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Fonte: Tele.Síntese
[14/04/09] Polêmica
sobre faixa de 2,5 GHz chega à Câmara
O debate sobre a destinação da faixa de 2,5 GHz, que vem
sendo tratada sem definição na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações),
chegou hoje à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Em audiência pública
que deveria discutir a homologação e certificação de equipamentos WiMAX, decisão
também várias vezes adiada pela agência, ficou clara a disputa pela faixa de
frequência entre operadoras de TV paga por MMDS (Micro-ondas) e de telefonia
móvel.
A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel Pessoal,
sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE), acompanhando a
recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações). Já as operadoras
de TV por MMDS querem manter a faixa para esse serviço e ainda a permissão para
usarem a tecnologia WiMAX para oferta de banda larga sem fio a seus clientes.
Segundo o superintendente de Radiofrequência e Fiscalização da Anatel, Edilson
Ribeiro, há um entendimento de que é preciso alocar novas bandas para o SMP, que
deve chegar a 2018 com 280 milhões de acessos, sendo 125 milhões de banda larga
móvel. "Sem alocação de espectro, haverá saturação rápida nesse serviço", disse.
Ele defende a destinação proposta pela UIT como forma de economia de escala, já
que outros países como Reino Unido, Suécia e Aústria adotaram a recomendação,
promovendo uma harmonização com países.
Sobre certificação de equipamentos WiMAX, Ribeiro disse que a Anatel somente
está postergando a habilitação para a faixa 2,5 GHz, mas já permite em outras,
como a 5.8 e 3.5 GHz. "É preciso sanar o conflito de interesse sobre a faixa
2,5GHz, com uma visão sobre o interesse maior da sociedade brasileira, antes de
certificar equipamentos", disse.
Contra duopólio
O presidente da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), Alexandre
Annenberg, disse que a demora da certificação do WiMAX impede a entrada do MMDS
na banda larga. "Esse é um fator que favorece o duopólio da banda larga pelas
operadoras de telefonia fixa", disse. Ele defende que os 190MHz usados pelas
operadoras de MMDS na faixa 2,5 GHz não sejam divididas.
Já o presidente da Acel (Associação Nacional das Operadoras Celulares), Emerson
Costa, reclamou da dificuldade de se obter frequência para o SMP no país. "O
Brasil está entre os países que disponibiliza a menor quantidade de espectro no
mundo", disse.
O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), autor do requerimento da audiência, acha
que a postergação da Anatel em decidir o assunto é fruto do esvaziamento da
agência, promovido pelo atual governo. Os integrantes da Comissão de Ciência e
Tecnologia defendem debate mais amplo sobre o tema.
A audiência contou ainda com a presença de representante da Neotec, Telefônica,
Sky e Acon Comunicações.