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Leia na Fonte: Época
[30/05/19]    Expansão das redes 5G pode atrapalhar previsão de desastres naturais

Nova geração de conexão pode atrapalhar os satélites climáticos

A expansão das redes de internet 5G é tema frequente entre as empresas de tecnologia. A nova geração de conexão promete não apenas muito mais tecnologia e segurança, mas também maior agilidade — vinte vezes maior do que a das redes atuais, para ser mais preciso.

No entanto, uma declaração da NASA, em conjunto com a Administração Nacional Atmosférica Oceânica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês), sugere que o avanço da tecnologia pode interferir na precisão das previsões meteorológicas.

Isso acontece, de acordo com os órgãos, devido à interferência causada pelas redes 5G nas frequências de monitoramento meteorológico. As duas frequências são muito próximas uma à outra, o que pode comprometer o funcionamento dos satélites climáticos, explica o The Verge.

Neil Jacobs, secretário-assistente da NOAA, relata a possibilidade da interferência acarretar até mesmo em um aumento no número de mortes por furacões de grandes proporções. Para Jacobs, as redes 5G podem interferir de tal maneira que serão capazes de atrasar a preparação para condições climáticas extremas.

De acordo com as autoridades de ambos os órgãos, as previsões climáticas sofrerão uma redução de precisão de 30%, o que equivale a uma regressão tecnológica de aproximadamente 40 anos. "A única vez em que enfrentamos uma redução de 30% da nossa habilidade de previsão foi por volta da década de 1980", disse Jacobs ao The Wahsington Post. Ele também acrescentou que se a perda de dados por interferência chegar a apenas 2% — número muito inferior à estimativa — a NOAA provavelmente terá que desativar seus satélites operantes em órbita polar, um projeto de US$ 11 bilhões.

Para reafirmar o impacto da ausência desses satélites, um estudo do Centro Europeu para previsões de Médio Alcance concluiu que a análise das rotas do furacão Sandy, que atingiu a costa leste dos Estado Unidos em 2012, não teria sido tão objetiva, mostrando uma rota incorreta em direção ao mar, reduzindo as chances de desocupação das áreas de risco.

Discordância
Após a afirmação da NOAA, o responsável pelo órgão regulador de telecomunicações dos EUA (CTIA), Brad Gillen, refutou o estudo, alegando que as microondas utilizadas para a comparação no estudo nunca foram colocadas em uso de fato.

O tema foi levado ao Congresso norte-americano, e políticos republicanos e democratas expressaram preocupação: “Contamos com essas agências para obter conhecimento científico, e elas nos alertaram sobre o terrível impacto das ondas 5G na capacidade de previsão do tempo, devemos escutar.”, disse a disse a senadora democrata Maria Cantwell, em uma declaração ao The Washington Post.

Os órgãos reguladores devem se reunir em breve para discutir os usos da tecnologia, buscando um consenso entre as empresas de comunicação e os meteorologistas.