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Multimídia Messaging |
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Autor: Marcelo Fernandes (*) |
Publicado na RNT - Revista de Negócios em Telecomunicações - Edição de Julho de 2002
Sábado de tarde, na porta do cinema aparece a indecisão sobre qual filme assistir. Em cada poster está um número para o envio de SMS - com uma multimídia message será possível receber de volta, direto no celular, o trailer do filme de interesse.
Embora este discurso seja futurista o primeiro passo já foi dado, os serviços de
MMS, multimedia messaging, já são uma realidade. Recentemente a Telenor na Noruega foi a primeira operadora do mundo a oferecer os serviços para seus assinantes, utilizando sua rede 2,5G
(GPRS). Ele já se tornou possível também aqui no Brasil, com a realização do primeiro teste bem sucedido do mundo sobre rede CDMA 1xRTT (2,5G) na Telesp Celular.
Hoje, o MMS permite que se envie imagens, som, texto e animações de celular para celular, da internet para o celular ou vice versa. Estas possibilidades abrem várias portas para a criação de aplicações focadas no mercado de massa e nas corporações.
Largura de banda é sinal de serviços multimídia e com as redes 2,5 e 3G será cada vez maior a possibilidade de criação e utilização do celular de maneira diferente.
De acordo com o Yankee Group, o mercado de messaging, do SMS ao MMS, movimentará USD 44 bilhões no ano de 2005, cifra bastante interessante para empresas que atuam neste setor.
Com certeza, nesta previsão o MMS terá uma grande participação, pois possui capacidade para permitir a venda de serviços
"premium", devido a sua funcionalidade multimídia. Para que se tenha idéia de seu potencial, podemos fazer uma comparação de preços, supondo uma certa mensalidade para serviços padrão na rede 2,5G e o preço de uma MMS
premium, como se segue:
Serviço 2,5G padrão:
Mensalidade de R$ 50,00 com direito a 50 MB.
Remuneração por MB: R$ 1,00
Serviço MMS premium:
MMS dia dos namorados = R$ 1,00
Tamanho = 25KB
Remuneração por MB: R$ 40,00
Avaliando os números acima, podemos observar que o MMS possui um retorno 40 vezes maior do que o modelo de serviço padrão, utilizando menos recursos da rede. Isto é um bom indicativo de que o serviço realmente veio para se colocar como gerador de receita chave para as redes 2,5 e 3G.
O MMS abre a possibilidade de ofertas para serviços que o usuário vê como valor adicionado, ao invés de cobrança por volume de informação. Este último confunde a percepção do usuário em uma das relações mais importantes do marketing: preço x valor percebido.
Os consumidores de uma música MP3, por exemplo, analisam o valor da compra pelo cantor ou banda e querem pagar por isso, ao invés de pagar pelo tamanho do arquivo em
download.
Quando tratamos um conteúdo mais rico e que torna a experiência do usuário no celular muito mais interessante, aparece a necessidade de que novos players sejam incluídos na cadeia de valores, para que se possa criar o interesse do usuário e acompanhar, de forma veloz, as constantes mudanças geradas pelas modas instantâneas impostas pela mídia tradicional.
A entrega destes conteúdos ao consumidor móvel trará cadeias de valor cada vez mais complexas, caracterizadas por vários tipos de players com diferentes culturas, objetivos, competências e terminologias, que operam sob diferentes regulamentações e restrições legais.
A única maneira de conseguir acompanhar um mercado dinâmico é estabelecer parcerias com os provedores e
desenvolvedores, tomando como base um modelo de "revenue sharing" que traga benefícios para ambas as partes.
Talvez as operadoras tenham que separar seus parceiros por "tiers", de modo a estabelecer relações comerciais e tecnológicas com prioridades, obrigações e exigências diferentes, dependendo do valor agregado por cada um.
Avaliando este cenário vemos que existem vários passos a serem dados e que, apesar das várias maneiras para cobrar o usuário com tarifas únicas, volume, qualidade de serviço ou até por transação, é necessário primeiro entender os padrões de utilização do celular e o valor percebido pelos consumidores móveis para cada tipo de aplicação ou conteúdo distinto.
Afinal, o valor do MMS está em sua capacidade de transformar o celular em um poderoso instrumento de estímulo ao consumo dos serviços de dados móveis.
(*)
Marcelo
Fernandes (marcelo.fernandes@comverse.com)
é Gerente de Marketing da Comverse sendo responsável por atividades de
Desenvolvimento de Negócios, determinação do pipeline de vendas e relações
com a imprensa. A Comverse é um fornecedor líder na área de Serviços de
Valor Agregado possuindo soluções na área de voz e dados para telefonia fixa
e móvel. Dentre as soluções estão Soluções de Messaging, Billing em Tempo
Real e Infra estrutura para serviços multimídia avançados. Antes foi Gerente
de Mkt da CMG para a América Latina. A CMG (hoje LogicaCMG) é um dos players
líderes de mercado na área de wireless
data. Lá, gerenciou o lançamento da empresa na região e todas as ações
de Mkt além do desenvolvimento de mercado SMS/MMS tendo sido o porta voz da
empresa. Anteriormente trabalhou na Ericsson, BU Network Technologies (Fibras Óticas
e elementos passivos de rede), onde foi Gerente de Contas atuando na América do
Sul.
Graduado em Engenharia Elétrica
pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) com especialização em Marketing e
Finanças pela ESPM e