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Éder Souza e Silva e Érico Sandre Mendonça Machado |
4.2 O PLANEJAMENTO DA QUALIDADE
Segundo o PMBOK, o gerenciamento da qualidade tem como um de seus princípios
básicos que a premissa de que a qualidade deve ser planejada, projetada e
incorporada. Portanto, ela não dever ser inspecionada. A fase de planejamento
da qualidade visa a identificação dos padrões da qualidade necessários para o
projeto e a respectiva definição em relação a como atendê-los. O processo de
planejamento da qualidade é um dos principais processos durante o
desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto e é feito em paralelo com
os demais processos de planejamento do projeto.
O Guia PMBOK lista as quatro entradas para o planejamento de qualidade. A
primeira entrada está relacionada com os fatores ambientais da empresa que são
representados pela legislação referente a área de aplicação, e que podem
afetar o projeto. A segunda é referente aos processos organizacionais que
representam as políticas, procedimentos e diretrizes de qualidade da empresa,
bancos de dados históricos e lições aprendidas de projetos anteriores
específicos para a área de aplicação que podem afetar o projeto. Em terceiro,
vem a Declaração do Escopo do projeto que documenta as principais entregas do
projeto, os objetivos do projeto que servem para definir requisitos, limites e
critérios de aceitação. E a última entrada vem a ser o Plano de gerenciamento
do projeto que é descrito na seção 4.3 do Guia PMBOK, 2004. O seu objetivo é
definir, coordenar e integrar todos os planos auxiliares em um plano de
gerenciamento do projeto. As informações do plano de gerenciamento do projeto
podem variar de acordo com a área de aplicação e complexidade do projeto. O
plano de gerenciamento do projeto é atualizado e revisado por meio do processo
Controle Integrado de Mudanças. O plano de gerenciamento do projeto determina
como o projeto é executado, monitorado, controlado e encerrado.
As ferramentas técnicas para o processo de planejamento da qualidade são
elencadas no PMBOK, são elas:
a) Análise de custo-benefício: O planejamento da qualidade deve considerar o
equilíbrio entre custo e benefício.
b) Benchmarking: O benchmarking envolve a comparação de práticas de projeto
reais ou planejadas às de outros projetos para gerar idéias de melhoria e para
fornecer uma base pela qual deve ser medido o desempenho. Esses outros
projetos podem estar dentro da organização executora ou fora dela, e podem
estar dentro da mesma ou em outra área de aplicação.
c) Projeto de experimentos: O projeto de experimentos é um método estatístico
que ajuda a identificar quais fatores podem influenciar variáveis específicas
de um produto ou processo em desenvolvimento ou em produção. Ele também
desempenha um papel na otimização de produtos ou processos. O aspecto mais
importante dessa técnica é que ela fornece uma estrutura estatística para
alterar sistematicamente todos os fatores importantes, em vez de alterar um
fator de cada vez.
d) Custo da qualidade (CDQ): Os custos da qualidade são os custos totais
incorridos pelo investimento em prevenção de não conformidade com os
requisitos, avaliação do produto ou serviço em relação à conformidade com os
requisitos e não atendimento dos requisitos (retrabalho). Os custos de falhas
são freqüentemente categorizados em internos e externos. Os custos de falhas
também são chamados de custo da baixa qualidade.
e) Ferramentas adicionais de planejamento da qualidade: Outras ferramentas de
planejamento da qualidade são também freqüentemente usadas para ajudar a
definir melhor a situação e a planejar atividades eficazes de gerenciamento da
qualidade. Elas incluem brainstorming, diagramas de afinidade, análise de
campo de força, técnicas de grupo nominal, diagramas de matriz, fluxogramas e
matrizes de priorização.
Quanto às saídas do planejamento da qualidade, temos o plano de gerenciamento
da qualidade que descreve como a equipe de gerenciamento de projetos
implementará a política de qualidade da organização executora que incluirão as
Métricas de qualidade que farão uma medição de valor para os processos de
qualidade e as Listas de verificação da qualidade que serão usadas para
verificar se foi executado um conjunto de etapas necessárias. O plano de
melhorias no processo irá detalhar as etapas de análise dos processos que irão
facilitar a identificação de desperdícios e de atividades sem nenhum valor
agregado como limites do processo, configuração do processo, métricas do
processo e metas para melhorar o desempenho e as Linhas de base da qualidade
que registram os objetivos de qualidade do projeto, servem de embasamento para
as medições e emissões de relatórios de desempenho. E por último estão
inclusas nas saídas do planejamento de qualidade as atualizações no Plano de
gerenciamento do projeto.
4.3 A GARANTIA DA QUALIDADE
Segundo Kaoru Ishikawa, Garantia da qualidade significa garantir a qualidade
de um produto para que o consumidor possa comprá-lo com confiança e usá-lo por
um longo período de tempo com satisfação e confiança (Controle da Qualidade
Total à Maneira Japonesa, 1993).
Para o PMBOK, a garantia da qualidade (GQ) é a aplicação de atividades de
qualidade planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto irá empregar
todos os processos necessários para atender aos requisitos. (PMBOK, 2004).
O processo de garantia da qualidade utiliza como entrada o plano de
gerenciamento da qualidade, as métricas da qualidade, o plano de melhorias no
processo e medições de controle de qualidade, que são nada menos que saídas do
processo de planejamento da qualidade. Outro importante documento utilizado
como entrada é a solicitação de mudanças aprovadas, pois estas mudanças
influenciam no plano de gerenciamento da qualidade, nas métricas, listas de
verificação da qualidade e medições de controle a qualidade. Além destas
entradas também são utilizados as informações sobre o desempenho do trabalho,
as solicitações de mudanças implementadas, as ações corretivas implementadas,
o reparo de defeito implementado e as ações preventivas implementadas.
Para realizar a garantia da qualidade o PMBOK utiliza as ferramentas descritas
no planejamento da qualidade, assim as ferramentas e técnicas de controle de
qualidade que serão descritas quando falarmos de controle da qualidade. Além
destas ferramentas temos a auditoria de qualidade que é:
“Uma análise estruturada e independente para determinar se as atividades do
projeto estão de acordo com políticas, processos e procedimentos do projeto e
da empresa. O objetivo de uma auditoria de qualidade é identificar políticas,
processos e procedimentos ineficientes e ineficazes em uso no projeto. O
esforço subseqüente para corrigir essas deficiências deve resultar em uma
redução no custo da qualidade e um aumento no percentual de aceitação do
produto ou serviço pelo cliente ou patrocinador dentro da organização
executora. As auditorias de qualidade podem ser agendadas ou aleatórias e
podem ser executadas por auditores internos adequadamente treinados ou por
terceiros, externos à organização executora. As auditorias de qualidade
confirmam a implementação de solicitações de mudança aprovadas, ações
corretivas, reparo de defeito e ações preventivas” (PMBOK, 2004, pag. 189).
E por último considera-se a análise do processo que segue as etapas descritas
no plano de melhorias no processo.
Nas saídas para a garantia da qualidade, temos as mudanças solicitadas, que
são as ações de melhoria que visam fornecer benefícios às partes interessadas.
As ações corretivas recomendadas na realidade são as ações de melhoria
resultantes de auditorias e análises de processos, e as atualizações dos
ativos de processos organizacionais são efetivamente referentes a validação da
eficácia dos padrões de qualidade. E por último temos as atualizações do plano
de gerenciamento de projeto no que diz respeito às mudanças no plano de
gerenciamento da qualidade.