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Leia na Fonte:
Teletime
[27/02/12]
Como ficam as metas rurais se o leilão de 2,5 GHz não vingar? - por Helton
Posseti
O edital de venda da faixa de 2,5 GHZ/450 MHz tem a peculiaridade de tratar de
dois mercados diferentes nas telecomunicações. De um lado, a necessidade de se
levar o serviço de telefonia para o campo, onde o equilíbrio
econômico-financeiro do negócio é algo delicado, que será concretizada com a
venda da faixa de 450 MHz. De outro, dotar o país do que existe de mais moderno
em relação a redes móveis com vistas, principalmente, à Copa do Mundo de 2014 e
as Olímpiadas de 2016, o que será feito com a venda da faixa de 2,5 GHz.
Esses dois objetivos tão díspares têm provocado respostas conflitantes entre a
Superintendência de Universalização (SUN) e a Superintendência de Serviços
Privados (SPV).
Durante a audiência pública que a agência promoveu em Brasília, o
superintendente de serviços privados, Bruno Ramos, explicou que, caso o 450 MHz
não seja vendido separadamente, 100% dos municípios terão atendimento rural
apenas se os três blocos de 20 MHz + 20 MHz do 2,5 GHz forem arrematados. Se
duas empresas vencerem a disputa por essas faixas, serão escolhidos entre elas
67% dos municípios. E, caso apenas uma companhia adquira qualquer um dos blocos
de 20 MHz + 20 MHz, 33% dos municípios terão a oferta de comunicação rural.
O superintendente de Universalização, José Gonçalves Neto, por outro lado, diz
que a decisão sobre essa questão ainda não está tomada. “É um tema que está em
debate. Não sabemos como vai evoluir se der "no show" (não houver interessados).
É um exame que vamos fazer durante a consulta pública”, afirma ele.
Depois do fracasso de tentativas anteriores de levar a telefonia para as áreas
rurais, a área de universalização da Anatel vê na licitação do 450 MHz a
oportunidade perfeita para que essa dívida seja sanada. “A gente não pode deixar
essa chance passar”, afirma Neto. O superintendente aposta que dessa vez o
atendimento rural sai do papel, por isso não admite a possibilidade de que um
eventual desinteresse pelo 2,5 GHz possa acabar prejudicando o atendimento da
área rural.
Na época da privatização, foi criado o Ruralcel/Ruralvan que chegou a ter 130
mil assinantes e hoje deve ter, na estimativa de Neto, algo em torno de 20 mil.
Na verdade, a Anatel não tem o número exato de assinantes desse serviço, como
foi colocado pelo conselheiro Rodrigo Zerbone em recente reunião do conselho
diretor. Segundo ele, as estimativas repassadas por diferentes áreas da agência
eram tão díspares que seria arriscado considerar qualquer uma delas.
O superintendente de universalização explica que o Ruralcel/Ruralvan não se
desenvolveu por uma falha na política de interconexão de rede entre a tele fixa
e a as móveis, que fornecem infraestrutura. As móveis cobram a VU-M e as fixas
são remuneradas com tarifas do padrão da telefonia fixa o que desequilibra o
modelo.
A expectativa é que o regulamento de prestação do STFC fora da Área de Tarifação
Básica (FATB) tenha corrigido essa falha. O regulamento, que está em consulta
pública, cria a Valor de Meio Adicional (VMA), uma remuneração extra para a
concessionária que incidirá sobre as chamadas realizadas pelos clientes de fora
da ATB ou para eles.