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Leia na Fonte: Teletime
[06/08/12]
Compromissos do 4G poderão ser cumpridos com a faixa de 700 MHz, afirma Paulo
Bernardo - por Helton Posseti
O ministro Paulo Bernardo revelou nesta segunda, 6, que o Ministério das
Comunicações pretende concluir estudos sobre a faixa de 700 MHz até o final do
ano e existe a possibilidade de que a faixa seja licitada já em 2013.
“Talvez eles (a Anatel) consigam antecipar para outubro a conclusão do estudo e
nós vamos tomar a decisão. Acho que a partir daí, se for definido que vamos
fazer, tenho a impressão que num espaço de nove meses a um ano dá para fazer a
licitação”, afirma ele.
O presidente da Anatel, João Rezende, que esteve reunido com Paulo Bernardo para
tratar do orçamento da agência, confirmou que existe sim a possibilidade de a
licitação sair no ano que vem, a depender da decisão do Minicom. “É possível
sim, mas precisamos definir a destinação da faixa e depois ainda tem o edital”,
afirma ele.
A decisão, de qualquer forma, cai como uma luva para os planos das teles. Não só
pela aceleração do processo, mas porque, segundo o ministro, “não há restrição
nenhuma” para que as empresas usem a faixa de 700 MHz para cumprir as metas de
cobertura da 4G. O ministro diz que situação é análoga às metas de cobertura
rural, que poderão ser atendidas com outras faixas que não o 450 MHz. Essa
previsão para a área rural, entretanto, está explícita no edital de venda da
faixa de 2,5 GHz/450 MHz, o que não acontece com as metas do 4G.
O Minicom parece estar confiante de que uma eventual redução no custo de
implantação de infraestrutura (a faixa de 700 MHz exigiria até três vezes menos
antenas que a de 2,5 GHz) possa estimular as teles a botar a mão no bolso duas
vezes em um ano para comprar frequência. “As empresas têm interesse (na faixa)
porque o 700 MHz pode fazer tudo que o 2,5 GHz faz com menos custo. Se tiverem
frequência mais baixa, vão fazer a mesma coisa com menos antenas”, diz o
ministro.
Radiodifusão
Segundo Bernardo, a Secretaria de Telecomunicações e a Secretaria de Comunicação
Eletrônica do Minicom já têm um levantamento da ocupação da faixa nos municípios
brasileiros. Esse levantamento mostra que em várias cidades a faixa está
semi-ocupada ou desocupada. “Nas grandes cidades está ocupada, mas em termos de
território, a maioria está desocupada. Nós podemos licitar onde está ocupada,
condicionada à desocupação. Assim, as teles ficam interessadas. O modelo não
está definido”, afirma o ministro.
Uma eventual licitação das faixas seria acompanhada de um “plano de aceleração
da transição para a TV digital”. Isso porque, segundo o ministro, a transição
das retransmissoras está bastante atrasada. Bernardo menciona o caso de algumas
cidades pequenas em que a retransmissora não pertence às redes de radiodifusão,
mas sim a prefeituras que, no passado, foram pressionadas para a instalação das
antenas. “Acho hoje muito difícil, se não impossível, achar que o prefeito vai
botar dinheiro nisso aí”, afirma ele. Vale lembrar que além da digitalização das
transmissões, é preciso ainda assegurar que os receptores dos usuários estejam
trocados para a tecnologia digital.
Tudo no Minicom
Há cerca de três semanas, representantes das associações de radiodifusores Abert,
Abra e Abratel estiveram no ministério para tratar da utilização futura da faixa
de 700 MHz. Segundo apurou este noticiário, o pedido das associações foi de que
a decisão não fosse tomada exclusivamente pela Anatel, uma vez que a
radiodifusão é de competência do Minicom. Na ocasião, o ministro pediu que o
setor apresentasse os seus estudos, o que, segundo Bernardo, ainda não foi
feito. “Não nos parece que há grande demanda para novas licitações (para
radiodifusão). Estamos esperando conversar com eles antes de avançar”, disse o
ministro. Na radiodifusão, a avaliação das declarações do ministro ainda é
preliminar. “Não acho cedo para sair decisão, acho cedo para sair o leilão”, diz
uma fonte, analisando as declarações do ministro.