WirelessBR |
WirelessBr é um site brasileiro, independente, sem vínculos com empresas ou organizações, sem finalidade comercial, feito por voluntários, para divulgação de tecnologia em telecomunicações |
|
|
||
Autor: Márcio Eduardo da Costa Rodrigues |
Redes WiMAX – Aspectos de Arquitetura e Planejamento
2.1.3. Sistema de Antenas
Adaptativas (AAS)
O AAS (Adaptative Antenna System) é apresentado na especificação do IEEE 802.16
para descrever as técnicas de conformação de feixe (beam-forming) nas quais um
array de antenas é usado na estação rádio-base (BS) com o objetivo de aumentar o
ganho na direção do usuário (SS) desejado, e anular – ou minimizar ao máximo –
interferência de, e para, outras SSs bem como outras fontes e destinos de
interferência. As técnicas AAS são usadas para possibilitar SDMA (Spatial
Division Multiple Access), de forma que múltiplas SSs, separadas no espaço,
podem transmitir e receber no mesmo subcanal, ao mesmo tempo. Pelo uso de
conformação de feixe, a BS tem a habilidade de direcionar o sinal desejado para
as diferentes SSs, bem como distinguir entre os sinais oriundos das diferentes
SSs, ainda que estejam operando nos mesmos subcanais. [5]
Em linhas gerais, os sistemas de antenas adaptativas ajustam-se de forma a
atender determinado critério de desempenho pré-estabelecido, como a maximização
da relação S/(I+N). Há três categorias para os sistemas AAS [9]:
▪ Troca de feixes (Switched Beam): Várias antenas estão disponíveis para
transmissão e recepção, em cada setor do hub servidor. Os apontamentos das
antenas e diagrama de cada uma são fixos (o que é um limitante da técnica), de
forma que é um esquema semelhante à diversidade já conhecida (de duas antenas).
A cada momento, é escolhido o melhor feixe de comunicação com o terminal;
▪ Direcionamento de feixe (Beam Steering): Aponta o máximo ganho da antena
do setor em direção ao terminal do usuário, maximizando S/(I+N). Pode ser usado
em terminais móveis ou fixos e é de complexidade intermediária entre a técnica
de troca de feixes e a próxima técnica, de combinação;
▪ Combinação para ótima relação S/(I+N): Sistema de re-alimentação
(feedback), pelo qual é verificado se a saída casa com um sinal de referência,
onde tenta-se extrair qualquer ruído ou interferência. É o esquema de mais
complexa implementação (ajustes de parâmetros de filtragem).
2.1.4. Modulação Adaptativa
A capacidade de alterar dinamicamente entre os vários esquemas de modulação
definidos pelo padrão, é uma das mais interessantes características da camada
física do 802.16. Basicamente, a definição da modulação a ser adotada é
realizada pelo requisito de taxa de transferência do usuário e pela relação
sinal-ruído do enlace. Condições de propagação severas ou enlaces muito longos,
requerem esquema de modulação de menos níveis, mais robusto, portanto. Nesse
caso, em detrimento de taxa de transmissão, é garantida uma comunicação estável
a taxas mais baixas. Esquema BPSK ou QPSK é típico.
Quando altas taxas são necessárias e as condições de propagação são favoráveis,
usualmente enlaces de curta a média distâncias, esquemas de modulação de alta
eficiência espectral são empregados, para garantir taxas elevadas de
transmissão. Nessas circunstâncias, modulações 16-QAM e 64-QAM são empregadas. A
modulação 64-QAM pode suportar taxas de pico de 28 Mbps sobre um canal de 6 MHz
[5].
A chave na modulação adaptativa é que ela aumenta a faixa na qual uma modulação
de mais alta ordem pode atuar, uma vez que é feita adaptação conforme distância
e condições de desvanecimento (particularmente crítico em ambientes NLOS), ao
invés de – como nos sistemas tradicionais – manter um esquema de modulação fixo,
eficiente para as piores condições (porém, lento). A Figura 2 apresenta o
conceito, por diagrama simplificado. Os valores de SNR (relação sinal-ruído) são
de referência [10].
Figura 2 –
Raios de célula relativos, conforme esquema de modulação