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PLANEJAMENTO DE COBERTURA DE SISTEMAS GSM COM USO DE REPETIDORES (4) |
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Autor: Bruno Maia Antonio Luiz |
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(Continuação do Capítulo 2)
2.4. Interfaces e Protocolos da Rede GSM:
Entre cada elemento da rede existe uma interface própria com protocolos específicos para a integração dos elementos. Os protocolos são estruturados em camadas cada uma com funcionalidades específicas implementando diferentes funções nos sistemas. A figura abaixo ilustra os vários elementos da rede GSM com suas interfaces específicas:
Figura 2.4-1 – Interfaces da Rede GSM
2.4.1. Interface Rádio (Um):
A interface rádio é a conexão entre o
terminal móvel e a rede, possui apenas as
3 primeiras camadas do modelo OSI/ISSO: a camada de rede (network
layer), a camada de enlace (data link layer) e a camada física (physical
layer).
Na interface rádio trafegam tanto informações dos usuários, quanto sinalização
da rede para o terminal móvel, que é necessária para o funcionamento
adequado do sistema. A descrição da interface rádio será concentrada
na camada 1 (camada física). Nesta camada são mapeadas todas as
mensagens provenientes das camadas superiores e os dados dos usuários.
O sistema GSM possui como técnica de acesso do usuário à rede o NB-TDMA (1)
híbrido
com FDMA. Nesta técnica TDMA/FDMA [REF 1] cada portadora, pode
transmitir (A) usuários em intervalos de tempo diferentes (2)
,
ou seja, a diferenciação de cada usuário
é feita através da portadora e do intervalo de tempo
permitido de transmissão.
No GSM, ao contrário do IS-136 [REF 6], cada terminal móvel possui seu próprio
sincronismo com a base reduzindo a probabilidade de superposição.
Esse sincronismo individual é denominado de timing advance.
O TDMA provê um aumento de capacidade se comparado com a técnica de
acesso tradicional FDMA dos sistemas analógicos de primeira geração. A figura
abaixo mostra como o acesso é compartilhado pelos diversos usuários no sistema
GSM. A largura de cada portadora é de 200 KHz tendo 8 canais físicos por
portadora (8 time slots chamadas de burst ou rajadas).
Figura 2.4.1-1 - TDMA GSM
Essa técnica de acesso mais elaborada gera um
maior overhead de informações de
controle.
Para permitir a bi-direcionalidade do enlace, é utilizada a técnica de duplexação
por freqüência (FDD), onde os canais direto e reverso (downlink e uplink)
estão afastados de 45 MHz. No GSM os enlaces direto e reverso estão ainda
defasados temporalmente por três time slots [REF 2]. Isso faz com que a transmissão
e recepção não sejam simultâneas embora de forma transparente para
o usuário devido aos curtos intervalos de tempo envolvidos. Pelo fato destas
operações não ocorrem simultaneamente, os terminais móveis podem dispensar
o uso de duplexadores, simplificando significativamente sua construção.
Figura 2.4.1-2
Defasagem entre Canal Direto e Reverso
No GSM é utilizada a modulação GSMK (Gaussian
Minimum Shift Keying) com um produto BT
= 0,3, correspondendo a uma eficiência espectral de 1,354 bits/Hz.
Com esta modulação permite transmitir uma taxa bruta de 270,8 Kbps em
um canal com 200 KHz de faixa.
Com relação à potência de transmissão, o sistema GSM é mais robusto que
os demais sistemas analógicos e digitais. Têm-se abaixo os níveis de potência
de transmissão das BTS e dos terminais móveis, tomando-se como exemplo
equipamentos Ericsson [REF 2]:
Tabela 2.4.1-1 - Parâmetros de BTS GSM
Tabela 2.4.1-2 - Terminais GSM 900
Tabela 2.4.1-3 - Terminais GSM 1800
Tabela 2.4.1-4 - Terminais GSM 1900
O detalhamento sobre estruturação e funcionalidades da interface rádio estão descritas no Apêndice – Estrutura dos Canais Lógicos.
(Continua)
(1) NB vem de narrow band indicando que o canal é de faixa estreita.
(2) Esses intervalos de tempo são denominados time slots (TS)