O Conselho Diretor da Anatel definiu na manhã desta sexta-feira, 13,
prorrogar a licença de uso do espectro das 11 licenças de MMDS que vencem no
dia 16 de fevereiro. Mas a decisão não concluirá as análises sobre a
prorrogação. Os termos que serão expedidos na próxima semana não terão uma
definição do preço a ser pago pelo uso das radiofrequências associadas à
prestação do serviço. Este valor só será conhecido bem mais tarde, já que a
Anatel decidiu se dar 12 meses para elaborar um novo sistema de cobrança
pelas frequências.
Para definir o novo preço, a Anatel estipulará um cronograma de análise que,
segundo a conselheira Emília Ribeiro, não poderá de forma alguma ultrapassar
12 meses. Os critérios para redefinir o pagamento pelas freqüências ainda
são um mistério. A única coisa que se sabe no momento é que a Anatel não
está satisfeita com a cobrança como está, baseada apenas no Preço Público
pelo Direito de Uso de Radiofrequência (PPDUR). Para o SCM, o PPDUR é de R$
9 mil e há interpretações de que este valor também é válido para o MMDS. "A
gente não concorda com esse preço. O PPDUR não dá para ser parâmetro",
afirmou Emília.
Assim, as empresas não saberão, de antemão, quanto vai custar a faixa que
utilizarão pelos próximos 15 anos. E, por um ano (ou menos, dependendo da
velocidade de trabalho da Anatel), não será cobrado nada das operadoras.
Esse custo seria pago retroativamente quando a agência estabelecer o novo
sistema de cálculo. É possível que a Anatel avalie a viabilidade de cobrança
de preços diferenciados para estimular pequenas empresas, que exploram
exclusivamente o MMDS ou o SCM, por exemplo.
A definição foi tomada às pressas por conta do iminente vencimento dos
contratos. Mas a agência tem sido pressionada também pelo Tribunal de Contas
da União (TCU), que há anos cobra da Anatel a criação de um sistema mais
claro de remuneração do uso das radiofreqüências. Nos últimos dois dias,
fiscais do TCU estiveram na agência reguladora fazendo uma espécie de
"operação pente-fino" sobre a condução dos processos envolvendo as empresas
de MMDS e se a Anatel está de fato dando sequência à criação de um sistema
mais detalhado de cobrança pelo uso do espectro.