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Leia na Fonte: Convergência
Digital
[30/08/12]
700 MHz: Governo vai 'carregar nas obrigações' às teles - por Luís Osvaldo
Grossmann
Certo de que oferece uma fatia do espectro muito cobiçada pelas teles, o
Ministério das Comunicações defende que o leilão da faixa de 700 MHz, previsto
para o próximo ano, traga muitas exigências das operadoras. A frequência faz
parte dos planos de universalização do acesso à Internet deve também ser usada
para cobrar das operadoras maiores velocidades de acesso.
“Essa frequência que é tão ambicionada pelo setor nos permite colocar
exigências, inclusive de velocidade. Acho que temos que carregar de obrigações,
mesmo que isso signifique menos recursos na licitação”, afirmou o ministro Paulo
Bernardo.
Segundo ele, as velocidades de acesso já mostram uma tendência crescente, mas o
governo quer agilizar essa dinâmica. “As velocidades vão crescer naturalmente,
mas acho que devemos empurrar para isso acontecer mais rapidamente. Acredito que
o ideal seja um patamar [mínimo] de 10Mbps”, completou o ministro.
Ao abrir o 56o Painel Telebrasil, o presidente do sindicato nacional das teles,
e da Vivo, Antonio Carlos Valente, não apenas festejou a intenção de que o
leilão dos 700 MHz seja realizado no próximo ano, como defendeu a antecipação da
oferta. “Seria ótimo fazer o leilão da faixa de 700 MHz ainda no primeiro
semestre”, defendeu.
As empresas, no entanto, preferem ver menos, e não mais, obrigações associadas à
radiofrequência. Durante o evento, algumas já começaram a defender que a faixa
de 700 MHz seja vista como um complemento ao leilão realizado este ano, dos 2,5
GHz – ao qual já foram associadas metas, como as ofertas de banda larga nas
áreas rurais.
Novo cronograma
O Ministério das Comunicações também já possui um estudo para embasar uma
mudança no calendário da digitalização da radiodifusão – processo que vai
liberar a faixa de 700 MHz. Segundo Paulo Bernardo, como há perfis distintos de
uso da frequência e de ritmo dos investimentos, uma ideia é não fazer o
desligamento dos sinais analógicos em uma única data.
“Podemos mudar o cronograma de desligamento do sinal analógico, hoje genérico em
1o de junho de 2016. É possível acelerar em algumas regiões e trabalhar para
fazer o desligamento em etapas. Em 2015 desliga em uma grande cidade, 3 ou 4
meses depois em outra, e assim progressivamente, podendo deixar em algumas
regiões passar de 2016”, explicou.