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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[05/06/12]
Pesadas garantias exigidas pela Anatel afastam novos e pequenos investidores do
leilão da 4G - por Miriam Aquino
Para entrar na disputa, as empresas precisavam de R$ 830 milhões, e quem levar
todos os lotes terá que dar garantia de R$ 15 bilhões.
As pesadas garantias exigidas pela Anatel para a participação no leilão da 450
MHz e da 2,5GHz foram as principais razões apontadas pelo mercado para afastar
alguns interessados à compra das frequências. A entrega de propostas foi feita
hoje, dando início à licitação das frequências de 450 MHz e de 2,5 GHz.
Além da ausência da novata, a operadora sueca Net1, representada pela holding
AINMT, que questionou com veemência as garantias exigidas durante a fase de
elaboração das propostas, outras tradicionais operadoras - como a CTBC, que tem
importante atuação na região do Triângulo Mineiro - também deixaram de se
apresentar à disputa.
A GVT, que era tida como potencial interessada na licitação, já havia descartado
há algum tempo o seu possível ingresso na telefonia celular. Embora a espelho
precise de um braço móvel, a sua estratégia de focar nos serviços fixos de banda
larga e, agora, na oferta de IPTV tem dado certo e agradado bastante aos seus
controladores. A francesa Vivendi, que é dona da GVT, também enfrenta problemas
com a crise europeia e uma forte competição em seu mercado doméstico, fatores
que desestimulam a empresa a fazer grandes investimentos no Brasil.
Fontes de empresas que participam do leilão afirmam também que, no dia 12,
quando serão abertas as propostas entregues hoje, o interesse pelas banda P (10
MHz em FDD) e U+T (50 Mhz em TDD), as únicas que não são nacionais, poderia ser
até maior. Mas as ofertas ficarão limitadas aos principais centros urbanos do
país, justamente porque as garantias exigidas pela Anatel são "descomunais".
Conforme o edital, para cada lote em disputa, a empresa precisa oferecer as
garantias para a participação do certame (essas, consideradas "pequenas", somam
R$ 830 milhões). O mais pesado são as garantias a serem apresentadas após a
vitória, que deverão bancar o cumprimento das metas de cobertura estabelecidas e
somam até R$ 15 bilhões. "É um custo muito alto", confirmam fontes do mercado.
Quem vai para onde
Se Claro e Vivo são tidas como candidatas certas à compra das licenças nacionais
(de 40 MHz) e a Sky e Sunrise deverão disputar alguns lotes das bandas U+T (50
MHz em TDD) e banda P (10 MHz em FDD), a incógnita diz respeito ao movimento da
Oi. A TIM é vista como potencial candidata a disputar as bandas de 10 MHz.
A Oi não sinalizou se vai ou não comprar sozinha a frequência de 450 MHz e
iniciar a oferta da banda larga rural, como o governo quer. Ela não sinaliza
também se vai disputar com os dois maiores grupos - a América Móvil e a
Telefônica - as frequências nacionais de 40 MHz, ou se vai se contentar em
disputar com a TIM as bandas de 10 MHz (V1 e V2) e a banda P.
De qualquer forma, se ficar vazia a primeira rodada do leilão, que é a venda da
faixa de 450 MHz sozinha, a área rural brasileira não ficará sem o serviço de
banda larga ou de telefonia, pois as empresas que comprarem as licenças
nacionais de 2,5 GHz terão a obrigação de levar o serviço de voz e de banda
larga rural para um terço do território brasileiro. As únicas aquisições que
ficam isentas de investimento na zona rural são as da banda U+T (TDD) e a P.