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Leia na Fonte: Convergência Digital
[15/03/12]
700 MHz: Anatel começa o processo de definição do dividendo digital - por
Luís Osvaldo Grossmann
A disputa entre radiodifusores e teles pela faixa de 700 MHz tem tudo para ficar
cada vez mais acirrada. A Anatel começou a discutir uma proposta para que ainda
neste ano sejam feitos estudos para definir o que será feito com essa fatia do
espectro.
É uma postura mais acelerada do que governo e agência adotaram ao longo do ano
passado, apesar dos insistentes apelos das operadoras de telefonia, em especial,
as móveis, pela faixa – tida como prioridade para o setor, interessado na oferta
de banda larga móvel.
Para esquentar o debate sobre os 700 MHz, a Anatel recuperou, a pedido do
Ministério das Comunicações, uma consulta pública que criava mofo no órgão
regulador desde 2007: na época uma possível revisão da destinação dos 746 MHz a
806 MHz utilizadas por retransmissoras de TV – os canais 60 a 69.
Ao longo desse período, embora a agência tenha avaliado a possibilidade de
destinar parte dessa faixa à telefonia fixa e serviços de Internet, acabou
concluindo por manter o espectro como está até 2016 – ano-meta para a transição
total da televisão analógica para digital.
De um lado, faz sentido não mexer na faixa agora, até porque a maior fome de
espectro é das operadoras móveis, mas o SMP sequer fez parte das possibilidades
de destinação desse pedaço do espectro na consulta pública.
No entanto, ao propor já para 2012 uma indicação do que será feito após o
switch-off de 2016, a agência decide tratar logo do dividendo digital: ou seja,
as radiofrequências que poderão ser devolvidas pelas emissoras de TV por conta
da digitalização dos sinais.
A proposta do relator, conselheiro Jarbas Valente – e presidente da comissão de
espectro da Anatel – prevê a realização de estudos “para conclusão até dezembro
de 2012, visando definir o futuro do espectro”, “considerando a TV digital e a
harmonização mundial das aplicações que utilizam essa faixa”.
A decisão foi adiada, provavelmente por uma semana, por pedido de vistas da
conselheira Emília Ribeiro. Mas como resumiu o também conselheiro Marcelo
Bechara, a proposta “aponta uma sinalização importante e já coloca em debate a
faixa de 700 MHz”.