Fonte:
Computerworld
Previsão é que tema seja discutido na próxima reunião do conselho diretor da
agência, que acontece em 29/01
Este ano a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deverá realizar uma
licitação para novas outorgas de prestação de serviços de TV por assinatura,
por meio das tecnologias cabo e MMDS (Distribuição de Sinais Multiponto
Multicanal).
A previsão é que o assunto seja avaliado na próxima reunião do conselho
diretor do órgão regulador, que acontece no dia 29/01/09, em Brasília. O
tema esteve na pauta do último encontro do conselho do ano passado, que
aconteceu em 19/12/08, mas houve um pedido de vistas e ele acabou não sendo
discutido.
De acordo com o texto original do "Planejamento do Serviço de TV a Cabo e
Serviço de Distribuição de Sinais /Multiponto Multicanal", que permaneceu em
consulta pública entre 11/01/2006 e 27/03/06, a agência pretende estabelecer
os serviços em todos os municípios brasileiros, sem listas pré-definidas de
localidades para as outorgas dos serviços, como acontecia anteriormente.
Serviço está presente em 8,4% dos municípios
Estatísticas da Anatel mostram que a penetração do serviço de TV por
assinatura é baixa no Brasil, com cerca de metade da população (51,9%, ou 91
milhões de pessoas) com acesso a ofertas do tipo, em 8,4% dos municípios
País que têm o serviço por meio das tecnologias MMDS, cabo, ou ambas.
As empresas de TV por assinatura somam 6,1 milhões de usuários, de acordo
com estatísticas da agência de setembro do ano passado, e outros 2,4 milhões
de clientes de banda larga, segundo a ABTA (Associação Brasileira de TV por
Assinatura).
A tecnologia de TV a cabo responde pela maior parte dos clientes, com
62,14%, seguida pelo DTH (Direct to Home), com 33,88%, e pelo MMDS, com
3,96%. Apenas a Net e a TVA oferecem serviço de banda larga por meio de suas
redes de cabo.
A Net, que usa o cabo como tecnologia, é a líder do segmento, com market
share de 48% no mercado de TV por assinatura e 18% de banda larga. Em
segundo lugar, está a Sky/DirectTV, que utiliza o DTH como tecnologia, detém
cerca de 31% do mercado.
Teles de olho no mercado
As operadoras de telecomunicações vêm demonstrando amplo interesse em entrar
neste mercado, para oferecer os chamados pacotes triple play, que reúnem TV
por assinatura, banda larga e telefonia. O grande diferencial dessas
ofertas, de acordo com Julio Püschel, analista sênior do Yankee Group, é a
possibilidade de reduzir o dos produtos por consumidor e, ao mesmo tempo,
aumentar o ARPU (Receita Média por Usuário) de um único fornecedor.
"TV por assinatura ganhou grande importância quando a Net lançou seus combos
triple play, porque a empresa conseguiu atrair clientes de banda larga, que
têm um ARPU maior que a média", avalia.
Atualmente, Telefônica, Oi e Embratel oferecem serviços de TV por
assinatura, utilizando as tecnologias MMDS e DTH, já que a Lei do Cabo impõe
restrições à participação das teles na TV a cabo.
De acordo com a legislação, empresas de telefonia não podem ter participação
superior a 20% no negócio de cabo em sua área de concessão. Além disso,
companhias de capital estrangeiro devem respeitar o limite de 49% na
participação acionária em negócios do setor.
A mudança neste cenário depende do andamento do Projeto de Lei 29 (PL 29),
que tramita no Congresso Nacional ainda sem perspectiva real de aprovação.
"Mesmo com essa restrição, as teles têm encontrado alternativas diferentes
para entrar neste segmento", comenta Püschel, referindo-se às ofertas DTH
das operadoras de telecomunicações e a aquisições de TVs a cabo pelas teles,
como aconteceu com a WayTV, adquirida pela Oi, e ao negócio envolvendo TVA e
Telefônica.