu, o principal defensor dos sistemas livres no governo.

A resposta, assinada por Walter Bender, diretor do Media Lab, e pelo pesquisador David Cavallo, foi favorável à sua adoção. "Recomendamos usar software livre de alta qualidade no lugar de versões simplificadas de software proprietário mais caro", escreveram os especialistas em uma carta ao ITI, datada do dia 14.

O software livre, como o Linux, pode ser copiado e modificado livremente, sem a necessidade de se pagar licenças. Os principais produtos da Microsoft, como o sistema operacional Windows e a suíte de aplicativos Office, têm no software livre seus principais concorrentes. A Microsoft ofereceu para o programa uma versão simplificada do Windows, chamada Starter Edition, que recebeu oposição de integrantes do grupo de trabalho, como o próprio Amadeu e o diretor do Serpro, Sérgio Rosa. Em sua carta, os especialistas do MIT não falam em Windows nem em Microsoft. O contato entre o Media Lab e o ITI foi feito por Rodrigo Mesquita, diretor da Radiumsystems, que trabalha com redes de colaboração, conhecimento e negócios junto aos arranjos produtivos locais e cadeias de negócios da cidade de São Paulo. "Considero o meio ambiente tecnológico vasto o suficiente para abrigar a todos, e que a organização e fomento de fornecedores que estão montados no Linux e softwares de código aberto vai significar mais mercado para todos", disse Mesquita. Este novo meio ambiente é composto por diversos ecossistemas. A Microsoft, Cisco, SAP e congêneres têm o seu papel. Isso não quer dizer que não há espaço para o novo, que contribuiria para a oxigenação do processo. O crescimento da economia, brasileira ou mundial, depende do processo de inovação.

Qualquer governo que se pretende sério tem a obrigação de incentivar movimentos de inovação tecnológica e contribuir para a organização destes movimentos.' O ITI está organizando uma reunião entre representantes do Media Lab e o governo, que acontecerá possivelmente em junho. "O objetivo é conhecer quais são as tendências tecnológicas com as quais eles trabalham", explicou Amadeu. Em sua carta, os pesquisadores também destacaram que, na sua opinião, o software livre traz benefícios que vão além da relação entre preço e performance: "Existe um grande potencial de aprendizagem no uso de software livre que não existe no software proprietário. (...) Quando o código fonte é aberto e existe uma comunidade que aceita contribuições de melhorias ao ambiente ou de novos aplicativos, então tudo isto também é aberto ao mundo, ou, pelo menos, ao mundo com acesso."


Governo altera projeto do PC Conectado
Sexta-feira, 18 março de 2005 - 12:30
Camila Fusco - IDG Now!

O governo federal decidiu alterar o modelo de funcionamento e comercialização do projeto de inclusão digital PC Conectado.

De acordo com Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República e coordenador do programa, o bônus de até 250 reais que seria destinado ao consumidor como forma de reduzir o preço do equipamento será substituído por redução tributária aos fabricantes. Uma reunião no final da tarde de quinta-feira (17/03) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou as modificações.

"O modelo de bônus está descartado. Dar o bônus seria a mesma coisa que transferir recursos. O que está certo é que existirá redução tributária e linhas especiais de crédito para determinados equipamentos", afirmou o coordenador nesta sexta-feira (18/03) em um encontro com representantes do mercado de TI na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.

O subsídio ou bônus era uma proposta do Ministério da Fazenda, conforme declarou anteriormente Sérgio Amadeu, presidente do ITI, em entrevista ao IDG Now!. Na ocasião, o Ministério da Fazenda havia optado pelo modelo do bônus em vez de fazer renúncia fiscal, com a redução dos tributos.

Segundo Alvarez, o governo vai anunciar detalhes da redução dentro dos próximos sete a dez dias. "Ainda precisa ser definido o tipo de redução, para quais impostos, qual o valor porcentual da redução e se será destinada a todas as linhas de produtos das fabricantes ou para equipamentos específicos", declarou.

As alterações trazem mudanças significativas também no que diz respeito ao sistema operacional do PC Conectado. Isso porque, se fosse aplicado o modelo do bônus, o governo poderia estabelecer se o sistema operacional seria de código aberto, conforme defendia o grupo de software do programa, coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Diante do modelo de redução tributária, não há como restringir o sistema operacional apenas para o software livre, deixando a escolha para o próprio consumidor. "O que teremos provavelmente é um crédito especial a ser repassado ao consumidor que optar pelo equipamento com código aberto", disse Alvarez.

Questionado se a redução dos impostos aos fabricantes permitiria a chegada de um equipamento no mercado no patamar de 1.499 reais conforme era estabelecido pelo projeto inicial, o coordenador sinalizou positivamente. "As fabricantes dizem que sim".

Pelo programa inicial, os fabricantes deveriam apresentar propostas compatíveis com aquelas especificações técnicas que o governo estabeleceu, tanto em hardware, software, conectividade e distribuição, além de estar dentro da faixa de preço estipulada.

Até o momento, duas empresas já haviam esclarecido seus projetos para o PC Conectado: Cobra e Positivo Informática. Pelo modelo da Cobra, o PC custaria em torno de 1.400 reais e levaria o sistema operacional Freedows. A Positivo declarou ter dois projetos, um com código aberto em torno de 1.399 reais, e outro, com software proprietário em 1.499 reais.

Dentro desse período de até dez dias, o governo também deve divulgar como funcionará o modelo de financiamento para o equipamento. O mês de abril é o prazo considerado pelo governo para o lançamento.
 



MIT apóia Linux no PC Conectado 
Quinta-feira, 17 março de 2005 - 15:06
IDG Now!
Especialistas do Massachusetts Institute of Technology - MIT Media Lab, dos Estados Unidos, enviaram nesta quinta-feira (17/03) uma carta ao presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu, defendendo a utilização do software livre no PC Conectado.
 
De acordo com o MIT, antes mesmo de responder se o software livre é ou não a melhor escolha, é necessário avaliar quais as metas da iniciativa. E o PC Conectado, por sua vez, como um programa não só de inclusão digital, mas de inclusão social exige um sistema de baixo custo que integre as camadas menos favorecidas da população.
 
"No programa PC Conectado, os principais objetivos são aumentar e simplificar o acesso às tecnologias avançadas de computação para as classes mais baixas e micro e pequenas empresas. Esse esforço em direção à inclusão digital é valioso para a construção de capital social e da sociedade civil", destaca um trecho do documento assinado pelo diretor do MIT, Walter Bender e pelo cientista David Cavallo.
 
Além disso, o documento ressalta que outra missão importante do programa é abrir novos mercados, aumentando a produtividade e reduzindo os custos, assim como ampliar a base educacional em longo prazo. Uma crítica velada ao sistema operacional compacto da Microsoft, o Windows XP Starter Edition, também pode ser entendida na constatação da carta.
 
"Ao passo em que o crescimento econômico sustentável está nas contribuições à economia baseada na criatividade e no conhecimento, é óbvio para nós que o melhor atalho é fornecer a maior possibilidade de saturação do acesso a experiências positivas com uma tecnologia poderosa. É óbvio também que a tecnologia mais poderosa ao menor custo fornece a melhor penetração. É por isso que defendemos o uso do software livre de alta qualidade em oposição às versões simplificadas dos softwares proprietários mais caros", diz o documento.
 
Na opinião dos representantes do MIT, outra lição de longo prazo pode ser obtida com a utilização do código aberto. Ela tem a ver com o incentivo à inovação e ao desenvolvimento de novos módulos, que podem ser integrados ao código original, algo que não pode ser feito com os softwares proprietários.
 
"Nós temos visto exemplos do desenvolvimento de conhecimento de alto nível surgindo do Brasil, do México e de outros países em desenvolvimento, por meio da participação na comunidade de software livre. (...) Esse tipo de experiência não pode ser replicada pelo uso de software proprietário", complementa a carta.


Positivo lança PC com Windows popular
Quarta-feira, 9 março de 2005 - 16:34
Camila Fusco - IDG Now!

A Positivo Informática pretende lançar ainda neste semestre um computador equipado com o sistema operacional Windows XP Starter Edition, da Microsoft, independentemente da aprovação do governo federal para sistemas proprietários no PC Conectado.

Segundo Hélio Rotenberg, presidente da empresa, se o governo não aprovar a utilização de códigos proprietários no projeto do PC popular, a Positivo trabalhará com um projeto em Linux a preço de 1.399 reais. No entanto, colocará por conta própria no mercado também um PC de baixo custo equipado com o Windows XP Starter Edition.

"Se o governo não nos permitir participar do PC Conectado com o Starter Edition, não nos restará outra opção além de lançar um produto com Linux. Mas, mesmo que não ocorra essa permissão, vamos oferecer PCs mais competitivos com Starter Edition", diz.

De acordo com Rotenberg, o computador de baixo custo com Windows da Positivo custará menos de 1.799 reais, valor pelo qual já é possível encontrar máquinas atualmente. O equipamento deverá estar à venda ainda no primeiro semestre deste ano.

Embora a política do governo para o PC Conectado ainda apresente muitas indefinições - como aquelas que dizem respeito ao modelo de subsídio e ao tipo de sistema operacional utilizado - Rotenberg elogiou a iniciativa e acredita que o movimento já contribui para a redução de preços de computadores no mercado.

"O programa do governo deu um passo enorme porque fomentou uma discussão em torno de preços e de fazer um PC competitivo para uma classe não incluída. Esse fomento já vai resultar em baixas significativas de preços. Porém, pretendemos chegar a um preço ainda menor com o subsídio do governo", afirmou.

Segundo informou o ministro das Comunicações Eunício Oliveira durante a Telexpo, na semana passada, o projeto do PC Conectado deve estar concluído até a segunda quinzena de abril.
 

13/03/2005

Windows popular não será melhor que Linux
Web Insider
 
Opinião:
A versão popular do Windows, proposta para o PC Conectado, não pode ser melhor e custar menos que o Linux. Software livre tem futuro garantido e será vital para a indústria nacional de software.
 
João Pereira Jr.
 
Com o anúncio do Windows Popular, a iniciativa da líder de mercado de plataforma de software proprietário é uma tentativa de barrar o avanço do software livre no mercado mundial. Principalmente no Brasil, onde o governo já anunciou a sua intenção de colocar todas as suas fichas nesta alternativa tecnológica visando reduzir os custos da administração pública e para garantir a chamada Inclusão Digital, a partir do lançamento do PC Conectado previsto para as próximas semanas.
 
A evolução da plataforma Linux é um fato irreversível e ganha corpo a cada dia. O alto nível de qualidade dos serviços e dos aplicativos desenvolvidos pela comunidade de software livre, através de empresas especializadas em personalização de aplicações e soluções específicas, é uma clara demonstração desta tendência.
 
O mercado irá assistir nos próximos meses a várias iniciativas de opositores do software livre para desarticular este mercado e tentar reduzir o espaço que vem ocupando na sociedade brasileira.
O software livre permite usar a criatividade dos brasileiros no desenvolvimento de soluções adequadas às necessidades dos usuários e iniciou um debate sadio sobre o prazer do usuário poder escolher, entre várias alternativas tecnológicas, aquela que melhor possa atender aos seus anseios.
E não simplesmente aceitar um modelo homogêneo imposto pela estratégia de padronização mundial de um conceito, como se fosse uniforme e correto para todas as necessidades heterogêneas de cada um.
 
O software livre é também um apoio ao desenvolvimento da indústria nacional desenvolvedora de software ou de outros ramos da economia, que necessitam de recursos de informática e se deparam com os altos custos de licenciamento das tecnologias proprietárias padrão do mercado.
 
Qualquer pessoa, mesmo sem volumosos recursos financeiros, pode desenvolver soluções inteligentes de menor custo. Cerca de 80% dos empregos, segundo dados do Sebrae sobre o emprego na indústria, estão nas empresas com menos de 50 funcionários que, a despeito das dificuldades da carta tributária e da falta de capital, vêm sobrevivendo às custas de grandes dificuldades.
 
A China é um exemplo que pode ser seguido. Através da educação de seu povo e valorização de seus produtos e serviços, a China demonstra ao mundo que existem outras formas de crescimento sustentado.
 
Há muitos desenvolvedores, analistas, programadores, pequenos empresários do setor de hardware e software embarcado em franca atividade e trabalhando para que o projeto PC Conectado entre logo em operação.
Se não temos aqui grandes catástrofes, vamos nos unir pelo desenvolvimento intelecto/tecnológico dos nossos cidadãos.
Se estas estratégias de redução de preço eram possíveis antes, mas estranhamente só apareceram agora, só por isso, o software livre e toda comunidade, já têm um grande mérito. [Webinsider]
 


MS estuda adaptar Windows para PC Conectado
Segunda-feira, 7 março de 2005 - 09:00
Camila Fusco - IDG Now!
 
A Microsoft estuda mudar a configuração do Windows XP Starter Edition para o mercado brasileiro, como uma tentativa de participar do projeto PC Conectado do governo federal, informam fontes próximas ao projeto ao IDG Now!.
Pela proposta inicial apresentada ao governo federal, a Microsoft entregou as mesmas especificações do XP Starter Edition, conhecido também como Windows popular, que é comercializado na Ásia.
Fontes consultadas pelo IDG Now!, no entanto, informam que a empresa trabalha em uma nova especificação. A nova proposta ainda não foi entregue ao governo federal.
 
"Eu não tenho conhecimento sobre nenhuma proposta nova", disse Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República, responsável pelo projeto PC Conectado.
 
A Microsoft, em nota oficial, afirmou que está dialogando com a equipe do Projeto PC Conectado para saber de que forma poderá colaborar. "Estamos comprometidos em trabalhar com o governo em todos os níveis para levar o benefício a milhões de cidadãos carentes".
 
O projeto PC Conectado é uma iniciativa do governo federal que prevê a venda de computadores de baixo custo para a população de baixa renda, em uma política de inclusão digital.
 
A grande polêmica do projeto é o sistema operacional que vai equipar o PC Conectado. Defensores do software livre, com o Linux, e a Microsoft, com o Windows, disputam a preferência do governo federal.
 
O assessor especial da presidência da República, responsável pelo projeto PC Conectado, informou ao IDG Now! que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) examinaram a proposta do sistema operacional da Microsoft e encontraram um conjunto de deficiências em relação ao que estava sendo pedido pelo governo.
 
Alvarez afirmou ainda que não há definição a respeito do modelo de software que o PC Conectado terá - software livre ou proprietário - e que as análises serão encaminhadas para os ministros.
 
Em entrevista ao IDG Now!, o assessor do ITI para implementação de software livre, Djalma Valois, criticou o programa Windows Starter Edition, da Microsoft, em razão de suas limitações técnicas que prejudicam o usuário.
 
"Pelas especificações, o sistema só permite a abertura de três programas ao mesmo tempo e cada produto aberto só pode ter até três telas. O monitor não permite ajuste [de configuração], o máximo que consegue arrumar é resolução 800 por 600. Além disso, não permite interligação de redes locais e só autoriza o uso de um usuário por sistema", declara.
 
O projeto PC Conectado, segundo o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, durante a Telexpo, evento de telecomunicações que aconteceu a semana passada em São Paulo, deverá ser concluído até a segunda quinzena de abril.
 

Governo adia PC Conectado para abril
Terça-feira, 1 março de 2005 - 14:22
Camila Fusco
 IDG Now!
O projeto do PC Conectado, iniciativa do governo federal que prevê a venda de computadores de baixo custo, cujo lançamento estava previsto para março, foi adiado e deve estar concluído até a segunda quinzena de abril.


A informação foi revelada pelo ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, durante a abertura da Telexpo 2005, evento de telecomunicações e tecnologia que acontece esta semana em São Paulo.

"Com o PC Conectado pretendemos levar acesso a sete milhões de pessoas e 1,8 milhão de micro e pequenas empresas", destacou.

Durante o evento, o ministro destacou também as outras iniciativas governamentais que fazem parte do Programa Brasileiro de Inclusão Digital.

Entre elas está a ampliação do número de cidades cobertas pelo programa Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), atingindo 4,4 mil localidades em 2005. "Dependendo do andamento, poderemos atingir seis mil cidades ainda este ano, beneficiando cinco milhões de usuários", disse.

O ministro assinalou ainda os esforços no programa Casa Brasil - que instalará telecentos e centros culturais em várias cidades do País direcionados à população das classes D e E. A meta é implantar mil unidades em 2005.

"Também fazem parte do Programa os convênios com Estados e municípios para a discussão de políticas públicas e planos equivalentes, seguindo as diretrizes para inclusão digital", afirmou.

Divergências de modelo

O projeto do PC Conectado, entretanto, ainda traz divergências a respeito do modelo que software que vai oferecer.

Segundo o deputado federal Júlio Semeghini (PSDB-SP), a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados tem proposto debates que questionam a oferta única de software livre no computador popular.
 

"Acredito que o usuário deva ter liberdade de escolha para definir se prefere o software livre ou não. Pelo projeto atual, isso não está previsto", assinalou.
 


Provedores criticam modelo do PC Conectado
Segunda-feira, 28 fevereiro de 2005 - 17:27
IDG Now!

Órgãos representantes dos provedores de acesso à internet, apresentaram uma proposta ao governo federal para modificar o atual modelo de negócios do projeto PC Conectado, projeto do governo federal para venda de computadores de baixo custo.

Segundo documento entregue pelos representantes do Comitê Gestor de Internet no Brasil, da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet) e da Internet Brasil, os provedores reivindicam participar do processo e ter repasse de receita em função do serviço que prestam dentro do programa.

No modelo atual, segundo proposta das operadoras, dos R$ 7,50 cobrados do consumidor pelo acesso à internet de 15 horas, apenas R$ 0,75 seria repassado aos provedores.

As entidades propuseram que sejam os provedores que cobrem os R$ 7,50 e que repassem para as teles R$ 0,75, referentes à remuneração dos pulsos das primeiras 15 horas de acesso.

Sob a análise dos representantes dos provedores, a proposta das teles engana o consumidor, que já paga os pulsos ofertados na assinatura mensal de telefone.

Os provedores classificaram o modelo como anticompetitivo e declararam que o novo modelo de cobrança permitirá às empresas oferecer o conteúdo e melhor atendimento por suporte.

"Os provedores são aqueles que têm a agregar e que sabem fazer internet. As operadoras não têm um papel menos importante, mas essa rede já é contratada hoje pelos provedores", diz Luiz Molento, vice-presidente da Internet Brasil.

De acordo com Molento, o documento foi entregue em janeiro ao assessor especial da presidência da República, César Alvarez, mas até agora o governo não deu nenhuma resposta.

A expectativa é que o posicionamento oficial seja divulgado até o lançamento do projeto. 

Freedows tem versão aberta para PC Conectado
Segunda-feira, 28 fevereiro de 2005 - 15:08
IDG Now!

O Freedows Consortium está lançando uma versão 100% aberta de sua plataforma Freedows que vai integrar o PC Conectado, computador que faz parte do programa de inclusão digital do governo federal.

O novo pacote, que leva o nome de Freedows PC Cidadão, não possui restrições à liberação do código de seus sistemas, ao contrário dos outros produtos da marca. Até então, o Freedows mantinha dois softwares baseados em plataforma livre, mas sem código aberto.

O Freedows PC Cidadão é composto pelo sistema operacional livre e 24 aplicativos, entre eles editores de texto, imagem, desenho e áudio, calculadora, navegador web, antivírus, leitor de arquivos PDF, reprodutor de multimídia, pacote de escritório FreeOffice e jogos.

O pacote será fornecido com o PC Conectado em parceria com a Cobra Tecnologia. A expectativa é que 200 mil computadores sejam vendidos até o final do ano.


Olhos de Cobra

Os planos da estatal de tecnologia para dominar programa do governo que venderá 1 milhão de computadores para
as classes C e D
Terra/Istoé
24/02/2005

Por Manoel Fernandes

Estão exaltados os ânimos em torno do maior projeto de inclusão digital do País – a venda de um milhão de computadores subsidiados pelo governo federal para as classes populares. Batizada de PC Conectado pelos ideólogos da estratégia de massificação da tecnologia no País que trabalham no Palácio do Planalto, a iniciativa representa um negócio que pode gerar receita de R$ 1 bilhão no primeiro ano. Os golpes entre os adversários ficam mais fortes à medida que se aproxima o mês de março, data em que o governo deve anunciar o valor do subsídio que irá oferecer aos fabricantes por cada computador comercializado e explicar como será a linha de crédito para o financiamento aos mais pobres. A Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil, quer conquistar a maior parte do bolo e assumir a dianteira do mercado. Para tanto, a empresa, que nasceu na época da reserva de mercado, montou um consórcio junto ao BB e aos Correios para viabilizar o projeto. “Vamos ter 3 mil pontos-de-venda em todo o País”, afirmou à DINHEIRO Leandro Vergara, presidente da Cobra. A idéia do governo é colocar em cada equipamento um sistema operacional baseado no Linux e, assim, transformar o Brasil no caso de maior repercussão mundial na disputa entre o Windows da Microsoft e o chamado software livre.


VERGARA, DA COBRA Banco do Brasil e ECT como aliados no consórcio
Após negociar com fornecedores locais e internacionais, a Cobra, que não tem linha de montagem, conseguiu definir uma máquina com preço final de R$ 1.190 – se houver R$ 250 de subsídio, como promete a Casa Civil. O valor do PC Cobra poderá ser dividido de 24 a 36 meses. “Existe uma decisão política dentro do governo de levar adiante o projeto”, diz Vergara. “E nós vamos ajudar naquilo porque a dependência em relação a outros softwares pagos não é boa para o País.” A disposição da Cobra é criticada pelo resto do mercado, principalmente os fabricantes de computadores. As outras empresas interessadas em vender PCs ao governo acusam a Cobra de acesso privilegiado às informações do projeto. “Eles jamais poderiam participar dessa iniciativa. Há uma barreira ética que não deveria ser ultrapassada”, diz o executivo de uma empresa que produz de computadores. Do outro lado do balcão, e com apoio da Microsoft, há consórcios sendo montados para enfrentar a Cobra. A empresa de Bill Gates pretende facilitar o licenciamento do Windows para as máquinas do projeto PC Conectado. A companhia estuda até a possibilidade de repetir no Brasil uma ação promovida na Índia, onde uma versão do Windows de US$ 10 viabilizou um programa semelhante em parceria com a fabricante de chips AMD. Um dos consórcios privados tem à frente a Positivo Informática, maior fabricante de PCs do País, com 4,3% das vendas registradas nos últimos três meses do ano passado. O percentual é baixo porque 75% das vendas são feitas pelo mercado pirata. “A venda de PC barato só terá sucesso através das redes de varejo. Fora dessa estrutura é muito complicado”, afirma Hélio Rotemberg, diretor da Positivo. Ele passou as últimas semanas nos Estados Unidos acertando detalhes com fornecedores para montar um computador tão barato quanto o da Cobra. Seu equipamento chegou ao preço de R$ 1.399 com Windows embutido. Se receber o subsídio público, o valor cairá para R$ 1.149. “Não adianta colocar Linux porque, depois de comprarem, as pessoas irão instalar um Windows pirata”, diz Rotenberg. O diretor da Positivo pretende esperar uma decisão do governo federal até o final de março. Caso a burocracia congele a proposta, ele entrará sozinho nos pontos-de-venda com a ajuda de sua rede de contatos nas Casas Bahia e no Ponto Frio. Esses parceiros já demonstraram interesse em aderir ao projeto da Positivo. Dessa forma o computador deixará de ser mero projeto acalentado durante anos e sucessivos governos, e, finalmente, entrará na casa dos consumidores de menor poder aquisitivo.
* R$ 1.190 é o valor do computador que a Cobra pretende vender em todo o País


PC não basta para inclusão, diz sindicalista
Sexta-feira, 28 janeiro de 2005 - 11:40
IDG Now!

O problema da inclusão digital não se resolve apenas com o computador. O usuário precisa ter recursos para conseguir manter o serviço de telecomunicações.

A afirmação foi feita pelo presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel), José Zunga, durante a palestra Telecomunicações como meio de inclusão social - aceleração social, no 5º Fórum Social Mundial.

Para ele, "custos como o da ligação telefônica para internet discada ou do valor para a aquisição do serviço de banda larga precisam ser reduzidos drasticamente para que os usuários de baixa renda também possam estar conectados à rede mundial".

Zunga lembrou que a telefonia móvel, por exemplo, tem crescido muito, mas o preço da assinatura básica do telefone fixo tem obstruído a manutenção do serviço entre os mais pobres. "Um número cada vez maior de brasileiros compra celular apenas para receber chamadas e essa prática também contribui para a desaceleração da inclusão digital, pois não permite que as pessoas mantenham uma comunicação satisfatória", disse.

Para o assessor da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Cláudio Dutra, o cidadão brasileiro quer a inclusão digital. "No início, poderá haver até algum tipo de dificuldade, mas aos poucos, o cidadão vai se adequando ao computador". Dutra lembrou de uma experiência vivida em um telecentro digital (local de livre acesso da população com equipamentos conectados à internet) no Rio de Janeiro. "Neste telecentro, muitos usuários não possuíam um CEP, mas tinham seu correio eletrônico e podiam se comunicar com o mundo inteiro por meio dele".

Zunga informou que o governo federal estuda um programa para fornecer equipamentos de informática mais baratos aos brasileiros. "É necessário que o governo crie um modelo que convoque os fabricantes a produzir um computador de qualidade e com baixo custo. Para isso, uma revisão da política fiscal do país terá que ser realizada porque grande parte do valor pago por um computador é de impostos, o que encarece o custo final para o consumidor", afirmou.


Entrevista: conheça detalhes do PC Conectado
Quarta-feira, 26 janeiro de 2005 - 11:55
Camila Fusco - IDG Now!

 
O programa do governo de criar um computador popular para incentivar a inclusão digital ainda gera dúvidas tanto entre fornecedores de tecnologia quanto entre a população.
 
Com a intenção de esclarecer sobre o modelo do programa, o IDG Now! entrevistou Sérgio Amadeu, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão que, juntamente com o Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados - coordena o grupo de software do PC Conectado.
 
Leia os principais trechos da entrevista:
 
IDG Now! - Quais as intenções do governo com o lançamento do PC Conectado?
Sérgio Amadeu - O programa visa a atingir a classe média baixa que precisa de um incentivo para se inserir na sociedade da informação. E aí eu digo não só obter um computador, mas é obter um computador e conseguir facilidades para colocar esse computador em rede, na internet. Então daí um esforço claro para conseguir das operadoras uma conexão mais barata para esse programa.
 
IDG Now! - Como estão divididas as áreas de gerenciamento do projeto?
Sérgio Amadeu - O ITI e o Serpro coordenam o processo de software, o Ministério da Ciência e Tecnologia coordena o grupo de hardware, o Ministério do Desenvolvimento gerencia o grupo de financiamento. Existe também o grupo de conexão e provimento de acesso, coordenado pelo Ministério das Comunicações. Esses grupos também envolvem o Ministério da Fazenda, o MEC e outros órgãos.
 
IDG Now! - O que está definido na área de software, coordenada pelo ITI?
Sérgio Amadeu - Era preciso embutir nesse computador um conjunto de softwares amigáveis que não incentivassem esse usuário à pirataria. Por isso, definimos 26 softwares que foram avaliados nas reuniões com as entidades do empresariado e, junto com empresas de hardware, chegamos a testar em computadores. Nós vamos adequar completamente esses 26 softwares a cada hardware. Ele vai sair da fábrica já com esses softwares instalados.
 
IDG Now! - Muito tem se discutido sobre a possibilidade ou não de o governo oferecer um PC em torno de R$ 1.200, como havia pretendido. Representantes da indústria dizem que é difícil criar um PC abaixo dos R$ 1.500. O que há efetivamente nesse sentido?
Sérgio Amadeu - O governo está forçando, e esse é o nosso desafio, chegar a um custo diminuto, reduzido, e a colocação de algum recurso, ou seja, subsidiar cada computador para que a prestação caia e fique em torno dos R$ 50. Não é fácil fazer isso. Mas nós já recebemos duas propostas para software, hardware e logística em torno de R$ 1.300. Uma um pouco abaixo de R$ 1.400 e a outra um pouco acima de R$ 1.300. Já existem duas cadeias inteiras prontas para oferecer seus produtos, dentro das configurações mínimas que nós pedimos, com os 26 softwares, em código aberto.
 
IDG Now! - Na sua opinião, o valor da parcela em torno de R$ 50 é razoável?
Sérgio Amadeu - No começo das conversas, nos apresentaram propostas de R$ 1.800. Para um preço desses não precisa de governo. O governo precisa entrar para cumprir o propósito do programa, que é promover a inclusão digital geral. A pesquisa nossa indica que com a prestação em torno de R$ 50, o público chegaria a oito milhões de brasileiros. Se você sobe para R$ 70, esse público cai para menos de dois milhões de pessoas. É estratégico para o governo manter esse valor.
 
IDG Now! - E a questão do financiamento? Existe algo definido, se ele será feito só para as pessoas físicas ou empresas também vão poder participar?
Sérgio Amadeu - Esta é uma das decisões que estão sendo tomadas. Se vão existir filtros ou não, mas idéia é fazer um amplo programa que garanta o cadastro - que de fato é um problema - para essa população, mas nós estamos estudando possibilidades de financiamento popular como o governo já faz em algumas outras áreas. Mas a questão do financiamento é sim um dos grandes problemas que o governo precisa tomar uma série de decisões.
 
IDG Now! - Quantos fornecedores poderão participar do programa?
Sérgio Amadeu - O programa vai ter alguns princípios e especificações mínimas e todos que quiserem vender um computador dentro dessas especificações estarão dentro do programa. Ele visa também ampliar a concorrência no software. Ou seja, a concorrência que temos hoje no hardware, temos interesses estratégicos de tê-la também no software. Por isso é que o software livre é a opção que está sendo mais considerada até o momento para a decisão do presidente e do conselho de ministros.
 
IDG Now! - Como funcionará a questão do subsídio?
Sérgio Amadeu - O subsídio foi uma proposta do Ministério da Fazenda diante da pergunta: como o governo pode ajudar? Daí surgiu a alternativa de reduzir os tributos. Mas no hardware, os tributos federais são bastante reduzidos.  A Fazenda optou, então, por, ao invés de fazer uma renúncia fiscal, ela faz um subsídio no mesmo valor, que seria a renúncia tributária. Daí surgir esse valor de R$ 200 a R$ 250 por máquina, que é o mesmo valor de redução. Seria o equivalente ao que o governo federal poderia tirar. Nós preferimos passar o subsídio para o consumidor, mas isso ainda não está definido.
 
IDG Now! - Quando chega o PC Conectado?
Sérgio Amadeu - A tentativa é fazer sair em março com essas duas propostas já existentes. Mas é preciso ter as definições e ter os recursos para destinar esse subsídio.
 
IDG Now! - O que ainda falta definir?
Sérgio Amadeu - Faltam ainda ser fechados financiamento e logística. Provavelmente vamos aceitar vários tipos de distribuição, mas ainda não há definição.
 


PC popular vai beneficiar 1 milhão de pessoas
Segunda-feira, 24 janeiro de 2005 - 15:40
IDG Now!
 
O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, disse nesta segunda-feira (24/01) que o programa PC Conectado, que está sendo criado pelo governo, dará à população com renda mensal de até R$ 1,2 mil acesso à internet. A expectativa é beneficiar inicialmente um milhão de pessoas.
 
Hoje, apenas 8% dos brasileiros possuem acesso à internet, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O alto custo é a principal razão para que milhões de brasileiros fiquem fora do mundo digital. Segundo Eunício Oliveira, o usuário paga hoje cerca de R$ 40 mais impostos por 15 horas de conexão discada.
 
A redução do custo da tarifa telefônica para uso da internet será um dos principais atrativos do programa, que será anunciado em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os usuários do PC Conectado vão pagar apenas R$ 5, mais impostos, para usar a internet por 15 horas, em qualquer horário do dia. No total, o valor será de cerca de R$ 7,50.
 
"É um projeto extremamente importante porque ele vai fazer com os que ganham abaixo da faixa de isenção do imposto de renda possam ter acesso à compra de um computador", acrescentou Eunício Oliveira, em entrevista à Agência Brasil.
 
O ministro explicou que o programa vai garantir também financiamento para a compra de computadores. A intenção é que os financiamentos sejam pagos em 24 meses e não ultrapassem o valor de R$ 50 por parcela. "É um programa que deve se estender a 7,5 milhões de computadores no Brasil", avalia o ministro.
 
O governo também vai conceder subsídio para facilitar a compra do computador. Segundo Eunício Oliveira, o valor desse subsídio ainda está em negociação no governo e deverá ser de R$ 250 ou R$ 300 por cada equipamento.
Agência Brasil 
 

 
Cobra fatura R$ 500 milhões abaixo do previsto
Segunda-feira, 24 janeiro de 2005 - 19:05
Ricardo Cesar

A Cobra Tecnologia, integradora do Banco do Brasil, faturou aproximadamente R$ 900 milhões em 2004. O resultado fica R$ 500 milhões abaixo da estimativa de R$ 1,4 bilhão que a própria empresa havia divulgado no ano passado, ainda sob a gestão de Graciano Santos Neto, que deixou a presidência da companhia em novembro.

Segundo o atual presidente da Cobra, Leandro Vergara Raimundi, o faturamento não foi alcançado porque o Banco do Brasil desistiu de alguns investimentos em TI que estavam em estudo. Raimundi não quis detalhar quais seriam estes investimentos, mas gastos com a área de call center estariam entre os principais.

Para 2005, o executivo prevê faturamento de R$ 1,2 bilhão. A principal fonte de ingresso de divisas - cerca de 60% do total - continuará a ser a área de serviços, que compreende suporte técnico para a rede do BB, desenho e instalação de soluções, operação de call center e terceirização.

Um dos destaques deste ano será a atuação mais forte da Cobra junto a prefeituras. A integradora, que hoje presta serviços a cerca de 25 municipalidades, quer ampliar este número. "Ainda é cedo para fazer previsões, mas ficaria feliz se fecharmos 2005 com 150 prefeituras", afirma Raimundi.

Completam as prioridade para este ano o projeto Cobra Europa, em que a integradora deve começar a atuar no mercado português no segundo semestre e criar um pólo de empresas de tecnologia no país; e o projeto PC Conectado, iniciativa do governo federal de criar um computador popular de baixo custo.

Raimundi acredita que o plano está em linha com a estratégia da Cobra de atuar focada no setor público, que responde por nada menos do que 97% de seu faturamento. Se Raimundi tem planos de reduzir esta porcentagem? "Não. Estamos presentes no BB, em ministérios, autarquias e prefeituras. A Cobra tem vocação de atuar junto ao governo."

Em comparação com a gestão anterior, Raimundi afirma que as principais mudanças são um maior alinhamento com o BB e a preocupação de reduzir o custo operacional e ampliar a margem de lucro. 
 

Cadê o PC popular?
20/12/2004
Estadão

Ricardo Kobashi

Tudo começou em 2001. O presidente ainda era o FHC, e o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga. A promessa feita no dia 30 de janeiro daquele ano era oferecer em 120 dias ao brasileiro um computador com acesso à internet por R$ 400.

O milagre do baixo custo seria patrocinado pela ausência do disco rígido, pelo uso de software livre e por uma imensa inocência em relação aos processos de fabricação, à estrutura de custos e à pressão que parte da indústria de TI estaria disposta a fazer para ver o barco afundar.

Cento e vinte dias passaram. O governo FHC passou, e o computador popular não saiu do papel. Não chorei a morte do projeto. Computadores sem disco rígido só funcionam, e com restrições, em uma rede local ou com uma conexão de banda larga. Um computador dito popular com uma linha discada separando o usuário de seus dados estaria, de qualquer maneira, fadado ao fracasso.

Três anos e nove meses transcorridos: outubro de 2004. Lula na Presidência e Eunício Oliveira, ministro das Comunicações. A promessa é muito parecida e vem da mesma pasta: um computador popular, agora chamado de “conectado”, é prometido aos brasileiros antes do Natal.

Desta vez com disco rígido, um pacote de acesso à internet e a facilidade de ser pago em parcelas de R$ 50. Aqui começa a confusão. Quantas parcelas ninguém sabe ao certo. Diferentes fontes do governo, em oportunidades distintas, falaram em 24, 30 e 36 prestações. Outra: menos de um mês após o anúncio, o lançamento já havia sido adiado para o “início de 2005”.

O fato é que o governo ainda não sabe quanto o computador vai custar e, conseqüentemente, quanto terá de desembolsar em subsídios para manter as parcelas no valor divulgado. Nessa situação, o que faz um ministro de Estado se expor, fazendo promessas sem as necessárias garantias de que terá condições de cumpri-las, para mim, é um mistério.

Um computador de baixo custo irá beneficiar tanto as famílias de menor renda como os micro e pequenos empresários que andam adiando sua entrada no mundo digital por absoluta falta de recursos. Estima-se que se a meta de manter o parcelamento em torno dos R$ 50 mensais fosse atingida, pelo menos 1 milhão de unidades seriam vendidas. É muita coisa.

Mas atingir essa meta não será fácil. Boa parte dos preços dos itens que compõem um computador é determinada internacionalmente e o governo tem pouca ou nenhuma capacidade de influir, apesar de seu imenso poder de compra.

Além disso, a conexão com a internet, parte do pacote básico, está na mão das operadoras de telefonia fixa, que, cá entre nós, não são o melhor exemplo do exercício da livre concorrência. Isso sem mencionar que esse computador, tal qual vem sendo desenhado, usa software livre, pedra no sapato da Microsoft, que não deve estar gostando nada disso. Um milhão de computadores rodando Linux na mão de usuários domésticos abriria um precedente perigoso para a gigante do software.

Tem gente séria trabalhando para viabilizar esse projeto, do lado do governo e da indústria de TI. Gente que quer fazer direito e sabe os desafios que tem pela frente. Vamos torcer para que eles sejam bem-sucedidos.


Artigo
Portal AliceRamos


Que inclusão digital é esta?
29/09/2004
Alice Ramos

Com título provisório de Computador Conectado, o Governo Federal lançou um programa que tentará, ao mesmo tempo, financiar mais de cinco milhões de computadores com custo extremamente reduzido e inserir uma expressiva camada da população na sociedade da informação, de modo sustentável, sem a geração de royalties ao exterior e com a utilização de software livre.

Pelo menos isso é o que foi divulgado em julho e retomado na rodada de discussões realizada pelo governo no dia 26 de agosto, no Ministério das Comunicações. Na ocasião estiveram os representantes das operadoras de telefonia fixa, do Serpro, do Banco do Brasil; do assessor especial da Presidência da República e coordenador dos debates, César Alvarez; do secretário executivo do Minicom, Paulo Lustosa, e de técnicos deste ministério.

A proposta até agora discutida inclui a produção de computador com preços populares para uso residencial (ou mesmo para pequenas e médias empresas), cujo financiamento proporcionaria mensalidades de R$ 50,00, com acesso discado para mais de 90% da população com tarifas sociais e provedores de conteúdo gratuitos. Além disso, seriam contratados os candidatos do Programa Primeiro Emprego.

Há também uma outra fase onde os serviços públicos seriam consolidados, entre eles seguridade social, saúde, educação, segurança, administração pública em todas as esferas e outros. Ainda seriam realizadas outras ações complementares que incluem desde a criação de um grupo multidisciplinar ligado à Presidência da República até a mudança do papel do estado, que deixaria de ser reativo (na melhor das hipóteses) para um papel ativo na vida do cidadão.

Não há dúvida que a idéia é bastante interessante e até existe alguma chance técnica de se concretizar. Todavia o que nos preocupa é o Brasil ser pródigo em produzir iniciativas e leis altamente progressistas, mas que na maioria das vezes não saem do papel, ou não são respeitadas. Se o interesse do governo e dos demais envolvidos no projeto não for concreto, e o propósito seja apenas o de obter retorno em curto ou médio prazo, o programa já pode até ser considerado natimorto.

Como é do conhecimento dos que atuam neste mercado, notadamente das operadoras de telefonia, um investimento dessa natureza não é somente incremental (apesar de haver alguma base tecnológica já criada), mas envolve também o lançamento estrutural. Além disso, seu desenvolvimento passa por uma mudança radical de mentalidade, de comportamento político e depende fundamentalmente que o governo chame para si, em proporções crescentes, a responsabilidade e a condução do programa.

Não tenho intenção, e muito menos interesse, em me colocar numa posição de “ser do contra”, muito ao contrário, ficarei feliz se o projeto obtiver sucesso, mas não posso abrir mão da lucidez e coerência para falar sobre este assunto.

Para começar, embora o programa teoricamente contemple uma significativa parcela da população, o público-alvo é o de classe média baixa. Provavelmente o mesmo que, apesar de ter baixa renda, pode, por exemplo, comprar uma televisão, um fogão, uma geladeira ou um sofá numa loja de departamentos que os financie em parcelas iguais a perder de vista.

Essa é na verdade a ponta inferior da classe média baixa, que tem os salários (é bom não confundir com renda) irracionalmente tributados em 15%, só por ganharem um pouco mais de R$ 1 mil. Não são os que ganham abaixo de R$ 3 mil (no patamar que a Receita Federal distorcidamente enxerga como ricos). Apesar de estar inscrita como classe média baixa, os que ganham a partir de R$ 2.115,00 tem o salário tributado em desproporcionais 27,5%.

Começam por aí a meu ver, as questões duvidosas sobre o Programa Computador Conectado, pois as dificuldades em que os setores envolvidos encontraram não foram nos equipamentos ou na conexão, mas sim o de oferecer financiamento para as pessoas efetivamente de baixa renda. Mesmo porque os custos não se resumem a R$ 50,00 por mês. Pela proposta seriam oferecidos 20 horas de conexão através de um acesso discado, por R$ 6,00, ou 50 horas de banda larga por R$ 30,00. E se a coisa for vista pela ótica da Receita Federal (conforme os números descritos no parágrafo anterior), daqui a pouco não vai haver ninguém que possa ser considerado de baixa renda, pois todos estarão sujeitos a levar seus tributos ao “rei”.

Que programa de inclusão digital é esse cujos preços refletem apenas uma redução proporcional dos serviços, com um pequeno desconto, mas com lucro líquido e certo? Haverá possibilidade de dedução nos impostos? Os estados contribuirão abrindo mão do ICMS que chegam a consumir mais de 30% dos recursos obtidos através do pagamento das contas de telefone?

Como o governo pretende levar tal programa a 90% da população com esses valores sendo praticados? Ou alguém nesse grupo se esqueceu, ou ignora mesmo, que dentro desse percentual, pessoas estão vivendo na pobreza, e outras estão na miséria absoluta?

Além disso, como o governo pretende consolidar os serviços públicos se os mesmos sofrem de falta de gerência atroz (vide INSS e a absoluta confusão, desrespeito para com a população, incompetência e corrupção vigentes. Vide também o caos no sistema de saúde, como se o país tivesse recém-saído de uma guerra)? Isso sem contar que para o programa ser um sucesso, seria necessária a mudança de mentalidade de setores do próprio governo, e até na forma de condução política, pois por medo das pressões de credores externos, até agora não houve nenhum presidente que ousasse tirar o país da estagnação, e olha que já se vão mais de 25 anos, após o fim do “milagre econômico” da época da ditadura.

Mas o que nos preocupa mesmo em projetos como esses é a total falta de credibilidade que o governo Lula sofre. Não só pelo fato de ter decepcionado seu eleitorado, mas especialmente por que não nos foi dado até agora motivos concretos para se confiar nas supostas boas intenções do governo.

E uma das marcas dessa ausência de lisura por parte do executivo federal aparece justamente nas telecomunicações.

Por exemplo: Embora seja fato notório, que a assinatura básica da telefonia – que já conta com dez projetos de lei tramitando para derrubá-la e já está suspensa pela justiça em 40 municípios de Santa Catarina e em todo Distrito Federal – a Anatel continua de forma intransigente conduzindo as teles para um beco sem saída com a manutenção da cobrança mínima nas contas de telefone, e com a falta de alternativa no modelo de faturamento para tais empresas. Já houve quem dissesse, que as liminares não “fazem efeito porque são expedidas por juizes de pequenos estados”.

Como esperar que alguém deposite confiança na conduta de autoridades que sequer respeitam a população, nas mínimas declarações que fazem? É o caso do sr. José Leite Pereira Filho, conselheiro da Anatel que para justificar a cobrança ilícita (mas avalizada pela agência) diz que “existe uma prestação de serviço. Quando o usuário tem um telefone na casa dele, mesmo que ele não faça qualquer ligação, ele está habilitado para receber chamadas do mundo inteiro”.

Com essa declaração a Anatel acha que esgota o assunto? Como é que a agência explica então tecnologias como os celulares pré-pagos, que não possuem assinatura e nem por isso deixam de estar habilitados para receberem chamadas do mundo inteiro? Até mesmo a telefonia fixa já tem seu modelo pré-pago, sem assinatura. Será que por falta deste pagamento abusivo tais telefones não poderão receber chamadas de todas as partes do mundo? Claro que não.

O uso habitual dessas desculpas esdrúxulas, no trato de temas tão importantes como esse, não fornecem subsídios morais, e ainda denotam desarticulação e a total incompetência não somente da Anatel, como também das pessoas ligadas à Presidência e até do próprio governo.

Se nem esse problema conseguiram resolver, em que base estão firmadas as condições para se levar adiante um Programa de porte como o Computador Conectado, que demandará um colossal investimento financeiro, gerencial e político, incluindo mudanças de paradigmas, e até certo ponto uma boa dose de nacionalismo? É ver pra crer!

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia. Ainda mais se levarmos em conta que o dia das eleições é no próximo domingo.
 

 

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