WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Espectro de 2,5 GHz --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[05/03/13]
WiMAX volta à cena, agora com empresas de energia e foco na faixa de 2,5 GHz
A tecnologia de comunicação de dados sem fio WiMAX, que até o final da década
passada rivalizava com o LTE como padrão para a quarta geração de serviços
móveis, pode ter saído do radar das operadoras de telecomunicações, mas não do
das empresas de energia. E mais, ela pode ser a base de um grande backhaul de
dados das utilities, o que é essencial para o desenvolvimento das smartgrids
(redes de energia inteligentes, com capacidade de comunicação bidirecional) e
pode abrir novas oportunidades de negócio para as empresas do setor elétrico. Na
semana passada, representantes do WiMAX Forum estiveram no Brasil em uma
delegação que reunia empresas de energia como CPFL, Eletropaulo, EDP, Cemig e
fabricantes como GE, Cisco e outras para apresentar o conceito a autoridades da
Anatel e Aneel.
O foco do WiMAX Forum é convencer o governo que a reserva feita no espectro de
2,5 GHz para serviços públicos é perfeita para o desenvolvimento dessa nova
plataforma de dados no Brasil. Recorde-se que no edital de venda das faixas de
2,5 GHz para a quarta geração de serviços móveis, a Anatel reservou 15 MHz do
espectro (faixa T) para uso público. Mas até agora o governo não disse o que
pretende fazer com esse espectro, que precisa necessariamente ser usado por uma
tecnologia não-pareada, ou seja, alguma tecnologia TDD. Pode ser o TD-LTE ou o
WiMAX.
Cidades digitais
Segundo Declan Byrne, presidente do WiMax Forum, a receptividade do governo ao
modelo apresentado pela comitiva foi positivo, sobretudo porque abre a
possibilidade de que municípios, que terão direito ao uso dessas faixas, façam
parcerias com empresas de energia para viabilizar projetos de cidades digitais.
Ele mostrou experiências internacionais de uso do WiMAX em redes de capacidade
industrial, incluindo setores de energia, petróleo, mineração, transporte de
carga e aviação. "Definitivamente, o WiMAX vai ser cada vez menos importante
para as empresas de telecomunicações, mas cada vez mais relevante para esses
outros setores, que precisam de capacidade de telecomunicações", diz Byrne.
No caso das empresas de energia, a maior parte dos projetos está casado com a
implementação das smartgrids. "O caminho que alguns países como Austrália,
Canadá, EUA, Japão e Coreia estão seguindo é dotar os smartmeters (medidores de
energia) com capacidade de comunicação a uma rede WiMAX e, ao mesmo tempo,
capazes de criar uma rede Mesh ao consumidor", disse. O WiMAX funcionaria como
backhaul e outras soluções de acesso, eventualmente Wi-Fi, seriam usadas para a
última milha.
Faixa adequada
"Já existem alguns milhões de smartmeters funcionando no mundo com esse modelo",
disse. No entendimento do WiMAX Forum, não haveria impedimentos regulatórios ao
desenvolvimento desse modelo no Brasil, mas seriam necessárias algumas
adaptações na estrutura das empresas. As faixas em que as utilities de energia e
outros setores estão utilizando o WiMAX variam de país para país, mas 2,3 GHz,
3,6 GHz e 1,8 GHz são comuns. No caso do 2,5 GHz, já há um forte ecossistema
desenvolvido. No passado, o WiMAX Forum advogava pela liberação da faixa de 3,5
GHz também, mas nesse momento a entidade acha que ela seria menos aconselhada,
porque envolve mais custos e porque pode interferir em serviços de radiodifusão
por satélite. "A faixa de 3,5 GHz é a mais comum para WiMAX no mundo, mas isso
está mudando".
O WiMax Forum acredita que uma política pública que busque o desenvolvimento
desse mercado no Brasil terá potencial de influenciar na adoção da tecnologia em
vários outros mercados da América Latina. Nos próximos meses, a entidade
repetirá visitas ao Brasil para reforçar o conceito. Segundo Byrne, as empresas
de energia já estão olhando atentamente para o uso do WiMAX e veem a tecnologia
como uma forte candidata a prover conectividade para os cerca de 70 milhões de
medidores inteligentes que terão que ser implementados no Brasil nos próximos
cinco anos.
Da Redação