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IPv6 (Internet Protocol
version 6) |
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Autor: Wiliam Hiroshi Hisatugu |
De
acordo com o descrito no paper “A Survey Paper on IP Mòvel” de Yi-an Chen
são quatro os estados do protocolo.
Os quatro diferentes estados por ordem cronológica.
Quando
um agente móvel está fora da sua rede local, pretende encontrar agentes para
não perder o acesso à Internet. Existem duas maneira de encontrar agentes. A
primeira é seleccionar um agente do grupo de agentes que periodicamente
anunciam a sua disponibilidade. A segunda é enviar uma solicitação periódica
até receber uma resposta dum agente móvel. O nó móvel recebe então o seu care-of-address
que pode ser dinamicamente atribuído ou associado ao seu foreign
agent.
O
nó móvel registra o seu care-of-address
no seu home agent de forma a obter
serviços. O processo de registo pode ser processado diretamente pelo nó móvel
ou facultado pelo foreign agent até
ao home agent, dependendo se o care-of-address
foi dinamicamente atribuído ou associado ao seu foreign
agent. Note-se que registros simultâneos com múltiplos care-of-addresses
são possíveis.
Este
é o período depois do processo de registro e antes do tempo de vida do serviço
expirar, desde que o nó móvel permaneça na área de serviço. Durante este
tempo de serviço o nó móvel recebe os pacotes enviados pelo foreign
agent que foram originalmente enviados pelo home
agent do nó móvel. O tunneling
é o método usado para fazer seguir a mensagem do home
agent para o foreign agent e
finalmente para o nó móvel.
Depois
do nó móvel retornar à sua rede local, ele anula o registro no seu home
agent para libertar o seu care-of-address
registado. Em outras palavras, ele configura o seu care-of-address
de volta ao seu home address. O nó
móvel consegue efectuar esta operação enviando um pedido de registro
diretamente ao seu home agent com o
tempo de vida definido a zero. Não existe a necessidade de anular o registro
no foreign agent porque o serviço
expira automaticamente quando o tempo de vida do serviço terminar.
O
suporte da mobilidade no IPv6, como proposto pelo grupo de trabalho do IP Móvel,
segue a estrutura do IPv4. Mantém as idéias de rede local, home
agent e o uso de encapsulamento para a entrega de pacotes da rede local ao
ponto atual de ligação do nó móvel. Apesar da descoberta do care-of-address
ser ainda necessária, um nó móvel pode configurar o seu care-of-address
usando Stateless Address
Autoconfiguration e Neighbour
Discovery. Portanto, os foreign
agents não são necessários para suportar a mobilidade no IPv6. O IPv6-within-IPv6
também já se encontra especificado.
Uma
das principais diferenças entre o IPv6 e o IPv4 é que é esperado que todos
os nós IPv6 implementem fortes capacidades de autenticação e encriptação
para melhorar a segurança da Internet. Isto possibilita uma simplificação
do suporte da mobilidade pelo IPv6 uma vez que todos os procedimentos de
segurança podem ser assumidos como existentes quando necessário e não têm
de ser especificados no protocolo IP Móvel v6. Mesmo com as capacidades de
segurança do IPv6, no entanto, o atual draft
do grupo de trabalho do IP Móvel sobre o suporte da mobilidade no IPv6
especifica o uso de procedimentos de autenticação tão menos freqüentes
quanto possível. São duas as razões: primeiro, uma boa autenticação tem
os seus custos na performance e deve ser requerida apenas ocasionalmente.
Segundo, as questões sobre a disponibilidade alargada da gestão de chaves na
Internet estão longe de ser resolvidas.
Source
Routing
Contrastando
com a forma como a otimização do routing
é especificada no IPv4, no IPv6 os nós correspondentes não estabelecem um túnel
dos pacotes com os nós móveis. Em vez disso, usam cabeçalhos de routing
do IPv6 que implementam uma variação da opção source
routing do IPv4. Um número de propostas anteriores para suporte da
mobilidade no IPv4 especificaram um uso similar de opções de source
routing, mas dois principais problemas impediram o seu uso:
·
As opções de source routing
do IPv4 requeriam que o receptor de pacotes source-routed
seguisse o caminho inverso de volta ao emissor ao longo dos nós intermediários
indicados. Isto significa que nós maliciosos que usassem source
route de localizações remotas dentro da Internet poderiam fazer
passar-se por outros nós, um problema aumentado pela falta de protocolos de
autenticação.
·
Os routers existentes demonstravam uma performance terrível ao lidar
com source routing. Conseqüentemente,
os resultados de outros protocolos que usassem source
routing não foram favoráveis.
No
entanto, as objeções ao uso de source
routing não se aplicam ao IPv6, porque a especificação mais cuidada do
IPv6 elimina a necessidade de seguir o caminho inverso e deixa os routers
ignorarem opções que não necessitem da sua atenção. Conseqüentemente, os
nós correspondentes podem usar os cabeçalhos de routing
sem penalizar a performance. Isto permite aos nós móveis determinar
facilmente quando um nó correspondente não possui o care-of-address
correcto. Os pacotes entregues por encapsulamento em vez de source
routing num cabeçalho de routing
tiveram de ser enviados por nós correspondentes que precisam de receber
atualizações do binding do nó móvel.
É mais um ponto de contraste entra a otimização do routing
no IPv4, porque no suporte da mobilidade no IPv6, o nó móvel entrega
atualizações do binding aos nós
correspondentes em vez de o fazer ao home
agent. No IPv6, a gestão de chaves entre os nós móveis e os nós
correspondentes estará certamente disponível.
Trabalho
a decorrer e questões em aberto
O
IP Móvel não está consolidado, ainda existem algumas questões abertas, o
que leva a continuar as pesquisas
para obter maior eficiência deste protocolo.
Está a ser dada bastante atenção à tentativa de fazer com que o IP Móvel
coexista com os aspectos de segurança atualmente usados na Internet. Os
firewalls, em particular, causam dificuldades ao IP Móvel porque bloqueiam
todos os tipos de pacotes de entrada que não estejam de acordo com
determinados critérios. Os firewalls estão tipicamente configurados para
bloquear pacotes de entrar via Internet que parecem provir de computadores
internos. Apesar disto permitir a gestão de nós internos com acesso à
Internet sem grandes atenções com a segurança, apresenta dificuldades aos nós
móveis que pretendam comunicar com outros nós dentro das suas redes locais.
Tais comunicações, originárias do nó móvel, levam o home
address do nó móvel, sendo assim bloqueados pelo firewall.
O
IP Móvel pode ser visto como o protocolo para estabelecer túneis seguros. Vários
estudos estão a ser levados a cabo para estender o funcionamento do IP Móvel
através de firewalls, mesmo quando estão envolvidos diferentes domínios de
segurança. Um exemplo é o MOIPS (Managed Objects for IP Mobility Support).
Competição
de outros protocolos
O
IP Móvel pode sofrer a competição de outros protocolos de tunneling
baseados no PPP, oferecem pelo menos portabilidade aos computadores móveis.
Apesar da portabilidade não ser uma solução de longo prazo, pode ser
bastante atrativa no curto prazo na ausência de um completo desenvolvimento
do IP Móvel. Se estes métodos alternativos forem largamente usados não é fácil
prever se o uso do IP Móvel deixará de existir ou por outro lado, o tornará
mais imediatamente desejável à medida que as pessoas experimentam a conveniência
da computação móvel. No futuro, também é possível que o IP Móvel possa
especificar o uso de tais protocolos alternativos de tunneling
para capitalizar o seu uso em ambientes que não suportem o encapsulamento
IP-within-IP.
O
IP Móvel cria a percepção de que o nó móvel está sempre ligado à sua
rede local. Isto forma a base para a disponibilidade do nó móvel num endereço
IP que é denominado por fully qualified domain
name (FQDN). Se o FQDN está associado a um ou mais endereços IP
(talvez dinamicamente), então esses endereços IP alternativos podem merecer
igual importância perante o home
address do nó móvel. Ainda por cima, é possível que um desses endereços
IP alternativos ofereça um caminho de routing
mais curto se, por exemplo, o endereço estivesse aparentemente situado num
link físico mais perto do care-of-address
do nó móvel, ou se o endereço alternativo fosse o próprio care-of-address.
Yi-an
Chen , em “A Survey Paper on IP Mòvel” identifica os seguintes problemas
no protocolo IP Móvel base:
Se um nó móvel se mover para a
mesma sub rede do nó correspondente que lhe quer enviar datagramas, o que
acontece de forma a que o datagrama seja recebido pelo nó móvel, com base no
protocolo IP Móvel é o seguinte: o nó correspondente envia o datagrama ao home
agent do nó móvel, que pode estar do outro lado do globo; o seu home
agent faz seguir o datagrama para o seu care-of-address,
o qual poderia ter sido alcançado em meio segundo se o datagrama tivesse sido
enviado diretamente para o nó correspondente. Este tipo de “routing
indireto” é ineficiente e indesejável.
Solução:
o
esforço em definir extensões às funcionalidades base do IP Móvel para
permitir a otimização do routing
de pacotes de um nó correspondente a um nó móvel, tem sido feito pelo IETF.
A abordagem chave à optimização do routing
é a seguinte:
Uma
cache contendo os bindings de mobilidade dos nós móveis é fornecida pelo nó,
que trata de otimizar a sua própria comunicação com os nós móveis. Desta
forma, o nó correspondente tem uma maneira de se manter informado sobre a
localização dos nós móveis. Quando o nó correspondente desejar enviar
algum datagrama ao seu nó móvel, pode enviá-lo diretamente ao endereço de
destino, eliminado o routing em “zig-zag”.
São
fornecidos os meios para que os anteriores foreign
agents sejam notificados de nova localização dos nó móvel. Este
mecanismo permite que os datagramas em trânsito para o anterior foreign
agent do nó móvel sejam redireccionados para o seu endereço atual.
Demasiados
campos indesejáveis duplicados no IP-within-IP
Como
vimos anteriormente, a forma de encapsular datagramas consiste em pôr o
datagrama original (= cabeçalho IP + dados) dentre de outro envelope IP,
obtendo assim o pacote a enviar (= cabeçalho IP exterior (care-of-address)
+ datagrama original). Os campos do cabeçalho IP exterior adicionam muito
overhead ao datagrama final – vários campos são duplicados do cabeçalho
IP interior. Este desperdício de espaço não é desejável.
Solução:
Também desenvolvido pelo IETF, um mecanismo chamado encapsulamento mínimo é
definido tornando-se numa nova opção para encapsular o datagrama. A
abordagem do método de encapsulamento é a seguinte:
Em
vez de inserir um novo cabeçalho, é modificado o cabeçalho original para
refletir o care-of-address e é
introduzido entre o cabeçalho IP modificado e os dados não modificados um
cabeçalho mínimo de forwarding
para guardar o endereço fonte original e o endereço destino original. Quando
o foreign agent tentar
desencapsular o pacote, ele simplesmente restaurará os campos no cabeçalho
de forwarding do cabeçalho IP e
retirará o cabeçalho de forwarding.
Existe
uma restrição ao uso do método de encapsulamento mínimo. Se o datagrama
original já estiver fragmentado o encapsulamento mínimo não pode ser usado
uma vez que não sobra espaço para guardar informação fragmentada.
Modelo de um único home agent – um modelo frágil
Apesar
de um modelo com um único home agent
ser simples e de fácil configuração, tem a desvantagem da fragilidade. O nó
móvel torna-se incontatável quando o home
agent falhar.
Solução:
uma
possível solução é suportar múltiplos home
agents. Se um home agent falhar
existem ainda outros home agents
que podem redirecionar os pacotes para o nó móvel.
Notificação constante se o nó se mover freqüentemente.
Se
o nó mudar a sua localização freqüentemente, por exemplo, quando se está
num veículo em movimento, o nó móvel tem de avisar constantemente o home
agent para alterar o seu endereço. Isto degrada a performance e atrasa a
transmissão dos pacotes.
Solução:
uma possível solução é suportar clusters de foreign
agents. A idéia é que ao criar clusters de foreign
agents, só a mudança de um cluster para o outro tem de ser notificada ao
home agent. Esta abordagem elimina
o número de vezes que um nó altamente móvel tem de notificar o seu home
agent.
IETF – Internet Engineering Task Force
IP – Internet Protocol
IPv4 – Internet Protocol version 4
IPv6 – Internet Protocol version 6
SIPP – Simple Internet Protocol Plus
PPP – Point-Point Protocol
DHCP – Dynamic Host Configuration Protocol
Gateway – permite que protocolos distintos se comuniquem
FQDN - fully qualified domain name
-
Mobility Support in IPv6 D.
Johnson and C. Perkins
-
A Survey Paper on Mobile IP, Yi-an Chen
-
Redes de Computadores – Andrew Tanenbaun
-
Introdução à Computação Móvel – Geraldo Robson Mateus e Antonio
Alfredo Loureiro
-
IPv6 – A próxima geração – Elton Siqueira Moura e Luis Antonio
Ozório Galvão
-
http://www.inf.ufg.br/remav/docs/ipv6.htm
-
http://www.eee.ufg.br/~lguedes/pf1/parte3.htm