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[23/10/08]  Telefônica inicia testes de WiMax em São Paulo - por Ivone Santana

A Telefônica começa nesta sexta-feira, 24, a usar as freqüências de MMDS da TVA para testes da tecnologia WiMax nas regiões de Pinheiros e Jardins, em São Paulo, com 150 clientes residenciais. Será usada a freqüência de 2,5 GHz para acesso à internet em banda larga com velocidade de 2 Mbps para download e 600 kbps para upload. Para isto, foram montadas três estações radiobase (ERBs) na região. Participam dos testes a Motorola, com seus equipamentos no padrão 802.16e, e a Intel, incentivadora da tecnologia e preparando-se para lançar o primeiro módulo Wi-Fi/WiMax integrado da indústria. Os testes deverão durar três meses e a expectativa é que o serviço possa ser lançado comercialmente até o final do ano. Entretanto, esta ação depende da homologação dos equipamentos de WiMax na faixa de 2,5 GHz pela Anatel, o que ainda não aconteceu.

A expectativa era de que os testes começassem pelo Rio de Janeiro, mas as empresas deram uma guinada e anunciaram o piloto justamente numa área de concentração de redes para oferta de banda larga. A própria Telefônica implanta uma rede de fibras ópticas na área. Mas o vice-presidente de estratégia e regulação da Telefônica, Maurício Giusti, justificou que as condições em São Paulo, em termos de facilidade operacional, eram mais favoráveis. Disse ainda que, apesar de ser uma região com alta disponibilidade de rede, há problemas de cobertura. E a tecnologia ADSL esbarra em restrição técnica para expansão devido à distância entre a central e os usuários.

Cobertura

A licença de MMDS permite disponibilidade do serviço em um raio de até 35 quilômetros, extensiva a 50 quilômetros. Isto elimina, por enquanto, as áreas remotas, um dos principais alvos para WiMax.

A TVA também tem frequências de MMDS em Porto Alegre e em Curitiba, além do Rio de Janeiro, e o plano é ampliar os testes para todas as localidades.

Para o futuro lançamento comercial, não foram informados nem investimento no projeto, nem o custo para o consumidor. Mas como a infra-estrutura de WiMax custa menos que a cabeada, o preço também poderá ser inferior. Está prevista, inclusive, a oferta do serviço pré-pago para a população de menor poder aquisitivo. Não foi definido também se haverá uma única marca para a banda larga da Telefônica, por meio do Speedy, tanto para ADSL quanto WiMax.

Mobilidade

O equipamento testado usa a versão móvel do WiMax, mas a mobilidade foi desabilitada. Para o gerente de desenvolvimento de novos negócios em home & networks mobility da Motorola, José Geraldo Alves de Almeida, o ideal seria a regulamentação imediata da mobilidade restrita. Da forma como está, o usuário terá pouca liberdade de portar seu notebook para usar a banda larga, numa área praticamente limitada à sua residência, como permite um telefone sem fio. Isto não é muito favorável à tecnologia embarcada oferecida pela Intel, embora a empresa aposte no interesse do consumidor por equipamentos portáteis mesmo para uso nas residências. A vantagem do padrão embarcado, por enquanto, é que a operadora não precisará fornecer a CPE (modem) para o cliente, o que representa um custo a menos para assinante e operadora.