WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> 5G --> Índice de artigos e notícias --> 2019
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[28/10/19]
Fracionamento em 3,5 GHz põe 5G em risco, avaliam consultores - por Henrique
Julião
Uma das surpresas da proposta de edital 5G apresentada no último dia 17 pelo
conselheiro da Anatel, Vicente Aquino, o formato de licitação da faixa de 3,5
GHz em blocos menores do que os inicialmente planejados poderia colocar em risco
a viabilidade de serviços de alta capacidade na rede de quinta geração. A
avaliação é de consultores do setor que participaram de debate no primeiro dia
da Futurecom, realizado nesta segunda-feira, 28.
"Na proposta da área técnica da Anatel, se propunha três blocos de 80 MHz e um
de 60 MHz. [Mas] o que vimos na proposta do conselheiro Aquino foi um
fracionamento muito grande, em blocos de 10 MHz. Individualmente, com 10 MHz,
ninguém vai conseguir fazer 5G", argumentou o presidente da consultoria Teleco,
Eduardo Tude. "Esse caminho precisa ser repensado, principalmente se tratando do
3,5 GHz, que será central [para a tecnologia]".
A este noticiário, o analista principal da Ovum na América Latina, Ari Lopes,
fez diagnóstico semelhante. "A Anatel inovou onde não precisava inovar e não
respondeu o que precisava responder, que era a questão do 3,5 GHz e das
parabólicas. Acho que a proposta, do jeito que está, não para em pé. Hoje, todo
o esforço da indústria é de agregar espectro para poder viabilizar serviços de
alta capacidade", completou.
Durante o debate promovido pela 5G Americas na Futurecom, Eduardo Tude citou o
exemplo do Peru, onde o esforço do Ministério de Transportes e Comunicações visa
garantir 100 MHz em 3,5 GHz para cada uma das principais operadoras, o que
também é a recomendação de entidades setoriais como a GSMA. "Isso é o que
precisa para que exista 5G de verdade", reforçou o consultor. No vizinho, o
volume de espectro a ser licitado na faixa deve alcançar 500 MHz (3,3-3,8 GHz),
enquanto o Brasil terá apenas 300 MHz, visto a presença dos sistemas de
televisão via satélite em parte da banda.
Assessor na gerência de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, Alex Pires
pontuou que "ainda não há nenhum ponto fechado e, mesmo após colocar o edital em
consulta pública, ainda teremos o [período] pós consulta pública, quando vamos
debater com sociedade para tomar a decisão final". Por outro lado, Pires também
notou que o Brasil precisa definir prioridades quanto aos desafios de
conectividade do País. "Devemos privilegiar velocidade e experiência ou
cobertura e atendimento ao usuário?" questionou.9