Antonio José Figueiredo Enne

WirelessBrasil

Março 2019               Índice dos assuntos  deste website    


25/03/2019

Conexões (Semi) Permanentes

Uma conexão (semi) permanente resulta de uma comutação feita por cross-conexão, realizada administrativamente por comandos do centro de gerência da rede.

As conexões assim realizadas devem supostamente durar um longo tempo, talvez até ser permanentes.

Eu acho que o ITU-T chamou de (semi) permanentes, e não de permanentes, por causa do “supostamente permanentes”.

Isso lembra os versos de Vinicius de Moraes que dizem desejar que o amor “seja infinito enquanto dure”. Acho que o “semi’ em (semi) permanente representa o mesmo que o “enquanto dure” no amor infinito de Vinicius de Moraes.

O oposto às conexões (semi) permanentes são as conexões em demanda, que resultam de sinalização, e são supostamente de curta duração.

As conexões (semi) permanentes, também referidas como conexões por cross-conexão, assim como as conexões em demanda, existem em redes modo circuito e em redes modo pacote.

Existem muitos exemplos de conexão (semi) permanente em redes modo circuito, principalmente em redes operando no modo temporal (TDM), mas também no modo espacial.

As operadoras de redes alugam canais de voz e canais de TV para jogos de futebol. As conexões são feitas nos chamados centros de áudio e centros de TV. Isso é comutação (semi) permanente.

Em TDM, a EMBRATEL teve dois serviços com conexões (semi) permanentes. O primeiro chamava-se serviço TRANDATA, e o segundo serviços Redes E1.

Atualmente utilizam-se conexões (semi) permanentes em redes SDH. Um canal SDH Rio/Porto Alegre, por exemplo, pode ser composto pela cross-conexão entre um canal SDH Rio/São Paulo e um canal SDH São Paulo/Porto Alegre.

Um exemplo de comutação em demanda no modo circuito são as redes telefônicas tradicionais. Após o VOIP, a telefonia passou, cada vez mais, a ser prestada também por rede modo pacote.

As conexões (semi) permanentes no modo pacote são denominadas CVPs (circuitos virtuais permanentes), enquanto as conexões em demanda são denominadas CVCs (circuitos virtuais comutados).

Acredito que o ITU-T passou a chamar de circuitos (semi) permanentes e circuitos em demanda, porque tanto o nome CVP quanto o nome CVC são impróprios.

Um CVP não é necessariamente permanente, e sim (semi) permanente, ou seja, são supostamente permanentes.

A comutação por cross-conexão é também comutação, embora sem sinalização. Então o nome CVC aplicado apenas para a comutação com sinalização é também impróprio.

Apesar dessas impropriedades, os nomes PVC e SVC continuam a ser usados para circuitos virtuais. Quando se fala genericamente ou no caso de redes modo circuito, contudo, é melhor usar as denominações (semi) permanentes e em demanda.