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Leia na Fonte: Olhar Digital
[01/01/20]
Governo decide que 5G deve conviver com a TV aberta via satélite - por
Renato Santino
MCTIC tenta impedir atrasos ainda maiores no leilão, que não deve acontecer até
março de 2020, como havia sido previsto inicialmente
O 5G está um passo mais perto de virar realidade no Brasil. O governo tomou uma
decisão chave para dar prosseguimento ao edital do leilão das frequências da
nova geração da internet móvel, determinando a convivência do sinal de TV aberta
por satélite (TVRO) em regiões rurais e do 5G na frequência de 3,5 GHz.
A decisão é importante para acelerar o leilão, que já está bastante atrasado em
relação ao que havia sido inicialmente projetado. A ideia inicial era que o
processo fosse concluído em março de 2020, mas agora a tendência é que isso só
aconteça no segundo semestre do ano que vem. Existia uma preocupação de que a
convivência do sinal de TV aberta via satélite, distribuído na banda C, e do 5G
na frequência de 3,5 GHz causasse interferências nos serviços.
De acordo com o Valor, a decisão será publicada em janeiro por meio de uma
portaria do MCTIC (Ministério da Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações). O documento já foi encaminhado para a Consultoria Jurídica e deve
chegar às mãos do ministro Marcos Pontes na sequência para assinatura.
A questão da convivência do 5G com o sinal da TVRO foi amplamente debatida nos
últimos tempos, e cada lado defendia uma solução. A decisão do governo favorece
a proposta defendida pelas operadoras de compartilhamento do espectro,
acreditando que seria mais econômico simplesmente corrigir potenciais
interferências. A alternativa defendida pelos radiodifusores seria a migração
completa do sinal de TV aberta via satélite para a banda Ku.
Os dois grupos divergem sobre as vantagens e custos potenciais das duas
alternativas. As operadoras dizem que a solução mais eficaz é a instalação de
filtros nas antenas parabólicas para mitigar interferências, o que custaria
cerca de R$ 460 milhões; enquanto isso, os kits para recepção de sinal da banda
Ku custaria em torno de R$ 7,8 bilhões. As emissoras, no entanto, entendem que a
distribuição dos kits custaria apenas R$ 2,9 bilhões.
Vale notar, no entanto, que a Anatel ainda pode seguir um caminho diferente do
que foi determinado na portaria. Vitor Menezes, secretário de Telecomunicações
do MCTIC, explica, no entanto, que outra alternativa só poderá ser implementada
pela agência se for verificada inviabilidade da convivência dos serviços na
banda C.