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Leia na Fonte: Teletime
[03/09/21]
Feninfra: é preciso qualificar mão-de-obra para a implementação do 5G - por
Marcos Urupá
A presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de
Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien
Suruagy, estima que nos próximos anos, o mercado de TIC tem a previsão de
contratar 1,2 milhão de profissionais. Isso porque com a chegada do 5G,
combinada com a necessidade de implantação de infraestrutura pelo País, existirá
uma alta demanda por mão-de-obra. Por isso, é preciso formar pessoas para esses
postos de trabalho.
Segundo a Suruagy, novos processos de negócios e o uso da tecnologia estão na
agenda do dia da transformação digital brasileira. "A ideia é que com 5G
teremos, até 2030, R$ 11 bilhões em negócios. Precisamos colocar conectividade e
fibra em todo o país. A ampliação das redes de fibra, a chegada do 5G e os novos
modelos de negócios das operadoras demandam novos profissionais. E mais banda
larga vai significar abertura de mais empresas e mais contratações", explicou a
executiva no evento Feninfra Live nesta sexta-feira, 3.
Para tanto, contudo, será preciso manter a desoneração na folha. Em outro painel
pela manhã no evento organizado pelo TELETIME, Suruagy destacou que o custo
sobre a tributação em cima da folha é de 60% sobre o faturamento, o que
resultaria em aumento de cerca de 7,5% nas despesas. No momento em que se tomam
decisões de investimentos, argumenta, isso significaria uma "quebra
generalizada" para empresas. "Em vez de criarmos um milhão de empregos, sem a
desoneração demitiremos 520 mil profissionais em telecom e call center", alerta,
destacando que, em pelo menos 20 estados, o setor é o maior empregador do setor
privado.
Política pública
A partir da demanda com a chegada do 5G, será preciso formar um grande
contingente de profissionais para supri-la. Esta é a preocupação não só das
empresas do setor, mas também de setores do governo e da área educacional.
Segundo o Paulo Alvim, secretário de produtividade e empreendedorismo do MCTI, a
pandemia acelerou o processo de transformação digital. "O indicador concreto
disso é que o setor cresceu em 2020 e contratou quase 50 mil novos
profissionais", disse no evento. Alvim lembrou que no Brasil existem cerca de 40
mil pessoas sendo capacitadas em TIC, sendo 10 mil presenciais e 30 mil em EAD,
por meio de parcerias entre a pasta e as empresas.
"Eu posso garantir que na gestão do ministro Marcos Pontes, essa é a orientação
do MCTI: buscar parcerias para capacitação e treinamento. Somos parceiros da
Huawei em diversas iniciativas. E estamos sendo procurados por um grande
conjunto de pequenas e grandes empresas para realizar parcerias, para fornecer
capacitação profissional para a área de tecnologia", afirmou.
Uma dessas parcerias é com o Inatel. Segundo Carlos Nazareth Motta Marins,
diretor do instituto, o centro de formação tem projetos com o MCTI focado no 6G.
"Daqui a 10 anos, vamos precisar de pessoas e profissionais focados nessa
tecnologia", disse. Marins também lembrou que o Inatel tem cursos de programação
formando jovens para estimula-los a seguir uma boa carreira na área de
tecnologia. "Hoje temos tecnologia nacional para o 5G. Temos testes feitos com
um modem usado em white space. Temos o orgulho de dizer que quando uma estação
radio base é instalada, temos ali um trabalhador formado por nós", disse Marins,
um dos participantes do evento Feninfra Live.
Laboratórios FTTH
O direto de relações institucionais da Huawei, Bruno Zitnick, afirma que a
empresa está sintonizada com as demandas do mercado e por isso, preparou dois
laboratórios de Fiber To The Home (FTTH) para formar pessoas em um curto espaço
de tempo para logo ingressarem no mercado. "Devemos ter gente capaz de preparar
as redes das operadoras para o 5G. Para que isso aconteça, precisamos de
profissionais qualificados para atender essa demanda. O mercado vai apresentar
essa demanda", disse.
Para Jefferson Manhães de Azevedo, vice-presidente do Conif e reitor do
Instituto Federal Fluminense, essas instituições podem ser grandes parceiras
desse processo de formação. "Nós somos uma experiência de uma política pública
para desenvolver todo o Brasil. Nós temos unidades em centros produtivos de
agronegócios, no sertão, etc. Somos 661 unidades em todo o Brasil. O modelo de
educação profissional e tecnológico construído passa pelo desenvolvimento
tecnológico. E remos 13 polos de inovação. Destaco o do Ceará, focado em
sistemas embarcados e mobilidade digital", explicou Azevedo.
Games também estão no jogo
Patrícia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico do governo de São Paulo,
diz que a política pública visa integrar empreendedorismo, ensino e tecnologia.
Ellen disse que o estado pretende investir R$ 14 bilhões para inovação e
qualificação profissional. "Quando falamos de tecnologia, temos vários níveis.
Temos ainda uma área de games, que envolve design virtual. Nessa parte de games
vamos lançar novidades em breve. (…) Temos R$ 2 bilhões para investir nessa
área. Usuários de games são um universo paralelo que cresceu com a pandemia.
Começamos a apoiar os gamers com bolsas, e estamos criando uma semana do game",
disse a secretária.
Além disso, Patrícia Ellen disse que hoje o governo de São Paulo tem uma
universidade virtual, a Univesp. "Temos uma plataforma que capacita mais de 200
mil alunos, com ensino técnico e profissionalizante. E temos uma parceria com o
Mercado Livre em um programa de vendas online. Ofertamos 100 mil vagas para
vendedores", disse. (Colaborou Bruno do Amaral)