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Seção: Rádio e TV
Página: Rádio no Brasil
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do Informativo Sete Pontos:
Diretório de recursos sobre Rádio e TV digital no Brasil
Artigos
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Informativo Sete
Pontos
[Março 2006]
Rádio
comunitária no Brasil: entre a cruz e a forca da Profª Eula D.
Taveira Cabral
Informativo Sete
Pontos
[Fev 2006]
DRM é
a nova onda da Rádio Digital do
Prof Adilson Cabral, Coordenador do Informativo Eletrônico SETE PONTOS
Fazendo Média
[26/02/06]
Rádio
Digital: Democratização ou "cala-boca tecnológico?" de Bruno
Zornitta e Raquel Junia.
Informativo Sete
Pontos
[Nov 2005]
Digitalização das rádios comunitárias: quem vai pagar a conta? do
Prof Adilson Cabral, Coordenador do Informativo Eletrônico SETE PONTOS
Informativo Sete
Pontos
[Out 2005]
HC e o padrão
transgênico Iboc de Cláudia Abreu
Observatório da
Imprensa
[09/10/05]
RÁDIO DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras
Site
TELECO
[04/07/05]
Rádio Digital de Juarez Quadros do
Nascimento.
Informativo Sete
Pontos
[Fev 2005]
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no
Japão de Takashi Tome
Informativo Sete
Pontos
[Dez 2004]
IBOC
– Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos de
Takashi Tome.
Informativo Sete
Pontos
[Nov 2004] DAB
Eureka 147 de Takashi Tome
História do
Rádio
Linha de tempo sobre a história do rádio. Produzida por Steven E.
Schoenherr (em inglês)
Site WirelessBR
Seção DAB - Digital Audio Broadcasting
Coordenada por Gilmar Gomes da Cruz Júnior
Notícias
adNEWS [17/03/05]
Rádio Digital: Anatel autoriza teste da Record
adNEWS [08/03/05]
Anatel apresenta projeto do rádio digital no Senado
IDG Now! [17/02/06]
Novo padrão de rádio digital será testado
Portal UAI [17/02/06]
Anatel autoriza Universidade de Brasília a testar transmissão de rádio
digital
Projeto Brasil [03/10/05]
Rádio
Digital já é realidade no Brasil
IDG Now! [30/09/05]
Rádio Digital: entenda a nova era do rádio
IDG Now!
[27/09/05]
Doze emissoras de rádio testam sinal digital
IDG Now! [13/09/05]
Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital
Observatória da Imprensa [12/08/05]
RÁDIO DIGITAL - Governo ainda não sabe como se dará a transição
Revista A Rede - Momento Editorial [11/08/05]
Rádios testam padrão digital dos EUA
Transcrições das Notícias
adNEWS
Rádio Digital: Anatel autoriza teste da Record. 17/3/2006 14:44:00
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) concedeu ontem autorização
para a Rádio Record (AM 1000 kHz - São Paulo/SP) realizar testes do Rádio
Digital no sistema IBOC (In-Band On Channel). Em um prazo de 60 dias, a Record deverá apresentar relatório inicial
fornecendo detalhes sobre as transmissões e os testes. Fonte: Rádio Agência
adNEWS
Anatel apresenta projeto do rádio digital no Senado. 8/3/2006
09:50:00
O conselheiro substituto da Anatel, Ara Apkar Minassian, apresentou ao
Conselho de Comunicação Social (CCS) do Senado Federal um panorama da
digitalização da radiodifusão sonora no Brasil. A sessão foi presidida
pelo conselheiro do CCS, Arnaldo Niskier. Durante a sessão de apresentação, Minassian afirmou que a digitalização
será um salto para a revitalização da radiodifusão sonora, devido à
qualidade de áudio próxima à de um CD para as emissoras de ondas médias e
curtas, as quais se tornarão tão atrativas para o ouvinte e o anunciante
como hoje são as emissoras FM. O conselheiro relacionou as seis emissoras que obtiveram autorização para
realizar testes com o sistema de rádio digital na faixa de freqüência
modulada (FM) e outras cinco que preferiram fazer experimentos na faixa de
ondas médias (OM). Todas elas optaram pelo sistema norte-americano IBOC,
por ser hoje o mais desenvolvido para fazer a transmissão digital no mesmo
canal da estação analógica e ter custo de implementação baixo. Já a
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) realizou testes
em ondas curtas (OC) com o sistema DRM, desenvolvido por um consórcio
internacional. Minassian adiantou que a Anatel está prestes a autorizar mais uma
instituição a realizar testes com sistema DRM: a emissora estatal
Radiobrás (em Brasília e no Rio de Janeiro), em ondas médias (OM). O
sistema DRM acaba de desenvolver a possibilidade de utilização do mesmo
canal da estação em OM, tanto para o sinal analógico como para o digital,
o que representa menores custos para sua implementação. O conselheiro informou, ainda, que até o momento não houve interesse dos
radiodifusores na realização de testes com os sistemas Eureka (europeu) e
NISDB-T (japonês). O europeu tem alto custo de implementação, e operação
fora da faixa do canal de FM, o que por sua vez também tem encarecido o
preço dos receptores. Já o segundo, pode vir a despertar interesse quando
da definição do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), visto que ele é
compatível com o padrão de televisão digital ISDB-T. Cerca de 95% da população brasileira tem acesso ao rádio, conforme
Minassian, o que dá uma medida da importância e alcance desse meio de
comunicação no país. "Ele exerce papel fundamental no interior e na
Amazônia", assegurou, destacando as transmissões em ondas médias e curtas,
que têm maior alcance e cobertura. A cada seis meses, explicou o conselheiro, as emissoras que realizam
testes terão de gerar relatórios sobre a funcionalidade, vantagens e
desvantagens obtidos nos seus experimentos. Esses relatórios serão
disponibilizados na página da agência na internet (www.anatel.gov.br),
para acesso da população em geral e em especial aos radiodifusores, para
comentários e avaliação final da Anatel. Por enquanto, a falta de oferta de receptores de rádio digital no país é
uma barreira que torna os testes com sinal digital inacessíveis à
população, mas Minassian acredita que, em breve, essa questão será
superada com a entrada inicial de produtos importados e o progressivo
crescimento da produção pela indústria nacional. "Não cabe aqui pensarmos
em um sistema que promova a exclusão social; o modelo terá de atender
também à população de baixa renda", afirmou. "Para massificar o rádio
digital acredita-se que o processo deve se iniciar por receptores
instalados em automóveis; sendo que nas residências acontecerá num segundo
momento." De acordo com Minassian, haverá um período no processo de digitalização em
que o ouvinte terá ao seu dispor tanto o sinal analógico quanto o digital
(simulcasting), para não prejudicar os que ainda possuam aparelhos
analógicos. Durante o período de simulcasting poderão ocorrer
interferências entre transmissões analógicas e digitais. Isso deixará de
ocorrer no momento em que seja desligado o sinal analógico, quando será
possível perceber as melhores características do sinal digital - robustez,
baixo nível de ruídos e eficiência no uso do espectro. O conselheiro esclareceu que a Anatel se limitará a analisar o processo de
digitalização pelo ponto de vista técnico. Eventuais desdobramentos de
caráter político, como fixação de políticas públicas, política industrial
e outros, estão fora do âmbito dos experimentos atuais. O objetivo da
agência é colocar à disposição da sociedade e das autoridades envolvidas o
resultado dos testes alcançados após avaliação procedida por 13
instituições privadas e públicas, radiodifusores e universidade.
Fonte: TI Inside
Novo padrão de rádio digital será testado
Sexta-feira, 17 fevereiro de 2006 - 11:53 IDG Now! A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) liberou nesta sexta-feira
(17/02) novos testes com rádio digital, agora com transmissões por ondas
curtas.
A autorização foi publicada no Diário Oficial da União e concedida à
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (FT/UnB). Essa é a
décima segunda autorização para testes do Sistema de Radiodifusão Sonora
Digital.
No entanto, ao contrário das autorizações anteriores, a Faculdade de
Tecnologia da Universidade de Brasília será a primeira a realizar testes
do Sistema de Radiodifusão Sonora Digital DRM (Digital Radio Mondiale), um
dos dois sistemas aprovados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Os teste serão realizados na faixa de 26 MHz, com o objetivo de avaliar a
qualidade do áudio, área de cobertura e robustez do sinal digital em onda
curta em relação a ruídos, interferências e efeitos dos múltiplos
percursos. Concebido inicialmente para transmissão em ondas curtas e posteriormente
adaptado para a transmissão em ondas médias, o DRM é um padrão aberto
desenvolvido por um consórcio constituído por 90 membros (associações,
universidades, fabricantes, operadoras) de 30 países.
Em operação regular por estações de ondas curtas européias, a versão em
ondas médias ainda está em fase de testes na própria Europa, na China, no
México. As autorizações anteriores foram concedidas para realização de testes do
Sistema de Radiodifusão Sonora Digital IBOC (In-Band On-Channel), padrão
norte-americano, desenvolvido pela iBiquity Digital Corporation, que
utiliza a mesma freqüência do sistema analógico para as transmissões
digitais.
A Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília deverá apresentar no
prazo de 60 dias o relatório inicial constando, no mínimo, as
características que serão utilizadas na transmissão digital e a descrição
dos testes.
No final dos experimentos, a emissora apresentará outro relatório
acompanhado de laudo conclusivo e considerações finais abrangendo todas as
atividades desenvolvidas. O preço público pelo direito de exploração do serviço é de 1,2 mil reais,
e a autorização é válida por um ano. Já o preço público pelo direito de
uso da radiofreqüência é de 20 reais e a Licença para o Funcionamento de
Estação, exclusivo para o período de realização dos testes está sujeita à
Taxa de Fiscalização de Instalação no valor de 137,32 reais.
Anatel autoriza Universidade de Brasília a testar transmissão de rádio
digital [17/02/06] Brasília – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu mais
uma autorização para realização de testes científicos e experimentais do
Sistema de Radiodifusão Sonora Digital. Dessa vez, a concessão, que foi
publicada, nesta sexta-feira, no Diário Oficial da União foi para a
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB).
Essa é a 12° autorização que a Anatel concede a empresas de radiodifusão
para testarem os padrões estrangeiros aprovados pela União Internacional
de Telecomunicações (UIT) de transmissões radiofônicas digitais.
Segundo a agência reguladora, ao contrário das autorizações anteriores, a
UnB será a primeira a realizar testes do sistema Digital Radio Mondiale (DRM),
um dos aprovados pela UIT. Esse sistema, um padrão europeu, necessita de
uma freqüência diferente da que a emissora opera na rádio analógica para
realizar as transmissões digitais. Com os testes, a Faculdade de
Tecnologia pretende avaliar a qualidade do áudio digital, a área de
cobertura e a potência do sinal digital em Onda Curta (OC) com relação a
ruídos e interferências.
As autorizações anteriores foram concedidas para realização de testes do
sistema IBOC, o outro padrão aprovado pela união internacional. O IBOC é
um padrão norte-americano que utiliza a mesma freqüência do sistema
analógico para as transmissões digitais. Ambos os sistemas estão em teste
no Brasil. A Anatel informa, no entanto, que os dois padrões não concorrem
entre si, uma vez que cada um se aplica de acordo com o tipo de
transmissão utilizada.
De acordo com a agência, a Faculdade de Tecnologia da UnB deve apresentar
no prazo de 60 dias o relatório inicial em que conste, no mínimo, as
características que serão utilizadas na transmissão digital e a descrição
dos testes. No final dos experimentos, daqui a um ano, ela deverá
apresentar outro relatório, acompanhado de laudo conclusivo e
considerações
Projeto Brasil 3/10/2005
Rádio Digital já é realidade no Brasil Nova tecnologia permite transmissão de dados em tempo real
Surge no Brasil um novo mercado que promete movimentar milhões de reais e
alavancar a indústria da radiodifusão. A Rádio Digital, ainda fase de
testes, é considerada definitiva por pessoas do setor. Afinal a nova
tecnologia permitirá transmitir AM com qualidade de FM e FM com qualidade
de CD, além de oferecer na tela do rádio informações como previsão do
tempo, condições do trânsito e dados ou imagens relacionados às músicas.
Outra grande vantagem é a eliminação das interferências do motor do carro
ou eletrodomésticos, por exemplo.
Em fase de testes há mais de 10 anos nos Estados Unidos, esse tipo de
transmissão já é utilizado na Europa e em países como Japão e México, mas
chega com atraso ao Brasil em grande parte por culpa do temor das
emissoras em investir na melhoria do sistema. O cenário pessimista deu
lugar a uma corrida das principais emissoras para adesão à era digital. A
Internet em banda larga e as facilidades para gravar e reproduzir músicas
com qualidade em computadores caseiros, obrigou as empresas de
radiodifusão a buscarem novas alternativas para não perder mercado. Para
se ter uma idéia, o faturamento publicitário das rádios em 2004 foi de R$
56,2 milhões.
Enquanto o governo demora para alterar a lei de radiodifusão, atrasada
desde 1964, as emissoras já definiram a utilização do padrão americano de
tecnologia, que permite a transmissão simultânea do sinal analógico e
digital. Dessa forma é o usuário quem decide quando comprar o aparelho com
receptor digital e utilizar os serviços do novo sistema. Segundo pesquisa
ibope, 95,6% da população brasileira possui um aparelho de rádio, o que
torna a fabricação de novos equipamentos um importante filão do mercado
digital. Os equipamentos capazes de transmitir em digital já são
produzidos no Brasil, mas exportados por causa da falta de mercado
interno. Os primeiros equipamentos devem chegar às prateleiras do Brasil a
um custo médio de US$ 400.
O presidente da Associação das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Edilberto
Ribeiro, acredita que a troca de aparelhos será semelhante à ocorrida no
lançamento da televisão em cores. Quem não quiser ou não puder comprar
novos equipamentos, continuará recebendo o sinal analógico normalmente.
Edilberto revela que as principais emissoras do país já compraram os
equipamentos necessários para transmitir em digital (mesa de áudio, antena
e transmissor), que custam de US$ 50 mil a US$ 150 mil no total. O
presidente da Abert considera o valor justo e que as pequenas rádios do
interior do país poderão fazer financiamentos para melhorar a qualidade da
transmissão.
Já o engenheiro e ex-ministro das Comunicações, Juarez Quadros, acredita
que no primeiro momento a única mudança com a rádio digital será na
qualidade do som. Para Quadros, as emissoras não têm interesse em investir
na transmissão de dados, uma vez que pra isso seria necessário contratar
um provedor para desenvolver o sistema, o que, na visão dele, é muito
caro. O ex-ministro lembra que a falta de recursos é o principal problema
do setor de radiodifusão atualmente e que os investimentos nessa nova
tecnologia dependem dos patrocínios e não apenas das rádios.
Apesar do atraso na lei de radiodifusão, não será necessário alterar a
legislação para a rádio digital porque a mudança é apenas tecnológica e
não de conceito (a freqüência e a potência são as mesmas). A Agência
Nacional de Telecomunicação (Anatel) já abriu caminho para que as
emissoras transmitam dados e aprovou a radio transmissão de dados (RDS),
pela resolução nº 349 de 25 de setembro de 2003. A única alteração a ser
feita é com relação às rádios por assinatura que podem surgir no mercado
depois da implantação da nova tecnologia. Essas devem ter uma legislação
específica e concessões diferenciadas por parte do governo. Leia mais:
Rádio Digital:
tudo sobre a nova tecnologia Paulo Franco
Rádio Digital: entenda a nova era do rádio
Sexta-feira, 30 setembro de 2005 Daniela Braun - IDG Now! Na segunda-feira (26/09), o Brasil iniciou os testes para entrar na era do
rádio digital. Entenda como esta novidade transformará o rádio em um
aparelho multimídia.
O que é Rádio Digital?
A tecnologia de rádio digital permite a compressão dos sinais de voz,
abrindo o canal de rádio para a transmissão de dados como textos e
imagens. (Veja o gráfico) Quem possui o aparelho de rádio digital pode ouvir rádio AM sem
interferências, e FM com som de CD. De imediato, os testes de rádio digital melhoram a qualidade na
transmissão de rádio via internet.
Multimídia
Além da qualidade de som, o rádio digital permite a transmissão de textos
exibidos em um visor do aparelho, além de imagens em baixa resolução e
velocidade. Futuramente, receptores mais modernos poderão transmitir
vídeos. Desta forma, o ouvinte também pode ler informações complementares às
notícias transmitidas pela emissora - cotações, previsão do tempo,
notícias de trânsito etc. - bem como detalhes da programação musical -
autor, título da música. Futuramente, aparelhos digitais mais modernos
transmitirão vídeos. O rádio digital também permitirá a transmissão de até três programas
simultâneos, na mesma freqüência, para públicos diferentes.
Quem está testando por aqui?
A transmissão foi aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
no dia 12 de setembro e terá um prazo inicial de seis meses, que pode ser
prorrogado. A nova tecnologia começa a funcionar, em caráter experimental em 12
emissoras. São elas: Sistema Globo de Rádio, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS
e Eldorado para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto
Alegre e Curitiba.
Mercado
Os primeiros receptores digitais devem chegar ao mercado brasileiro em
2006 por meio da Visteon Sistemas Automotivos, que desenvolve equipamentos
de áudio para automóveis. Segundo Ronald Barbosa, coordenador de Rádio Digital da Abert (Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a Visteon já estuda a
produção de rádios digitais para carros em sua fábrica na Zona Franca de
Manaus (AM). Em média, os preços de um aparelho receptor de rádio digital variam de 180
dólares - para automóveis - a 900 dólares segundo a Abert. Hoje existem 3.400 emissoras de rádio - sem incluir as rádios comunitárias
- e 180 milhões de aparelhos de rádio no Brasil.
Padrões
O Brasil escolheu o padrão tecnológico norte-americano In band on channel
(Iboc) para operar a rádio digital. Segundo a AESP (Associação das
Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo) o Iboc foi escolhido por
funcionar tanto no modelo digital como no analógico, que atualmente os
brasileiros utilizam, facilitando a migração. A tecnologia Iboc é utilizada nos Estados Unidos há dez anos, bem como no
México e no Canadá. O Brasil começou a estudar a Rádio digital há cinco
anos. Outros padrões de rádio digital são o europeu - DAB (Digital Audio
Broadcasting) para FM e DRM (Digital Radio Mondiale) para AM - e o japonês
- ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) ou ISDB-T (Terrestrial).
Fontes: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (www.abert.org.br) Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo (www.aesp.com.br)
Doze emissoras de rádio testam sinal digital Terça-feira, 27 setembro de 2005 - 08:45
IDG Now!
Em caráter experimental, 12 emissoras de rádio de seis capitais começaram
a transmitir sua programação em sinal digital nesta segunda-feira (26/09).
A autorização para testes foi concedida pelo Ministério das Comunicações
por um período de seis meses, que poderá ser prorrogado. O Brasil é o
quarto país do mundo a adotar o novo sistema em transmissões AM e FM,
atrás de México, Canadá e Estados Unidos.
Emissoras do Sistema Globo de Rádio, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS e
Eldorado adotaram a nova tecnologia de transmissão nas cidades de
Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e
Curitiba. Segundo Edilberto de Paula Ribeiro, presidente da Associação das
Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp), algumas
delas ainda estão regulando o equipamento, mas "o conteúdo da rádio
digital será transmitido com uma qualidade de áudio muito melhor do que no
rádio analógico".
Ribeiro comparou o ganho, para o usuário, com o da transição dos telefones
celulares analógicos para os digitais. E explicou que os cidadãos não
perceberão diferença nas rádios, já que é necessário possuir um aparelho
digital para captar a nova tecnologia.
Mas quem usa rádio analógico não será prejudicado, segundo Ribeiro, porque
haverá transmissão simultânea dos dois tipos de sinais. "Nós não vamos
mudar de freqüência, vai ser a mesma sintonia, sem nenhuma alteração",
acrescentou.
O presidente da Aesp disse acreditar que em 30 dias chegarão às lojas os
aparelhos com capacidade para sintonizar as rádios digitais. Eles estarão
disponíveis nos automóveis a partir do ano que vem.
No futuro, o sistema digital permitirá disponibilizar informações escritas
em um visor no próprio rádio, o que esta poderá ser uma importante forma
de acesso à informação para os portadores de deficiências auditivas. "Você
poderá fornecer o nome do cantor, o nome da música, informações de
temperatura, até mesmo informações de trânsito ou cotações de moedas,
informações do que estiver ocorrendo", exemplificou.
Brasil entra na era do rádio digital
Quarta-feira, 21 setembro de 2005 - 19:09
Daniela Braun - IDG Now!
A partir de segunda-feira (26/09), o Brasil começa a experimentar uma nova
era do rádio, a transmissão digital.
A nova tecnologia, que promete transmissões AM de melhor qualidade, sem
interferências, e FM com som de CD, começa a funcionar, em caráter
experimental, nas emissoras do Sistema Globo de Rádio, Bandeirantes, Jovem
Pan, RBS e Eldorado para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo
Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.
A transmissão experimental foi aprovada pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) no dia 12 de setembro e terá um prazo inicial de
seis meses, que pode ser prorrogado.
Segundo Antonio Rosa, diretor da Associação das Emissoras de Rádio e
Televisão do Estado de São Paulo (AESP), a novidade transformará o rádio
em um veículo multimídia.
"No máximo em cinco anos, o ouvinte poderá ler textos sobre a programação
ou acompanhar imagens de um show transmitido ao vivo na tela do próprio
aparelho digital", prevê.
Outra possibilidade do rádio digital é a transmissão de até três programas
simultâneos, na mesma freqüência, para públicos diferentes. "O rádio é o
meio que vai experimentar toda a interatividade da internet aliada à mídia
de massa", avalia Rosa.
Atualmente, a tecnologia já é aplicada nos Estados Unidos, México e
Canadá. O padrão tecnológico escolhido pelos empresários brasileiros é
norte-americano - In band on channel (Iboc) - por funcionar tanto no
modelo digital como no analógico, que atualmente os brasileiros utilizam.
Outros padrões de rádio digital são o europeu - DAB (Digital Audio
Broadcasting) para FM e DRM (Digital Radio Mondiale) para AM - e o japonês
- ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) ou ISDB-T (Terrestrial).
Segundo a AESP, o lançamento do rádio digital também marca os 83 anos do
rádio no Brasil, criado oficialmente em 7 de setembro de 1922.
Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital
IDG Now!
Terça-feira, 13 de setembro de 2005 - 10h18
SÃO PAULO – A Rádio Excelsior de São Paulo e a Rádio Tiradentes de Minas
Gerais receberam autorização da Anatel para fazerem os primeiros testes de
rádio digital no Brasil.
As duas emissoras vão testar o sistema de radiodifusão sonora digital
Iboc (In-Band On-Channel), padrão aprovado
pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e que utiliza a mesma
freqüência da transmissão analógica.
Durante o experimento serão avaliados o desempenho do sistema de rádio
digital em FM e AM, considerando aspectos como qualidade do áudio, área de
cobertura e robustez com relação a ruídos, interferências e efeitos dos
múltiplos percursos.
A Anatel deverá conceder nesta semana autorizações para outras emissoras. O
objetivo do teste é avaliar qual sistema é mais adequado às características
de cada localidade, como edificações e topografia.
As rádios deverão apresentar no prazo de 30 dias resultados da transmissão
digital. No final dos experimentos, entregarão outro relatório acompanhado
de laudo conclusivo e considerações finais abrangendo todas as atividades
desenvolvidas.
RÁDIO DIGITAL
Governo ainda não sabe como se dará a transição
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=342IPB002
FNDC
Reproduzido do e-Fórum nº 59 (12 a 18/8/2005), boletim de divulgação do
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Restando quatro meses de estudos para definir o modelo de referência do
Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), que vem sendo gestado desde
novembro de 2003, a forma como se dará a transição equivalente para as
emissoras de rádio corre o risco de ser verticalizada e restrita ao setor
privado e a órgãos da administração pública. Desde que foi anunciada pelo
Ministério das Comunicações (Minicom) e pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), a liberação de testes somente para o padrão
norte-americano Iboc (In Band On Channel) em 12 capitais, a partir de
setembro, provocou polêmica dentro e fora do governo Lula pela rapidez com
que o debate está sendo conduzido.
Enquanto os órgãos do setor dizem que o que foi anunciado é apenas a
autorização a partir da solicitação de um grupo de emissoras, a Casa Civil
da Presidência da República acendeu o sinal amarelo porque já vinha
desenvolvendo convênios para testar em nível nacional o padrão europeu DRM
(Digital Radio Mondiale) e ainda pretende produzir estudos comparativos
entre os quatro padrões existentes no mundo. A queda-de-braço entre os dois
lados torna difícil uma aposta sobre qual Pasta terá mais força para bancar
sua política.
Testar todos os sistemas de radiodifusão digital é uma prerrogativa do
governo para definir qual será o padrão a ser utilizado no país, garante o
assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. "Queremos uma solução que
permita fazer a migração em mais tempo, repensar o rádio como um todo", diz
Barbosa. Entretanto, até o momento, não há ainda uma diretriz política sobre
rádio digital. "Junto com o ministro Hélio Costa, vamos conversar para ver
que tipo de solução será dada. A nossa posição, incluindo outros diversos
organismos, entre eles a Universidade de Brasília e a Radiobrás, é de
permitir testes em todos os sistemas que existem", explica. Conforme a
Anatel, a única exigência que o Brasil tem para implantar o sistema digital
em rádio é que o padrão utilize a mesma freqüência (canal) do analógico.
Este quesito, tanto o DRM quanto o Iboc atendem.
"Na realidade, qualquer sistema que permita a utilização do mesmo canal é
interessante para o país", explica o Superintendente de Serviços de
Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian. "O rádio digital não
permitirá realizar algo mais, a não ser qualidade de som e o serviço RDS,
introduzido no Brasil, no ano passado", revela. O RDS (Radio Data System) é
um sistema de busca de dados que permite o recebimento de informações de
texto direto no display do aparelho (rádio), juntamente com o sinal de
áudio. Podem ser informações acerca das músicas ouvidas, previsão do tempo,
cotações da bolsa, lazer, notícias e tráfego.
Com o Iboc, as emissoras tendem a permanecer com os canais outorgados e não
deverá haver interferência nas transmissões analógicas. Segundo a assessoria
de imprensa da Anatel, a tecnologia digital não permitirá a possibilidade de
abertura de novas emissoras.
Padrão-proprietário intimida
"A aparente opção pelo padrão norte-americano Iboc parece privilegiar a
lógica dos grandes empresários da comunicação, que querem garantir apenas a
migração do sistema analógico para o digital sem maiores discussões...",
reflete Orlando Guilhon, vice-presidente da Associação de Rádios Públicas do
Brasil (Arpub) e diretor-geral da Rádio MEC. Barbosa afirma que não está em
risco a manutenção do canal. "Entretanto, o espaço público e a radiodifusão
comunitária têm que entrar na discussão, estar contemplados", diz. Além do
norte-americano Iboc e do europeu DRM, os outros dois padrões explorados
hoje, no mundo, são o DAB (Digital Audio Broadcasting), restrito ao FM, e o
japonês ISDB Tn (Integrated Services Digital Broadcasting), que utiliza um
canal de TV Digital. "Gostaríamos que as possibilidades em radiodifusão
digital fossem além do som, que permitissem o desenvolvimento na
transferência de tecnologias no Brasil", revela Barbosa.
A Arpub manifesta sua preocupação com a decisão em priorizar o padrão Iboc.
"Parece querer atropelar tudo aquilo que o próprio governo vinha
encaminhando no setor. Se não houver estudos comparativos, como garantir que
estaremos fazendo a melhor opção? Nunca é tarde para lembrar que o Iboc é
proprietário, e portanto o seu uso implicará em taxas de licenciamento que
incidirão sobre o custo do aparelho receptor, enquanto o padrão DRM, por
exemplo, é não proprietário", reflete Orlando Guilhon.
André Barbosa, da Casa Civil, afirma que o processo de transferência das
tecnologias deve ser pensado junto com a sociedade civil. "É
responsabilidade de quem dirige o país e também de quem produz conteúdo",
sustenta. Por isso, a Casa Civil quer unir-se ao Minicom para discutir
soluções. "Para criar políticas industriais que barateiem o custo, que
possibilitem a produção nacional e o acesso à baixa renda, e também
políticas de apoio aos pequenos radiodifusores, para que tenham acesso à
tecnologia e benefícios na área. No que diz respeito a conteúdos, é uma
preocupação do governo desenvolver centros de pesquisa de excelência na
produção de programação, com possibilidades de integração, de multioferta",
esclarece Barbosa.
Custo proibitivo
Clementino dos Santos Lopes, da Coordenação Nacional da Associação
Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), declara que o movimento das
rádios comunitárias foi pego de surpresa, apesar de estar pensando sobre as
questões da digitalização. "Essa notícia dos testes com o padrão americano
nos surpreende, porque é uma decisão horizontal, e vem justamente num
momento em que o movimento da radiodifusão comunitária se consolida como
meio de participação popular".
O maior temor para as comunitárias, na digitalização da tecnologia, é o
custo desse processo. Um modelo proprietário, como é o americano, pode
inviabilizar o acesso dos pequenos radiodifusores à migração tecnológica.
"Queremos acompanhar esse avanço tecnológico, e por isso queremos participar
das discussões, conhecer os padrões, resolver junto com o governo", defende
Clementino.
A Abraço incluiu o assunto em carta que entregará ao presidente Lula, e na
pauta da audiência que terá com o ministro Hélio Costa, em 15/8. Para esta
semana, está prevista uma reunião entre a Casa Civil e os ministérios
envolvidos com os temas da área das comunicações. Poderá sair daí alguma
diretriz democrática para a questão da radiodifusão sonora digital?
Revista A Rede - Momento Editorial
[11/08/05]
Rádios testam padrão digital dos EUA
As emissoras comerciais, representadas pela Abert, começam a
experimentar, no final de setembro, a tecnologia proprietária Iboc.
Apesar dos protestos de parte do governo, dos radiodifusores
comunitários e dos movimentos pela democratização das comunicações, as
emissoras de rádio comerciais já decidiram e começarão a testar, no
final de setembro, a tecnologia digital utilizando o padrão
norte-americano IBOC, criado por uma empresa dos Estados Unidos
chamada iBiquit. Os testes começarão por São Paulo. Atualmente, a
transmissão de rádio no Brasil é feita de forma analógica. O sinal
digital ocupa menos espaço no espectro de freqüência de radiodifusão e
sofre poucas interferências. Isso faz com que o rádio possa transmitir
dados e ganhe qualidade do áudio muito superior.
Os radiodifusores comerciais, representados pela Abert (Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), argumentam que o padrão
IBOC é o que melhor atende às suas necessidades, porque permite que
migrar para a tecnologia digital sem mudar de canal. Podem ocupar a
mesma faixa de freqüência e manter o número no dial (IBOC significa
In-Band On-Channel, no mesmo canal). Essa facilidade, na opinião de
Ronald Barbosa, assessor técnico da Abert, simplifica a implantação da
rádio digital e reduz os custos com a substituição de tecnologia. A
migração se daria apenas numa troca de equipamentos, que depende da
disposição financeira de cada emissora, mas independe de
regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Casa Civil e os movimentos de defesa da radiodifusão comunitária,
contudo, não entendem assim. Apenas essa troca de equipamentos é
estimada em cerca de R$ 75 mil (US$ 30 mil), valor proibitivo para
rádios comunitárias. Para os defensores da democratização das
comunicações, a tecnologia digital pode mudar a radiodifusão no país e
abrir espaço para novos operadores e serviços diferentes e para a
popularização da produção e veiculação de conteúdos.
Mas o padrão IBOC é proprietário. Exige o pagamento de taxas (chamadas
royalties) aos fabricantes da tecnologia, o que significa custos altos
para os radiodifusores comunitários ou que não têm o poder de mercado
das grandes emissoras. Sem falar que a escolha do IBOC poderia
encarecer o aparelho de rádio digital. “A implantação da rádio digital
não é tão simples quanto trocar um equipamento. O rádio vai mudar com
a tecnologia digital e serviços multimídias poderão ser agregados”,
ressalta André Barbosa, assessor especial da Casa Civil para assuntos
de comunicação eletrônica de massa.
André Barbosa questiona a disposição das emissoras de testar apenas o
padrão IBOC, e a pressa com a qual a rádio digital poderá ser
introduzida no país sem uma discussão ampla entre governo,
radiodifusores e movimentos sociais. Para ele, outros padrões, como o
europeu DRM (Digital Radio Mondiale), não-proprietário, também têm que
ser testados. O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que o
padrão DRM deverá ser testado por emissoras das principais capitais
brasileiras. Por não ser proprietário, permite que seus consorciados
(várias rádios públicas européias, como a BBC ou a Radio France)
desenvolvam pesquisas sobre a base tecnológica oferecida.
Já a Anatel argumenta que não há mais espaço no espectro de freqüência
de radiodifusão – isto é, não há mais lugar no dial para novas
emissoras ou para mudar de lugar as atuais – e, por isso, ao se fazer
a digitalização do rádio, é preciso uma solução que permita às
emissoras permanecer no mesmo canal. Segundo Ara Apkar Minassian,
superintendente de Comunicação de Massa da agência, o IBOC permite
usar o mesmo canal.
Rádio Livre
Rádio digital: a um passo
da democracia nas ondas sonoras
07/08/05
Mas o passo que está para ser dado pode ser para frente ou para trás.
Entrevista com o engenheiro Higino Germani mostra como o Brasil pode definir
de forma açodada a transição do serviço de radiodifusão sonora, criando uma
situação de fato que tende a contribuir para tornar os canais de rádio ainda
mais inacessíveis a novos atores e dificultar a reestruturação desta mídia
tão fundamental para a cidadania. Em pleno andamento dentro dos órgãos de
governo, este debate está distante de diversos atores interessados e, ainda
mais, dos cidadãos.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou esta semana que a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) liberará em breve a implantação do
rádio digital em 12 capitais brasileiras, em caráter experimental. "Nós já
temos condições técnicas para fazer a rádio digital funcionar", disse o
ministro, que também é proprietário de emissora de rádio. O anúncio
surpreendeu as entidades e organizações ligadas à democratização da
comunicação pelo fato de não ter havido, até hoje, um chamamento à discussão
pública sobre como deverá se dar esta transição tecnológica no Brasil. A
digitalização do serviço de radiodifusão sonora, uma realidade em poucos
países do mundo, permitirá ao ouvinte de rádio receber um sinal de melhor
qualidade, bem como ler textos noticiosos e ter acesso a informações sobre
programação e outros serviços interativos de texto. Mas, assim como se dá no
caso da transição da TV aberta, existem opções econômicas, sociais e
tecnológicas a serem feitas que podem resultar em um processo de
desenvolvimento e implantação mais ou menos democrático, mais ou menos
custoso, mais ou menos excludente.
Com essa realidade batendo à porta dos brasileiros, o esperado era que
ocorresse um debate público sobre os novos conceitos de produção de
conteúdos, canalização e interatividade, que são os grandes desafios na
migração das tecnologias de comunicação social eletrônica. Prevalecendo o
silêncio, pode imperar a posição defendida pelo lobby de um grupo de
empresas norte-americanas que quer ver o padrão In-Band On-Channel (Iboc) de
rádio digital em alta definição implantado no Brasil de forma rápida. O
canto-da-sereia (conheça as empresas que financiam este lobby mundial
clicando aqui) deste conglomerado parece ter seduzido boa parte dos
empresários do setor e de autoridades públicas, uma vez que o comparativo
entre o Iboc e os padrões europeus (DAB e DRM) e o japonês (ISDB Tn) de
rádio digital está passando ao largo das principais decisões. Ao contrário
da TV Digital, onde a Anatel realizou testes de campo e de laboratório com
todos os padrões existentes, no rádio a situação é outra.
Soluções alternativas para a implantação do rádio digital existem. Para
apresentar algumas delas, dentro de uma perspectiva democrática, o e-Fórum
entrevista nesta edição o engenheiro eletrônico Higino Germani, diretor
técnico da Fundação Cultural Piratini Rádio e Televisão. Nos anos 1970, ele
foi chefe da área técnica de Radiodifusão no antigo Departamento Nacional de
Telecomunicações e diretor técnico da Rádio Nacional de Brasília (atual
Radiobrás) para a implantação da 1a Etapa do Sistema de Alta Potência em
Ondas Médias e Ondas Curtas. Concebeu, projetou e implantou o primeiro
sistema de Radiovias no Brasil, na BR-290, em 2003. Germani é responsável
técnico pelo projeto de mais de 300 emissoras de rádio, TV e retransmissoras
e aproximadamente o mesmo número em projetos de sistemas de
radiocomunicação. Em fevereiro deste ano, ele publicou o estudo "Rádio
Digital: Uma Outra Opção Não Seria Possível", cujas linhas principais são
abordadas abaixo. Solicite uma cópia do estudo escrevendo para imprensa
arroba fndc.org.br
e-Fórum – O que o senhor pensa sobre essa decisão da Anatel anunciada pelo
ministro?
Higinio Germani – Aparentemente, as experiências seriam baseadas no Iboc (in-band
on-channel), ou seja, um sinal digital inserido juntamente com o sinal
analógico nas emissoras de ondas médias (AM). Vejo como muito boa iniciativa
pois os possíveis problemas e vantagens ficarão demonstrados nas
experiências.
e-Fórum – No estudo divulgado em fevereiro, o senhor defende a utilização do
canal 6 do VHF para alocar as emissoras digitais de rádio. Por quê? Quantas
estações digitais caberiam neste canal sem que houvesse risco de
interferência?
HG – A Anatel já está realocando os canais 6 de TV. A banda do canal vai de
82 a 88 MHz e fica, portanto, ao lado da faixa de FM (88 a 108 MHz). Já
existem três canais de rádio comunitária dentro do canal 6 de TV (87,9; 87,7
e 87,5 MHz); o que fazer com o restante da banda? Ora, a faixa é ideal para
propagação de rádio com comprimento de onda bem adequado. Seria possível
inserir nesta faixa mais de uma centena de canais digitais com 50 KHz de
largura cada um, o que possibilitaria efetivamente criarmos uma NOVA
RADIODIFUSÃO e não uma adaptação da faixa antiga de AM (1 MHz) para a era
digital com todos os seus inconvenientes.
e-Fórum – Por que o senhor condena o padrão americano Iboc?
HG – Não condeno. Apenas existem questões ainda não respondidas, como, por
exemplo: Como as emissoras vão operar com um delay (atraso no sinal) da
ordem de 8 segundos? Qual a vantagem de operarmos na mesma faixa de AM atual
se os receptores terão que ser compulsoriamente substituídos? Teremos que
sempre pagar royalties pelo sistema? Como fica a interferência em canais
adjacentes durante o dia e durante a noite ? Todas são questões muito
importantes e sérias e que exigem resposta ANTES de adotarmos qualquer
sistema. As experiências autorizadas serão de grande ajuda para esclarecer
estes pontos.
e-Fórum – Dependendo do padrão digital estabelecido, poderá ficar inviável
às rádios comunitárias, em termos materiais, migrarem para o sistema digital
uma vez que quase não possuem acesso a fontes de financiamento. Como ficarão
essas rádios que não puderem se digitalizar?
HG – Creio que o horizonte de implantação do rádio digital ficará em no
mínimo 5 anos, talvez 10 anos. Neste período, os custos devem cair e se
tornarem mais acessíveis. Não acredito em rádio digital para as emissoras de
FM, pois o ganho de qualidade não será tão compensador em relação à situação
atual.
e-Fórum – E os receptores, será difícil produzi-los? Quais serão as
vantagens da digitalização para os cidadãos?
HG – O rádio não terá mais ouvintes e sim assinantes (se isto vai ser
cobrado ou não, é impossível saber agora). Cada assinante se cadastrará na
emissora e dará suas preferências em termos de informação, música, etc. O
rádio avisará antecipadamente que informação do interesse do ouvinte vai vir
(ou aumenta o volume automaticamete, ou liga sozinho, ou ainda grava a
infromação). Tudo isto é possível através de técnicas digitais já dominadas.
O custo do receptor (atualmente da ordem de US$ 70) deve cair à medida que o
sistema for implantado.
e-Fórum – Se a Anatel permitir a implantação do rádio digital já em setembro
estaremos (ouvintes de rádio) preparados para receber a programação?
HG – "Remember" o AM Estereo! Muitas emissoras investiram um bom dinheiro em
sistemas de transmissão estereofônicos e o resultado foi: "Esqueceram o
receptor!!!" Espero que no caso da digitalização da radiodifusão não
aconteça o mesmo. É necessário e indispensável que fábricas de receptores
digitais sejam implantadas paralelamente à implantação de emissoras
digitais. Estas fábricas têm que existir no Brasil, caso contrário, o preço
será inacessível à maioria dos brasileiros.
e-Fórum – Do ponto de vista da democratização da comunicação, qual padrão de
rádio digital pode promover maior inclusão?
HG – Aquele que proporcionar o maior número de emissoras e maior pluradidade
na programação. Do antigo "broadcast", migramos para o "narrowcast". Da
programação eclética, migramos para a programação segmentada. Da segmentada,
migraremos, compulsoriamente, para o "personalcast". Os radiodifusores se
transformarão, também compulsoriamente, em radioinformadores. Se os atuais
radiodifusores tivessem aberto espaço em suas grades de programação para
programas comunitários, o fenômeno "Rádio Comunitária" não teria surgido.
http://br.groups.yahoo.com/group/fndc-brasil/message/643
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