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Série de artigos sobre VoIP (5)
VoIP

Sinalização
   - Parte 04

José de Ribamar Smolka Ramos


Série
de artigos sobre VoIP
Quinto artigo - Parte 04

Série VoIP (5) – Sinalização 

(continuação)

H.323 e SIP: 

Primeiro, vamos ver como deve ser a arquitetura genérica de um endpoint multimídia (embora nosso foco principal seja VoIP), mostrada na figura 6.

 

Figura 6 – Arquitetura de um endpoint multimídia

Os modelos de sinalização para ambientes multimídia (VoIP incluso) partem de uma nova realidade: uma boa parte da “inteligência” do processo de comunicação agora reside no próprio endpoint

A ITU-T largou na frente neste processo com a recomendação H.323, que é um “guarda chuva” para várias outras recomendações associadas (ex.: H.225 e H.245). O modelo básico seguido foi a sinalização ISDN, descrita na recomendação Q.931. 

Neste modelo, aparece uma entidade de software chamada gatekeeper, responsável pela função RAS (registration, admission e status). As funções de negociação das características a utilizar na conexão e call control são executadas diretamente entre os endpoints

Então, para um endpoint H.323 o “bloco” de sinalização mostrado na figura 6 é composto por pelo menos três módulos, cada um deles dedicado a um dos aspectos da sinalização. Para entender o modelo de sinalização H.323, a figura 7 mostra os fluxos de dados entre os endpoints e o gatekeeper

A diferenciação de cores utilizada indica a qual das três facetas da sinalização aquele fluxo particular pertence. Amarelo para RAS, salmão para call control e verde para negociação de características da conexão.

 


Figura 7 – Estabelecimento de chamadas H.323

Cada gatekeeper é responsável pela administração de um determinado conjunto de endpoints. Este modelo simples não mostra, mas existe a previsão de diálogos gatekeeper-gatekeeper, para a negociação de conexões que envolvam endpoints pertencentes a gatekeepers diferentes. Além disso, existe a previsão de um modelo operacional chamado gatekeeper routed, onde todo o processo de call setup e negociação das características da chamada são intermediadas pelo gatekeeper. Desta forma, a administração do serviço volta a ficar muito parecido com o modelo H.248/GCP. 

Catzo... meu headiness index meter quase que não consegue mais voltar do fundo de escala negativo. 

Certamente o modelo de comunicação H.323 funciona, é robusto, tem inúmeras implementações disponíveis na praça e já está funcionando em campo há um bom tempo (pelo menos desde 1998). Portanto ele tem um excelente thud factor[1] a seu favor. Mas é um esquema bellhead até a medula dos ossos, com significativa complexidade para implementar o módulo de sinalização nos endpoints (figura 6).


[1] Termo usado pelo prof. Jacques Sauvè (então na UFPB, em Campina Grande) para avaliar a quantidade de documentação disponível sobre algum assunto. Arrume todos os documentos em uma pilha, depois deixe a pilha inteira cair no chão. Pela altura do thud (onomatopéia do barulho da pilha batendo no chão) dá para avaliar quanta documentação existe.

 

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