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Outubro 2008 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
07/10/08
• TV Digital (32) - Interatividade e Ginga - "Resumo" corrigido e ampliado + Coleção de notícias
Definição de middleware
Muito genericamente, "middleware" (alguns
traduzem como "mediador") é um programa ou software
intermediário que interliga outros dois aplicativos que
normalmente encontram-se em camadas diferentes.
No caso da TV Digital é a ligação entre o "ambiente
sofware/hardware" do receptor e o "ambiente" do
conversor (set-top box).
Nesta situação, um "programador de interatividade"
pode "operar" apenas o "middleware" sem
necessidade de maiores conhecimentos sobre os dois
ambientes.
Outros "padrões"
Pelo que consta, ainda não existe um padrão universal
de middleware para TV Digital.
"Lá fora" três grupos principais tentam formalizar um
padrão aberto:
- a Europa com sistema DVB tenta padronizar o MHP,
- os Estados Unidos com ATSC tenta o DASE e
- o Japão com ISDB tenta o ARIB.
O Ginga
O SBTVD - "Sistema Brasileiro de TV Digital" especificou um middleware com a denominação de Ginga para ser o "padrão" nacional e está sendo desenvolvido pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
O Ginga é o único componente genuinamente nacional do
"sistema nipo-brasileiro" de TV Digital.
A PUC-Rio e a UFPB foram contratadas pelo governo federal
em 2005 para o desenvolvimento. Por falta de recursos, o
ritmo foi desacelerado em 2006 tendo sido necessário o
apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do
Ministério da Ciência e Tecnologia.
No total, o FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento
Tecnológico das Telecomunicações) investiu 5,7 milhões de
reais no desenvolvimento do Ginga.
Ainda não entendi bem a "mecânica da coisa" mas,
aparentemente, o governo contratou junto às universidades
a elaboração de uma "especificação" que se confunde com um
protótipo ou "produto acabado" básico.
Como é aberto, as empresas o recebem gratuitamente e o
modificam para embuti-lo em seu equipamento. E, antes da
comercialização, tudo teria que ser homologado ou
certificado com o "selo de conformidade Ginga".
Nada consta se o contrato está concluído com a entrega do
"produto".
A PUC-Rio (que é uma universidade particular) e a UFBP
(que é federal), travam uma feroz batalha para emplacar
seus sub-sistemas.
Consta que, no momento, existem apenas duas
empresas fornecedoras do middleware (Ginga) no Brasil - a
TQTVD e a Mopa (comentários mais abaixo).
O middleware desenvolvido pela PUC-Rio é conhecido como
Ginga-NCL, Ginga 1.0 ou Ginga NCL-Lua.
O middleware desenvolvido pela UFPB é conhecido como
Ginga-J ou Ginga Java.
Do website do Ginga anotamos estas duas "manchetes":
• O Ginga-NCL foi desenvolvido pela PUC-Rio (Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro). Ele define um
ambiente de apresentação para aplicações declarativas
escritas em NCL (Nested Context Language) e sua linguagem
de script Lua.
• O Ginga-Java foi desenvolvido pela UFPB (Universidade
Federal da Paraíba). Ele provê uma infra-estrutura de
execução de aplicações baseadas na linguagem Java, com
facilidades especificamente voltadas para o ambiente de TV
digital.
O mercado é
impaciente e não espera a "burocracia"...
A Mopa (Mopa Embedded Systems) nasceu a partir de uma
encubadora da Universidade da Paraíba e implantou fábricas
de software em João Pessoa (PB) e Natal (RN), com o
objetivo de transformar o Ginga em produto.
As empresas TOTVS e a Quality estabeleceram uma aliança
chamada TQTVD (TOTVS - QUALITY para TV Digital) e
desenvolvem o middleware AstroTV que é uma
"implementação comercial 100% compatível com a
especificação brasileira do Middleware Ginga".
A empresa pretende criar uma rede com desenvolvedores, já
batizada de AstroDevNete e pretende "educar" o mercado
sobre seu produto, além de oferecer treinamento para os
desenvolvedores.
A Intel anunciou um acordo com a TQTVD para suporte do middleware "AstroTV". O grande diferencial da plataforma da Intel, segundo a TQTVD, desenvolvedora dessa aplicação, é o tempo de resposta de processamento.
"Rua Santa Efigênia"
Assim, verifica-se que o Ginga, dado como "pronto"
pelas universidades, exigirá ainda um grande esforço de
programação para embuti-lo nos conversores, que
deverão posteriormente ser homologado.
Enquanto os "grandes" debatem no Fórum SBTVD, uma pequena
empresa da Rua Santa Ifigênia, que concentra lojas de
eletrônicos no centro de São Paulo, lançou um conversor de
TV digital com a parte do Ginga que não tem problemas de
royalties. O nome do aparelho é ZBT-620, e é
fabricado pela Neo Security com o "Mopa" embarcado. Não
consta que tenha sido homologado ou certificado. A
conferir.
Fonte: Folha de S.Paulo
[08/12/07]
TV digital decepciona as universidades por Elvira
Lobato
Fonte: TIInside
[30/11/07]
Saiba como funciona e os desafios da TV digital no
Brasil
Fonte:
Yahoo Tecnologia
[03/10/07]
Ginga na TV Digital Interativa por Wagner
Tamanaha
- Como não podemos esperar muito, vamos buscar este consenso, afirma Roberto.
Dos quatro segmentos representados no Fórum, três, se não apóiam diretamente a idéia, não são declaradamente contrários a ela, com uma ou outra exceção. Entre os radiodifusores, por exemplo, a TV Globo, embora já venha testando aplicações interativas escritas em NCL/Lua, fez circular na SET 2008 a informação de que entende que o lançamento comercial dos serviços interativos ainda depende da conclusão das especificações e normas do Ginga, completo, nas suas vertentes NCL e Java.
O segmento declaradamente contrário é o de fabricantes de set-top-boxes. Mas até nele é possível encontrar exceções, como os muitos fabricantes com implementações Ginga da TQTVD (o Astro) e da MOPA já portadas para seus equipamentos. Um passeio rápido pelos estandes da TQTVD, da MOPA e do próprio Fórum SBTVD na SET 2008 pode ser revelador. Há aplicações suportadas por set-top-boxes da Intel, da Aiko e da Visiontec, entre outros.
O principal argumento em prol da rápida liberação de uma especificação Ginga antes mesmo do término do trabalho da Sun no desenvolvimento de uma implementação Java royaltie free é o de que já é possível ter interatividade full apenas usando NCL e Lua.
- Temos que tirar o foco da tecnologia e focar nos recursos que a plataforma oferece, argumenta Roberto Franco.
E, para muitos, ela já fornece o suficiente para fazer com que a interatividade não corra o risco de deixar de ser um diferencial para a TV Digital.
O principal argumento contrário é o de que vale a pena esperar um, dois anos, que seja, por uma especificação mais robusta, que não corra o risco de ter que ser trocada a toda hora.
- O ciclo de troca de uma TV ou de um set-top-box é muito maior que o ciclo de troca de um computador, e mais ainda no caso do celular, explica Roberto.
Como buscar o consenso, então?
- Trabalhando em uma especificação madura para esse facilidade de atualização, diz Roberto.
Quanto tempo isso vai levar?
- Eu seria leviano em dar uma data. Mas queremos
que seja o mais rápido possível. Em menos de um ano
estamos com o sistema de transmissão funcionando.
Agora temos que cuidar do restante do ecossistema,
diz ele.
- No caso do Java, por exemplo, a demora se deve ao
fato da Sun estar fazendo uma trabalho bastante
criterioso para assegurar a disponibilidade de um
Java TV royaltie free de fato, que não corra
qualquer risco de ser questionado por uso indevido
de uma dessas patentes submarinas. Se tivermos
sucesso, estaremos de fato colocando no mercado o
primeiro middleware royaltie free do mundo, afirma
Roberto.
A própria Sun revelou na SET que não deve liberar a especificação do Java TV antes de um ano.
Portanto...
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O mercado é soberano
No Fórum, o maior temor dos que defendem abertamente a certificação dos set-top-boxes a partir de uma especificação imediata do Ginga apenas com NCL/Lua é a de que o mercado comece a atender à demanda por interatividade com soluções mágicas, fora de um padrão.
Hoje já é possível encontrar set-top-boxes que afirmam rodar Ginga na rua Santa Efigênia. Como o Ginga é um sistema aberto, qualquer fabricante de set-top-box pode desenvolver a sua implementação Ginga.
E, se em um ambiente controlado, como o de desenvolvimento de aplicações para rodar no MOPA e no Astro ainda e possível encontrar algumas incompatiblidades (principalmente falhas no layout, como constumavam ocorrer nas páginas HTML carregadas nas primeiras versões do netscape e do Internet Explorer), o que não acontecerá em um cenário caótico, do cada um por si?
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A criação do ecossistema já tem seus embriões
A julgar pelo que se ouve e vê nessa edição da SET, a interatividade, ao contrário do que muitos pensavam, deverá estar disponível para os brasileiros bem antes de outros dois pilares do SBTVD: a mobilidade e a multiprogramação.
- A interatividade é um atrativo relevante. E os radiodifusores já perceberam isso. Pouquíssimos brasileiros têm hoje um televisor capaz de oferecer alta definição de imagem, mesmo que o set-top-box tenha saída HDMI, explica Luiz Eduardo Leite,sócio da Mopa.
Embora a especificação do Ginga para dispositivos portáteis já tenha sido publicada, até agora nenhum fabricante de celular demonstrou o interesse de colocá-la em seus aparelhos. Nem mesmo Samsung ou a Semp Toshiba, que já oferecem modelos com receptores de sinal digital de TV.
A Mopa já trabalha com muitos deles. Alguns interessados em embutir o celular no set-top-box. Há um protótipo assim sendo apresentado no estande da Mopa. Para usar o canal de retorno 3G basta inserir o cartão da operadora no aparelho.
Já a multiprogramação não é de interesse das próprias emissoras, que preferem oferecer melhor qualidade de som e de imagem ao telespectador,. No caso da Imagem, só possível na transmissão H264 a 13,7Mbps.
- Acredito que a multiprogramação seja mais importante para as empresas públicas, argumenta Roberto Franco _ Mas mesmo a BBC já viu que será preciso aliar alta definição à interatividade. E esse modelo misto limita o uso do espectro.
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O que vem por aí?
Ainda em formação, o famoso ecossistema da TV Digital começa a mostrar ao que veio. E a SET é um bom exemplo para isso.
Embora os radiodifusores ainda não tenham encomendado nem testado nenhuma aplicação comercial que faça uso de um canal de retorno, os desenvolvedores de software como a TOTVD e a AXD se encarregaram disso. Mas de todos os players do mercado, a Mopa, especializada em sistemas embarcados, é, por isso mesmo, a mais adiantada em múltiplos uso do celular como canal de retorno. Inclusive para recebimento de aplicações e dados sincronizados com a programação.
Também a Mopa apresenta em seu estande na SET 2008 dois joguinhos criados em Lua que usam o controle de Wii. Um deles, multiplayer.
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A TV Digital pelos olhos de Roberto Franco, prediente do Fórum SBTVD
TV Computador
"Com a TV Digital, a TV não deixa de ser TV. TV Digital é o caminho mais poderoso para otimizar a hábito do telespectador de ver TV. Vamos levar a curva até onde a integração de valor à experiência do usuário fizer sentido".
Alta Resolução
"Só quem já viu algo em alta resolução entende o impacto das imagens e a mudança de acarreta para a visão humana. O mecanismo de percepção muda".
"O padrão de tela já é o 1080, com transmissão H264 a 13,7MBps. Qualquer coisa diferente disso prejudica a alta resolução".
Programação
"As emissoras estão migrando novos programas, sem que isso chegue ao conhecimento de vocês. O programa do Gugu, no SBT, já está digital. Toda a programação da RedeTV, também. A Globo está com 15 horas de programação já digital".
Preços
"O Brasil está andando muito rápido na queda do preço dos conversores. Eu não mediria em preço, mediria em custo. Se chegarmos a um valor muito baixo, as apostas por novidades podem ficar ameaçadas".
Multiprogramação
"Hoje o mercado não está preparado para a multiprogramação. Ela ainda não cabe nos nossos modelos de negócio".
DRM
"Que fique claro, não existe proposta de DRM no Fórum. O que existe é a adoção de um mecanismo para restrição da cópia da cópia. O telespectador pode gravar uma vez. A programação pode dar filhos, não pode dar netos".
"Fala-se muito que a necessidade da proteção para cópia é uma imposição dos grandes distribuidores estrangeiros. Não é. É o conteúdo nacional que está em risco. Quando a TV exibe aqui um filme estrangeiro, ele já está no fim da sua curva de distribuição. Mas uma minissérie, um show feito por uma TV brasileira, só chega ao DVD depois da exibição na TV."
"A norma está pronta, mas ainda não foi
publicada. Estamos esperando o resultado da consulta
pública da ABNT e as discussões com o governo".
Convergência Digital
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Fonte: Estadão
[02/12/07]
Indústria prepara TV digital interativa por Renato
Cruz
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Fonte: TIInside
[30/11/07]
Saiba como funciona e os desafios da TV digital no
Brasil
O início das transmissões da TV digital na cidade de São Paulo, neste domingo (2/12), na cidade de São Paulo, marca uma nova etapa no desenvolvimento da televisão no Brasil, embora neste primeiro momento o acesso a nova tecnologia ainda será para poucas pessoas, já que o número de modelos de conversores à venda nas lojas de produtos eletrônicos é muito pequeno (veja notícia Conversores para TV digital estão disponíveis em pequena quantidade na edição desta sexta feira, 30).
As emissoras paulistas começarão a operar simultaneamente em duas freqüências: analógica e digital. A expectativa é que o sinal digital esteja disponível em todas as capitais até o fim de 2009, e, em 2013, em todos os municípios brasileiros. O fim do sistema atual, analógico, está previsto para dezembro de 2016. Até lá, o desafio é conseguir dar acesso digital aos usuários dos 55 milhões de residências do país com televisores. Ao todo, são mais de 100 milhões de aparelhos.
“O início das transmissões digitais é resultado de um intenso processo de inovação que está se concretizando no Brasil. Toda a expectativa e debate em torno da novidade indicam que as pesquisas realizadas na universidade conseguiram gerar transformação, ou seja, fizeram com que o desenvolvimento tecnológico em rede dos laboratórios brasileiros chegasse ao mercado”, disse Marcelo Knörich Zuffo, professor do Departamento de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Segundo Zuffo, um considerável ganho em imagem e som poderá ser visto por quem tiver o decodificador de sinais digitais, também chamado de set-top box, e uma antena UHF instalados no televisor analógico, ou, então, pelos donos de televisores com sistema digital integrado. A qualidade da imagem digital que chega agora será até duas vezes e meia melhor do que a televisão atual, seja ela aberta ou a cabo, passando do padrão de até 480 linhas de resolução para até 1.080 linhas (aberta e digital), conforme explica ele.
Os aplicativos de interatividade que fazem parte do pacote tecnológico da televisão digital no Brasil, no entanto, ainda não estão nos conversores. Isso ocorre porque os middlewares, que são as interfaces de programação responsáveis pelos aplicativos de interatividade, também não foram instalados nos conversores que estão à venda. “Os middlewares não foram embarcados no set-top box, mas isso pode ocorrer a qualquer momento, uma vez que essa é a camada mais externa dos conversores, que podem ser vendidos sem essas interfaces”, explica Zuffo.
O acesso interativo aos conteúdos se dará por meio de aplicativos como grade de programação, sinopses e informações extras sobre filmes e novelas. O usuário também poderá, com alguns cliques no controle remoto, personalizar a forma como os programas serão exibidos. As vantagens interativas deverão trazer ainda serviços semelhantes aos existentes na internet, do tipo internet banking e correio eletrônico.
Poucos e caros
Um dos grandes impasses para a implementação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) se refere aos valores elevados dos conversores, que devem variar de R$ 500 a R$ 1,1 mil, e não na casa dos R$ 100 como previa o ministro das Comunicações, Helio Costa, que, em entrevista na quarta-feira (28/11), em Brasília, deu a entender que a inclusão das tecnologias brasileiras nos dispositivos de TV digital seria um dos responsáveis pelo preço elevado dos conversores. Segundo o ministro, um dos responsáveis por esse aumento seria o Ginga, middleware desenvolvido em parceria por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e que deverá ser embutido em conversores comercializados no país.
Os pesquisadores discordam. “Ainda não existe nenhum modelo do Ginga embarcado nos conversores que estão no mercado, então acredito que ele não seja a causa do custo elevado desses aparelhos. A sua única influência nos set-top box até agora é que alguns modelos do aparelho foram dimensionados para serem atualizados quando as primeiras versões do Ginga ficarem prontas”, afirmou Guido Lemos, professor do Departamento de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e um dos responsáveis pela criação do Ginga.
“O que está encarecendo os conversores é a decodificação H.264, padrão que permite que o sinal digital tenha 1.080 linhas de resolução. Trata-se de um chip decodificador de vídeo que não existia antes do Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Esse circuito foi desenvolvido por empresas estrangeiras para atender exclusivamente a demanda brasileira”, explicou Lemos. Segundo ele, a especificação tecnológica do Ginga está pronta e foi aprovada em consulta pública feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mas a produção comercial do software ainda está em fase de desenvolvimento por empresas nacionais e, também, por ao menos duas estrangeiras.
Para que o custo de produção dos conversores seja reduzido, o governo federal não descarta a possibilidade de oferecer subsídios aos fabricantes. “Acredito que subsídio não seja o melhor caminho. Precisamos criar uma política industrial de incentivo à produção dos produtos da TV digital, a exemplo do que já existe para o setor de computadores”, destacou Zuffo, que integra o Fórum Brasileiro de TV Digital, cujo objetivo é formular, junto ao governo federal, consensos técnicos para o SBTVD.
“Assim como o iPod, toda novidade tecnológica é mais cara. O problema do encarecimento dos conversores não são as tecnologias brasileiras, mas o simples fato de ainda não termos atingido uma situação de competitividade plena no mercado nacional. A indústria estabelecida no Brasil não está familiarizada com perfis de inovação que já são comuns em outros países. Os conversores deverão baixar pelo menos pela metade e até um terço do preço nos próximos anos”, disse Zuffo.
O professor da Poli chamou a atenção também para a ausência de um marco regulatório que garantisse a inserção, nos produtos da TV digital, das inovações tecnológicas desenvolvidas nos centros de pesquisa brasileiros. “Apesar desse marco regulatório já ter sido criado e muitas inovações da academia estarem sendo implementadas, agora precisamos discutir como as tecnologias previstas no decreto presidencial, como a multiformato e multiprogramação, serão exploradas na prática como recursos efetivos de TV digital”, finalizou Zuffo.
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Fonte:
Yahoo Tecnologia
[03/10/07]
Ginga na TV Digital Interativa por Wagner
Tamanaha
Matéria no Estadão publicada mês passado, em 2/9/2007 - Indústria Prepara TV Digital Interativa - fala do software Ginga desenvolvido por equipes na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - RJ) para permitir interatividade no padrão nipo-brasileiro de TV Digital.
A reportagem cita a abertura da empresa Mopa Embedded Systems formada por ex-alunos do professor Guido Lemos, da UFPB, com 40 profissionais divididos entre João Pessoa/PB e Natal/RN.
A Mopa já atende a Evadin cujo set-up box, que será lançado com a marca Aiko e terá aplicativos como grade de programação e torcida virtual (que permite conversas com outros espectadores).
Roberto Dias, gerente de engenharia da Evadin explica
que para a interatividade, o canal de retorno no
lançamento oficial da TV Digital brasileira é necessario
mas ainda não está definido. Para levar informações da
casa do espectador para a emissora será necessário um
serviço de telecomunicações, como uma linha fixa,
celular ou conexão banda larga. Prevendo isso os set-up
boxes da Aiko terão 2 saidas USB, uma conexão de rede e
outra para linha discada.
Outra empresa que está trabalhando com o Ginga é a
Dynavideo,
segundo afirma nota publicada em junho aqui no Yahoo!
Tecnologia:
Software Brasileiro para a TV Digital está Pronto.
Aqui no canal outras notas
Ginga beneficia indústria nacional e
Consórcio entre Brasil e Índia deve baratear receptores
de TV digital já abordaram o assunto.
A matéria no Estadão também consultou Juliano
Dall'Antonia, diretor de TV Digital do
CPqD, que já citei
aqui na coluna
Institutos de Pesquisa e a Lei de Informática e que
trabalha em aplicações de interatividade. Outra empresa
que tem planos de lançar serviços sobre o novo padrão é
a Caixa Econômica
Federal, Claudia Yoshida, superintendente de
inovação da Caixa, revelou que pretende disponibilizar
serviços bancários. Caso o canal de retorno não esteja
definido até o lançamento oficial do sistema, o banco
estuda oferecer serviços com interatividade local, ou
seja, as informações seriam processadas no próprio
conversor.
Ainda na época do anúncio oficial do Ginga, em seu blog,
a colunista de tecnologia Cris De Luca saudou a
iniciativa com entusiasmo:
Ginga Brasil, com força total.
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Fonte: HTML Staff
[27/08/07]
Empresa nacional implanta fábricas de software para TV
Digital
Os investimentos de 5,7 milhões de reais do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) no desenvolvimento genuinamente nacional do Ginga, software responsável pela interatividade do Sistema Brasileiro de TV Digital, começam a dar seus primeiros frutos.
A primeira companhia brasileira especializada na produção do programa, a Mopa, nascida a partir da encubadora da Universidade da Paraíba, implantou fábricas de software em João Pessoa (PB) e Natal (RN).
“Este é o caminho para o Brasil crescer verdadeiramente - desenvolver tecnologia nacional de ponta que tenha condições de competir no mercado internacional. Nós do Ministério das Comunicações estamos muito felizes em ter apoiado este projeto por meio do FUNTTEL”, afirmou o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em comunicado distribuído à imprensa.
A empresa também deverá desenvolver versões do Ginga para plataformas como IPTV, cabo e satélite. “A continuidade do desenvolvimento tecnológico do software é uma prioridade do FUNTTEL”, afirma o diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia do ministério, Igor Vilas Boas, na mesma nota.
O pedido de registro do nome fantasia – Mopa, que significa “sucesso” entre os pesquisadores – foi feito na semana passada. A empresa já tem dois clientes (CCE e Aiko) e venderá implementações Ginga para fabricantes de conversores.
Quarenta engenheiros que participaram da fase de pesquisa fazem parte do quadro de funcionários. Os protótipos do Ginga foram desenvolvidos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
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Fonte: Estadão
[25/06/07]
Software brasileiro para TV digital está pronto, dizem
pesquisadores por Renato Cruz
Cabe agora à indústria investir para adaptar a seus produtos o programa que vai garantir a interatividade
O sistema nipo-brasileiro de TV digital pode estrear em 2 de dezembro sem seu único componente genuinamente brasileiro. De tudo que foi desenvolvido aqui, somente o Ginga, nome dado pelos pesquisadores locais ao software de interatividade, entrou na especificação final. Mas as chances são pequenas de ele estar presente nos equipamentos que serão vendidos no lançamento. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, já descartou a interatividade nessa primeira fase. A interatividade permite serviços parecidos com a internet na televisão, como consulta de informações e compras.
Boa parte da indústria não está empolgada com o Ginga, chegando a dizer que ele não existe. Os pesquisadores querem provar que não é verdade, e marcaram para 3 de julho, no Rio, um evento em que haverá a demonstração do software completo, rodando em um conversor. O consumidor deve ficar atento, pois corre o risco de levar para casa um equipamento incompleto, sendo obrigado a trocá-lo em poucos meses, quando forem lançados os conversores com interatividade.
'O Ginga está pronto', afirmou o professor Luiz Fernando Soares, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. 'Nossa resposta será dada no dia 3.' O Ginga é um middleware, software que tem o papel de garantir que as aplicações interativas irão funcionar nos televisores e conversores de todos os fabricantes. No evento da semana que vem, parte do código do Ginga será aberto, o que significa que as pessoas poderão estudá-lo, usá-lo e modificá-lo sem o pagamento de licenças, como acontece com o sistema operacional Linux.
Quem quiser assistir à TV digital nos televisores atuais, analógicos, precisará de um conversor, também chamado de set-top box. Os fabricantes já têm conversores de TV digital funcionando, mas sem o Ginga. 'Se eles tivessem investido antes, já teriam o middleware rodando', afirmou Soares.
FINANCIAMENTO
Os pesquisadores não terminaram o Ginga antes por falta
de financiamento. Os consórcios da TV digital criaram
uma prova de conceito em 2005, quando o governo
contratou o trabalho. Depois disso, os trabalhos foram
bastante reduzidos. 'Trabalhamos em 2006 sem dinheiro
nenhum', disse o professor. No início deste ano, a
PUC-Rio e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que
também trabalha no middleware, conseguiram a aprovação
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do
Ministério da Ciência e Tecnologia, para um projeto de
R$ 1 milhão. A primeira de duas parcelas foi liberada.
'Nossa parte está feita e publicada', afirmou o professor Guido Lemos, da UFPB. 'Na indústria, quem fizer primeiro vai ganhar dinheiro.' Demonstrar o Ginga em um conversor não quer dizer que ele está pronto para o mercado. O software precisa ser adaptado aos produtos de cada fabricante, o que pode ser feito por diversas empresas de software. Além disso, precisa ser testado e homologado, para garantir que não existe nenhum erro. Os telespectadores não estão acostumados a coisas como travamentos, mensagens de erro e telas azuis, como os usuários de computadores.
'Ainda falta ficar pronta a suíte de testes para verificar se o software está aderente à norma', disse o professor Luís Meloni, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 'Ela deve ser especificada em três meses. Depois, é preciso implementar.' Para ele, a presença do Ginga nos aparelhos em dezembro depende de investimento, que poderia vir do governo ou da iniciativa privada.
PRAZO
A Dynavideo é uma das empresas de software que trabalha
no Ginga. A arquitetura do middleware foi tema da tese
de doutorado do seu diretor-executivo, Luiz Eduardo
Leite, na UFPB. A Hirix, outra empresa de software, usou
este mês uma versão do Ginga feita pela Dynavideo na
demonstração de um serviço de banco via televisão no
Ciab, evento de tecnologia da Febraban.
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Fonte: IDG Now!
[09/11/06]
TV digital: novo filão para os desenvolvedores de
software por Daniela Moreira, repórter do IDG Now!
São Paulo - Profissionais brasileiros poderão investir
em uma nova área: a de aplicativos que rodarão nos
aparelhos receptores de TV digital.
Com a estréia da TV digital no Brasil, prevista para 3 de dezembro de 2007, um novo mercado começa a se abrir para os desenvolvedores brasileiros de software. Conhecidos pela habilidade e criatividade na elaboração de jogos para celular e videogames, os profissionais tupiniquins poderão investir em um novo filão, o de aplicativos que rodarão nos aparelhos receptores de TV digital.
A interatividade é um dos recursos mais celebrados da TV digital. Na prática, as emissoras poderão enviar junto com a programação dados e aplicativos que rodarão no receptor. A gama de aplicações é a mais variada: desde jogos, notícias, guias de entretenimento até programas governamentais, incluindo informações ao cidadão, consultas a serviços públicos e votações.
As aplicações podem funcionar de duas formas: localmente ou em comunicação com a emissora. No primeiro caso, o usuário simplesmente recebe o aplicativo e executa na sua TV – sem enviar dados de volta. Nesta categoria podem ser incluídos, por exemplo, os guias de programação, notícias e estatísticas sobre jogos esportivos.
Já as aplicações de interatividade remota – que requerem um canal de comunicação com a emissora (o chamado canal de retorno) – levam as possibilidades a um horizonte ainda mais amplo, que inclui respostas a enquetes, consultas a bases de dados, compras pela TV, entre muitas outras possibilidades.
Antes de entrar nos pormenores técnicos, é preciso pensar que a criação de aplicações para TV digital deve respeitar alguns critérios comportamentais. Embora possa ter uma tela tão grande ou maior que a de um computador, a TV não possui teclado – o que significa que os comandos estão restritos aos botões de um controle remoto.
A questão da distância é outro ponto a ser observado
– não se assiste à TV tão de perto quanto se utiliza o
computador ou o celular. Textos longos e letras
pequenas, portanto, não são muito viáveis. Além disso, a
TV tem um caráter coletivo, diferente do PC e do
telefone móvel, que também deve ser levado em conta.
“A postura do espectador é o fator principal. No
computador, ela é ativa e na TV, contemplativa”, observa
Faiçal Farhat de Carvalho, consultor técnico da FITec,
que produziu aplicações de prova de conceito para TV
digital, pedido do consórcio do padrão norte-americano (ATSC).
Mercado
Além das emissoras de TV, que distribuirão conteúdo
junto com a programação, e do governo, que pretende
aproveitar a tecnologia para promover iniciativas em
saúde e em educação, um dos mercados potenciais para o
desenvolvedor de aplicativos para TV digital é o de
publicidade.
A interatividade abrirá uma série de possibilidades aos anunciantes, que terão a opção de enviar informações adicionais aos espectadores e, utilizando o canal de retorno, até mesmo fazer transações de compra em tempo real. O desenvolvimento destes aplicativos ficará a critério do anunciante e não da emissora, que só enviará o sinal. Portanto, ao menos nesse filão, é certo que os programadores encontrarão oportunidades.
Mas, para Marcelo Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo, o desenvolvedor brasileiro deve voltar sua atenção principalmente ao mercado externo. “Essa será a grande chance para o profissional brasileiro conquistar um espaço de destaque no mercado mundial”, defende o pesquisador.
Segundo Zuffo, uma das preocupações do grupo de padronização da TV digital é justamente garantir que as aplicações desenvolvidas no Brasil possam ser vendidas para outros países. “É o que temos de melhor para oferecer. O hardware tende a se tornar commodity”, concorda Daniel Pataca, pesquisador do CPqD.
Por isso, o middleware – camada de software que roda sobre o sistema operacional e a máquina virtual e permite que a mesma aplicação funcione em diferentes modelos de equipamentos receptores sem necessidade adaptações – desenvolvido no Brasil deve abarcar aplicações criadas para todos os sistemas vigentes no mundo: norte-americano (ATSC), o europeu (DVB) e o japonês (ISDB), que adotamos como referência para o nosso próprio sistema.
Essa é uma vantagem para os programadores, já que os aplicativos para celulares, por exemplo, não têm padronização, exigindo que um mesmo software tenha que ser reescrito ou adaptado para rodar em aparelhos dos diferentes fabricantes.
De acordo com o pesquisador, a plataforma de referência do middleware brasileiro, que permitirá aos desenvolvedores criar as aplicações para TV digital, deve ser divulgada ainda no início de 2007. Mas ele adianta: conhecimentos em linguagens de desenvolvimento para web, e padrões como Java e XML serão fundamentais.
“Antes de qualquer decisão é preciso resolver a questão do pagamento de royalties”, diz Zuffo, em relação ao uso do Java como linguagem de referência para as aplicações voltadas a TV digital no Brasil. No que depender da Sun, este não deve ser o empecilho: a companhia já sinalizou que deve abrir o código-fonte do Java até o início de 2007, eliminando a necessidade de pagar pelo uso da linguagem.
Zuffo justifica a opção pela linguagem: "O Brasil tem 37 mil programadores em Java". Segundo o pesquisador, a plataforma de referência para as aplicações de TV digital será escalável, se estendo a celulares, set-top boxes (receptores) e qualquer outro hardware que for receber o sinal digital.