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Novembro 2008
Índice Geral do
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O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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e
WirelessBR.
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2/11/08
• Crimes Digitais (26) - "Pela liberdade na
internet": Mensagem de Luiz Sérgio Nacinovic
Olá, Luiz Sérgio!
Tudo bem?
Agradecemos sua mensagem e aproveitamos para inclui-la na nossa "série" sobre
"Crime Digitais" para fazer uma ressalva e algumas perguntas a todos.
A ressalva é esta, coletada na mídia,
constante da nossa última mensagem transcrita mais
abaixo:
"O Projeto foi aprovado
no Senado e está Câmara dos Deputados onde está sendo analisado pelas
comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Segurança
Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de
Cidadania.
Como tramita em regime de urgência, pode ser voltado a qualquer momento. E
tendo vindo do Senado, ele não pode ser modificado. Os deputados podem aceitar
ou rejeitar o que foi incluído na proposta dos senadores."
E as perguntas, para que os
interessados possam planejar suas ações:
Petições e "abaixo-assinados" ainda são cabíveis neste estágio de tramitação
do projeto?
O projeto ainda pode ser rejeitado na sua totalidade?
Ou não tem mais volta e tem que ser aprovado, mesmo sem os acréscimos
feitos no Senado?
Aguardamos uma orientação dos nossos especialistas em legislação!
Obrigado!
------------------------------------
O substitutivo proposto pelo deputado Eduardo
Azeredo como lei dos cibercrimes no Brasil continua a ser ignorado pela
totalidade da mídia, a quem interessa uma Internet amordaçada e que não faça
concorrência à versão virtual de seus veículos.
A movimentação que exige uma discussão pública e
propõe modificações substanciais à redação da proposta se espalhou pela
internet.
Várias campanhas de
esclarecimento,
análises
e
retificações
estão circulando, além de uma
petição virtual
que já marca quase 119 mil assinaturas.
A proposta apresenta ambiguidades conceituais e
inexatidão técnica. É uma proposta que cria as proibições e penalidades na
internet, antes de garantir os direitos em seu uso e desenvolvimento.
Está politicamente apoiada sobre o suposto combate aos crimes de ódio virtuais
(como a pedofilia e o racismo), mas endereça um futuro rentável para o ramo
das certificações digitais e do copyright.
Se diz combater falsificações e roubos virtuais (apesar de dificultar pouco a
ação cracker - quem usa o conhecimento de hacker para crimes) pela segurança
de bancos, empresas e instituições, mas encerra a privacidade de usuários/as e
armazena seus passos.
Em consonância com as recentes iniciativas de retenção de dados na Europa e a
Convenção de Cibercrimes, a proposta de Azeredo quer aplicar o modelo do medo
e da vigilância no cotidiano mais elementar de uso da internet.
Não passará. Pela legitimidade do anonimato e
pelas redes livres de troca e conhecimento! Pela Liberdade da e na Internet!
Luiz Sérgio Nacinovic
14/11/08
•
Crimes Digitais (25) - "Regime de urgência da
Câmara": por que a pressa? + Textos recentes da mídia
----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Alice Ramos ; Cristina De Luca ; Miriam Aquino ; Ana Paula Lobo
Sent: Friday, November 14, 2008 7:15 PM
Subject: Crimes Digitais (25) - "Regime de urgência da Câmara": por que a
pressa? + Textos recentes da mídia
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL!
01.
O "Serviço ComUnitário" acompanha este tema com o nome
genérico de "Crimes Digitais" desde maio de 2007.
A motivação inicial foi uma revisão — chamada de Substitutivo — do senador
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao Projeto de Lei da Câmara nº 89, de 2003, e dos
Projetos de Lei do Senado nº 137 e nº 76, ambos de 2000.
O Projeto foi aprovado no Senado e está Câmara dos Deputados onde está sendo
analisado pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e
de Cidadania.
Como tramita em regime de urgência, pode ser voltado a qualquer momento. E tendo
vindo do Senado, ele não pode ser modificado. Os deputados podem aceitar ou
rejeitar o que foi incluído na proposta dos senadores.
O cidadão brasileiro medianamente informado, que costuma ler o conteúdo dos
jornais além das manchetes, sabe que no alto escalão do Executivo e do
Legislativo existem pessoas sem escrúpulos cujo único objetivo é a perpetuação
no poder.
Suas atuações são pendulares, ora motivadas pelo "balcão de negócios" ora por
uma ideologia que alguns definem como a "vanguarda do atraso".
Na esteira, vão pessoas desavisadas, os eternos "inocentes úteis" e os
aproveitadores de todo gênero.
O "PL Azeredo" é polêmico e tem muitos defensores e críticos.
Todo cuidado é pouco: partes do projeto que parecem bem-intencionadas hoje,
podem se revelar muito perigosas amanhã.
"Uma das características do Direito
- esta a sua paradoxal nota típica - é a possibilidade de múltiplas
interpretações. O mesmo texto legal comporta várias leituras. Depende de um
sem-número de fatores: a concepção filosófica, a ideologia, a orientação
política, mas também a história pessoal, as vicissitudes existenciais e até
mesmo as idiossincrasias do intérprete." (...) [Fonte:
"Post" no BLOCO - Crimes
Digitais (23) - A legislação e a "interpretação"]
A pergunta que não quer calar continua
na ponta da língua: quais são os interesses que motivam o "regime de urgência"
desta votação?
02.
Quem já formou opinião sobre o tema pode - e deve! - praticar a Democracia
Digital Direta e interagir
com os Deputados e
com os Senadores.
Este é o trecho inicial de uma
nota na "Coluna da Direita do Portal
da ComUnidade sobre Democracia
Digital Direta:
"Algumas
mensagens particulares dos participantes são recorrentes (principalmente dos
recém-chegados) e, em conseqüência, as respostas são semelhantes.
Continuamos recebendo muitos e-mails diretos cobrando um posicionamento da
ComUnidade sobre os temas em discussão, principalmente em relação aos projetos
governamentais e políticas públicas na nossa área de atuação e interesse.
Lembramos novamente: o "negócio" da Comunidade é o compartilhamento da
informação e do conhecimento para que o participante forme sua própria opinião
sobre todos os assuntos veiculados em nossos fóruns.
A ComUnidade não age e não se manifesta exteriormente como uma associação, um
clube ou um sindicato.
Opinião individual formada, estão pode-se agir incisivamente sobre organizações
e autoridades utilizando as facilidades do que chamamos "Democracia Digital
Direta".
Ler mais...
03.
A ComUnidade tem acompanhado de perto a repercussão da mídia e estimulado o
debate.
Há uma bom material registrado nos "posts" do BLOCO (ver próximo item).
Hoje transcrevemos estes textos
recentes, de várias fontes, que se completam no "serviço" da dar uma melhor
perspectiva ao leitor. Vale conferir!
Fonte: Tele.Síntese
[13/11/08] PL
dos crimes cibernéticos recebe duras criticas em audiência por
Lúcia Berbert
(...) O PL 84/99, que
tipifica crimes e delitos cometidos na área de informática e suas penalidades,
recebeu hoje críticas significativas da academia, do governo e dos provedores,
em audiência pública conjunta das Comissões de Ciência e Tecnologia e Segurança
Pública da Câmara, que durou cinco horas. A abrangência excessiva da tipificação
dos crimes, que poderá criminalizar comportamentos normais; a possibilidade de
controle da internet; e as dificuldades que deve criar para proliferação dos
telecentros e cidades digitais, são as principais delas.
O relator da matéria na Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Júlio
Semeghini (PSDB-SP), reconhece que, da forma como está, o projeto não pode ser
aprovado, (...)
Fonte:
Comunique-se
[13/11/08] PL
que tipifica crimes cibernéticos recebe críticas em audiência na Câmara
por Redação
Fonte:
Convergência Digital
[13/11/08] Até
"cópia" de música em iPod pode virar crime na Internet por
Redação
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Fonte: Convergência Digital
[13/11/08] Até
"cópia" de música em iPod pode virar crime na Internet por
Redação
Os deputados da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
debateram por quase cinco horas nesta quinta-feira (13/11), em Audiência
Pública conjunta com a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado, o texto do projeto que tipifica os crimes de delitos cometidos
na área de informática (PL 84/1999).
O substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), já aprovado no Senado,
que tramita em regime de urgência na Câmara tem como relator na CCTCI, o
deputado Julio Semeghini (PSDB-SP). Ele ouviu atentamente, ao lado do
deputado Paulo Teixeira (PT-SP), autor de um dos requerimentos para a
audiência, todas as críticas e apoios apresentadas no evento por
representantes do governo, da academia, de provedores de acesso à internet e
advogados.
Os especialistas e alguns parlamentares não pouparam críticas ao
substitutivo Azeredo. Segundo eles, a proposta pode restringir a liberdade
dos usuários das redes digitais. Ressaltaram que a redação aprovada pelo
Senado, dá margem a interpretações equivocadas da Lei.
Na redação atual, afirmam os críticos, condutas corriqueiras dos internautas
como, por exemplo, a transferência de músicas de um CD para o iPod, mesmo
que para uso pessoal, será considerado um crime.
O projeto também define crimes como o roubo de senha pessoal, a difusão de
vírus e o acesso não-autorizado a qualquer tipo de informação por meio da
Internet. O professor Sérgio Amadeu da Silveira, da Universidade Cásper
Líbero, ex-presidente do Instituto nacional de Tecnoklogia da Informação (ITI),
disse que os termos gerais e amplos do projeto vai acabar com as redes
abertas.
"A Lei cria uma série de dispositivos que bloqueiam as redes abertas,
criminaliza condutas que são corriqueiras na Internet e remete a
regulamentos obscuros. Não se sabe o que vai acontecer", alertou. Amadeu
acrescentou que o projeto cria insegurança jurídica e dificulta a manutenção
de projetos de inclusão digital que, na sua opinião, vão ter de seguir as
normas de grandes provedores.
Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), três aspectos são inadmissíveis no
projeto: A violação dos dispositivos de segurança; o alto controle sobre a
Internet; e os dispositivos penais como estão redigidos. O deputado destacou
que esses pontos precisam de ajustes. "O projeto pretende diminuir a
utilização da rede e aumentar os controles, mas acaba fazendo com que a
internet, que é o lugar da democracia, seja restringida por alguns
mecanismos", afirmou.
Na opinião do professor de Direito Penal da Fundação Getúlio Vargas, Thiago
Bottino, a redação dos artigos que preveêm a tipificação dos crimes
cibernéticos está muito ampla e geral.
"Inclui comportamentos que não são o objetivo da lei, porque não constituem
crimes", destacou Bottino. Ele também alerta que a legislação pode vir a
gerar insegurança jurídica, uma vez que "prevê uma série de condutas que não
poderão ser punidas simplesmente porque o Estado não terá condições de
fiscalizar e prender todas as pessoas incluídas".Para o professor, é preciso
especificar exatamente o que será considerado crime.
Na redação dos artigos é incluído, por exemplo, o acesso a dispositivos de
comunicação sem autorização. Ele exemplificou o caso de um menino que usasse
a senha de acesso do pai para utilizar o telefone celular dele e ligar para
a própria mãe. Conforme a redação atual do projeto, essa ação poderia ser
considerada um crime, pois o texto é muito amplo e permite essa
interpretação.
Na defesa
O delegado da unidade de repressão aos crimes cibernéticos da Polícia
Federal, Carlos Eduardo Sobral, defende a rápida aprovação de uma proposta
que estabeleça punições para crimes cibernéticos. Ele identifica dois
desafios para o Legislativo: A manutenção da liberdade na Internet com a
simultânea punição para as condutas criminosas; e a garantia de maior
velocidade de acesso da Polícia aos dados essenciais para investigação de
crimes.
Sobral explicou que essas medidas são essenciais porque elas reduzem o tempo
e a solicitação de informações para se chegar a um criminoso, de forma que
há uma preservação maior da intimidade e a privacidade das pessoas.
"Por isso gostaríamos de ter a origem da comunicação porque encontrando o
possível local do criminoso com as diligências de campo, nós não
precisaríamos avançar com outras medidas, como a vigilância e as
interceptações telemáticas e telefônicas", completou.
Segundo o delegado Sobral, a exigência de autorização judicial para que a
Polícia peça aos provedores a manutenção de dados atrasa ainda mais o
trabalho policial.
Equilíbrio
O desembragador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Fernando
Neto Botelho, destacou a importante missão que o congresso nacional tem ao
debater o projeto para normatizar o uso da comunicação eletrônica buscando
uma dosagem mais próxima do equilíbrio possível. Ele ressaltou a importância
da regulamentação diante do crescente número de incidentes eletrônicos
registrados nos últimos anos.
Histórico
De autoria do ex-deputado Luiz Piauhylino, o PL 84/99 foi aprovado pela
Câmara e enviado ao Senado, que o aprovou na forma de substitutivo do
senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o devolveu à Câmara.
Agora o projeto está sendo analisado pelas comissões de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática; de Segurança Pública e Combate ao
Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O PL, no entanto, pode ser votado pelo Plenário a qualquer momento, pois
tramita em regime de urgência. Como veio do Senado, o projeto não pode ser
modificado. Os deputados podem apenas aceitar ou rejeitar o que foi incluído
na proposta redigida senadores.
Problemas de acesso
O diretor-presidente da Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de
Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet, Eduardo Fumes Parajo,
reconheceu que a proposta em análise no Legislativo é "honrosa e
necessária", mas disse que alguns pontos do texto proposto podem gerar
problemas para os usuários da rede mundial de computadores.
Os críticos ao texto do Senado alertaram para a o risco de o projeto
atrapalhar inclusive o acesso a redes livres como é o caso de conexões sem
fio abertas. Também pode criar porblemas para a evolução das Cidades
Digitais e de vários programas de inclusão digital, já em curso no país.
Os representantes da Fundação Getúlio Vargas no debate, Luiz Fernando Moncau
e Thiago Bottino, também criticaram a abrangência do projeto e apontaram a
necessidade de ajustes para que a proposta atinja apenas quem comete crimes
e não o cidadão usuário das redes.
Mudanças
Ao final da audiência, o deputado Júlio Semeghini admitiu que o projeto não
deve ser aprovado como está. Ele disse que vai estudar e discutir as
contribuições apresentadas com outros deputados da Comissão. Entretanto, o
parlamentar destacou que tentará manter os pontos positivos do texto como,
por exemplo, a necessidade de manutenção de informações sobre o IP dos
usuários, uma vez que elas podem servir de rastro para as investigações
policiais.
Já o deputado Paulo Teixeira que apontou problemas no texto do Senado, disse
que é preciso "bom senso" para votar o projeto retirando os artigos que não
forem consensuais. Ele apoiou a proposta apresentada pelo representante do
Ministério da Justiça de trabalhar em um outro texto legal para tratar dos
pontos polêmicos do projeto, caso contrário, haveria o risco de sua
rejeição.
:: Clique
aqui e veja o substitutivo ao projeto que
trata de crimes cibernéticos do Senado (PDF - 50 KB)
*Com Agência Câmara e Assessoria de Imprensa da CCTI.
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