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Transmissão de dados via rede elétrica (12) |
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Autor: Gabriel Alan Gehm Marques |
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Capítulo 5: A segunda geração do sistema de transmissão de dados
Este capítulo trata da redefinição do projeto do sistema que está sendo
implementado, chamado de sistema TaT (Tomada a Tomada), descrevendo as
limitações do projeto desenvolvido até então, as soluções encontradas e
resultados obtidos.
As limitações da codificação DTMF, instabilidade e complexidade dos circuitos
que implementam cada função do transmissor e necessidade de ajuste de ganho do
detector de sinal a cada mudança das características da rede elétrica, levaram
a uma reformulação do hardware que implementa a transmissão de dados.
5.1: Definição do campo de aplicação
Já foi dito em parágrafos anteriores que este projeto se destina à automação
residencial, dando suporte ao tráfego de informações discretas em uma
residência ou mesmo outra área pequena, através da rede elétrica já
disponível. Mas a maneira como esta solução será apresentada ao usuário final,
o morador, precisa ser esclarecida.
O objetivo global é implementar o sistema sob a forma de módulos que possam
ser acoplados às aplicações, servindo de interface entre estas e a rede
elétrica. As aplicações seriam integradas aos módulos por uma pequena empresa,
e comercializadas sob a forma de pacotes prontos. O pacote básico conterá uma
central de controle, que pode ser ligada a um computador pessoal, ou
independente, como um painel de botões com um display.
Outros pacotes podem
conter atuadores e sensores residenciais, como interruptores, dimmers e
sensores de presença.
A equipe que trabalha neste projeto desenvolveu a central de controle que
utiliza um PC (Personal Computer) e alguns atuadores e sensores paralelamente
ao desenvolvimento do sistema TaT, integrando-os a este ao fim do projeto.
5.2: Busca de uma nova codificação
O ponto mais importante a ser tratado foi a limitação do esquema de
codificação, não compatível com a sincronização da transmissão com a passagem
por zero da rede. Nova pesquisa bibliográfica foi realizada em busca de um
sistema eficiente de codificação, que fosse também simples de implementar e a
um baixo custo.
A modulação em amplitude é sensível demais à atenuação de sinal e a ruídos,
necessitando de controladores de ganho no detector de sinal, o que nos levou a
escolha de um tipo de sinalização binária baseada em freqüência ou fase.
A sinalização baseada em fase (PSK – Phase Shift Keying) é bastante robusta,
nela cada “0” é representado por uma defasagem da portadora em 180 graus, e
cada “1” como uma ausência da defasagem, mas necessita de um circuito PLL (Phase
Locked Loop) de detecção. O circuito PLL é um controlador integrador onde o
erro corresponde à diferença de fase entre o sinal captado e um sinal de
referência. Mas sua confecção e ajuste são muito difíceis.
A modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation), que combina a modulação ASK
com vários níveis de amplitude e PSK com várias fases, é ainda mais eficiente.
É a codificação utilizada em modems, atualmente, capazes de transmitir 56kbps
em uma linha que permite freqüência máxima de 2,4kHz (linha telefônica comum).
Mas esta modulação exige processamento digital de sinais.
Escolheu-se então a codificação baseada em sinalização por mudança de
freqüência ou FSK (Frequency Shift Keying), esta exige que duas freqüências
portadoras sejam definidas, e o chaveamento entre elas define os níveis
lógicos “0” e “1”, mas pode ser implementada de forma mais simples e é tão
eficiente quanto PSK.
5.2.1: Diagrama em blocos do codificador
A codificação FSK é apenas uma das variantes da modulação FM, e em geral
quando se fala de modulação FM se faz referência a uma portadora que varia
pouco em relação a sua freqüência central, de forma que filtros e circuitos de
sintonia são dimensionados para uma freqüência única. Esta pequena variação de
freqüência é
difícil de perceber, e exige circuitos ativos, como o PLL (anteriormente
citado), detectores de quadratura, discriminadores de fase, etc.
Todos estes circuitos são de construção bastante complexa, e sua aplicação se
justifica em casos em que a transmissão deve estar dentro de um estreito
limite de freqüências, com variações de ±1% em relação à freqüência base. No
entanto, até o momento, não existe nenhuma restrição ao uso de variações
maiores, uma vez que
o meio físico em questão não possui outros sistemas de comunicação competindo
por bandas de transmissão.
Então uma solução mais prática foi adotada, o uso de duas portadoras de
freqüência próxima a 100kHz, onde a sinalização de bits é feita alternando a
portadora entre as duas. O maior afastamento das freqüências escolhidas (80 e
120kHz) possibilita a identificação destas com filtros simples.
O diagrama em blocos do circuito codificador, que implementa este chaveamento
encontra-se abaixo:
Figura 10: Diagrama do codificador FSK
O sistema assim configurado é tão simples quanto o anterior, com a diferença
que a codificação utilizada não é afetada pelas limitações de ‘janelas de
transmissão’ e nível de sinal.