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Autor: Márcio Eduardo da Costa Rodrigues |
Redes WiMAX – Aspectos de Arquitetura e Planejamento
3.2.1. IEEE 802.16 (SUI) models
Grupo de modelos de predição de
propagação para sistemas fixos, proposto como padrão pelo próprio IEEE, para
freqüências abaixo de 11 GHz. Tais modelos ficaram conhecidos informalmente como
“modelos SUI” (SUI – Stanford University Interim), pela participação da
universidade de Stanford no seu desenvolvimento.
Equação de perda básica:
onde: d é a distância (m); d0 = 100 m; hb é a altura da estação rádio-base acima do solo (m) (10 m < hb < 80 m), e
e
Constantes a, b e c são obtidas da Tabela 8
Constante |
Terreno Tipo A |
Terreno Tipo B |
Terreno Tipo C |
a |
4,6 |
4,0 |
3,6 |
b |
0,0075 |
0,0065 |
0,005 |
c |
12,6 |
17,1 |
20 |
Tabela 8 – Constantes para o modelo IEEE 802.16 (SUI)
Os termos Xf
e Xh
são fatores de correção para freqüência e altura da antena do receptor acima do
chão, respectivamente.
e
onde: f é a freqüência (MHz) e hm
é a altura do receptor (terminal remoto) acima do solo (m).
Segundo [10] e [11], os tipos de terreno são definidos da seguinte forma:
Tipo A – Montanhoso/densidade de árvores moderada a alta
Tipo B – Montanhoso/densidade de árvores leve ou plano/ densidade de árvores
moderada a alta
Tipo C – plano/densidade de árvores leve
Na Equação 1, s é um fator de atenuação com distribuição log-normal que
toma em consideração sombreamento por árvores e estruturas em geral.
Tipicamente, o valor de s está entre 8,2 e 10,6 dB, dependendo do tipo de
terreno.
Também em [9] (Seção 4), encontra-se referência a uma proposição para tratamento
do espalhamento no tempo (delay spread), com base em medidas feitas em faixas de
freqüências de sistemas celulares.
onde:
T1 é o valor médio de
tRMS
RMS a 1 km. 400 ns para microcélulas
urbanas, 400 a 1000 ns para macrocélulas urbanas, 300 ns para áreas suburbanas,
100 ns para áreas rurais e > 500 ns para áreas montanhosas;
α
vale 0,5 para áreas urbanas, suburbanas e rurais, e 1,0 para áreas montanhosas;
u é uma variável log-normal com média nula e desvio padrão entre 2 e 6 dB.
A Equação 7 foi obtida usando-se antenas omnidirecionais. É sugerido que essa
expressão seja reduzida por um fator de 2,3 e 2,6 para aberturas de meia
potência de 32 e 10 graus, respectivamente.
Ao todo, são definidos dois modelos para cada um dos três tipos de terreno dos
modelos SUI, gerando os seis modelos apresentados na Tabela 9. Em adição à
equação de atenuação mediana, os modelos SUI incluem informação de dispersão
temporal, em forma de amplitude, atraso de tempo (time delay) e fator k da
distribuição Riciana. Para detalhamento, consultar Seções 3.4.1 e 3.3.1.2 de
[9].
Modelo SUI |
Tipo de Terreno |
Delay Spread |
Fator k, de Rice |
Doppler |
SUI-1 |
C |
Baixo |
Alto |
Baixo |
SUI-2 |
C |
Baixo |
Alto |
Baixo |
SUI-3 |
B |
Baixo |
Baixo |
Baixo |
SUI-4 |
B |
Moderado |
Baixo |
Alto |
SUI-5 |
A |
Alto |
Baixo |
Baixo |
SUI-6 |
A |
Alto |
Baixo |
Alto |
Tabela 9 – Classificação de modelos SUI
Os modelos SUI foram especificamente desenvolvidos para uso nas freqüências de
MMDS dos Estados Unidos, 2,5 a 2,7 GHz. A referência [9] (Seção 4) relata que o
modelo deve desempenhar bem na faixa de 2 a 4 GHz. A Equação 1 foi obtida
basicamente a partir de medidas em regiões suburbanas. Não há nenhum fator de
correção para áreas urbanas ou densamente construídas, ou mesmo para áreas
rurais. Da mesma forma, não há uma maneira de relacionar os três tipos de
terreno (A, B e C) a morfologias (clutter) comumente encontrados em bases
digitais de terreno, de forma que o método de seleção do tipo de terreno a ser
considerado em determinada região do projeto não é sistemático.
As medidas para obtenção do modelo de atenuação foram feitas em distâncias de
até 7 km, adequadas para níveis de cobertura. Porém, no planejamento de
múltiplas células, prevendo uso de fatores de reuso, sinais interferentes que
podem vir de 20-30 km devem ser preditos; os modelos SUI não permitem tais
cálculos com precisão.
Pelas suas limitações, os modelos SUI são mais adequados para dimensionamento do
sistema e estimativa de equipamentos, ao invés de planejamento detalhado, “location-specific”.
Para tanto, modelos físicos, que exploram os dados de topografia e morfologia do
terreno, bem como edificações, são mais apropriados.