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Tele.Síntese
[10/11/12]
Fundo público para digitalizar retransmissoras - Tele.Síntese Análise 358
Tele.Síntese Análise 358
Um dos grandes problemas do processo de digitalização das emissoras de TV é
chegar até as retransmissoras. São cerca de 11 mil, 6 mil das quais consideradas
comerciais e outras 5 mil que pertencem a prefeituras e entidades locais, a
maioria sem fins lucrativos. Se já é difícil para as emissoras fazer a migração
de suas retransmissoras, para o segundo grupo essa é uma tarefa praticamente
impossível. Não têm recursos técnicos ou financeiros.
Por isso, na proposta apresentada pela Abert e pela Abra (que representam os
radiodifusores) ao ministro Paulo Bernardo – com uma série de considerações
sobre a migração da TV analógica para a TV digital e o eventual uso de parte da
frequência de 700 MHz para as telecomunicações – defende-se a criação de um
fundo público para financiar a digitalização das retransmissoras que pertencem a
entes públicos.
De acordo com Luís Roberto Anbtonik, diretor geral da Abert, a ideia é que esse
fundo seja constituído por uma parte dos recursos que serão arrecadados no
leilão das frequências de 700 MHz destinadas ao serviço de banda larga. Pelas
contas da Abert, serão necessários cerca de R$ 2,5 bilhões para digitalizar as
retransmissoras que pertencem a entes públicos e retransmitem também a
programação das TVs abertas.
Hoje, a digitalização está concentrada nas geradoras. Das 514 existentes, 300
são comerciais. Dessas, 200 já estão digitalizadas, segundo dados da Abert. A
entidade aposta que até a Copa de 2014 todas estarão digitalizadas. O problema
está mesmo nas retransmissoras. Como será inviável a digitalização de todas as
retransmissoras até 2016, quando deveria ocorrer o apagão analógico, o governo
já trabalha com a hipótese de espichar o prazo, no caso das cidades com menos de
50 mil habitantes, para 2020. Essa proposta, que tem como contrapartida a
antecipação da migração nas grandes cidades, é até bem recebida pelos
radiodifusores, dentro de alguns condicionantes.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, presidente da Rede Vanguarda e ex-homem
forte da Globo, admite a antecipação, mas pede cautela: “Apagões experimentais,
coisa que se ouve com frequência, não medem coisa alguma. Em qualquer caso, em
qualquer teste, uma pesquisa prévia será indispensável para evitar desastres
tecnológicos e políticos”, diz ele.