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Sistema Móvel Celular – SMC (1) |
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Autor: Marcelo dos Santos |
A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) define o SMC como:
"Serviço móvel celular é o serviço de telecomunicações móvel terrestre, aberto à correspondência pública, que utiliza sistema de radio comunicações com técnica celular, inter conectado à rede pública de telecomunicações, e acessado por meio de terminais portáteis, transportáveis ou veiculares, de uso individual".
No Brasil o SMC opera na faixa de freqüências de 800 MHz (ou 0,8 GHz).
É o serviço celular que estamos utilizando hoje.
Fig.
1.1 – Ilustração com os componentes básicos de um sistema celular
A figura acima mostra os componentes básicos de um sistema celular.
Digo básicos pois os serviços demandados pelo mercado tais como SHORT
MESSAGES, CORREIO DE VOZ, APLICAÇÕES WAP, SERVIÇOS DE PRÉ-PAGO, exigem que
um volume realmente grande de equipamentos sejam agregados às plantas
originais das operadoras .
O
Conceito Celular
O objetivo dos primeiros sistemas móveis era o de obter uma grande área
de cobertura através do uso de um único transmissor de alta potência, com a
antena situada em um local elevado. Embora essa abordagem gerasse uma
cobertura muito boa, o número de usuários era limitado. Um determinado
conjunto de freqüências era utilizado por toda a região e cada freqüência
era alocada a um único usuário por vez, para evitar interferências. Como
exemplo da baixa capacidade, pode-se citar o sistema móvel da Bell em Nova
Iorque, em 1970: o sistema suportava um máximo de apenas doze chamadas simultâneas
em uma área de mais de dois mil quinhentos e oitenta quilômetros quadrados .
Dado o fato de que as agências de regulamentação dos governos não poderiam
realizar alocações de espectro na mesma proporção do aumento da demanda de
serviços móveis, ficou óbvia a necessidade de reestruturação do sistema
de telefonia por rádio para que se obtivesse maior capacidade com as limitações
de espectro disponível e, ao mesmo tempo, provendo grandes áreas de
cobertura.
O
conceito celular foi uma grande descoberta na solução do problema de
congestionamento espectral e limitação de capacidade de usuários que havia
em sistemas de comunicações móveis até então. Esse conceito permite
oferecer grande capacidade com limitações de espectro alocado, sem grandes
mudanças tecnológicas. A FCC (Federal
Communication Commission – órgão americano regulamentador de
telecomunicações), em uma regulamentação de 22 de Junho de 1981 definiu o
sistema celular como : “Um sistema móvel terrestre de alta capacidade no
qual o espectro alocado é dividido em canais que são alocados, em grupos, a
células que cobrem determinada área geográfica de serviço. Os canais podem
ser reusados em células diferentes na área de serviço” .
A
idéia do conceito celular constitui-se basicamente na substituição do
transmissor único de alta potência (responsável pela cobertura de uma
grande área) por vários transmissores de baixa potência, cada um provendo
cobertura a uma pequena região (célula) da área total. A cada uma dessas
estações base é alocada uma porção do número de canais disponíveis para
todo o sistema. Às estações base são alocados diferentes grupos de canais,
de forma que todos os canais disponíveis no sistema são alocados a um
determinado número de estações vizinhas. A alocação de canais a estações
base vizinhas é feita de forma que a interferência entre estações base (e
entre usuários móveis) seja minimizada. Através do espaçamento sistemático
das estações base bem como dos grupos de canais, os canais disponíveis serão
distribuídos através da região geográfica e poderão ser reusados quantas
vezes forem necessárias, desde que a interferência entre estações cocanal
(estações que possuem grupos de canais em comum) seja mantida a níveis
aceitáveis.
Essa idéia é antiga : a primeira proposta de sistema celular foi da Bell,
feita à FCC, em 1971 . Mas o desenvolvimento da idéia é ainda
anterior, não posta em prática pela complexidade do sistema de controle. Sua
execução foi viabilizada pelo uso de microprocessadores nos terminais (móveis
e fixos) e, em outubro de 1983, o
primeiro sistema celular foi posto em operação, em Chicago, pela AT&T.
Um
sistema celular básico é composto de :
·
CCC
– Central de Comutação e Controle
É o coração de um sistema celular, responsável pela validação dos assinantes, processamento de chamadas, interface com a rede fixa de telefonia, interface com outras CCC´s sejam elas de outra operadora ou não, geração de bilhetes das chamadas, gerenciamento de hand-off (passagem do móvel de uma célula para outra), monitoração de alarmes das Estações Radio Base – ERBs ,entre muitas outras funções . O termo em inglês para CCC é MSC (Mobile Switch Center).
A quantidade de estações que uma CCC pode gerenciar e o número de assinantes máximo depende muito da filosofia de operação de cada empresa no que diz respeito à qualidade dos seus serviços .
O
protocolo padrão para comunicação entre diferentes CCC´s de diferentes
empresas é o IS-41 .
A
CCC pode ser descrita nos seguintes blocos:
-
Matriz
de Comutação – Esta
parte da CCC é igual a uma central telefônica comum. Ela é responsável
pela interconexão com a rede fixa e a comutação entre os terminais móveis;
-
BSC
(Base Station Controller) – É a parte da CCC responsável pelo
gerenciamento das ERBs. Através do BSC a CCC tem o status de todas as ERBs do
sistema como , por exemplo, alarmes e configurações . Pelo BSC, os técnicos
da central podem efetuar a operação e manutenção da rede.
-
Gerenciador
de Mobilidade – Esta
incluída dentro do BSC. É a parte responsável pelos handoffs dentro do
sistema. O GM recebe continuamente dados de cada móvel (através do canal de
sinalização) como nível de sinal recebido, taxa de erro de quadro, e decide
para qual ERB o móvel deve efetuar o hand-off .
-
HLR
(Home Location Register) – É a base de dados dos assinantes da área de
serviço de uma CCC. Em algumas arquiteturas podemos ter HLR contendo a base
de dados de mais de uma CCC e sendo acessadas toda vez que uma chamada é
requisitada.
-
VLR
(Visit Location Register) – Similar ao HLR, possui um cadastro dinâmico dos
assinantes, tanto dos locais (Home) quanto dos visitantes (Roamers).
-
Transcoder
– Algumas centrais trabalham com canais de voz entre a CCC e a ERB de
16Kb/s. Como as inter conexões com as outras operadoras de telefonia fixa,
longa distância e celular são feitas via canais PCM de 64 Kb/s, é necessário
o transcoder para fazer a conversão entre estas taxas.
-
PTS
– Ponto de Transferência
de Sinalização. É responsável pelo gerenciamento da sinalização entre a
central celular e as outras centrais . Com o surgimento do protocolo de
sinalização por canal comum #7 (SS7), os canais de voz e sinalização
passaram a seguir caminhos independentes. Há uma rede nacional de nós PTS
interligada para que as centrais possam estabelecer as rotas para se completar
uma chamada enquanto o usuário está digitando os números do telefone
desejado.
Dependendo
dos serviços oferecidos por uma operadora, a CCC pode conter ainda outros
equipamentos:
-
Gateways para interface entre celulares WAP e aplicações internet
(serviços de notícias, geo-localização, e-mails, m-commerce, etc.)
- Plataformas de gerenciamento de assinantes do serviço pré-pago.
- Plataformas de serviço de correio de voz (voice mail)