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Leia na Fonte: Teletime
[30/08/12] Zenteno
defende 700 MHz para atingir metas de cobertura - por Bruno do Amaral
Com as promessas do Minicom para um eventual leilão dos 700 MHz, as operadoras
começam a pensar em estratégias para abordar a faixa em conjunto com os 2,5 GHz
para o LTE. O presidente da Claro, Carlos Zenteno, defendeu durante o Painel
Telebrasil, em Brasília, nesta quinta-feira, 30, a utilização das duas
frequências de acordo com a necessidade, para atingir as metas de coberturas do
4G mais rapidamente.
O dividendo digital permite uma atuação mais ampla com menos infraestrutura, o
que barateia a faixa. “Teríamos de olhar as próprias condições do leilão de 700
MHz, pois estamos com vontade de completar as frequências necessárias para
atingir as metas de cobertura mais facilmente, considerando oferecer vantagens”,
afirma. Ele diz que, historicamente, os leilões acabam por impor compromissos
adicionais, mas que não seria “muito eficiente colocar uma meta de cobertura se
sobrepondo às já existentes”.
Zenteno reclama que as metas do 4G impostas pelo governo já são “muito
agressivas e exigentes”, e que a utilização em conjunto das duas faixas
permitiria chegar a mais lugares mais rapidamente. Os investimentos poderiam ser
acelerados utilizando o 700 MHz. “É melhor para todos, poderemos fazer mais
rápido com uma quantidade menor de sites”, explicou. A ideia dele é colocar essa
faixa para áreas rurais e mais abertas, enquanto a de 2,5 GHz ficaria para
centros urbanos. O executivo alerta, no entanto, para a importância da Lei Geral
de Antenas para driblar a regulação restritiva em municípios para a instalação
de torres e, assim, poder acelerar a implantação da rede 4G, considerando a meta
de cobrir as cidades-sede da Copa das Confederações até abril de 2013.
A indefinição do leilão dessa frequência, entretanto, é um problema para a
definição de adoção de terminais compatíveis, segundo ele. Ainda assim, o
presidente da Claro se mostra otimista para o começo dos testes com os
fornecedores, assim como já tem feito nas cidades de Campos do Jordão (SP),
Paraty e Búzios (RJ) com o 2,5 GHz. Para ele, os aparelhos já estariam prontos
para ambas as bandas, levando a uma simplificação: “tem de ser tudo 4G”.
Conteúdo
Durante o painel, Carlos Zenteno também defendeu a maior participação das
operadoras na oferta de conteúdo. “É um grande desafio para as empresas não
serem somente um tubo para o usuário”, disse. O problema é que essas companhias
investem em melhorias na infraestrutura de rede, mas não obtêm o retorno no
consumo dos clientes de forma otimizada. A Claro, afirma, estaria se esforçando
para participar disso, acompanhando fóruns internacionais para discutir um
modelo no qual a conta feche.
Uma saída para Zenteno é pensar não apenas no Capex, mas também no Opex:
“Precisamos encontrar novas tecnologias e infraestrutura com os fornecedores
para suportar essa demanda de tráfego muito grande. Isso tem sido um elemento
importante para suportar o crescimento”. Algumas alavancas, na visão dele,
seriam frutos de investimentos de longo prazo.
Uma delas é assegurar a viabilidade de um planejamento contínuo com a
estabilidade e previsibilidade proporcionada pelo marco regulatório. “Os
capitais estrangeiros que fazem investimento de infraestrutura avaliam muito a
certeza que você tem para o futuro”, conta. A operadora tem acompanhado o
trabalho próximo à Anatel para, com planejamento conjunto, garantir a segurança
jurídica desses planos.
Outra alavanca é a de trabalhar nos impostos. Segundo o executivo da Claro, a
desoneração pode motivar e incentivar não só os investimentos na infraestrutura
física, sobretudo em áreas que precisam de maior investimento, como no próprio
serviço, criando ofertas diferenciadas e ampliando o acesso.