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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[18/01/13]
Oi e TIM vão compartilhar rede LTE já na Copa das Confederações - por Lia
Ribeiro Dias
As duas operadoras apresentaram à área técnica da Anatel um projeto de
implantação de rede conjunta para cumprir as obrigações de cobertura na Copa das
Confederações
Os estímulos do Ministério das Comunicações e da Anatel para que as operadoras
compartilhem infraestrutura de rede encontraram uma boa acolhida na Oi e na TIM.
Conforme publicado na edição de ontem do TeleSíntese Análise, as duas operadoras
apresentaram à área técnica da Anatel um projeto de implantação de rede conjunta
para cumprir as obrigações de cobertura na Copa das Confederações. Cada uma
implantará a rede LTE em seis cidades e as duas operadoras usarão a mesma rede,
compartilhando não só infraestrutura mas também frequência.
A proposta ainda está em análise, mas fontes da agência entendem que não há
obstáculos maiores à sua aprovação. Os dois pontos mais sensíveis são o
compartilhamento de espectro – uma vez que a Oi terá de usar o espectro da TIM
nas cidades onde a operadora italiana construir a rede LTE, e vice-versa – e a
responsabilidade frente ao usuário. “Esses dois pontos, no entanto, foram
abordados nas regras definidas para o atendimento com telefonia celular 2G nas
cidades com menos de 30 mil habitantes”, diz um dirigente. Essas cidades têm de
ser atendidas por pelo menos uma operadora (o leilão das licenças 3G definiu a
obrigatoriedade de cobertura), mas se uma concorrente quiser atuar lá poderá
compartilhar a infraestrutura e o espectro. Também foram estabelecidas as
responsabilidades frente ao usuário.
Na avaliação de técnicos da Anatel, a iniciativa da Oi e da TIM, que por
enquanto estabeleceram um memorando de entendimentos, é muito positiva, pois
racionaliza os investimentos e reduz o impacto da instalação de antenas nas
cidades (ainda mais que a nova rede de quarta geração, por usar frequência mais
alta, vai exigir um número maior de antenas). “Um dos maiores problemas
enfrentados pelas celulares são as restrições municipais à instalação de
antenas”, lembra um técnico.
Se a solução é boa para o orçamento de investimento das operadoras e para as
administrações municipais, ela afeta diretamente os fornecedores de
infraestrutura, tanto passiva como de rádios. Mas no negócio geral de
comunicações móveis no país o estrago não deverá ser grande, na avaliação de
fornecedores, até porque as redes LTE, nessa primeira fase, serão pequenas. São
12 cidades para a Copa das Confederações e mais uma quantidade ainda não
definida de subsedes para a Copa do Mundo.
À espera de novas frequências
Na avaliação dos fornecedores de sistemas móveis, as celulares que compraram
licenças de quarta geração, na faixa de 2,5 GHz, vão apenas cumprir com as
obrigações de cobertura estabelecidas pela Anatel no leilão. “Não acredito que
irão além. Vão esperar as decisões do governo em relação à faixa de 700 MHz e
vão também usar a faixa de 1,8 GHz. Na faixa de 2,5 GHz vão ter uma atuação
limitada, pois ela demanda muito mais investimento para uma cobertura pior”,
comenta um executivo.
Embalada por bons resultados no ano de 2012, quando o setor cresceu em média
15%, a indústria está moderadamente otimista em relação a 2013. A expectativa é
de um crescimento entre 5% e 8%, a depender do desempenho geral da economia. “Se
a economia registrar um 'pibão', como prometeu a presidenta, o crescimento
poderá chegar a 10%”, avalia outro dirigente de empresa fornecedora.
Muito mais do que a rede LTE, o que vai continuar movimentando as receitas dos
fornecedores são as encomendas para a expansão das redes de 2,5 G. Em 2012, de
acordo com várias empresas, o forte foi a expansão das redes de 2,5G em função
das exigências por melhoria de qualidade e da forte demanda por terminais
celulares para essas redes. “Certamente as redes de 2,5G responderam por 70% das
encomendas de expansão em 2012”, diz a fonte.
Sobre o desenvolvimento futuro dessas redes, há divergências. Para um
fornecedor, a demanda de expansão das redes 2,5G deve começar a desacelerar a
partir do final deste ano. Outros acreditam que a forte base instalada de
telefones 2/2,5G e o volume de vendas ainda crescente desse tipo de aparelho vão
continuar embalando os investimentos nas redes de segunda geração, quando a
expectativa é de que já estivessem sendo substituídas pelas redes 3G.