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Autor: Márcio Eduardo da Costa Rodrigues |
Redes WiMAX – Aspectos de
Arquitetura e Planejamento
A Tabela 3 apresenta sumário
contendo características gerais definidas para os padrões IEEE 802.16 na faixa
entre 2 e 11 GHz.
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IEEE 802.16 rev 2004 |
IEEE 802.16e |
Espectro |
2-11 GHz |
2-6 GHz |
Canal de propagação |
LOS e NLOS |
LOS e NLOS |
Taxa de transmissão |
Até 75 Mbps |
Até 15 Mbps |
Multiplexação e/ou Acesso |
OFDM/OFDMA |
OFDM/OFDMA/SOFDMA |
Modulação |
BPSK, QPSK, 16QAM, 64QAM |
BPSK, QPSK, 16QAM, 64QAM |
Mobilidade |
Fixo (ponto-a-ponto/multiponto) |
Portabilidade, mobilidade, roaming (inclusive entre tecnologias) |
Larguras de canal |
Selecionável entre 1,25 e 20 MHz |
Selecionável entre 1,25 e 20 MHz |
Raio de célula típico |
Típico 5 a 8 km ; máximo de 50 km |
Típico 1,5 a 5 km |
Tabela 3 –
Resumo de características IEEE 802.16
As Seções seguintes apresentam
detalhamento a respeito dos padrões IEEE 802.16 rev 2004 e IEEE 802.16e.
2.2.1. IEEE 802.16 rev 2004
O Grupo de Trabalho IEEE 802.16 desenvolveu um padrão de acesso sem fio
ponto-multiponto, banda larga, para operação nas faixas de freqüências de 10-66
GHz e abaixo de 11 GHz (basicamente, 2-11 GHz). O padrão cobre camada MAC (Media
Access Control) e PHY (Physical). [3], [4]
Uma série de considerações de camada PHY foram feitas, devido aos ambientes
objetivo de operação dos novos sistemas empregando a tecnologia. Para
freqüências elevadas, linha de visada (LOS – Line of Sight) é mandatório. Este
requisito enfraquece o efeito do multipercurso, permitindo canais de banda
larga, tipicamente maiores que 10 MHz. Isso provê ao IEEE 802.16 rev 2004 a
habilidade de prover enlaces de alta capacidade, tanto em uplink como em
downlink. Para as faixas abaixo de 11 GHz, a capacidade de operação sem linha de
visada (NLOS – Non Line of Sight) é um requisito. A camada MAC original, sofreu
melhorias para acomodar diferentes camada PHY e serviços, que endereçam as
necessidades dos diferentes ambientes. O padrão é projetado para acomodar tanto
duplexação TDD (Time Division Duplex) como FDD (Frequency Division Duplex),
permitindo ainda, no caso FDD, terminais half e full-duplex.
A necessidade de operação sem visada (NLOS) foi o direcionador do projeto da
camada física (PHY) para a faixa de 2-11 GHz. São vislumbradas aplicações
residenciais e SOHO (Small Office Home Office), de forma que é esperado que
topos de edificações sejam muito baixos (obstruídos por vegetação e edificações
mais altas) para que seja possível linha de visada entre SSs e BS. Propagação
por multipercursos será predominante, quer pela faixa de freqüências envolvida,
quer pelo ambiente em que a propagação estará imersa. Ainda, para baixar custo e
promover praticidade, a montagem outdoor de antenas deverá ser evitada, levando
as CPEs (Customer Premise Equipments), ou seja, as estações de usuário (SSs),
para dentro da residência ou escritório. [5]
Foi desenhada uma camada MAC especificamente para o ambiente de acesso sem fio.
Suporta protocolos de transporte como ATM, Ethernet e IP, sendo projetada para
facilmente acomodar futuros protocolos ainda não desenvolvidos. A camada é
projetada para as elevadas taxas de transmissão (até 268 Mbps em cada sentido)
de uma autêntica camada física banda larga, permitindo ainda QoS (Quality of
Service) compatível com ATM; UGS, rtPS, nrtPS e Best Effort.
Mecanismos na camada MAC provêm QoS diferenciado para suportar as diferentes
necessidades das diversas aplicações. Por exemplo, voz e vídeo requerem baixa
latência, porém toleram alguma taxa de erro. Por outro lado, aplicações
genéricas de dados são muito restritivas quanto a erro, mas latência não costuma
ser crítica. O padrão acomoda voz, vídeo e outras comunicações de dados pelo uso
de características apropriadas na camada MAC, o que é mais eficiente do que
prover tais características em camadas de controle acima da MAC.
Muitos sistemas no passado e atuais operam com esquemas fixos de modulação.
Modulações de mais alta ordem oferecem maiores taxas de transmissão, ao preço da
existência de enlaces ótimos; em contrapartida, modulações de mais baixa ordem
são mais robustas, porém suportando apenas baixas taxas de transmissão. O novo
padrão proposto suporta modulação adaptativa, efetivamente balanceando
diferentes taxas de transmissão às diversas condições do enlace. O esquema de
modulação pode ser ajustado quase que instantaneamente para transmissão ótima na
comunicação. Modulação adaptativa possibilita melhor uso do espectro e permite
diversificação da base de usuários.
A estrutura de quadros permite que sejam associados dinamicamente, aos terminais
de cliente, diferentes perfis de rajada, de acordo com as condições do enlace.
Isso permite o controle do compromisso entre capacidade e robustez, em tempo
real; essa característica também provê, a grosso modo, um aumento médio de duas
vezes na capacidade, quando comparado a sistemas não-adaptativos, mantendo
disponibilidade adequada do enlace.
A camada MAC usa PDUs (Protocol Data Unit) de tamanho variável que, em conjunto
com outros conceitos desenvolvidos, aumenta significativamente a eficiência do
padrão. Múltiplos PDUs de camada MAC podem ser concatenados em uma rajada única,
economizando em overhead da camada PHY. Adicionalmente, múltiplos SDUs (Service
Data Units) para o mesmo serviço podem ser concatenados em um único PDU MAC,
economizando em overhead da camada MAC.
Mediante uso de esquema de auto-correção de requisição/garantia de banda, a
camada MAC elimina o overhead e o atraso em acknowledgements, enquanto que,
simultaneamente, permite melhor gerência de QoS do que são capazes os esquemas
tradicionais de acknowledgement. Os terminais possuem uma variedade de opções
disponíveis para a solicitação de banda, dependo dos parâmetros de QoS e tráfego
dos serviços. Os terminais podem ser acessados (polled) individualmente ou em
grupos. Terminais também podem sinalizar sobre a necessidade de serem acessados
(polled), aproveitando ainda para enviar (piggyback) pedidos de banda.