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Transmissão de dados via rede elétrica (22) |
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Autor: Gabriel Alan Gehm Marques |
Esta página contém uma figura grande. Aguarde a carga se a conexão estiver lenta.
5.7: Transmissão bidirecional
Por mais bem feito que seja o hardware de transmissão, por mais confiável que
ele seja, sempre haverá perda de informação durante o envio de dados de um
emissor a um receptor, fato presente em todos os meios de transmissão, não só
via rede elétrica. Este é inclusive o ponto principal que fez com que a
tecnologia da X10
Ltda. não se tornasse um padrão absoluto, a tremenda antecedência com que
ingressou no mercado não foi capaz de compensar a falta de robustez de seu
produto.
Isto faz necessário um controle capaz de assegurar que as informações cheguem
corretamente ao destino, e tomar medidas de contenção caso isto não seja
possível. Essa segurança vem da notificação de recebimento da informação, ou
seja, o receptor avisa que recebeu corretamente a informação, e se o aviso não
chegar o emissor pode repetir a operação, até que a transação seja concluída
com sucesso ou um alerta de falha de comunicação seja emitido.
Comunicações robustas necessitam então de uma via de mão dupla, que
possibilite ‘conversas’ entre emissor e receptor, e de um algoritmo de
detecção de erros. Para permitir que cada módulo transmita e receba informação
pela mesma via algumas alterações foram feitas na implementação física, além é
claro de unir os
circuitos de emissão e recepção. Decidiu-se implementar o que se chama de
transmissão half-duplex, ou seja, os módulos ora recebem, ora enviam
informação, nunca ambos juntos.
Uma das alterações foi no amplificador de envio, para que sua impedância de
saída fosse elevada sem sinal (modo de recepção) e baixa quando um sinal
estivesse sendo amplificado (modo de transmissão). Os circuitos também foram
estruturados de forma que a mudança entre os modos de envio e recepção
dependesse exclusivamente do programa do microcontrolador, permitindo assim
conclusão da implementação física.
5.7.1: Utilização de um display de cristal líquido
Saber o que se passa dentro do microcontrolador, como estão sendo gerados e
recebidos os dados, que ponto do programa está sendo executado ou falhou exige
algum tipo de retorno de informação.
Durante o desenvolvimento do sistema TaT muitas vezes alguns pinos do
microcontrolador foram ligados a osciloscópios, placa de som do PC (origem dos
gráficos apresentados) e pequenas lâmpadas indicadoras (LEDs na realidade).
Mas estes dispositivos não exibem todas as informações necessárias para saber
o estado do sistema.
ma parte relevante do esforço de desenvolvimento foi utilizada no estudo e
integração de um display de cristal líquido (LCD – Liquid Cristal Display) que
exibe mensagens de texto. O LCD escolhido é um modelo padronizado, amplamente
utilizado na indústria, e possui uma interface paralela de 14 pinos.
São os chamados displays de mensagens, e ainda que bastante difundidos, não há
nenhum suporte específico do microcontrolador para estes. Assim foi necessário
desenvolver o circuito de ligação do LCD ao microcontrolador, assim como toda
a lógica de comunicação entre estes e organizá-la em uma biblioteca (trecho de
código reaproveitável) com funções de inicialização, escrita e controle do
display.
5.7.2: Conclusão da camada física
A última etapa de conclusão da camada física consistiu do projeto mecânico dos
módulos TaT, isto é, caixas, placa de circuito impresso, fiação e montagem.
Para a confecção da placa de circuito impresso (PCB) foi realizado o
detalhamento do circuito esquemático no pacote de softwares OrCad®, incluindo
não só o microcontrolador, acoplador, ressonadores e filtros, mas também a
interface para aplicações.
As aplicações se comunicam com a rede elétrica através dos módulos TaT, isto
é, cada módulo possui uma interface para a aplicação e uma conexão com a rede.
Essa interface está intrinsecamente ligada à configuração dos pinos do
microcontrolador, e é exibida no diagrama abaixo:
[figura omitida: Produto pronto aguardando patrocínio pra ser lançado no mercado]
Figura 21: Esquema de um módulo TaT
O barramento digital disponível para a
aplicação, que consiste de 14 pinos bidirecionais, pode ser usado para
controlar inúmeros dispositivos, desde um simples tiristor (triac) até o
display de cristal líquido utilizado (6 pinos) para testes.
Como a fonte de alimentação fica a cargo da aplicação, pois não se sabe a
carga drenada pela mesma ou tensão de rede, o módulo TaT como foi construído
está pronto para uso, bastando agora implementar um protocolo de rede adequado
e as aplicações, que já vêm sendo desenvolvidas em paralelo pela equipe.
O circuito esquemático do testador encontra-se no Anexo I, devido a seu tamanho. A placa de circuito impresso, após o posicionamento de todos os 40 componentes e roteamento das trilhas, ficou como a figura abaixo, que exibe as trilhas superiores e inferiores e o desenho dos componentes:
Figura 22: Placa de circuito impresso de um módulo TaT
As placas foram fresadas sob encomenda no INEP
(Instituto de Eletrônica de Potencia) da UFSC, e quatro módulos ao todo foram
confeccionados até o presente momento. Outros mais estão em vias de serem
confeccionados com o auxílio do LabElectron, um laboratório da fundação CERTI
(Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) que possui vinculo com a
universidade.