O
objetivo deste trabalho foi o de implementar um protótipo a ser utilizado
para monitoramento de pacientes em UTI via celular. Para tal, foram estudadas
soluções envolvendo agentes móveis, tecnologias de protocolos sem fio (WAP),
de protocolos da internet móvel (IP) e de mensagens curtas (SMS).
O uso de agentes móveis representaria a solução mais
adequada para a implementação do sistema, não fosse a necessidade de maior
quantidade de memória e de uma máquina virtual Java instalada no celular.
Isto é um pouco problemático, uma vez que se deve instalar a JVM e a
plataforma do agente nos dispositivos.
O
serviço WAP, há dois anos no país, não teve a expansão prevista
inicialmente, por vários motivos. Embora o padrão esteja na versão 1.2, a
maioria dos celulares em uso utiliza a versão anterior, não possibilitando o
emprego de tecnologias como push e WTAI, fundamentais para o sistema
ideal.
Quanto ao SMS, a operadora precisa ver a aplicação em questão como uma
oportunidade de negócio (nicho de mercado) para então justificar as
configurações necessárias e disponibilizar o uso da rede celular para
testes. Este aspecto pode representar um empecilho às futuras aplicações.
Para a solução do problema foi escolhido o WAP, somado ao PHP e
MySQL, conforme detalhado no Capitulo 5 deste trabalho. A despeito do que foi
exposto e das limitações ora encontradas, esta abordagem vem de encontro às
necessidades atuais e à tecnologia disponível nos celulares utilizados pelos
médicos (modelo NOKIA, obtido em comodato com a Telefônica-RS).
O sistema mostrou-se estável, não apresentando atrasos
significativos no envio das mensagens. O acesso a pagina WAP não importou em
um entrave ao seu uso. De modo geral, obteve aprovação por parte dos usuários.
Conclui-se que, apesar das eventuais dificuldades
encontradas, este trabalho representa um esforço em utilizar uma tecnologia já
disponível, para permitir o monitoramento de uma UTI à distância, um
projeto sem precedentes.
Tem-se conhecimento de que em países e centros mais avançados existem soluções
com elevado grau de sofisticação, mas este é o desafio: vencer obstáculos
e preconceitos, e preparar o terreno para as próximas etapas, que se sabe,
logo serão possíveis com a velocidade com que as inovações tecnológicas
acontecem.
6.1
Sugestões para trabalhos futuros
A implementação de sistemas especialistas (IA) para tratamento dos parâmetros
obtidos dos módulos anotações enfermagem e dados aparelhos mostrou-se
necessária para que o envio de mensagens seja feito de forma mais condizente.
Da maneira que foi feito, existem alguns dados que ao serem cadastrados são
automaticamente enviados. No entanto, não existe um método ou intervalo de
valores para definir o envio, visto que é feita uma análise pelo médico
intensivista, o qual, baseando-se em seu conhecimento chega à resolução se
o estado do paciente representa cautela ou não.
À pagina WAP pode ser acrescido um módulo para envio de
mensagens geradas do celular para o sistema, em resposta aos avisos recebidos
e como orientação quanto ao procedimento a ser adotado pelo especialista de
plantão.
O uso de XML/XSLT (eXtensible
Stylesheet Language Transformations) deve ser investigado, haja vista a
divergência nos tipos e tamanhos das telas dos celulares. Neste contexto,
evidencia-se apenas um processo no servidor WEB que atende tanto a WEB quanto
o WAP. Através de XSLT, o XML (retornado no banco de dados) é transformado
em HTML (WEB) ou WML (WAP), viabilizando novas possibilidades de utilização.
O sistema pode ser estendido ao uso de SMPP e testado por
meio de simuladores, como a API LogicaCMG e
a ferramenta SCTT (SMPP Client Test Tool), disponíveis no site
smsforum.net para as plataformas Linux, HP-UX e Solaris.
Esta ferramenta simula o SMSC e testa o cliente ESME, possibilitando
também a implementação de respostas ao cliente, um aspecto importante a ser
averiguado.
Um
outro aspecto seria realizar um levantamento comparativo entre J2ME (Java 2
micro edition) e BREW (Binary Environment Runtime for Wireless),
tecnologias utilizadas para elaboração de aplicativos para dispositivos móveis,
visando a escolha da mais adequada à utilização neste contexto e
antecedendo a popularização dos Java phones.