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Leia na Fonte: CIO
[10/01/18]  Tendências do setor wireless para 2018 - O amadurecimento do 5G, a convergência nos modelos de negócios e os desafios das small cells
estão entre elas
- por Rogerio Ferro *

Os leitores familiarizados com o chamado ciclo de hype sabem que novas tecnologias passam por um conhecido processo assim que elas surgem. A
animação do começo leva a expectativas excessivas, que, em alguns casos, levam `a frustração geral antes mesmo que ocorra o difícil trabalho de
implementação geral (se é que ele vá mesmo acontecer). Quando pensamos na tecnologia 5G, certamente existe a euforia inicial de todas as vantagens
que ela trará. Também passamos pela frustração que ocorre quando pensamos “isso vai ser difícil de popularizar”. Estamos em um momento de
ascensão, e acreditamos que 2018 seja um ano produtivo quando realmente começarmos a entender o que é possível fazer após o período de hype. Será
ainda melhor com a aprovação pelo 3GPP do novo padrão de rádio 5G não autônomo, permitindo novos desenvolvimentos.

O ano de 2018 será de pragmatismo, um momento para entender o que é realmente possível. É por isso que a densificação, a virtualização, a otimização
e a simplificação das redes continuarão em primeiro plano entre os objetivos dos fornecedores de infraestrutura de telecomunicações neste novo ano.
Embora não sejam exatamente novas, essas iniciativas são importantes, pois as operadoras maximizam seus investimentos na rede e criam uma ponte
para as tecnologias de próxima geração.

A experimentação já começou, com trials e provas de campo em desenvolvimento. Todos esses testes deixam claro que a tecnologia 5G traz novas
dinâmicas e oportunidades de mercado, mas há desafios importantes que precisam ser superados. Em nossa perspectiva, as três áreas abaixo serão
essenciais em 2018:

1 - Convergência para novos modelos de negócio e novos usos

A convergência das redes com e sem fio é real. Muitos de nossos clientes estão se
reorganizando em torno desse conceito, acabando com segmentações de negócio dentro da empresa, pois os negócios, antes separados, agora se
uniram. Profissionais que tradicionalmente usavam rede fixa estão migrando para as redes sem fio, trazendo também seu conhecimento sobre
conectividade de fibra óptica. Muitas operadoras direcionam a fibra para pontos mais sensíveis de suas redes para permitir arquiteturas RAN (C-RAN)
centralizadas ou na nuvem e implementações de small cells em grande escala que colocam o ponto de mudança de rede de fibra mais próximo dos
assinantes.

MSOs e empresas neutral host com redes de fibra estão lucrando com elas, vendendo acesso para backhaul de small cells. Algumas estão até construindo
e alugando suas próprias redes de small cells para operadoras sem fio. Parcerias improváveis estão se formando entre empresas de cabo, provedores de
rede sem fio e neutral hosts. O mercado está dinâmico, e isso pode criar ansiedade, mas também abre novas oportunidades.

Há também convergência de espectro licenciado e não licenciado com a abertura de novas frequências, como 3,5 GHz, uma das bandas globais da
tecnologia 5G. O Citizen Broadband Radio Service (CBRS) nos Estados Unidos, fornecerá o serviço a usuários licenciados e não licenciados e permitirá
novos casos de uso, como redes LTE privadas e SWN/WOAN. Um fabricante pode implementar uma rede LTE privada na frequência de 3,5 GHz para
controlar via rede sem fio robôs em uma fábrica. Ou um neutral host pode usar uma rede LTE em um estádio ou centro comercial e vender capacidade
para provedores de serviços. Muitos negócios e usos novos envolvem a frequência de 3,5 GHz.

2 - A estrada para a tecnologia 5G é formada por redes LTE

Para o mercado celular tradicional, o objetivo da banda larga móvel aprimorada ainda está
relacionado à evolução da LTE. Com agregação de operadoras e implementação em campo comprovadas, a rede LTE está alcançando velocidades muito
altas com downloads e uploads acima de 100 Mbps. Na verdade, já surgem sites LTE em “Gigabit”. A latência da rede LTE geralmente fica abaixo de 20
milissegundos em muitas partes da rede. Nos próximos anos, ela continuará a ter um papel fundamental na estrutura de apoio da “rede das redes”. Um
dia, a rede 5G se tornará a principal tecnologia macro, mas provavelmente começará como um aprimoramento da capacidade para áreas exigentes, com
altas concentrações de usuários, além de gerar novos usos de aplicações verticais.

A tecnologia 5G definitivamente será usada para equipamentos de Internet das Coisas (IoT) e em aplicações de baixa latência. Estas aplicações surgirão
primeiro na manufatura industrial, que faz uso de robôs coordenados via rede sem fio com latência ultrabaixa. A verdadeira promessa dessa tecnologia é
uma combinação de alta velocidade, baixa latência e dispositivos de baixa potência. Mudanças na arquitetura permitirão que as operadoras selecionem
opções de fronthaul que otimizem e forneçam o melhor desempenho de latência ou throughput da rede. Veremos isso acontecer em etapas, com usos
específicos em mercados verticais. Mobilidade celular, logística, manufatura e saúde terão seus requisitos específicos.

5G

3 - O desafio das small cells…

O setor inteiro tem falado sobre esse desafio há um certo tempo, mas as small cells ainda são muito difíceis de serem implementadas. A aquisição do site é um grande desafio. Estamos começando a ver um volume maior de projetos, mas que ainda demoram mais do que o desejado. Processos de zoneamento que levam 12 meses ou mais são muito longos. Nossa esperança para 2018 é um movimento real, com esforços em todo o mundo, para padronizar e acelerar implementações de small cells.

Todos também sabem dos desafios das bandas de ondas milimétricas. A propagação do sinal diminui consideravelmente nas frequências mais altas. O
acesso fixo sem fio em mmWave é um bom exemplo de uso de Massive MIMO e antenas ativas. Antecipamos o surgimento de antenas ativas em 2018
para bandas acima de 6 GHz para aplicações fixas sem fio e de baixa mobilidade. Desta forma, as antenas tradicionais com capacidades de bandas
múltiplas e beamforming ainda são fundamentais para as redes sem fio. Isso também é uma questão de aquisição de sites, mais especificamente uma
questão de aquisição de espaço na torre. As torres estão lotadas. Se as operadoras quiserem adicionar novos espectros ou tecnologias, elas precisam
encontrar espaço. Normalmente, isso significa substituir antenas de bandas de frequência atuais, além de adicionar outras novas. Qualquer dispositivo
que for instalado na torre hoje deve ser adequado para atender a múltiplos propósitos e estar pronto para futuros requisitos.

É claro que muitas outras discussões tecnológicas estão em andamento no universo sem fio. Em 2018, veremos progressos significativos na definição da
tecnologia 5G, tanto como um padrão quanto para implementações do mundo real. O ciclo de hype inicial se acalmou, o que é um passo necessário para
o discernimento prático de como todos nós vamos tornar a rede 5G uma realidade.

(*) Rogerio Ferro é diretor de vendas wireless da CommScope para a América do Sul
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