As operadoras da faixa de 2,5 GHz interessadas em oferecer serviços de banda
larga por meio da tecnologia WiMAX terão que esperar mais um mês para saber
se a Anatel irá ou não retomar a certificação e homologação de equipamentos.
Na reunião do Conselho Diretor da Anatel realizada nessa quinta-feira, 12, o
presidente da autarquia, embaixador Ronaldo Sardenberg, pediu mais 30 dias
para analisar o processo que pode culminar na liberação das homologações,
suspensas há mais de oito meses por uma decisão informal e apócrifa do
comando da agência.
Na semana passada, durante o Seminário Políticas de (Tele)comunicações, o
embaixador declarou que precisaria apenas de sete dias para analisar melhor
o relatório produzido pela conselheira Emília Ribeiro. O documento,
disponível no site da agência reguladora, tem cinco páginas e conclui que a
gerência técnica deve retomar imediatamente o trabalho de certificação e
homologação de equipamentos.
A indefinição sobre a retomada da emissão dos certificados pode ter relação
com o motivo inicial usado pela Anatel para embargar a análise técnica.
Quando a gerência foi compelida a parar de emitir as homologações, o
argumento usado era a necessidade de aguardar a deliberação sobre a reforma
da destinação da faixa de 2,5 GHz, destinada hoje ao MMDS e em parte ao SCM
e onde há a possibilidade de operação com equipamentos em WiMAX.
A revisão das regras para a faixa de 2,5 GHz (Resolução 429/2006) também foi
adiada recentemente, pois o conselheiro-relator, Antônio Bedran, quis
analisar melhor o assunto. Coincidência ou não, o adiamento da reforma da
faixa de 2,5 GHz também foi por 30 dias. A mudança de destinação da faixa,
que privilegiará provavelmente o Serviço Móvel Pessoal (SMP) de acordo com
os estudos iniciais da Anatel, tem gerado muita polêmica no setor de
telecomunicações, o que pode dificultar a ação da agência reguladora.
Até que a agência conclua seu trabalho neste caso, diversas empresas têm
sofrido com a suspensão das homologações, com prejuízos financeiros pela
limitação na oferta de serviços de banda larga. Uma delas, a Telefônica
(TVA), chegou a mandar uma carta à Anatel pedindo que a agência liberasse o
uso dos equipamentos de WiMAX e sugerindo a existência de graves perdas
financeiras com a atitude tomada pela Anatel.